Ajeitei um pouco a barra do vestido e encarei o espelho a minha frente. Sandália de salto preta e um vestido preto, uma sombra clarinha e um glos nos lábios, lapiz de olho preto e pronto. Eu estava “ótima”. Pronta para a festa em homenagem ao senhor Salvatore.

_ Você está linda!

Ouvi alguém falar de algum lugar do quarto, olhei para o lado e encontrei Damon na porta com um terno preto e uma gravata cinza aberta.

_ Você também não esta nada mal – dei um sorriso triste – quer que eu arrume a gravata? – perguntei enquanto via ele caminhando até mim.

_ Por favor – ele disse tentando sorrir mas não estava conseguindo.

Peguei a gravata entre os dedos e comecei a dar o nó, enquanto fazia isso pude ver pelo canto dooalho que ele me encarava, sei que fiquei vermelha na hora e senti minhas bochechas esquentarem. Terminei o nó da gravata e olhei para ele, que ainda me encarava.

_ Esta pronta para isso? – ele perguntou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

_ Não, mas é preciso – dei um sorriso a ele.

Ele tentou sorrir mas tudo que conseguiu foi olhar para cima, como se tentasse controlar as lagrimas e logo depois olhou para mim novamente, com aqueles lindos olhos azuis. Azuis iguais o da sua mãe que eu tive o (Des)prazer de conhecer mais cedo.

Sai do quarto apressada, sabia que a família Salvatore chegaria hoje e estava ansiosa para conhecer as pessoas que o Senhor Salvatore falava tão bem. Acabei esbarrando em alguém no corredor e já estava fazendo uma lista mental dos nomes que poderia chamar o Damon quando percebi que não era ele quem estava ali e sim um loiro de olhos verdes.

_ Desculpe! – ele disse enquanto me olhava e sorria.

_ Tudo bem – sorri.

_ Eu sou Stefan Salvatore, você é a ...?

Então ele era irmão do Damon. Eu nunca iria conseguir adivinhar, eles eram muito diferente.

_ Elena Gilbert – respondi sorrindo.

Ele arregalou os olhos por um segundo e logo depois sorri, mas não era um sorriso verdadeiro como o outro, era como se ele fosse obrigado a sorrir.

_ bom Elena eu tenho que ir deixar as malas no quarto, mas esta todo mundo na cozinha – ele falou e só então percebi que as malas dele estavam ali.

_ Ah, ok. Eu vou la então- disse virando as costas e seguindo pelo corredor.

Antes de chegar na cozinha, no corredor mesmo já dava para ouvir as gargalhadas que vinham de lá. Assim que entrei pude ver Damon sentando a mesa comendo, a Sra. Salvatore em pé perto do balcão e o Sr.Salvatore de costas pegando algo na geladeira.

_ Bom dia – eu disse sorrindo.

Damon apenas levantou o olhar enquanto sua mãe vinha até mim.

_ Bom dia querida, Elena não é? – ela perguntou com uma pontada de sarcasmo na voz.

_ Sim senhora!

_ Pode me chamar de Lilyan. Adorei as suas roupas, comprou onde? Paris, Milão? – ela disse cínica, provavelmente tentando me deixa constrangida, e tinha conseguido!

_ Lily vai deixar a garota envergonhada pra com isso – o Sr.Salvatore disse enquanto se virava, mas sua voz era repleta de ironia. Provavelmente ele também diria algo constrangedor, mas assim que seus olhos me encontraram ele arregalou os olhos, pasmo. Então sorriu e veio até o lado da esposa – Joseph Salvatore – ele estendeu a mão.

_ É um prazer Sr. Salvatore- estendi a minha mão e apertei a sua.

_ O prazer e todo meu querida. E por favor, Joseph só Joseph – ele sorriu.

Lilyan olhou para ele que se a qualquer momento pudesse pular em sua garganta e o estrangular.

_ Bom, eu já vou indo – eu disse me virando para sair da cozinha.

_ Não vai tomar café? – ouvi a voz do Sr.Salvatore atrás de mim.

_ Não, eu tomo no caminho. Tenho que buscar meu vestido.

Eu disse saindo da cozinha, não sem antes escutar Lilyan falar algo como “Já vai tarde”

_ Vai com quem? – Damon me perguntou, se virando pro espelho e ajeitando melhor a gravata no pescoço.

_ Com a Caroline, ela vai passar aqui. E se você desfazer o nó eu não vou dar outro! – avisei assim que vi ele sacudindo a gravata de um lado pro outro.

_ Odeio gravatas – ele explico se virando para mim – não vai colocar nenhum cordão? – ele disse, olhando para o meu pescoço nu.

_ vou, mas vou precisar que você coloque pra mim – avisei enquanto andava até a cômoda e pegava a caixinha com o cordão.

Cheguei até o espelho e entreguei o cordão a Damon que o pegou e olhou para mim imediatamente.

_ É o cordão da minha avó! – ele disse, com um olhar acusador.

_ É, ela me deu antes de ir embora – ele continuou me olhando sério – Que foi? Não esta pensando que eu roubei esta? Eu não faria isso! – eu disse, me exaltando.

Ele revirou os olhos e veio atrás de mim, colocando o cordão. Ele colocou e ficou quieto atrás de mim, olhando para o espelho igualmente a mim, admirando o cordão.

_ Me desculpa – ele murmurou atrás de mim e eu me virei para trás assustada. Em que mundo Damon Salvatore pedia desculpas? – Me desculpa –ele repetiu – É que eu mal te conheço, meu avô acabou de morrer e tudo é novo pra mim – ele disse e pela primeira vez eu acreditei nele. Ele estava com um olhar tão perdido.

Eu não sabia o que fazer mas velo assim já estava me deixando mal, então eu o abracei. Ele ficou surpreso no inicio mas logo depois retribuiu o abraço.

_ Tudo bem Damon. Quem confiaria em uma desconhecida? Eu não! – eu disse enquanto saia do abraço.

Estávamos muito perto um do outro, eu podia sentir sua respiração em meu rosto. Eu estava encarando seus olhos e ele encarando minha boca. Ele foi chegando mais perto, e mais perto, e mais perto até que nossos lábios se tocaram.

(ignorem o fundo)

O beijo –que na verdade foi um selinho- não demorou muito e logo nós nos encarávamos perdidos.

_ Acho que eu já vou – ele disse olhando para a minha boca e logo depois passando a mão nos cabelos.

_ Te vejo na festa – eu disse me virando para o espelho sem mais vontade de encara-lo.

Pelo reflexo do espelho pude ver ele se afastar e ir ate a porta.

POV’Damon

Eu tinha acabado de a beijar. Eu tinha acabado de beijar Elena Gilbert!

Sai do quarto meio perdido, sem saber o que fazer. Eu definitivamente não poderia ter a beijado! Esfreguei as mãos no cabelo em nervosismo enquanto lembrava do que aconteceu mais cedo assim que a Elena saiu da cozinha.

_ Já vai tarde! – minha mãe disse com certa raiva na voz.

_ Querida – meu pai disse enquanto pegava em seu braço mas ela tirou suas mãos de lá rapidamente.

_ Querida uma ova! Vai ficar dando trela pra Gilbert agora é Joseph? – ela perguntou com raiva se virando pra ele.

_ Claro que não Lilyan! De onde tirou isso? – ele perguntou arregalando os olhos e passando as mão nos cabelos.

_ “O prazer é todo meu” – ela repetiu a fala dele revirando os olhos – preciso te lembrar quem é essa menina?

_ A garota que também herdou a mansão? – ele perguntou.

_ A amante do seu pai seu idiota! – ela esbravejou pra cima dele – E nem pense que pode me fazer de corna com ela! Primeiro seu pai e agora você? – ela disse tentando manter seu tom de voz.

_ Eu não quero nada com ela Lilyan! Ela é só uma adolescente. – ele justificou e minha mãe ficou mais possessa ainda.

_ Sempre soube que seu pai gostava de novinhas – ela disse em descaso.

_ Olha como fala do meu pai! – meu pai disse perdendo toda a raiva.

_ Ah nem vem Salvatore, você sabe que é verdade. Primeiro seu pai e depois você? Só falta o Damon agora querer ficar com a garota! – ela disse alto e apontando pra mim. Arregalei os olhos assim que vi que ela estava me colocando no meio da discussão.

Me encostei na parede com a mão nas têmporas. Minha mãe tinha razão, primeiro meu avo, depois meu pai e agora eu. Qual era a maldição dessa garota? Eu não podia ceder aos encantos dessa garota. Não podia e não devia! Não podia causar mais esse desgosto para a minha família. Ser amante de um só Salvatore já era o bastante para ela. Eu não iria mais me envolver com ela. A partir de agora Elena Gilbert foi só mais uma na minha lista!

Para perdoar, esquecer, seguir em frente
Porque nós temos

Uma vida para viver
Um amor para dar
Uma chance de evitar a queda
Um coração pra partir
Uma alma para nós levar
Não para nos abandonar
Apenas uma...

Continua...?