Tentei não mostrar o quanto aqueles nomes mexeram com o meu emocional, e pareceu dar certo, pois nenhum deles se espantou. Continuei a encarar Jane esperando que ela dissesse mais alguma coisa. Nada saiu de sua boca. O que aqueles malucos estavam fazendo aqui?

– O que eu tenho haver com isso? – perguntei franzindo o cenho.

– Tudo bem, não precisa fingir. É só olhar pra você e ver o quanto se preocupa com eles.

– Você enlouqueceu! – bufei.

– Claro que sim, enlouqueci. – sorriu – Então vamos treinar, não é mesmo?

– Já deu pra mim. – me fingi aborrecida em quanto sai o mais rápido possível da sala de treinamento ouvindo Jane sussurrar: “ E ela ainda diz que não se preocupa”.

Senti os cheiros dos dois lobos em quanto me aproximava do salão principal. Sem cerimonias entrei na sala. Aro gostava da minha atitude, provavelmente se outro vampiro fizesse isso teria sua cabeça arrancada, mais não eu. Ele gostava de ver o quanto eu era dona de mim. Diferente do loiro.

Assim que entrei na sala todos os olhares se viraram pra mim, incluindo dos dois idiotas, eu mesma quase tropecei quando pude vê-los sorrir pelo canto do olho. Mas, quando perceberam que eu continuei andando reto sem retribuir o olhar seus sorrisos se desmancharam e o de Aro aumentou.

– O que aconteceu? – perguntei cruzando os braços.

– Nada demais, minha querida. Esses dois vieram atrás de você. Disse que estava um tanto quando ocupada. – Aro sorria abertamente.

– Eu realmente estava. – bufei tentando ao máximo não parecer que queria arrasta-los para fora daquele lugar – Poderia falar com eles, Aro? Garanto que não o incomodaram mais. – ele assentiu gesticulando para a porta.

Me virei para os dois que pareciam surpresos com a minha atitude e andei na frente deles podendo sentir que eles me seguiam. Andamos para fora do castelo sem nenhum de nós falar nada. A cada passo que dávamos contra aquele lugar eu me sentia ainda mais aliviada. Quando estávamos dentro da floresta, a uma distancia significativa, me virei os fuzilando.

– Vocês enlouqueceram??? – gritei.

– O que eles fizeram com você? – Jacob gritou, me olhando de cima a baixo – Não é a mesma, Katherine.

– E nem quero ser a mesma! Quero saber o que estão fazendo aqui! – rebati.

– Kathe, isso já foi longe demais. Volta pra Forks, vai. – Tyler pediu.

Nunca me senti com tanta vontade de aceitar o pedido de alguém ou até mesmo de me jogar nos braços dos dois e dizer o quanto eu os amo e senti saudades. Mas, eu não faria, seria forte até o fim, até quando conseguisse.

– Não. – minha voz saiu como um sussurrou e os dois bufaram.

– Dá pra ver, nitidamente, que não somos só nós os insatisfeitos aqui. – Jacob disse me olhando no fundo dos olhos, e eu quase cambaleei. Foi preciso de alguns segundos para que eu pudesse me recuperar.

– Não importa, vocês tem que ir embora! – minhas paciências já haviam ido embora.

– Por que? – Jacob perguntou, ele sabia o que sairia da minha boca, ele me conhecia melhor que a mim mesma.

Virei-me de costas pra eles quebrando a arvore que ficava logo a minha frente, precisava descontar a minha raiva em algo.

– Porque eu estou fraca, Jacob. É assim que eu me sinto quando estou perto de um de vocês, quem dirá dos dois. Eu sou incapaz de ser eu mesma! Não quero, e não vou voltar a ser a mesma de antes. Então, se fosse vocês eu virava as costas e ia embora!

– Não vamos fazer isso. – Tyler disse.

– É, nós não vamos fazer isso. – Jacob respondeu, logo após encara-lo.

– Então tá bom. Eu não ligo. – sorri.

– Liga, liga sim! – Jacob rebateu, cerrando os olhos.

– Aé? E como você sabe? – sorri mais ainda – Vai embora, Jacob!

– NÃO, EU NÃO VOU EMBORA. NÃO VOU TE DEIXAR SOZINHA NESSE INFERNO! – ele chegou ao limite, e eu também.

– SEI ME CUIDAR! – GRITEI.

– NÃO, VOCÊ NÃO SABE! E QUER SABER COMO EU SEI DISSO? VOCÊ NASCEU PRA MIM, KATHERINE. VOCÊ É MINHA! E QUE SE EXPLODA ESSES SANGUE SUGAS ITALIANOS, VOCÊ É MEU IMPRINTIG, E EU VOU TE LEVAR DE VOLTA PRA CASA!

Paralisei naquele momento vendo sua expressão mudar, ele estava preocupado. Sai do meu transe logo depois que ouvi meu melhor amigo gritar:

– EU VOU MATAR VOCÊ!