Estamos no mesmo time escrita por MisakiLisa


Capítulo 4
Episódio 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela super demora, mas eu tinha muita coisa para fazer, e estou sem internet, então dificulta um pouco atualizar a fic.



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PoV Paulo

Estava eu, dentro de minha sala onde reinava o conforto, e eu gostava disso. Sem ninguém para discutir, reclamar, indagar coisas sem fundamentos. Pego um cigarro; só aquilo conseguia me acalmar, e vou direto para a janela. A vista era boa e certeira, dava para observar o campo de treinamento do Roxo. Ás vezes observava o modo como agiam. Eram ridículos. Me dava vontade de ir lá e mostrar um líder de verdade. Mas aquela garota, Alícia, não parecia ser tão fraca, seu jeito era diferente, me lembra quando eu cheguei aqui.

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“Me lembro como se você hoje. O rosto do garoto, aquele era o líder? Estava mais inseguro que qualquer novata confusa. Ele desviava o olhar a todo momento, parecia que o olhar curioso dos novatos não o fazia bem, suas mãos suavam e seu rosto, não agradava a ninguém. Eu o olhava com a enorme vontade de lhe dá um tiro, até que não aguentando mais o longo discurso eu caminho para a saída, mas ouço uma gritaria e olho para trás, o líder tinha desmaiado.

–Alguém chama um médico, parece ser grave –Um garoto diz preocupado, vejo um grupo saindo correndo pela porta, eu escoro na parede olhando a multidão.

–Eu acabei de ligar para Olívia, uns minutos eles já estão aqui –O garoto reage e cospe sangue, deixando todos ainda mais preocupados. De repente uma moça aparece abrindo caminhos até chegar no garoto, ela o abraça e chora.

–Saiba que eu sempre estarei aqui, mesmo que o destino seja tão cruel ao ponto de nós separar. Não se vá, por favor, fique mais um pouco... –Seus olhos estavam abertos agora, ele fala algo tão baixo para a mulher que nem os mais próximos conseguiram escutar.

Parece que seu imploro não havia dado certo, o garoto fecha os olhos para nunca mais abri-los.

–Parece que precisamos de um novo líder –Eu falo aparentemente inocente, pensei que ninguém iria escutar, alguns que se viraram para mim, me olham indignados, reprovando meu comentário.

–Você não tem sentimentos não? –Uma garota passa por mim, falando baixo para que só eu a escuta-se, eu respondo no mesmo tom.

–Achei que fossem realistas –Não estava afim de discutir. Aquilo estava me trazendo tédio, então resolvo sair, procurando um lugar bom para me acomodar.

Já nos quartos arrumo minhas coisas e me deito. A gritaria sobre o defunto, não havia terminado, então resolvo ouvir música. Fecho os olhos, estava preste a adormecer, quando um rapaz entra apressado, e para na minha frente.

–Será que tem como eu dormir um pouco?!–Falo sem educação, não gostava quando alguém interrompia o meu sono.

–Você que é o Paulo Guerra? –O garoto falava com dificuldade, parecia ter corrido uma maratona.

–Sou eu sim, o que foi? –Falo ainda deitado e com olhos fechados.

–Você é o novo líder”

–-

Estava viajando em meus pensamentos, quando Davi entra me despertando deles, largo o cigarro no chão e piso em cima, para que ele não percebe-se que estava fumando.

–Quantas vezes tenho que dizer para bater na porta –Ás vezes as pessoas me pegavam fumando, bebendo, ou coisa do tipo. Sempre que isso acontecia, eles sabiam que algo de errado estava acontecendo, desta vez, Davi não iria saber de nada.

–É que a Laura caiu da bancada e quebrou a perna –Eu saio dali correndo, qualquer coisa que acontecesse com eles, seria minha responsabilidade; essa era a pior parte de ser líder.

Quando chego encontro Laura sendo amparada por Carmen e Maria Joaquina, os outros a olhavam.

–Desculpa Paulo, eu só estava desconcentrada, não vi o fim da bancada e cai –Ela diz e agora já estava chorando.

–Não se preocupa, vou te levar até o laboratório, lá eles cuidaram de você –Quando acontecia algo muito grave com alguém, ninguém me reconhecia, eu ficava diferente, parecia realmente me preocupar com os outros –Me encontrem na entrada da cidade, hoje tem reunião com o Roxo....

–Ok Paulo –Todos falam, enquanto saio a levando até o laboratório.

Pov Carmen

–Eu realmente queria entender o que se passa na cabeça dele –Acabo falando alto meus pensamentos e Maria ouve.

–Você está falando do Paulo? Ah...aquele garoto esconde mais segredos que um diário, nem seus melhores amigos sabe de seu passado. Se é que esses amigos ainda “existem” –Maria Joaquina diz, aquilo não saia da minha mente, e confesso, que por várias vezes, eu tentei investigar seu passado, mas parece tão obscuro, cinzas que foram jogadas ao vento, mas que um dia alguém pode achar.

–Alguns dias atrás eu comecei a investigar.

–Você ficou maluca? Porque quer saber sobre Paulo, qualquer coisa que descobrir pode ser o fim para você.

–Maria eu achei uma coisa incrível, fica ao lado da sala de Paulo, venha comigo –Apesar da resistência, Maria Joaquina me acompanhou, demos uma volta do lado do abrigo Laranja. Era tão grande que apesar de poucos passos, já estávamos cansadas. Até chegarmos ao destino.

–É aqui –A Paisagem que estava escura ia se clareando novamente, Maria Joaquina olhou para mim surpresa.

–Um Carrossel? –Ela diz e caminha até ele.

Um Carrossel? Sim, aquilo havia me chamado atenção, ele estava todo destruído, os cavalinhos enferrujados, sujos e desgastados com o tempo. Mas dava para perceber plenamente que um dia foi bastante bonito.

–Com certeza a guerra o destruiu, mas ainda sim, é lindo –Maria Joaquina falava enquanto passava suas mãos na cabeça de um cavalinho. Nele ela podia ver um reflexo se aproximando.

–Achei que iria falar que era bobagem minha –Eu digo me aproximando dela.

–Claro que não Carmen, você sabe que eu mudei, e mesmo se não tivesse, eu teria que admitir que é muito bonito –Ela faz uma pequena pausa, e continua –Será que ainda funciona?

–Ah Maria –Eu rio de seu comentário e ela me olha curiosa e também rir –Não acha que esta grande demais para um brinquedo desse.

–Nunca se é velha demais para se divertir –Novamente rio, mas ela fala séria dessa vez, o que me desperta curiosidade.

–É uma pena terem destruído –Olho para Maria, que não desgrudava os olhos do pequeno cavalinho, estava com o rosto triste. Olho para meu relógio.

–É melhor irmos, já está quase na hora da reunião –Então saímos de lá, com esperanças de poder voltar e quem saber reviver a velha infância.

–--

–Não ficou bravo por eu te me machucado? Olha só o trabalho que você está tendo comigo –Laura diz choramingando, ela esperava que a qualquer momento eu a culpa-se pelo que aconteceu.

–Não...isso já aconteceu várias vezes, sei bem como é formular táticas sem um jogador a menos –Eu digo e percebo que ela não havia gostado de ter a chamado de “jogador” –Chegamos, vou te deixar com a médica, já está na hora de me encontrar com os outros.

–Vou perder essa reunião, não tem problema?

–Não, a reunião vai ser bem rápida... –Falo e saiu da sala rumo a entrada.

–-

–Minha vontade é de ir lá e massacrar todos eles.

–Então aguenta essa sua vontade, porque você sabe muito bem que é contra regra, atacar no momento improprio –Carmen fala, e logo se vira para mim quando chego –Como a Laura está?

–Não sei direito, só a deixei lá e sai correndo até aqui –Eu digo, Carmen iria me responder, mas alguém a interrompe chamando a atenção de todos.

–Times! Que bom que todos marcaram presença, a reunião de hoje não vai ser importante, apenas para que todos vocês se conhecem, e vejam o placar –De um lado Laranja, do outro Roxo, Olívia estava no meio central.

Eu observava a todos, mas Alícia não estava lá, achei curioso. Até que vejo ela e Marcelina correndo e passando por entre as pessoas, que iam cedendo caminho para elas. Alícia fica na frente, olha para todos do Laranja, até que seus olhos se encontram com os meus, ela fecha o sorriso que tinha no rosto.

–Como sempre, venho parabenizar o Laranja por sua incrível bravura e competência. Parabéns Paulo Guerra, você está sendo um ótimo líder –Olívia fala e todos aplaudem. Por incrível que parece, Alícia também aplaudiu, fazendo com que o Roxo também o fizesse.

–Agora e a vez de todos verem a posição de vocês no placar –Ela abre o tradicional placar digital, que mostra a posição de todos, eu ainda continuava em primeiro.

Todos se surpreenderam quando observaram que outro do Roxo estava na frente, além de Jaime. Todos abraçaram Alícia, que ficava sem entender a situação, para uma novata ela estava saindo melhor do que deveria, isso era ruim...

–Bom.. Como eu tinha dito a reunião era apenas para mostrar os novos resultados, a reviravolta do Roxo, que aliás anda se saindo muito bem nos treinos –Olívia mostra um sorriso para eles, em especial, para Alícia –E agora todos podem voltar para suas casas, mas fiquem a vontade para conversarem um pouquinho... –Ela riu sínica, seu objetivo era fazer com que virássemos amigos, para as coisas se tornarem interessantes para ela...

–Eu tenho mais o que fazer, do que perder tempo com fracassados –Eu digo, me virando fazendo sinal para que todos me acompanhassem, mas Alícia grita despertando interesse em todos.

–Mesmo Paulo? Então quero ver se tem tanta coragem para estar ai como líder –Marcelina que estava do seu lado, puxa sua mão querendo a levar embora, mas Alícia continua parada olhando para mim.

–Um desafio? Interessante, pode falar o que quer – Sorri sínico para ela, que apenas fecha a cara, mas ainda me olhava.

–Fique naquela parede, e irei lançar quatro facas –Todos se viraram para mim preocupados, de certa ela teria uma mira péssima e me acertaria, mas não podia recusar, não para ela.

–Tudo bem Alícia, eu vou –Eu falo, mas Kokimoto agarra meu braço e pede para ir em meu lugar, eu balanço o braço fazendo com que ele caia no chão. Margarida estava desesperada, mas não tenta me impedir.

Encosto na parede, alguns Roxos entregam a ela uma faca, ela me encara e segura a faca com força, Margarida fecha os olhos e até o Roxo estava nervoso com a situação, eu estava calmo, até ela lançar a primeira faca. Meu coração dispara.

–Foi longe em –Digo para tentar disfarçar, o primeiro lançamento tinha sido realmente longe.

–Meu objetivo não é te acertar –Ela diz e tento rir, mas não consigo.

Ela lança a segunda faca que se aproximou ainda mais de mim, alguns já não estavam tão preocupados, outros pensavam em “sorte” e eu achei sua mira certeira.

–CHEGA, deixa eu ir no lugar do Paulo –Margarida se manifesta apreensiva, mas peço que ignore seu comentário; ela fica triste, mas eu não ligo.

–Falta apenas duas facas, já está acabando –Alícia diz sínica para Margarida, que começa a chora e sai correndo do local.

Alícia preparava a terceira lança, mas percebe que eu estava calado, ela solta a faca que estava na mão.

–Pode ir até sua namorada, eu cansei desse joguinho –Ela diz me deixando ainda mais bravo.

–Começou, agora termina –Estava em fúria, ela queria mostrar para todos os meus medos, minha insegura, mas eu não sou igual aquele defunto estúpido, que se dizia líder. Não sou.

Ela assente com a cabeça, pega a faca do chão e atira. Essa tinha sido pior que as outras, indo parar bem longe de mim. Agora era a última lança, ela beija a faca e rir, eu não entendo, sua expressão havia mudado. Ela atira e finalmente desperta o público que já não estava confiante. Meu braço estava sangrando, ela conseguiu me acertar.

–PAULO –Todos gritam e correm até mim, vou tirando com cautela a faca punhalada em meu braço. Vejo que Daniel puxa Alícia para a saída, Marcelina tenta se aproximar de mim, seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas Jaime aparece a impedindo.

–Eu to bem, pode deixar que resolvo isso sozinho.

–É melhor você ir até o laboratório ver isso, vai que o corte é profundo –Maria Joaquina fala. Sabia que durante todo esse tempo nunca fui ao laboratório para me tratar e tenho meus motivos.

–Não se mete, eu cuido disso, agora podem ir embora, to mandando –Começo a gritar com eles, só assim para que me obedecessem.

–Precisando de ajuda, estamos aqui líder –Kokimoto fala tentando desviar o olhar do corte, realmente estava feio.

–Vão logo, ainda tem muita coisa a ser feita hoje.

–-

Chego até minha sala, pego curativos e preencho meu braço com uma fita. Resolvo pegar um cigarro, mas alguém me interrompe.

–Preciso saber, se está tudo bem com você –Fico surpreso e sem reação. Como ela consegui entrar aqui?

–Alícia?


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