Incompletos escrita por P4ndora


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oe gente!
Eu não tenho nenhum aviso muito importante, porém gostaria de agradecer todos que comentaram e que estão acompanhando essa história. Está sendo um incentivo a mais e acreditem, isso ajuda muiiiiiiito.
Enfim, eu espero que gostem. Bjks



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— Tente não dizer nada que os ofenda. – Caspian sussurrou para Skye. Ela assentiu, apesar de que era óbvio que ela não ficaria calada.

A garota não sentia medo, apenas não conseguia entender o porquê do ódio vindo dos narnianos. Os gritos passaram a ser quase insuportáveis.

— A trompa só prova que eles roubaram mais um objeto de nós. – gritou Nikabrik.

— Nós não roubamos nada. – respondeu Caspian.

— Não roubaram nada? Devemos listar os objetos que os telmarinos roubaram?

— Nossos lares.

— Nossa liberdade.

— Nossas vidas.

— Vocês nos roubaram Nárnia!

— Vocês acham que nós somos responsáveis por todos os crimes de nosso povo? – perguntou Caspian.

— Responsáveis – disse Nikabrik, se aproximando dos dois – e puníveis.

Skye tentou avançar para cima do anão, mas Caspian a segurou.

— Essa é boa vindo de você anão. – disse Ripchip, tomando a frente e se aproximando de Nikabrik – Ou já esqueceu que foi o seu povo que lutou ao lado da Feiticeira Branca?

— Eu lutaria de bom grado outra vez, se ela nos livrasse desses bárbaros. – declarou Nikabrik, recebendo uma ovação.

— Seu tolo, você nem sabe o que diz. – Skye gritou.

— Acalme-se. – ordenou Caspian baixo para a irmã.

— Eu concordo com a princesa. Sorte nossa que você não tem poder para trazê-la de volta. – interviu Caça-trufas – Ou sugere que peçamos aos dois para se voltar contra Aslam agora? Alguns de vocês esqueceram, mas nós texugos lembramos bem, que Nárnia só foi feliz quando teve no trono um Filho de Adão.

— Eles são telmarinos. Por que iríamos querê-los governando Nárnia? – perguntou Nikabrik enfurecido.

— Porque nós podemos ajuda-los. – respondeu Caspian – Além deste bosque, eu sou o príncipe, e minha irmã é a princesa. O trono telmarino é meu por direito. Ajudem-me a reclama-lo e trarei a paz entre nós.

— É verdade. – a voz grave do grande centauro se fez presente, e todos se calaram – É o momento oportuno. Eu observo os céus, porque compete a mim vigiar como a você compete não esquecer, texugo.  Tarva, o senhor da vitória, e Alambil, a senhora da paz, se encontraram no salão do firmamento. – neste momento, o centauro olhou fixamente para Caspian e Skye – E na terra, um Filho de Adão e uma Filha de Eva se apresentam, para oferecer nossa liberdade de volta.

Os pelos da nuca de Skye se eriçaram. Um silêncio se pôs sobre a clareira, até que um esquilo o quebrasse:

— Será possível? Acha mesmo que poderia haver paz? Quer dizer... Paz de verdade?

— Será que você não percebe? – desta vez, era Skye que tomava a frente. – Nós estamos reunidos apenas por um propósito.

— Dois dias atrás, – disse Caspian – não acreditava na existência de animais falantes, ou de anões, ou de centauros. Mas existem em números e força que nós, telmarinos, nunca poderíamos imaginar. Esta trompa, sendo mágica ou não, ela nos reuniu aqui. E juntos, temos a chance de retomar aquilo que é nosso.

— Se você nos guiar, – disse o centauro – então eu e os meus filhos, – ele puxou uma enorme espada, sendo seguido por todos que estavam ali – lhe oferecemos nossas espadas.

— E nós lhe oferecemos nossas vidas, sem reservas. – disse Ripchip, fazendo uma longa reverência.

— O exército de Miraz não está muito atrás de nós, senhor. – disse Caça-trufas, se aproximando de Caspian.

— Se quisermos nos preparar, temos que nos apressar para achar soldados e armas. – proferiu Caspian – Eu sei que estarão aqui logo.

Para Skye, aquela estava sendo a época mais feliz de sua vida, e estava apenas começando.

[...]

Após a grande reunião, os centauros contaram à Caspian que a melhor coisa que eles deveriam fazer agora, era ir até o monte de Aslam. Ele concordou, mas achou melhor todos descansarem e esperarem até a manhã.

Porém, um grupo de narnianos partiu ao final da noite para o Rio Beruna, onde um esquilo havia dito que Miraz estava construindo uma ponte.

Caspian sabia que o tio iria supervisionar a construção e era óbvio que levaria armas. Então, Ripchip e seu pequeno exército de ratos, alguns centauros, minotauros e faunos, partiram na calada da noite, com o intuito de roubar armas do acampamento telmarino. O grupo tinha ordens para levar as armas diretamente para o Monte.

Nem Caspian, nem Skye conseguiram dormir, por isso resolveram caminhar ao redor da clareira. Rapidamente amanheceu, e os narnianos foram acordando aos poucos. O grupo que havia partido pela noite, voltou à clareira muito cedo, e contou-lhes que conseguiram um grande número de armas, e que os telmarinos nem perceberam a sua presença. Eles deixaram tudo no Monte e finalmente voltaram à clareira para acompanhar o resto do grupo.

Caspian decidiu que em algumas horas eles partiriam para o Monte. Alguns narnianos começaram a caminhar pela clareira e outros apenas ficavam onde estavam, conversando uns com os outros.

Skye e Caspian voltaram a caminhar por alguns longos minutos, e quando já estavam prestes a voltar para a clareira, Skye viu algo. Atrás de uma moita, um garoto com provavelmente a mesma idade de Caspian e uma garotinha se escondiam de um dos minotauros. Eles estavam de costas para onde Caspian e Skye estavam.

— Vá chamar os outros. – ordenou Caspian puxando sua espada.

— Eu creio que eles não sejam perigosos o bastante para ter que alerta todos. – disse Skye analisando os dois. – Quer dizer, olha só para eles!

— Temos que desconfiar de todos. Apenas faça o que eu pedi.

Skye entendeu o que ele quis dizer. Aqueles dois poderiam ser espiões, ou pior. Por isso, não mediu esforços e foi até a clareira, com a espada em mãos. Chegando lá, ela explicou o que eles viram e todos foram até onde ela havia deixado Caspian.

Lá, Caspian apontava a espada para o garoto. A menina estava um pouco mais afastada. Skye se aproximou do desconhecido, também apontando sua espada para ele.

— Príncipe Caspian? – o garoto perguntou, olhando bem para o rosto de seu adversário – E você deve ser a Princesa Skye.

— Sim, mas quem são vocês?- perguntou Caspian, ainda apontando a espada para o desconhecido.

— Pedro! – uma garota chegava acompanhada de outro garoto e um anão. Skye lembrava-se de ter visto aquele anão antes de desmaiar na noite em que fugiu do castelo. Então após analisar rapidamente o pequeno grupo, Skye entendeu tudo.

— São eles, Caspian! – a garota abaixou a espada aos poucos.

— Grande Rei Pedro. – proferiu Caspian.

— Eu creio que nos chamou. – disse Pedro.

— Chamei, mas... Pensei que fosse mais velho.

— Se preferir, podemos voltar daqui alguns anos. – falou Pedro se afastando.

— Não... Não é isso. É que não são bem o que esperava. – disse Caspian, cauteloso.

O Príncipe analisou os quatro, dando uma atenção maior à garota mais velha, que ele sabia que era a Rainha Susana. Skye não deixou aquele olhar passar despercebido, e apenas segurou o riso.

— E nem vocês. – disse o outro garoto, que Skye subentendeu que era Rei Edmundo.

Ele olhou para os presentes ali, e finalmente parou seus olhos na estranha garota com a espada. Seu vestido ia até os joelhos, e ela tinha um ar risonho, como se estivesse extremamente feliz. Mas não fora isso que puxou a atenção de Edmundo. Os olhos azuis da garota tinha algo de diferente, ele apenas não sabia o que lhe chamara tanto atenção neles.

Os quatro Reis e Rainhas sabiam que aquela era Princesa Skye, pois Trumpkin, o anão que estava com eles, contou-lhes que Caspian tinha uma irmã.

Edmundo então percebeu que encarara muito a garota, no momento em que ela erguera as sobrancelhas e sorrira em deboche na direção dele, e fazendo com que o mesmo desviasse o olhar rapidamente.

Skye continuou sorrindo, e voltou a prestar atenção quando Caça-trufas disse:

— Um inimigo comum, une até os inimigos mais antigos. – respondeu Caça-trufas.

— Aguardávamos ansiosamente o seu retorno, soberano. – falou Ripchip, se referindo a Pedro – Nossos corações e espadas então ao seu dispor.

— Olha só, ele é tão fofinho. – a Rainha Lucia, sussurrou para Rainha Susana.

— Quem disse isso? – perguntou Ripchip, puxando a espada.

— Desculpa. – disse Lucia.

— Ah... hum... Majestade, com todo o respeito, eu acredito que glorioso, garboso, ou galante seriam adjetivos melhores para um cavaleiro de Nárnia.

— Mas nós temos que admitir, você é realmente muito fofinho. – debochou Skye, fazendo Lúcia rir baixinho.

— Se isso for para a sua felicidade majestade, eu não me oponho. – reverenciou Ripchip.

— Bem, pelo menos alguns sabem empunhar uma espada. – falou Pedro.

— Certamente, e há pouco tempo consegui juntar algumas armas para o seu exército, senhor. – respondeu Ripchip.

— Ótimo, porque precisaremos de todas as armas.

— Sendo assim, é provável que queira a sua de volta. – disse Caspian, erguendo a espada que era de Pedro. Aquilo daria em uma rivalidade, Skye sentia isso.

Pedro puxou sua espada e a colocou de volta na bainha. Após este acontecido, eles seguiram até a clareira e Caspian apresentou-lhes o exército e também sua irmã.

— Esta é minha irmã, Princesa Skye.

— Só Skye. – a garota disse fazendo uma leve reverência.

Após as devidas apresentações, Caspian, Pedro e Edmundo foram conversar com o exército, deixando as três garotas sozinhas.

Susana certamente não gostara do estado que o vestido de Skye estava, pois a garota percebera que ela olhava torto para o corte malfeito do vestido.

— Eles não são feitos para correr.

— O que disse? – perguntou Susana.

— Os vestidos, eles não são feitos para correr. Por isso o corte. – Skye apontou para as vestes.

— Eu gostaria de poder fazer um corte no meu também. – disse Lúcia. – Mas não é coisa que uma Rainha se faça.

— Eu realmente espero não me tornar Rainha. – brincou Skye. – Ainda bem que Caspian é o primogênito.

— Talvez você seja Rainha. – declarou Susana. – Olhe para nós. Todos os quatro são Reis.

— Talvez sim. Mas eu acho que eu não saberia me portar como tal, quer dizer, olha só para as minhas vestes.

— Nós podemos te ensinar. – brincou Lúcia.

— Eu adoraria. – disse Skye rindo.

A partir daí, elas conversaram sobre várias coisas, e pode se dizer que as três viraram amigas.

Caspian então resolveu que estava na hora de partirem dali, por isso em pouco tempo todos estavam seguindo para o Monte de Aslam.

Skye caminhava ao lado do irmão, que parecia um pouco distraído.

— Ela é muito bonita.

— O que? – perguntou Caspian.

— Susana. Sem dizer que é uma garota normal, que gosta de vestidos. – disse Skye, falando um pouco mais baixo, para que apenas o irmão a escutasse.

— Eu não sei do que você está falando. Mas já que você insiste em tocar no assunto, que tal falarmos do jeito que o Rei Edmundo te olhou? – debochou Caspian.

— Você está imaginado coisas. – declarou Skye, saindo de perto dele e seguindo até onde Susana estava acompanhada de Edmundo.

— Estávamos justamente falando de você. – disse Susana sorridente.

— Verdade? E o que diziam? – perguntou Skye.

— Estávamos imaginando quantos anos de diferença existe entre você e Caspian. – respondeu Edmundo um pouco tímido.

— Ok. Estou ansiosa para saber suas apostas.

Susana e Edmundo se entreolharam rapidamente e então se puseram a pensar.

— Eu acho que são cinco anos de diferença. – prosseguiu Susana.

— Eu pareço tão jovem assim? – riu Skye.

— Um pouco talvez. Então eu errei? – perguntou Susana.

— Errou feio. Mas e você?

— Eu? Ah, eu acho que deve ser... uns três anos de diferença. – declarou Edmundo.

— Tem certeza? – perguntou Skye sorrindo.

Algo no sorriso dela deixara Edmundo um pouco bobo, e apenas após alguns segundos ele disse:

— Sim, eu tenho.

— Três anos. Está certo.

— É, você tem cara de ser três anos mais nova.

Os dois entraram numa longa conversa, e esqueceram-se da existência de Susana, que após observar os dois com um sorriso sugestivo se afastou devagar, indo até Lúcia.

De uma coisa Susana sabia, a partir daquele momento, algo estava florescendo entre os dois.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar o que acharam, ou alguma crítica hein! Todo comentário é bem vindo.
Bjks e até o próximo capítulo.