Doce Rendição escrita por NutellaCruz, Mrs Fox


Capítulo 25
Retorno a Vila e Serenidade


Notas iniciais do capítulo

[Lee] ooooi a todos (:
Cap mais tranquilo para vocês hahah espero que gostem, esse feito pela Mari e eu (x
Acalmem-se porque proximo cap será narração do Sasuke e as coisas se esclarecerão haaha

Perdoem os erros e boa leitura (:

bejoooow ;*



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Paredes verde claro, uma cortina balançando preguiçosamente com o vento, uma cama estreita e confortável, bips se repetindo em intervalos regulares e aquele cheiro característico de ambiente limpo e esterilizado. Eu estava em casa. Virei a cabeça lentamente, a mascara de oxigênio presa ao meu rosto atrapalhava qualquer movimento brusco, notei uma figura se mexendo na sala verificado cada aparelho, dei um tempo para minha visão se acostumar até conseguir distinguir o curto cabelo preto.

– S-shizune? - minha voz saiu abafa e fraca, não saberia dizer se por fraqueza minha ou pela minha garganta seca.

– Boa noite Sakura, como está se sentindo? - um sorriso doce tomou seu rosto, senti um afago em meus cabelos mas sua aproximação assustou-me, fazendo com que eu me encolhesse na cama.

– Por quanto tempo eu dormir?

– Tsunade-sama preferiu te manter sedada por uns dias até seu corpo se recuperar totalmente, já faz cinco dias que você está dormindo Sakura.

Pisquei atordoada, sentia como se tivesse perdida no tempo, não tinha a mínima noção de quando tempo tinha passado presa, quantos dias ou horas no meio daquelas sensações horríveis. Tentei me lembrar depois que Sasuke-kun apareceu, mas nada vinha em minha mente, as três figuras paradas com expressões que iam do espanto a fúria e meu pedido a Sasuke-kun era a última coisa que se fixou na minha mente antes de se transformar num completo borrão.

– Sasuke-kun, Hinata… como todos estão? - tentei me sentar, mas tive meus ombros empurrados, evitando qualquer avanço.

– Calma Sakura, estão todos muito bem e preocupados com você pelo estado que te encontraram, mas estão bem. - suspirei me encostando da maneira mais confortável possível.

– E-eu estava tão ruim assim Shizune? - minha voz estava fraca, denunciando o quanto eu temia a resposta.

– Seu estado era debilitado Sakura, pela forma que Sasuke-san descreveu como você estava quando a encontrou não entendo como você foi capaz de se curar. Você estava machucada e cansada, tinha perdido muito sangue e estava com queimaduras em várias partes, haviam lesões internas e externas por todo seu corpo, entretanto nenhuma representava um grande risco a sua vida.

– A técnica que aprendi com Hiroaki para a minha sessão de cura... consegui usar novamente para me curar durante a… - minha boca tremeu, neguei-me a continuar a frase.

– Não se preocupe, agora está tudo bem. - ela trocava o soro, injetando logo em seguida um remédio para dor - Sasuke-san tem passado todos esses dias no hospital, dessa vez nem mesmo ele conseguiu esconder o desespero que sentiu pelo o que aconteceu com você, Tsunade-sama teve que praticamente expulsá-lo do hospital algumas horas atrás pra que ele fosse para casa descansar. - a forma como ela me olhava me constrangeu, senti que se pudesse me ver, notaria o brilho avermelhado nas minhas bochechas.

– Tsunade-shisou foi muito dura com ele? - perguntei curiosa, tentando montar a cena em minha cabeça.

– Basicamente ela ficou gritando que ele deveria cuidar mais de si, zombou dizendo que se ele gostava tanto de hospitais deveria ter treinado para ser um ninja médico e ainda falou que mais dois dias dentro desse quarto e se tornaria objeto de decoração. - um risinho escapou dos lábios de Shizune, que parecia se divertir com a lembrança - Nada disso funcionou, ele se manteve sentado do mesmo jeito na poltrona de olhos fechados sem dizer nada, só quando Tsunade-sama disse que sua medicação seria retirada e você se assustaria ao acordar e ver o estado de mendigo dele que o Sasuke-san aceitou ir embora, mas antes exigiu que fosse chamado assim que você acordasse.

Definitivamente eu estava vermelha, praticamente podia sentir minha face queimando rubra e agradeci que a máscara de oxigênio estivesse cobrindo parte do meu rosto. Minha companheira de ensinamentos voltou a ajustar as máquinas e sabia que aquela era sua forma de me dar espaço para absorver a informação. Sabia que Sasuke-kun se preocupava com meu bem estar, ele tinha deixado bem claro a importância que eu possuía para ele, porém saber que Uchiha Sasuke fora aberto em demonstra isso era algo novo. Novo e incrivelmente acolhedor.

–Coloquei um remédio no balão de gás, daqui quinze minutos você pode tirar a máscara de oxigênio, acha que consegue fazer isso sozinha? - balancei minha cabeça positivamente, talvez mais por mania de independência do que realmente conseguir fazê-lo. - Ótimo, irei mandar uma mensagem imediatamente para Sasuke-san avisando que você acordou, boa noite Sakura.

Seu sorriso com a última frase não fora debochado ou provocativo, Shizune estava feliz por mim, e de alguma forma, eu conseguia ficar também. Assim que ela saiu do quarto me agitei, a felicidade inicial por saber da preocupação do Sasuke-kun virou medo por sua reação, ainda me lembrava do quão alterado ele tinha ficado da outra vez quando chegara da missão e me encontrou no hospital. Quando a porta se abriu revelando a figura grande que passava olhei diretamente para o relógio pendurado na parede. Não fazia nem dez minutos que Shizune tinha ido embora.

Ele cheirava bem, seu cabelo ainda estava um pouco molhado e sua pele lisinha me dizia que tinha feito a barba a pouco tempo. Seus olhos negros não paravam de me encarar, analisando cada parte de meu corpo como se averiguasse se tudo estava em seu devido lugar, conforme se aproximou pude perceber linhas em seu rosto, elas que eu tinha aprendido que significavam cansaço. Silencioso ele puxou a poltrona até colocá-la do meu lado, sentou-se cruzando as mãos para apoiar o queixo, assim como fazia na infância.

– Não fazem dez minutos que Shizune foi te chamar. - comentei curiosa sobre sua agilidade, já que não estava ofegante.

– Eu estava na recepção à um tempo.

Ficamos calados nos encarando, eu não sabia o que dizer, por isso preferi manter meus olhos nos ponteiros do relógio.

– Por que você sempre tem que me fazer ficar preocupado? - agradeci quando notei que não havia raiva em sua voz.

– Me desculpe Sasuke-kun, eu tinha que fazer aquilo. - minha voz abafada pela máscara só me irritava, me fazendo amaldiçoar o relógio por não ir mais rápido. - Eles iam pegar a Hinata e ela…

– Está grávida. - completou monótono - Vocês deviam ter me contado, como líder da missão eu deveria ter sido comunicado primeiro, para então poder tomar uma decisão.

– Sasuke-kun, eu não poderia obriga-lá a dar uma notícia tão importante assim no meio de uma missão, ainda mais porque Naruto quem deveria ser o primeiro a saber. - justifiquei-me. - Além do mais ela não queria atrapalhar a missão.

– Mas de nada adiantou, já que depois que ela acordou do seu desmaio induzido falou aos prantos o porquê de você ter entrado no lugar dela. - um suspiro cansado saiu de sua boca - Se você tivesse me contado nada daquilo teria acontecido, foram dias até te encontrar Sakura, tudo isso por conta que vocês escolheram permanecer em uma batalha que eu poderia ter lidado sozinho com tranquilidade, ao invés de se esconderem.

Eu me sentia pequena, nada de gritos, palavras severas ou olhares duros, aquela postura calma e explicativa fazia com que me sentisse uma criança travessa e inocente, a qual de tão cansada com as escolhas imaturas, o pai desistira de brigar. Sem saber como o responder voltei meus olhos para o relógio, vendo que poderia tirar a máscara, com dificuldade levantei meus braços até o rosto, mas meu corpo ainda mole não ajudava, sem dizer nada Sasuke-kun levantou delicadamente minha cabeça tirando a máscara com facilidade do meu rosto. Sorri grata por seu cuidado, pousando minha mão sobre a sua que apoiava novamente minha cabeça sobre o travesseiro, ele não a afastou, mantendo seus dedos entre os meus.

– Você parece cansado. - sussurrei encarando seus profundos olhos negros.

– Não estou cansado, - sua voz saiu irritada e acabei sorrindo imaginando um Sasuke emburrado quando criança - na verdade estou sim, cansado de ter que te ver numa cama de hospital por esconder algo de mim.

– Sasuke-kun, não fale assim, eu fiz com a melhor das intenções. - puxei sua mão para minha boca, beijando a ponta de cada dedo seu, meu gesto pareceu desarmá-lo, relaxando na poltrona.

– Por que tão teimosa? Teimosa e irritante. - sorri ao ouvir o velho apelido. - Eu só quero ter certeza de que você está bem, me deixa cuidar de você enquanto eu viver.

Fiquei sem palavras para responder, seu olhar era tão escuro e tão profundo que só aumentavam a intensidade das palavras sussurradas, a forma como me encarava era tão viciante e atrativa que me deixou sem voz, mas principalmente sem conseguir raciocinar ao que me pareceu ser quase um pergunta. Seus olhos firmes brilhavam de um jeito estranho, pareciam ter uma expectativa em cima de mim, mas nosso contato foi quebrado assim que uma massa laranja invadiu o quarto, correndo em minha direção.

– Sakura-chan, vim assim que soube que você acordou! - ele me puxou para um abraço, sem se importar com o fios ligados a mim - Arigatou! Arigatou, por proteger a minha família.

Sasuke-kun pareceu desistir de tirar Naruto de cima de mim ao ouvir essas palavras, meio fraca consegui retribuir seu abraço dando leves tapinhas em suas costas.

– Não precisa me agradecer Naruto.

– Preciso sim, depois de tudo que você passou… Me desculpe por ter feito isso com você Sakura-chan, mas não se preocupe, aquele canalha não vai escapar do julgamento.

Aquela frase fez meu corpo congelar, olhei para Sasuke-kun buscando alguma explicação.

– Como assim julgamento? Por que ele não está morto? - perguntei atônica e instintivamente meu corpo vacilou segurando firmemente nas mãos o lençol abaixo de mim. – Pedi que o matasse Sasuke-kun.

– E é o que teria feito, mas surgiram alguns empecilhos e ele está na vila agora. – relatou Sasuke-kun ligeiramente intrigado com minha reação.

– Acalme-se Sakura-chan! Farei de tudo para que ele pague pelo que fez. – assegurou Naruto me olhando confiante.

– Não é suficiente ele simplesmente morrer. – comentei e desviei meu olhar dos dois que estavam de pé ao meu lado me encarando e estranhando meu comportamento hostil e afrontoso. – Deixe-me interrogá-lo Naruto. – pedi quase como uma ordem voltando a olhar para ele que provavelmente via em meus olhos a importância do pedido junto a minha aflição.

– Está bem Sakura-chan, é o mínimo que posso fazer por você. – respondeu Naruto após um tempo ponderando. – Apesar de imaginar que você tenha algumas informações para complementar a história que Hinata-chan ouviu de Hyuuga Hayato, pois Yudi não falou nada a respeito de si.

– Sim, – comecei a falar olhando para minhas mãos em meu colo. – No tempo que fiquei lá tentei ganhar tempo até Sasuke-kun e os outros chegarem e com isso tirei informações dele, ele não vacilou ao me contar pois achou que me mataria.

– Para que ele queria os doujutsus Sakura-chan? Sinto muito por ter que lhe perguntar isso agora, mas preciso dar andamento ao julgamento dele o mais rápido e como você ficou sedada por vários dias... – explicou Naruto.

– Entendo. Faça o que for preciso. – falei mantendo o olhar em meu amigo loiro. – Ele é um contrabandista de armas que se juntou a Hayato para conseguir doujutsus achando que assim teriam uma enorme vantagem e seriam invencíveis. Ele tinha grande interesse em invadir Konoha atrás de armas e de o que mais pudesse pegar, sem falar na quantidade de doujutsus que se tem aqui, para isso ele precisava de Hayato, que fornecia informações da vila para ele. Porém Hayato não tinha informações secretas da vila e foi então que tentou me fazer contar. – terminei sem poder continuar mais. Naruto pareceu entender.

– Está tudo bem agora Sakura-chan. Obrigada pelas informações, com isso poderei iniciar o procedimento do julgamento dele. – agradeceu Naruto com uma voz baixa e tranquilizadora, bem diferente de seu habitual hiperativo. Ele pegou minha mão em sua e acariciou num gesto de irmandade, cumplicidade e agradecimento. Aquele sorriso caloroso e largo que somente ele possuía apareceu e não pude evitar sorrir de volta. – Arigatou Sakura-chan, e agora por favor descanse! – pediu e após isso saiu da sala, mas não antes de repousar brevemente a mão no ombro de Sasuke-kun que havia voltado a se sentar na poltrona ao meu lado.

– Você ouviu Sakura. Descanse! – declarou Sasuke-kun me olhando atentamente e eu nada respondi, apenas o olhei por um tempo e me virei para olhar a janela mergulhando em pensamentos sobre tudo que havia acontecido.

Só de ouvir o nome de Yudi meu corpo todo tremia e vacilava, me lembrava de cada segundo que passei com ele naquele lugar e isso me atormentava de um modo inexplicável. Eu me sentia impotente e fraca, assim como quando eu era criança. Sentia medo e uma necessidade estranha de ser protegida como não sentia a anos. Queria ir pra casa e não sair de lá por um bom tempo, parecia que algo poderia me atingir a qualquer momento.

Ao mesmo tempo que tudo isso se passava em minha cabeça e meu corpo reagia de forma negativa em resposta, eu pensava na dor que ele me causou e isso me dava uma vontade incontrolável de revidar. Eu não recuarei dessa vez, eu não sou fraca e eu provaria isso a ele ao interrogá-lo. De um jeito ou de outro ele pagaria pelo que me fez.

Com esses pensamentos lágrimas se formavam e embaçavam a visão da noite tranquila que me era proporcionada pela janela. As lágrimas ameaçavam transbordar pelo meu rosto mas me conti ao lembrar que Sasuke-kun permanecia sentado ao meu lado, eu não queria novamente fraquejar em sua frente, já havia o decepcionado muito e eu me martirizava por isso também. Ele estava certo, sempre estava. Eu devia ter lhe contado, aliás se estamos juntos agora temos que confiar um no outro e eu sinto muito por ter sido justo eu a quebrar essa regra. Talvez tudo pudesse ter sido evitado se eu tivesse confiado a ele o segredo de Hinata, mas agi por instinto e não pensei nas consequências. Pelo menos tudo serviu para nos aproximar mais.

Voltei meu rosto para olhá-lo e ele estava de olhos fechados, creio que descansando. Sabendo que ele não veria, permiti uma lagrima escapar e rolar livremente pelo meu rosto com uma promessa silenciosa de que jamais o decepcionaria novamente com algo desse tipo.

Peguei sua mão na minha e entrelacei meus dedos com os seus, ele não se moveu e sorri internamente, apesar disso eu sabia que ele estava acordado.

– Perdoe-me por tudo Sasuke-kun. – sussurrei extremamente baixo, como se fosse mais para mim do que pra ele, tive uma necessidade de lhe pedir desculpas dessa vez. Ele nada fez, não abriu os olhos ou realizou qualquer outro movimento, mas antes que eu adormecesse posso jurar que vi um sorriso mínimo se formar em seus belos lábios.


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Notas finais do capítulo

[Mariana] Olá pessoal, espero que tenham gostado do cap, eu tô meio adoentada (sendo mais clara eu tô quase tossindo meu próprio pulmão pra fora do meu corpo pela boca) então espero que isso tenha saído bom. Xau bjs, e até domingo! :D