Quarteto Fantástico: O Destino da Latvéria escrita por Larenu


Capítulo 8
Boris


Notas iniciais do capítulo

Não pude postar ontem porque (1) fiz aniversário na terça, e isso me deixou com menos tempo, (2) meu PC bugou por algum motivo e reiniciou várias vezes, (3) o resto da semana foi corrido e (4) estou preparando uma one ou two-shot para o desafio deste mês.
Tentarei postar até quarta... Tomara que eu consiga!
PS: Na verdade, o capítulo estava quase pronto ontem à noite, mas o PC reiniciou e apagou tudo.



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Sue chorava no ombro de Johnny enquanto este o guiava para dentro do castelo.

— Sem Reed, quem cuidará do bebê comigo? Ele ou ela não pode crescer sem o pai.

— Mas Sue, nós o fizemos.

— É diferente, Johnny. Nosso pai era ausente, mas vivo.

— E você tem certeza de que Reed morreu?

— Você sobreviveria a uma queda de sabe-se lá quantos metros?

— O corpo de Reed é diferente dos nossos, Sue.

— Sim, mas... — Ela para e recomeça a chorar.

— Ó, Sue...


Andares do castelo acima, Boris viu-os pela janela. Segurava seu tradicional lampião, mas nele agora se projetava a imagem do Doutor Destino.

Atenção, Boris. Estou com Reed Richards aqui. Vetor e Vapor estão me trazendo Ben Grimm. Quero que atraia Sue e Johnny Storm para cá, entendido? Pode revelar minha localização, sem problemas. Eles devem crer que você é um aliado. Mas não se preocupe, o Destino garantirá que tu não sujarás tuas mãos com sangue.

— Está certo, Doutor Destino.

Ah, só mais uma coisa. Quando Raio-X e Encouraçado encontrarem-vos, avise-os que o Destino deseja Sue Storm viva e intacta.

— Sim, Victor.

Sabe que você é como um pai para mim, não é?

— Sei, Doutor Destino.

Por isso mesmo, não posso permitir que viva só. O Destino tem grandes planos para você.

— Obrigado, Victor. Suas palavras valem muito para mim.

A imagem de Destino se dissipou como névoa. Boris desceu quando ouviu Sue e Johnny baterem à porta.

— Oh, senhor e senhora Storm, permitam-me abrir para vocês.

Ele destrancou as portas e permitiu que a Mulher-Invisível e o Tocha-Humana entrassem.

— Onde estão os senhores Grimm e Richards?

Lágrimas brotaram nos olhos de Sue Storm.

— Reed foi levado para as cataratas pelas águas do rio Klyne, Boris. Deve estar morto.

Boris segurou um sorriso e tentou demonstrar compaixão.

— Oh... Sinto muito, senhorita Storm. E o senhor Grimm, onde está?

— Foi atrás de Mike Steel.

— Mike... Steel?

— O homem de metal se revelou como sendo um dos participantes do segundo experimento de Victor — contou Sue.

Então eles descobriram, pensou. Intrigante.

— Acho que devemos ir atrás de Reed. Tenho um pressentimento de que ele está vivo.

— Você tem certeza, Boris?

Johnny olhou para Boris com um olhar que expressava suas palavras: "Não dê falsas esperanças a ela".

— Não se preocupem, irei convosco até o fim das Cataratas Fortunov.

— Muito obrigada, Boris! — disse Sue, abraçando o idoso, que ficou sem palavras. Johnny ainda parecia bravo, mas disfarçou quando ela olhou em sua direção.

— Você viu, Johnny? Boris pode nos ajudar a encontrar Reed!

— Que bom, Sue! Que bom... — A animação dele era falsa, mas Sue não percebeu ou fingiu não notar.

— Venha, vamos!

— Agora? — perguntou Boris.

— Sim, não podemos esperar! Se ele estiver vivo e o Doutor Destino o encontrar...

— Sim sim, compreendo.

Era bom, para Boris, saber que eles já possuíam temor à figura do Doutor Destino.

— Certo, vamos.

Boris, ainda com seu lampião, abriu a porta e permitiu que saíssem. Guiou-os por uma trilha que dava a volta no castelo. No meio do caminho, Sue perguntou:

— Boris, por que sempre leva consigo esse lampião?

Ele a fitou, com semblante sombrio.

— É uma lembrança. Lembra-me de que devo ser forte, pois remete aos meus tempos de fraqueza, nos quais fui fraco e não pude proteger meus entes queridos. Valéria era a única que me restava. — E agora está morta, concluiu em sua mente.

— Momentos de fraqueza? — indagou Johnny.

— O rei assassinou minha família a sangue frio. Os únicos que me apoiaram foram dois amigos meus, um casal.

— Casal?

Ele prosseguiu com cautela.

— Werner e Cinthia, membros do Clã Zéfiro.

— O Clã Zéfiro? Os assassinos que destroem vilarejos no país?

Boris soltou uma risada seca irônica.

— Se alguém destrói vilarejos, é o rei. O Clã Zéfiro é formado por muitos dos habitantes de tais vilarejos.

— Mas a imagem que se tem deles no exterior é a de assassinos e ladrões.

— Sim, o rei fez de tudo para dar a eles essa fama. Mas eu nasci entre o Clã Zéfiro e garanto que não somos assassinos.

— Acreditarei em você, Boris. Mas então, conte-nos mais sobre Werner e Cynthia.

— Oh, eles eram um casal muito bondoso. Werner era um médico vindo da América. Estados Unidos, se bem me lembro. Nos conhecemos quando ele estava de passagem pela Latvéria e encontrou um membro do Clã Zéfiro a beira da morte. Werner salvou-o, mas não foi bem recebido por mim nem pelos meus.

"A verdade, porém, era que tínhamos medo dele. Sempre dependemos muito de nossas crenças, mas o homem chegou mostrando-nos que podia fazer o mesmo que nós, só que sem elas. Temíamos que estivéssemos nos iludindo e que ele nos desiludisse.

"Mas Cynthia, uma curandeira misticista, não segurou-se. Os dois compararam seus conhecimentos e se envolveram, de forma que Werner largou tudo para viver com o Clã Zéfiro. O Barão Tristian de Sabbat (como Vladimir Fortunov era conhecido antes de se tornar rei), porém, não aceitava que um estrangeiro salvasse os Zéfiro.

"Ele perseguiu Cynthia e Werner. Cynthia sacrificou-se para impedir Vladimir, mas falhou. O Barão Sabbat assumiu o trono da Latvéria após assassinar o rei, e então revelou seu verdadeiro nome. Werner decidiu que não era seguro para o filho que tivera com Cynthia viver ali e despachou-o para a América."

— Espere, Boris. Como se chamava a criança? — perguntou Sue.

— Victor.

Sue e Johnny olharam perplexos para Boris.

— E o sobrenome?

— Sim, vocês acertaram. Victor Von Doom.

Chegaram a uma descida íngreme e formada por pequenos degraus de barro.

— Venham, rentes a parede. Deem as mãos, vamos.

Eles formaram uma espécie de corrente humana e começaram a descer de lado.

— Em todos esses anos, Victor nunca nos contou sobre a história trágica dele — disse Sue. — Mas então diga, o que aconteceu com Werner?

— O Clã Zéfiro entrou em decadência. Eu me rendi ao rei e passei a ser um funcionário da corte. Sou um dos poucos que sabem que Dmitri Fortunov é um bastardo do rei, e não um neto.

— Mas e Werner, onde está?

— Ele fugiu da Latvéria. Não tenho mais informações sobre ele.

Terminaram a descida e chegaram a um pátio gramado cortado por um rio. Em um dos lados havia uma queda d'água enorme. E, atrás da água, uma caverna de metal.




Em Sokóvia, na base abandonada da Hidra, uma quinjet da S.H.I.E.L.D. aterrissava. Três agentes desceram dela: Phil Coulson, Leonard Samson e Rick Jones. Junto deles estava um homem algemado e com um saco na cabeça.

— Muito bem, Maria Hill foi clara com as ordens dela. Devemos interrogá-lo a respeito do rei da Latvéria — disse Coulson. — Rick, remova o saco.

O agente Jones liberou o saco do rosto daquele homem. Ele riu ao recuperar o ar, irônico.

— A S.H.I.E.L.D. resolveu me ouvir, é? — Ele cuspiu no chão. — Não arrancarão nada de mim.

— Leonard, por favor.

O agente Samson tirou uma papelada de sua maleta e abriu-a.

— Senhor Von Doom, acho que deveria dar uma olhada nas informações que temos sobre você e suas atividades na América.

Werner Von Doom olhou para os três agentes à sua frente.

— Assassinato, roubo, tráfico de drogas... — começou Leonard.

Ele gesticulou para que parasse. O velho Von Doom passou a mão pelos cabelos grisalhos.

— Querem me entregar para a polícia? É essa a ameaça?

Samson assentiu. Werner soltou uma risada seca.

— Acham que isso vai ajudar em algo? Quando meu filho, Victor, ver que estou vivo, fará de tudo para me libertar. E eu contarei a ele sobre a S.H.I.E.L.D., o que ocasionará grandes problemas para sua organização, não acham?

— Por isso que você está aqui em Sokóvia.

— Como assim?

— Entregaremos você para o rei Vladimir da Latvéria.

Werner gelou. Por um momento, ficou sem palavras, mas logo as recuperou.

— Ultrajante.

Rick Jones sorriu.

— Vai cooperar agora?

— E eu tenho escolha?

— Bom, queremos você justamente para que nos informe sobre o rei.

— Querem que o rato fale sobre o gato? Só podem estar brincando.

— A S.H.I.E.L.D. não brinca.

— Seu sorriso de criança não ajuda, agente Jones.

Rick preparou-se para se defender, mas Coulson o parou.

— Conte-nos sobre Vladimir. Agora.

Werner ponderou um pouco sobre o assunto.

— Por onde eu começo?





Sue criou uma bolha flutuante em volta deles para que pudessem atravessar a queda d'água. Quando começaram a pairar sobre a água, Sue se sentiu como a bruxa boa de "O Mágico de Oz". Atravessaram a forte queda d'água e chegaram a um enorme corredor de metal.

No final dele havia uma porta, que Sue abriu com seus poderes. Quando ele abriu, se surpreenderam. O corredor seguinte estava cheio de névoa verde. No centro estava Vetor e, junto dele, uma pedra. Lá estavam também Vapor e o morto-vivo.

A porta se fechou e faíscas rosas começaram a pular dela. Raio-X ali apareceu. A névoa começou a desaparecer e, quando perceberam, Vapor, Vetor, o morto-vivo e a pedra sumiram. No lugar havia um corpo robótico com uma cúpula de vidro no lugar da cabeça.

Raio-X entrou nele. Um esqueleto de eletricidade começou a se formar dentro da cúpula.

— Boris, o Doutor Destino o quer com ele. Eu levarei-os para ele.

— Certo, James.

Sue e Johnny viram Boris abandoná-los sem nada dizer e cruzar o corredor. Em seguida, preparam-se para lutar.


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