Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 58
Capítulo 56


Notas iniciais do capítulo

Milagres acontecem... Amém.
Voltei e próxima semana estarei aqui novamente para finalizar (ou quase) a fic depois de anos... Agradeço imensamente a todos os que persistem nessa luta que parece não ter fim comigo. Muuuuito obrigada pessoal, sério! Agradeço a quem está aqui deste o inicio da jornada, a quem chegou depois e a quem ainda está chegando... sei que não tenho moral para pedir, mas fiquem a vontade para acompanhar, comentar, favoritar e até recomendar, se assim desejarem (o Nyah me sacaneou e perdi recomendações). Águas passadas, enfim, muito obrigada a todos, boa leitura e até logo mais ♥



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Natasha encarava-se de frente ao espelho. O cabelo estava preso numa trança bem apertada, a roupa preta disfarçando o coldre com uma arma e duas facas que ela gostava de sempre manter por perto, para emergências. Apesar das tentativas de desligar-se do mundo exterior, ela conseguia ouvir as constantes reclamações de Pietro que continuava insistindo na sua “utilidade”.

“Pronta?” Clint pergunta, olhando pela porta semiaberta. Natasha confirma com um leve aceno e suspira. “Você sabe que tudo dará certo, né? Seu marido será resgatado pelos melhores e mais bem treinados espiões do mundo.” Ele garante e Nat revira os olhos.

“Menos arrogância Clint. Nada de subestimar o nosso oponente.” Retruca.

“Não estou subestimando ninguém. Pelo contrário, estou dando o devido crédito, ela nos enganou, conseguiu sequestrar o Steve e teve os cinco minutos dela de controle... agora nós vamos lá pegar o que é nosso. Seu, no caso.” ele pisca pra ela.

“Você quer vingar o Jeremy.” A ruiva lembra.

“E Maria quer revidar o tiro que levou.” Clint completa. “Todos nós estamos bastante motivados.” Ele aperta o ombro de Natasha amigavelmente. “Vai dar tudo certo.” Sussurra e Natasha se permite acreditar e confiar.

Eles chegam a sala, sendo seguidos por Maria, Pepper e Bucky. Os gêmeos estavam sentados no sofá, com cara de poucos amigos.

“Os caros estão prontos.” Informa Maria, entregando um ponto de voz (?) para cada um. Ela joga para Bucky uma espécie de walkie talk. “Vocês poderão ouvir tudo o que estivermos falando, assim ficarão cientes do que está acontecendo.”

“Ótimo.” Resmunga Pietro.

 “Bucky, você é o responsável pelos meus irmãos, enquanto eu estiver fora. Se algo der errado, você tem de protege-los, okay? O Tony se certificará de tirar vocês do país em segurança e” Wanda se levanta, pronta para protestar. “E eu quero que vocês se cuidem, okay? Cuidem um do outro e.... eu nem acredito que vou dizer isso... obedeçam o Bucky.”

Wanda abraça a irmã, que retribui rapidamente. “Na falta do Bucky, a Wanda manda.” Natasha completa, para infelicidade e desagrado de Pietro que bufa em discordância.

Clint posiciona-se ao lado de Maria e lhe cochicha algo no ouvido, a fazendo revirar os olhos.

“Melhor irmos.” Maria anuncia e todos concordam. Wanda, Pietro e Bucky os acompanham até os carros.

“Cuidado!” pede Wanda, mas os carros já estão de afastando, em alta velocidade.

**** X ****

Um filete de sangue escorria pela boca entreaberta de Sharon, que permanecia no chão, sendo sacudida por violentos espasmos. Os dois homens que haviam ajudando a eletrocutar e depois surrar Steve, conversam num canto, enquanto limpavam as próprias mãos.

“Sharon...” Steve murmura. Ele meio rasteja, meio se arrasta, até perto da loira. Ele sentia gosto de sangue e definitivamente havia algo quebrado em seu corpo, tamanha a dor que sentia a cada novo impulso. “Sharon...” ele chama, tocando no rosto deformado dela. Ela geme e Steve aproxima-se ainda mais.

“Eu vou morrer.” Ela fala entre gemidos. Sua voz soa tão baixa e fraca que Steve nem tem certeza do que ouviu.

“Não vai não.” É tudo o que ele consegue dizer. Que garantias ele poderia dar quando não conseguia sequer pensar numa solução? Era obvio que ele e Sharon só sairiam dali caso alguém os salvasse e naquele momento, vendo Sharon contorcesse de dor, ele desejava que Natasha aparecesse e se entregasse.

“Natasha... ela.... salvar…” Sharon balbucia, como que lendo os pensamentos de Steve.

“Sim, ela virá nos salvar.” Afirma Steve, mas Sharon nega com um leve balançar de cabeça.

“Você.” Sharon, aponta para Steve. “Salvar você.” ela choraminga.

“Não. Ela vai nos salvar e se for preciso, eu troco de lugar com você.” ele insiste, mas Sharon continua negando. “Ela me deve isso. Ela deve isso a você. Estamos aqui por culpa dela.” Steve arrepende-se assim que as palavras saem são ditas. Por mais que ele acredite e saiba que aquilo estava acontecendo por causa de Natasha, ele também sabia que não era desejo da ruiva tê-los naquela situação.

“Quando eu morrer” Sharon começa, mas é interrompida por Steve.

“Você não vai.”

“Eu sei que vou.” Ela choraminga novamente e lagrimas escorrem pelo seu rosto. “Eu não aguento mais.” a última palavra sai praticamente inaudível. “Quando eles voltarem.... Eu prefiro.... Eu quero…. Que eles me matem.” Ela fala entre suspiros.

“Não. Não. Não. Você precisa ser forte, okay? Você terá de ser forte. Não pode desistir.” Steve sente o desespero crescendo dentro de si. “Por mim, okay? Você precisa lutar por mim. Se você…” ele trinca o maxilar. “Eu não conseguirei me perdoar.” Sua voz sai dura, e no seu íntimo ele sabe que se refere não apenas a si mesmo, mas a Natasha também.

**** X ****

“Calma.” Murmura Maria por entre os dentes. Ela digitava no pequeno notebook a sua frente, enquanto Natasha tamborilava com os dedos o volante. Elas estavam diante de um grande prédio, aparentemente novo.

“Tem certeza que é aqui?” questiona Natasha.

“Sim. Também esperava algo mais humilde?” pergunta Maria.

“Dada a espelunca onde ela encontrou-se com o Brock.” responde Natasha, dando de ombros.

“A espelunca era a casa dele.” Comenta Maria. “Este prédio pertence a uma multinacional recém saída do forno que trabalha com telecomunicações e exportações e várias coisas que ninguém liga e que claramente são usadas como fachada para negócios ilícitos.” Explica.

“Definitivamente a Harrison decidiu dar seguimento aos negócios do Ian.” Natasha espia o grande prédio que reluzia. Clint e Pepper estavam em algum ponto atrás do prédio, fazendo alguma coisa solicitada por Maria. Natasha não era a líder daquela missão.

“Ótimo.” Comemora Maria e no mesmo instante, pequenas telas se abrem no seu notebook, mostrando o interior do prédio e seus vários andares. “Clint conseguiu ter acesso a rede deles através de uma das câmeras que ficam do outro lado. Era a melhor forma de hackear sem ser notada.” Esclarece.

“Posso entrar?” pergunta Natasha, prestes a saltar do carro.

“Eles estão nos esperando.” Maria vira a tela para que Natasha possa ver. Vários capangas armados vigiam as principais entradas, assim como elevadores e escadas. “Não será fácil.”

“Mas não é impossível.” Natasha fecha os olhos por alguns segundos, tentando clarear sua mente. Nada poderia dar errado.

“Encontrei.” Nat abre os olhos e observa em uma das telas uma mulher elegante caminhando por um longo corredor, cercada por quatro homens armados. “A recepção está ruim, então podemos assumir que eles estão abaixo de nós.”

“Previsível.” Natasha revira os olhos. “Sabe, eu já estou cansada desse negócio de subsolo e” a voz de Natasha fica presa na garganta. No corredor que há poucos segundos andava Harrison, Steve era arrastado por dois capangas, enquanto um terceiro trazia uma mulher desacordada e aparentemente irreconhecível.

“Quem é essa?” pergunta Maria, encarando Natasha.

“Sharon?” retruca a ruiva. “Que diabos ela tá fazendo ai?” Maria e Natasha encaram-se.

“Perdemos alguma coisa?” pergunta Clint, através do ponto.

“Eles estão com a Sharon também.” Maria explica. “Isso muda algumas coisas.”

“Não. Isso não muda nada.” Afirma Natasha. “Nossa prioridade ainda é salvar o Steve. A Sharon é apenas um acréscimo.”

“Eles foram levados para o décimo quinto andar.” Maria fala e Natasha franze o cenho, pensando. “A Harrison quer o Steve com ela o tempo todo. Ela sabe que você não arriscará a vida dele. É uma armadilha Nat. Ela quer você.”

“E o que eu posso fazer a não ser caminhar diretamente para ela?” pergunta retoricamente Natasha.

“Tenha cuidado.” Maria pede e Natasha concorda, saindo do carro em seguida.

**** X ****

Steve é colocado numa cadeira acolchoada, suas mãos e pés amarrados. Sharon é depositada num pequeno sofá ao canto. A sala, ou melhor, escritório onde eles estão é extremamente iluminado, o que faz os olhos de Steve lacrimejarem. Há uma grande mesa curvada a sua frente e Harrison observa a rua, através das grandes janelas espelhadas que cobrem todo o prédio. O escritório como todo cheira a novo, metal novo, madeira nova, plástico e desinfetante. A cabeça de Steve gira.

“Não se preocupe queridinho, logo, logo, isso tudo irá acabar e você estará livre. Pense nisso como um favor, estarei livrando você de uma vida de mentiras e negações.” Steve ergue a cabeça. “Você poderá, quem sabe, casar-se de novo e dessa vez, por favor, tenha o bom senso de procurar saber sobre o passado dela.”  

Steve sentia-se numa montanha russa, completamente enjoado e sem conseguir abrir os olhos, ele respirou fundo e quando abriu a boca para contestar, um pequeno alarme tocou. Ele observou enquanto Harrison caminhava até a mesa e apertava algum aparelho para silenciar o alarme. Ela levou o aparelho ao ouvido e sorriu.

“Bem, parece que o jogo de gato e rato finalmente acabou.” Ela joga o aparelho sobre a mesa e vai até Steve. “Nunca vi ninguém em sã consciência correr em direção a própria morte com tanta determinação como ela.” O sorriso de Harrison desaparece. “Ela deve realmente amar você.” Harrison erguer-se e volta a sua posição original, deixando Steve mergulhado em silêncio.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido, se sim comentem, se não, comentem também!
Beijos e desculpem erros e coisas do gênero!