Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 44
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Hello guys! Então, aqui estou e espero que gostem. Tentei uma maneira diferente de organização temporal, se ficarem confusos, basta perguntar.
Enjoy!



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“Como assim você não vai embarcar com a gente?” Wanda pergunta claramente confusa.

“Infelizmente aconteceu um problema no meu trabalho e eu preciso resolvê-lo o quanto antes.” Natasha explicava calmamente, enquanto os irmãos e o marido a encaravam descrentes.

“Outra pessoa não pode fazer isso?” Steve faz a pergunta que todos queriam fazer.

“É o meu caso, amor, outra pessoa não pode assumir. E seria falta de profissionalismo da minha parte abandonar meu cliente quando ele mais precisa de mim.” Argumenta.

“Não é abandonar, é pedir que outra pessoa assuma, pelo menos até você voltar.” Steve pede. “Nat, você queria tanto essa viagem, não faz sentido você não ir conosco.”

“Eu sei, mas sinceramente o que você quer que eu faça?” ela questiona impaciente. “E não é como se eu não fosse mais viajar, eu encontrarei com vocês em um ou dois dias... é apenas um adiamento.”

“Então podemos todos adiar, assim iremos todos juntos.” Pietro sugere.

“Não é necessário, além do mais as férias estão próximas, será praticamente impossível encontrar 4 assentos.” Natasha descarta a possibilidade. “Steve, você sabe que tenho razão. Meus irmãos não podem ir sozinhos e cancelar seria um prejuízo financeiro enorme. As passagens não serão reembolsadas e o hotel já foi pago, sem devolução.”

Steve suspira claramente frustrado. Nada estava saindo como planejado.

“Nat, era pra ser nossa primeira viagem em família... comemorar 6 anos de casamento e comemorar...” Steve acaricia o ventre da esposa que engole em seco. “Deveria ser perfeito.”

“E será, basta você ter um pouco de paciência. Logo, logo eu estou com vocês, eu prometo.” A ruiva insiste, mas Steve não parece nada convencido.

“Você está em uma situação delicada, não acho seguro você ficar sozinha. E se algo acontecer? Se você passar mal ou não se alimentar direito?” Steve tenta uma linha de argumentação diferente.

“Okay, e se eu assegurar que ela coma, durma e continue respirando? Tá bom assim pra você?” Bucky decide interceder.

“Você vai estar ocupado no restaurante, não sei se isso daria certo.” Steve dúvida.

“Isso é ridículo!” Natasha exclama. “Sei que está preocupado e chateado, mas eu não sou criança Steve, sei me cuidar e gostaria que você confiasse um pouco em mim.”

“Eu confio.” Afirma. Nesse momento a última chamada para o embarque é ouvida e todos se encaram. “Vamos lá pessoal.” Steve chama por fim, para alivio de Natasha.

“Em no máximo três dias estaremos juntos.” Natasha fala abraçando o marido.

“Será uma eternidade.” Reclama.

“Não será não, você vai ver.” A ruiva beija o marido e em seguida abraça os irmãos. “Se comportem.” Avisa.

“Pode deixar.” Pietro fala, animado novamente.

“Se cuida.” Wanda pede abraçada a irmã. Sua voz nada mais que um sussurro.

Nat concorda com a cabeça e pega sua mala que não havia sido embarcada. Ela segue ao lado do marido até o portão de embarque e o abraça novamente, pelo canto do olho ela vê Bucky apertando a mão de Pietro e em seguida retirando o boné que usava e pondo na cabeça de Wanda. A garota sorri, e dá um beijo na bochecha de Bucky que não hesita em retribuir o sorriso.

“Perdão Steve.” A ruiva pede baixo, sua boca próxima ao pescoço do marido.

“Não precisa pedir perdão, sei que a culpa não é sua.” O loiro fala confortador.

“Eu te amo, e esse é o sentimento mais real que eu já nutri por alguém.” Declara.

“Eu também te amo Nat.” Ele beija a testa da esposa e em seguida, entrega a passagem e adentra o corredor de embarque com os gêmeos.

“Agora que eu menti pro meu melhor amigo por sua causa, você vai me explicar direitinho que merda é essa.” Bucky exige, o tom de voz assim como seu semblante não demonstravam estar de brincadeira.

Dia anterior (Sexta feira, por volta de 4 horas da tarde):

. “Isso não são planilhas.” Sussurra descrente ao pegar uma foto na qual Natasha estava de pé, num descampado, diante do corpo de um homem. “Que merda é essa?” Bucky pergunta em voz alta, embora saiba que não há ninguém ali que possa responder.

Ele revira os documentos e encontra mais fotos, além de documentos que deveriam ser sigilosos.

“Agente Romanoff... Melhor aluna... mestre em armas e artes marciais, poliglota, disfarces...” o moreno vai listando em voz alta tudo o que lê, como se isso fosse tornar as coisas mais aceitáveis ou reais. “Espiã de primeiro nível. Assassina.”

Ao ler essa última descrição na extensa ficha de Natasha, Bucky sente como se tivesse sido atingido por um soco diretamente em seu estomago. Aquilo era realmente verdade ou não passava de alguma brincadeira de péssimo gosto? A foto de Natasha em pé diante de um homem morto parecia bem real, mas ele não era nenhum expert em manipulação de imagens para ter certeza. Além do mais, quem teria feito aquilo? Qual o objetivo? A resposta parecia bem óbvia. Aqueles papeis incriminadores foram deixados dentro do carro de Steve. Quem quer que seja, tinha como único intuito fazer com que Steve descobrisse esse lado de Natasha que até então era desconhecido por todos.

  Outra questão atinge Bucky: O que ele deveria fazer? Entregar para Steve parecia o correto, afinal, se tratavam de coisas relacionadas a Natasha, esposa dele e mãe do seu filho... Bucky passa a mão no rosto desesperado. Justo agora aquela bomba virá parar em suas mãos. Ele não passara de um contratempo na vida do planejador daquilo. Não era para ser ele, era para Steve ter encontrado aquilo, mas por algum motivo – providencia divina, talvez – ele fora o azarado que encontrara e agora tinha que tomar uma decisão.

  A lealdade dele era para com Steve, mas o amigo estava tão feliz que talvez fosse melhor apurar a veracidade daqueles papeis antes de entrega-los. Se fossem falsos (o que por algum motivo o moreno custava a acreditar) ele estaria cometendo um terrível erro e acabaria por estragar e atrapalhar a viagem de férias do casal, por outro lado, se aquilo fosse mesmo verdade, Steve estaria comemorando 6 anos de casamento com uma pessoa que ele sequer conhecia. Estaria dormindo e acordando e vivendo ao lado de uma assassina cruel e de sangue frio. E essa mulher estava naquele exato momento gravida de um filho dele.

“O que eu faço?” murmura para si mesmo, aflito. O tempo estava passando e ele deveria voltar logo ao restaurante, e de preferência com uma decisão tomada. Ele não poderia encarar o amigo e fingir normalidade se não tivesse um plano traçado. A única opção que vinha a sua cabeça era bastante óbvia: confrontar Natasha. Se ela assumisse, ele daria a ela 24horas para contar toda a verdade ao loiro, mas se ela negasse... Ela negaria. Qualquer pessoa que se visse confrontada negaria. Talvez ela até tentasse algo contra a vida de Bucky a fim de manter o segredo. Se o que estava documentado fosse realmente verdade, Natasha poderia liquida-lo em poucos minutos e fazer parecer um acidente. Ou dar um sumiço no seu corpo e ele entraria para as estatísticas. “Não seja idiota!” repreende-se por pensar essas coisas.

Independentemente do que aqueles papeis afirmassem, a Natasha ainda era a Natasha e ela nunca tentaria algo contra ele. Em anos de amizade ela nunca dará um tapa em Bucky – não sem ser merecido pelo menos – e nunca tentara algo contra Steve também. Era idiotice supor que a ruiva seria tão cruel ao ponto de cometer algo contra ele.

Bucky põe-se de pé. Enfia os documentos novamente no envelope e confere no carro e no chão se não há nenhum extraviado. Ele esconde o envelope na parte de dentro da sua roupa e liga o alarme do carro.

“Você está pálido, aconteceu alguma coisa?” Sharon questiona ao ver Bucky cruzar as portas de entrada do restaurante. Ele para e observa seu reflexo no espelho, vendo que está realmente pálido.

“Um pouco enjoado. Deve ter sido algo que comi.” Opta por fingir estar passando mal.

“Precisa de ajuda?” oferece a loira, se aproximando, mas Bucky se esquiva e negando com a cabeça segue para o escritório onde Steve e Sam o aguardavam.

“Hey, você demorou! Achei que tivesse se perdido ou errado de carro.” Steve comenta brincalhão ao ver o amigo entrar na sala. “Você tá bem? Tá pálido.”

Steve levanta-se pronto para aparar o amigo que parecia prestes a desmaiar.

“Eu estou bem.... Quero dizer, um pouco enjoado. Não sei, deve ser essa virose que está atacando a cidade.” Explica e Sam e Steve trocam um olhar preocupado. “Na verdade, deve ter sido aquele maldito burrito que eu comi no almoço.” Tenta parecer mais otimista.

“Mas você odeia burrito.” Steve afirma, surpreso e confuso.

“Eu tentei dar uma segunda chance.” Esclarece o moreno com um mínimo sorriso amarelo. “Eu ficarei bem, não precisam se preocupar, logo estarei novinho.” Afirma.

“Confio em você.” Sam fala, se sentando mais aliviado. Steve e Bucky fazem o mesmo.

“Então, você não encontrou a planilha?” o loiro pergunta, ao notar as mãos do amigo vazias.

“Pois é, não encontrei. Você deve ter deixado em casa.” Bucky sugere. Ele esqueceu completamente da planilha ao se deparar com os documentos comprometedores. Só de saber que a causa do termino do casamento do seu melhor amigo encontrava-se dentro das suas roupas, ele sente-se ainda mais enjoado.

“Bucky, acho melhor você tirar o resto do dia de folga. Você não me parece nada bem...” Sam aconselha e Steve concorda.

“Não precisa, estou bem.” Ele garante.

“Cara, a partir de amanhã você assumira a cozinha, esqueceu? Você tem de estar no seu melhor estado.” Steve o relembra. A viagem! Claro, no dia seguinte Steve viajaria com Nat e os cunhados e a sua chance de confronto seria adiada até o retorno da ruiva, muita coisa poderia acontecer nesse meio tempo.

“Pensando bem, acho que vocês tem razão.” Admite. “Eu vou pra casa.”

“Isso. Descanse e qualquer coisa, é só me ligar.” Steve diz e o amigo agradece.

“Obrigada!” ele aperta a mão dos dois homens ali e vai direto ao seu armário, onde retira o envelope e o enfia sem cerimônia na sua bolsa de couro. Recolhe as chaves do próprio carro e lembra-se que não devolveu as chaves de Steve. “Droga!” resmunga.

Ele faz menção de ir até o escritório, mas se depara com Sharon pela terceira vez num intervalo mínimo de tempo. Ela o estava seguindo ou algo do tipo?

“Bom que te encontrei!” exclama. “Toma, entrega ao Steve quando ele sair do escritório.” Avisa, jogando as chaves na mão da garota.

“Você já vai embora?” a loira estranha. Estava bem longe o fim do expediente.

“Acho que você tinha razão quanto à eu não estar me sentindo bem. Vou para casa.” Explica sem realmente parar de andar. Ele ouve um “melhoras”, mas não se incomoda em responder. O seu carro estava estacionado há poucos metros do de Steve. Ele entra no seu carro, jogando a bolsa no banco do carona e o ligando em seguida. Ele não tinha tempo a perder, as coisas deveriam ser postas na mesa o quanto antes. Embora ele já tivesse feito aquele caminho um milhão de vezes, em vários momentos e situações diferentes, nunca lhe parecera tão sombrio e solitário como naquele momento.

 

Hoje (Sábado, 8:40 da manhã):

“Você vai me contar ou prefere esperar pelo Steve e os seus irmãos?” Bucky pressiona mais uma vez a ruiva que estava tentando manter a calma. Aquilo definitivamente não estava saindo como o planejado.

“Entra no carro.” Manda e com um suspiro irritado Bucky a obedece.

“Pra onde vamos?” pergunta enquanto a ruiva põe o cinto. Ela tentava pesar sua melhor opção. Conversar sobre aquilo num lugar público poderia ser o fim, ela realmente não conseguia imaginar quais seriam as reações de Bucky. O escritório era área proibida. Fury já não gostava nenhum pouco das visitas constantes de Clint Barton, se ele soubesse que Natasha levara um civil completamente leigo e ignorante, seria o fim. Só lhe restava sua casa, onde pelo menos ela poderia conter o moreno caso ele perdesse o juízo. “Droga, eu perguntei para onde vamos!” a irritação de Bucky era grande, mas Natasha conseguiu captar a ponta de pânico na voz do rapaz. Será que ele temia que ela fizesse algo contra ele? ela controla a vontade de rir.

“Para minha casa. Onde mais iriamos?” retruca com os dentes cerrados. Bucky coloca o cinto, embora o carro já estivesse percorrendo as ruas de Nova Iorque. Os dois permanecem em silêncio. Natasha tentava pensar em algo que pudesse controlar a língua de Bucky enquanto o mesmo tentava manter-se calmo e o mais racional possível. Os papeis estavam na bolsa que o mesmo segurava fortemente contra o próprio corpo e ele havia tirado algumas cópias que estavam num lugar seguro, para o caso de algo lhe acontecer.

“Você vai me contar toda a verdade?” a voz dele soa contida, mas determinada.

Natasha sabia que não adiantava negar. Bucky tinha mais provas que qualquer um em qualquer momento já teve. Toda a verdade que ele queria já estava com ele, na bolsa dele.

“Você os leu?” ela pergunta.

“Eu perguntei primeiro.” O moreno retruca infantil.

“Você os leu?” a ruiva insiste.

“Sim.”

“Tudo?”

“Cada detalhe.” Admite.

“Então não há mais nenhuma verdade a ser dita.”


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Notas finais do capítulo

Se no ultimo não teve emoção, de agora em diante quem tiver coração fraco que se prepare... huahshuahs Beijos queridos e queridas! ♥♥