Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 49
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capítulo deveria ser postado na quarta feira, para comemorar os 2 anos da fic, mas como não sei se terei tempo, ele sai hoje como comemoração pelo aniversário da fic!
Agradeço imensamente a cada leitor que acompanha, comenta, que favoritou e recomendou a fic. Vocês são os melhores e me inspiram a continuar e melhorar sempre. Obrigada por tudo, pelo carinho, paciência e palavras de apoio. Um imenso beijo e aproveitem esse capítulo especial!



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“O clima lá era incrivelmente quente e sufocante. Eu estava acostumada ao frio da Rússia e nunca havia ido a um lugar tão quente... e belo. Havia tanta cor, praias, areia branca. Um verdadeiro paraíso na terra. Meu alvo era o chefe de um esquema de tráfico humano, para ser mais especifica, de prostituição de crianças e adolescentes. O cara era um verdadeiro canalha. E eu era ideal para o trabalho: Russa, bonita e estrangeira. A presa ideal para esses caras. Eu tinha 48 horas para finalizar minha missão que infelizmente tinha alguns buracos. Ela girava em torno de suspeitas e pistas. Não tínhamos certeza se ele estava realmente lá e onde ele estaria hospedado, mas era nossa melhor pista em meses de intensa busca e pesquisa.

 Cheguei ao local onde um agente me passou todas as novas informações que havia conseguido nas últimas horas. O alvo, conhecido como Humberto Walkes, havia chegado a cidade na noite anterior e estava hospedado num hotel de luxo. Enquanto o agente me passava as informações, um plano se formava em minha mente.”

Steve: “Eu tinha vindo a cidade para um palestra de gastronomia. Bucky não pôde vir porque alguém precisava me substituir e bom, comida mexicana nunca foi uma das suas preferidas. Cheguei a cidade na noite anterior a palestra e me hospedei num hotel no subúrbio. Era um lugar simples, mas incrivelmente aconchegante. Eu passeei um pouco pela cidade naquela noite com alguns conhecidos de palestras e cursos anteriores, que encontrei na cidade. Eles me levaram até o hotel onde seria realizada a palestra. Era um hotel de luxo conhecido pela sua cozinha fabulosa que atraia amantes da gastronomia do mundo todo.

 Ficamos nas redondezas do hotel até tarde na noite, bebendo e conversando. Geralmente eu teria preferido ir para o hotel descansar, afinal, a palestra seria de manhã, mas algo me segurava ali. Foi então que eu a vi...”

Natasha: “Eu estava nas redondezas do hotel, verificando seu sistema de vigilância e procurando pelo Humberto quando vi o Steve. Nos encaramos por apenas alguns segundos, mas pareceu uma eternidade. Me senti mergulhar naqueles olhos tão claros, mesmo a noite. Nós dois desviamos o olhar ao mesmo tempo. Algo magico havia acontecido, mas eu não estava ali de férias, eu tinha um trabalho a ser feito e não poderia perder tempo com paqueras.

 Eu fui em direção ao hotel, fazendo o máximo de esforço para não olhar para trás, para não olha-lo mais uma vez, mas quando cheguei ao último degrau não resisti e dei uma olhada rápida, ele continuava lá, parado, com uma cerveja na mão e os olhos a me observar. Ele ergueu a cerveja, como que me convidando, mas eu simplesmente balancei a cabeça e entrei no hotel. Aquilo poderia ser uma distração e tanto.”

Steve: “A rejeição dela me magoou um pouco. Acreditem, eu havia unido toda a minha coragem para convida-la daquela forma, e ela simplesmente balançou a cabeça e entrou no hotel. Foi um golpe na minha autoestima, mas eu segurei a onda, me despedi dos meus colegas e voltei para o hotel onde estava hospedado. No caminho peguei um taxi e tentei esquece-la, provavelmente eu nunca mais voltaria a vê-la, mas parecia impossível. A imagem dela parecia uma tatuagem na minha cabeça.”

Natasha: “O hotel estava bastante movimentado, o que facilitou minha movimentação por lá. Eu queria apenas ter acesso às informações para saber em qual quarto o Humberto estava, mas em um golpe de sorte, eu acabei literalmente esbarrando nele. Um dos capangas que atuavam como segurança dele, me afastou com um empurrão, mas era tarde demais, já estava feito. O Sr. Walkes, me analisou de cima a baixo e perguntou meu nome. “Natalia Romanovna” eu respondi, deixando todo o meu sotaque em destaque.

“Você é russa?” a surpresa dele era palpável. Eu podia vê-lo analisando todas as possibilidades. As engrenagens da sua mente criminosa em ação.

“Yah!” respondi animada. Ele perguntou várias coisas, minha idade, com quem morava e o que estava fazendo ali.

Contei a clássica história que os atrai. “19 anos, sozinha e a procura de emprego. Estava tentando algo como modelo.” Ele riu abertamente e me convidou para tomar um drinque. Disse ser um agente que estava em busca de novos talentos e que eu claramente tinha muito potencial. Marcamos uma sessão fotográfica para o dia seguinte, as 9 da manhã. Eu o encontraria no hotel e juntos, iriamos para o estúdio.

Deixei o hotel tarde da noite, com a promessa de que voltaria no dia seguinte. Ao chegar onde estava hospedada, relatei tudo ao meu superior por e-mail e fui dormir. O dia seguinte prometia.”

Steve: Acordei cedo, na verdade, até hoje me pergunto se realmente dormi. Não sei se sonhei ou devaneei com aquela garota ruiva, incrivelmente bonita, a única certeza que tinha era que não conseguia tira-la da cabeça. Tomei um café rápido numa pequena cafeteria próximo à onde estava hospedado e segui para a palestra. Não era ainda 8 da manhã e o sol já brilhava forte. Eu poucos minutos eu já estava suado e completamente arrependido de ter ido de calça, sapato e camisa de manga longa.

O saguão do hotel estava lotado. Encontrei o grupo de amigos da noite anterior e fiquei com eles até o momento que a palestra começaria. Ela seria realizada num dos salões do hotel, onde uma espécie de cozinha havia sido montada. O lugar era realmente fantástico e eu estava ainda mais ansioso. Fomos informados que haveria um atraso de pouco mais de 30 minutos, o que me frustrou um pouco. Eu pretendia estar ao menos apresentável no momento da palestra, mas com aquele calor, parecia impossível. Parecia não haver ventiladores suficientes.

Natasha: “Eu peguei um taxi até o hotel onde encontraria o Walkes. Por motivos óbvios, eu não pude levar nenhum tipo de armamento. Seria apenas eu, um gravador em forma de caneta, uma pequena câmera acoplada a minha bolsa e toda a minha experiência em combate corpo a corpo.

 Um dos homens do Walkes me esperava do lado de fora do hotel e assim que desci do carro, ele veio até mim e pediu que eu o seguisse. Entrei no saguão lotado e antes das portas do elevador se fecharem, eu encontrei novamente aqueles olhos azuis. Parecia uma miragem e eu cheguei a me questionar se não estava enganada, mas algo dentro de mim sabia que era o mesmo cara da noite passada. Duas vezes em poucas horas, não podia ser uma simples coincidência.

 De qualquer forma, optei novamente por ignorar e focar no meu trabalho. O homem ao meu lado, me observava de soslaio e eu fingia estar completamente encantada e surpresa com tudo o que estava acontecendo.

 Ele me levou até uma suíte onde o Walkes estava alojado e mandou que eu esperasse ali. Fiquei em pé, analisando tudo à minha volta e ouvi uma voz falando em francês. Aparentemente o Humberto já estava fazendo propaganda do seu novo “material”. Ele descreveu a garota “linda, ruiva e ingênua” que estava no seu quarto o esperando. A voz vinha de traz de portas duplas, que provavelmente davam para um outro quarto. Assim que a ligação foi encerrada as portas foram abertas e ele me recebeu com um imenso sorriso que eu não hesitei em retribuir. Não poupei palavras para descrever o quão entusiasmada eu estava e o quanto eu me dedicaria se eu passasse naquela sessão.

 Ele me pediu que o acompanhasse até o quarto de onde ele tinha saído. Tinha acontecido uma mudança nos planos e minha sessão de fotos seria realizada ali mesmo. Eu o acompanhei e quando ele fechou a porta, o rápido porem singelo movimento de cabeça que ele trocou com o seu capanga, não me passou despercebido.”

Steve: “Eu simplesmente não conseguia acreditar que ela estava ali novamente. A garota que tirou meu sono, bem ali, no mesmo hotel que eu! embora eu não soubesse onde ou o que ela estava fazendo, eu não podia deixar de acreditar que nos reencontraríamos novamente. Era coincidência demais!

 Enquanto eu cogitava ir atrás dela, fomos informados que a palestra começaria. Eu me resignei e fui assisti-la, afinal, fora por causa dela que eu estava ali, e não por causa da garota.

A palestra se mostrou mais uma aula que uma palestra realmente. Minha atenção foi rapidamente fisgada e eu estava completamente focado nela, quando ouvimos a primeira sirene. Em poucos minutos, o barulho era ensurdecedor e a palestra foi suspensa enquanto procuravam saber o que estava acontecendo. Então nos foi informado que não poderíamos deixar o hotel até segunda ordem pois um assassinato havia sido cometido. Ao ouvir aquilo o meu sangue gelou... a garota ruiva veio imediatamente a minha cabeça e eu rezei internamente para que ela estivesse bem.”

Natasha: Quando o primeiro carro de polícia passou por mim, eu já estava fora do hotel caminhando calmamente para longe dali. O serviço havia sido feito de forma rápida e límpida. As provas haviam sido coletadas e em poucos minutos estariam viajando pela rede até meu superior. Estava tudo perfeito e eu me sentia exultante! Minha primeira missão sozinha em território internacional havia sido um completo sucesso.

 Assim que enviei o relatório para o meu superior, deveria ter ficado e aguardado novas instruções, mas eu estava tão satisfeita comigo mesma que me dei a tarde de folga. Fui para a praia e aproveitei o máximo o que aquele lugar tinha a oferecer. Era tão lindo e quente que eu simplesmente não conseguia resistir. O quarto do hotel onde eu estava era simplesmente deplorável e a ideia de voltar lá era irritante, mas tive de fazê-lo.

 Infelizmente, minha arrogância e sucesso na missão me levaram a cometer um erro tolo. O Walkes havia descrito minha aparência para alguém que eu julguei ser um comprador e não um sócio. A notícia da sua morte correu e em pouco tempo, seus capangas tinham um perfil traçado da maior suspeita daquele “crime”. Além do que, por mais que eu tenha tomado cuidado em passar despercebida e não ser gravada pelas câmeras, eu fui notada.

 Como toda rede de crime organizado, muitos dos componentes são policiais corruptos. Não demorou para a polícia bater no hotel onde eu estava hospedada. Eu havia acabado de entrar no quarto quando vi pela janela o carro parando. Três policiais entraram e um ficou de prontidão na entrada. Eu coloquei minhas coisas dentro da mochila e sem hesitar, sai pela janela. Apesar de eu conseguir ver o carro da polícia e o policial de guarda, ele não podia me ver, a não ser que ele decidisse olhar para cima. O hotel ficava numa esquina, o que fazia com que sua arquitetura fosse um tanto arredondada.

  Em poucos minutos eu estava andando na direção contrária à dos policiais, por um subúrbio. Anoitecia e as ruas estavam em polvorosa devido o assassinato. Só de falava disso e as pessoas começavam a prestar atenção demais umas às outras e principalmente nos de fora. Eu precisava me esconder até a poeira baixar.”

Steve: “Quando fomos liberados já era praticamente noite e eu decidi ir direto para o meu hotel. Eu estava um pouco assustado, assim como todos os que estavam no hotel no momento que aquilo havia acontecido. Meu voo estava marcado para as 2 horas da tarde do dia seguinte e a palestra havia sido cancelada. Frustração era pouco para o que eu estava sentindo.

 As ruas estavam bastante agitadas devido o acontecido e todos os turistas passaram a ser alvos de olhares suspeitos e raivosos. Por algum motivo, acreditavam que quem havia cometido o crime era de fora da cidade. De qualquer forma, eu não pretendia ficar na rua muito mais tempo.

 Estava pronto para cruzar a avenida quando a vi. Ela andava rápido, e parecia preocupada. Seus olhos variam a rua à sua frente e não consegui conter a alegria que encheu meu peito quando a vi entrando no hotel no qual eu estava hospedado. Rapidamente atravessei a rua, ignorando os protestos e reclamações dos motoristas e entrei no hotel. Caminhei diretamente para o balcão onde ela falava de modo agitado, porem baixo com a recepcionista. Me aproximei o máximo que o bom senso me permitiu e consegui ouvir a conversa. Elas conversavam em espanhol e pelo pouco que eu podia entender, a recepcionista dizia não ter nenhum quarto vago. Ela bufou exasperada e se virou abruptamente...”

Natasha: “Eu me choquei com ele e por um instante, pensei se tratar de algum capanga ou policial, mas ele tratou de se afastar, se desculpar e se apresentar rapidamente. Nunca vou esquecer o quão vermelho ele ficou ao ser perguntado se estava me seguindo. Ele gaguejou um pouco, mas conseguiu explicar todas as coincidências que pareciam estar no colocando diante um do outro.

 Eu expliquei que infelizmente a coincidência não fora tão perfeita, não havia quarto vago e ele prontamente me ofereceu o seu. Sua oferta me pegou de surpresa e ele percebeu isso, pois voltou a ficar vermelho e a tentar se explicar. Eu aceitei a oferta, afinal, se eu havia acabado de matar o chefe de umas das maiores redes de tráfico humano com minhas próprias mãos, lidar com aquele civil não seria um problema.

Ele me cedeu a cama e ele dormiria no chão. E a princípio eu até cogitei mesmo a ideia de dormir, mas parecia um absurdo.

“Topa dar uma volta comigo?” perguntei me pondo de pé e ele apenas fez o mesmo. Acho que se eu o tivesse chamado para roubar um banco ele teria topado sem hesitar.

 Saímos a esmo, conversando sobre coisas aleatórias e sobre nossas vidas. Ele falou sobre sua família, profissão e o que estava fazendo ali em Cancun. Eu contei meias verdades sobre minha família e menti completamente sobre o que havia me levado até ali e sobre minha vida.

 Nos deparamos com aquele bar, na verdade, foi à música que chamou nossa atenção. Alguém tocava um violão maravilhosamente bem ali e eu entrei, o puxando pela mão.”

Steve: “Nós sentamos nessa mesa e continuamos conversando sobre as nossas vidas. Parecia um sonho. A música era fantástica, a noite estrelada, o clima quente...

Natasha: “Nós começamos a beber, conversar, beber... tudo era natural. Não havia restrição, inibição ou meias palavras... falávamos o que tínhamos vontade e sobre o que queríamos. Estava tudo perfeito.”

Steve: “O tempo foi passando e quando percebemos já era madrugada. O cara do violão havia ido embora e ao invés de som ao vivo, ouvíamos alguma canção mexicana num rádio velho. Um único garçom nos encarava a distância, claramente desejando que fossemos embora.”

Natasha: “Ele disse que era melhor irmos, mas eu pedi para ficar mais um pouco, só até a música acabar. Ele parecia relutante, o olhar impaciente que o garçom nos lançava estava o deixando desconfortável, mas ignorando o garçom e todo o resto, eu levantei e o puxei pela mão.”

Steve: “‘Dança comigo!’ ela pediu já me puxando para perto de si. Acreditem, foi uma sensação muito louca. Senti como se um raio tivesse cruzado meu corpo e a cada novo toque todo o meu ser parecia tremer. Ela dançava de forma...”

Natasha: “Provocante. Eu queria leva-lo a loucura. Queria saber do que ele era capaz... queria aproveitar minha última noite em Cancun ao lado daquele cara incrível que conseguia mexer com cada célula do meu corpo. Não sei quem deu o primeiro passo, mas quando nossos lábios se tocaram, foi o beijo mais...”

Steve: “Intenso e avassalador que eu já havia dado na minha vida. Parecia que o mundo tinha parado de girar. A música havia parado de ser tocada e não havia mais ninguém ali. Apenas nós dois. Nós dois e todas as sensações que provocávamos um no outro. Quando paramos de nos beijar, eu abri os olhos e vi que ela estava...”

Natasha: “sorrindo, eu não conseguia parar de sorrir. Uma alegria pura e plena invadiu minha alma e eu abri os olhos e encarei aqueles olhos azuis... eu sabia que algo muito intenso havia começado, mas quer saber? Eu não queria que terminasse mesmo. Então pagamos, eu comprei uma garrafa de tequila e voltamos para o hotel. Enfim, eu não vou narrar minha noite de sexo intenso e selvagem com o Steve, mas foi de longe...”

Steve: “A melhor noite da minha vida. Na manhã seguinte, eu acordei cedo e fui até a padaria comprar nosso café. Comprei uma margarida também, de uma senhora que passava com carrinho repleto de flores. Quando voltei ao quarto ela já estava acordada e foi a cena mais linda que eu já havia visto. Parecia um quadro. Eu lhe estendi...”

Natasha: “O café e uma margarida que eu prontamente coloquei nos meus cabelos. Ele se sentou na janela e começou a beber o seu café e eu fiz o mesmo. Ficamos em silêncio, apenas apreciando aquela manhã ensolarada e a companhia um do outro. No fim, eu estava convicta de uma única coisa...”

Steve: “Eu não poderia mais viver longe dela.”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não houve hot porque acho que não cabia na narrativa... enfim, muito obrigada e até logo! ♥♥♥