Estamos no mesmo time escrita por MisakiLisa


Capítulo 2
Episódio 2


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários. Os casais eu já avia definido, apesar de muitos querer a Marcelina com o Jorge, ainda vou pensar nesse caso. Mais um capítulo (Episódio) espero que gostem! :)



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Depois de tantos abraços, elogios e mãos amigas tocando minhas mãos, finalmente pude sentar e assistir o resultado dos novatos restantes. Ao final da celebração, Olívia junto com seu parceiro Sr. Campos agradece a vinda de todos, aplaude e diz “Boa Sorte’’. Cada time se retira por uma porta.

Descia as escadas olhando os passos das pessoas em minha frente, estava feliz com o resultado. Percebo uma mão me tocando, o garoto pede licença e desce correndo pela escada, eu apenas rio. Os outros novatos apertavam as mãos as girando pelo ar, tentando se livrar do nervoso. Eu caminhava sem saber por onde ir, seguindo outros passos. De repente me vejo dentro de uma casa, que se parecia um castelo velho, mas aconchegante. Um garoto de cabelos negros, o mesmo que avia visto junto com Marcelina na arquibancada, se posiciona em um altar principal, a vista de todos.

–Um minuto de atenção, por favor. Quero lhes desejar novamente uma boa vinda. Sou Daniel Zapata, líder do time Roxo, irei orienta-los e ajuda-los quando for preciso -Ele se pronuncia quando todos se calam. Depois de se apresentar, aponta para Marcelina que se posiciona ao seu lado –E essa é minha amiga Marcelina que também sabe muito a respeito desse lugar, quando eu não estiver por perto, podem pedir suporte a ela. –Marcelina balança a cabeça positivamente e acena.

Somos guiadas para os quartos que eram separados dos garotos. Entrei em um, com o mesmo número da sala de meu teste, 16, a partir de hoje, seria meu número da sorte.

Ouvia resmungos vindos das garotas que entravam no quarto, certamente, reclamando da falta de higiene naquele lugar. O chão estava sujo, as paredes empoeiradas, mas tudo bem organizado. As camas eram arrumadas, os lençóis, por incrível que parece, eram limpos, nosso uniforme colocado em cima da cama e os quadros na parede, eram curiosos. Uma mulher deitada no chão chorando e o outro, um homem dando o único pão que restava para uma pequena garota preste a morrer.

–Chega de tanto silêncio novatos, vamos conversar sobre suas antigas vidas, como estão se sentindo?! Quais seus nomes?! –Uma garota pergunta animada, seus olhos brilhavam de alegria, seu cabelo castanho se movimentava com seus passos apressados. Soltei um sorriso.

–Sou Lúcia, estava cansada de ser centro de chacotas por ter sido traída por um idiota e agora vim parar aqui em um lugar cheio de seres estranhos que se sentem felizes por dormir em um lugar...como esse –A garota fala irônica, debochando dos quartos e do rosto animado da outra garota.

–Sou Valéria Ferreira, e estou muito feliz em saber que pessoas como você iram dormir neste lugar, quem sabe não aprende a ser menos fresca e reclamona–Ela diz e seguro para não rir, a garota ignora e vai até sua cama. Ela olha para mim e me abraça de lado-Não precisa segurar o riso, sempre tenho que lidar com garotas deste tipo, é um absurdo.

–Eu gostei das pinturas-Falo sem pensar, na verdade, as pinturas não saía da minha cabeça.

–Sempre achei estranhas demais, existe muitas dessas pela casa, cada uma mais misteriosa que a outra.

–Eu achei interessante, gosto de mistério.

–Então vai gostar muito daqui-Ela sorri de lado, se solta de mim e vira para todas-Garotas, sei que vocês devem estar morrendo de fome, vamos todas para o refeitório, o lanche já deve estar pronto.

As garotas desceram e eu resolvi descer mais tarde. Arrumei minhas coisas, deitei um pouco para descansar e finalmente tomei coragem para me levantar e descer. Todos ainda estavam por lá, uma garota do time Laranja esbarra em mim, quase me derrubando no chão, olhei para mesas fartas de comidas, estava com muita fome.

A sala era dividida, de um lado mesas enorme para o Roxo e do outro para o Laranja. Enquanto passava pelo corredor que os separavam, olhei para o Laranja. Eles me encaravam, até que vi aquele garoto. Ele conversava animado até perceber que estava olhando para ele, disfarço, olho para Daniel que me chamava para sentar em sua mesa.

–Gente queria apresentar a Alícia, conheci ela antes do resultado e agora somos grandes amigas -Marcelina diz e concordo com a cabeça, realmente, Marcelina virou minha amiga desde aquele dia em que ela me ajudou.

–Ah...a garota que gosta de mistérios-Valéria se pronuncia e Marcelina a olha curiosa

–Já a conhece?

–Ela foi no nosso quarto, nos chamar para comer –Eu digo e Marcelina por algum motivo se sente aliviada.

–Se você der papo pra essa ai, você vai entrar em uma grande enrascada. Como eu sempre digo, nunca confie na Valéria-Um garoto se pronuncia e Valéria o olha irritada mostrando a língua, ele ri.

–Esse é Jaime Palillo, nosso amigo brincalhão e um pouco sem noção-Jaime não liga e volta a comer, parecia ter fome, pois não prestava atenção em mais nada além disso –Aquele garoto é Adriano e do seu lado Jorge Cavalieri –Os dois acenam com as mãos. Marcelina se vira para um garoto em sua frente e respira fundo. Não entendo o motivo, mas não a questiono -E esse é Mário Ayalla, o dominador de animais...

–E de corações... –Valéria diz prestando atenção em sua comida e agora pude entender o porquê de Marcelina ficar daquele jeito, seu rosto estava avermelhado.

–Prazer em conhece-la Alícia-Mário ignora totalmente o comentário de Valéria que apenas segura para não rir, deixando Marcelina triste.

–Digo o mesmo–E assim se encerra as apresentações, e finalmente toco em minha comida. Não pude evitar olhar para o time adversário, eles conversavam agitados, jogando líquidos para cima e rindo sem parar. De repente um membro da equipe se levanta, joga os pratos no chão. Todos se viram para ele, curiosos, era aquele garoto.

–Atenção novatos, não pensem que isso será um conto de fadas e que aqui terão comida quente e pronta a serviço de vocês. Para vencer aqueles idiotas –Ele aponta a bengala que segurava para nós e caminhava sobre a mesa, jogando no chão tudo que tinha em cima –O que não é tão difícil –Adriano quase se levanta, mas é impedido por Daniel-Porém ganhamos com honra, por isso acordaremos cedo para treinar é conversar nossas estratégias.

Eu o olhava intrigada. Ele era determinado, mas muito rígido, diferente do Daniel, que agora abaixava a cabeça, terminando sua refeição. Ouso perguntar para meus novos amigos.

–Quem é ele?

–Líder do time Laranja. O cara mais egocêntrico, machista e estupido que já vi, Paulo Guerra-Jorge responde. No mesmo momento Marcelina se vira para mim e depois para Jorge.

–Não é bem assim... você não sabe quem ele é de verdade e fica tirando conclusões precipitadas, ele não é assim...Paulo Guerra não é assim.

–Marcelina, mesmo sendo irmã dele, você tem que admitir que Paulo não é uma boa pessoa, ele é mau -Ouço a voz de Adriano pela primeira vez. Marcelina fica em silêncio.

–Espero que ele é sua namoradinha Margarida Garcia, estejam com nomes reservados para uma festa no inferno- Valéria fala é não rir, todos se calam desta vez.

Volto para Paulo que desce da mesa. Sua namorada pega em sua mão e os dois saem juntos de mãos dadas, Paulo estava sério e pedia para que todos os seguissem, eu os acompanho com o olhar até os perder de vista.

Depois que o Laranja já tinha se retirado, era a vez do Roxo. Marcelina me acompanhou até o quarto, onde fui deixada com Valéria, que seria minha companheira de quarto. Era a hora de dormir, todos estavam em suas camas. Percebo que Valéria ainda estava acordada e resolvo perguntar.

–Aquele garoto, Paulo Guerra, como veio parar neste lugar?

Valéria olha surpresa e solta um riso baixo –Todos perguntam isso, já invadiram seu quarto, sua sala, tudo, mas não acharam nada. Já ouvi dizer que tentaram matar ele no passado, mas não se sabe o motivo –Valéria faz uma pequena pausa, olha para os lados, senta em uma cadeira próxima a minha cama e começa a falar novamente –Mas porque pergunta isso?

–Por nada, só curiosidade mesmo –Falo a verdade.

–E aquela namorada dele. Tenho ódio dela. Sabe, eu não a suporto. Ela se aproveita de todos, até mesmo do Paulo. Ela só tá com ele para se proteger, porque sabe que ele é capaz de matar até uma garota. E fraca do jeito que é, já estaria morta a tempos.

–Então ele já matou muita gente? –Começo a me interessar ainda mais pela conversa.

–Estamos aqui para matar não é mesmo? –Ela fala irônica, eu não a olho –Mas Paulo está no topo da lista, já matou muitos, mas de uns tempos pra cá ele simplesmente parou, mesmo que continue sendo um dos primeiros da lista–Valéria parecia cansada agora -Mas chega de falar nele, vamos falar de você agora.

–O que quer saber–Digo grossa, não gostava de lembrar de minha vida entediante de antigamente.

–Não sei. Conta sobre seus amigos, família, o que fazia antes –Percebo que Valéria não se interessava em minha vida, queria apenas uma companhia. Apesar de cansada, não aparentava estar com sono.

–Bom... depois de saber sobre uma conta que estava devendo, meu pai se suicidou. Era trilhões, ele não daria conta de pagar nem que trabalha-se o dia todo. Minha mãe morreu depois de ter dado a luz a minha irmã, e bem, ela quando cresceu, foi morta pelo namorado, que consequentemente eu namorei um ano sem saber –Nessa hora, Valéria se interessa pelo que eu falo, me olha surpresa pedindo para que conta-se sobre ele.

–Ele era amigo, um rapaz legal, gente boa, nunca iria imaginar que ele seria um cara tão cruel, capaz de matar alguém.

–Me lembra uma certa pessoa... –Valéria fala e logo entendo de quem ela estava falando –Você teve que enfrentar muita coisa, eu fui totalmente o contrário.

–Então conta como veio parar aqui–Confesso, estava curiosa.

–Eu tenho uma família perfeita, amigos perfeitos e um namorado, bem, eu pelo menos tinha um... -Peço a ela que continuasse com a história -Estava preste a terminar meus estudos, mas larguei quando comecei a namorar um garoto, chamado Davi. Chamei ele para vim comigo até PanaPaná e ele aceitou, então fomos. Acontece que eu sabia que seriamos divididos em times. Eu tinha certeza que nós seriamos do mesmo time, mas não foi como esperado. Ele acabou entrando no Laranja, mas mesmo assim, nós combinamos de nós encontrar, só que a realidade foi outro. Quando ia falar com Davi pela primeira vez depois do resultado, Paulo me proibiu de vê-lo. Eu não aguentei falei tudo que pensava, nada nem ninguém separava eu e o Davi. Paulo se vira para Davi e lhe dar dois tiros, as duas acertaram suas pernas, Paulo me ameaçou, disse que se nós nos encontrássemos de novo e se ele ficasse sabendo, iria matar nós dois. Mesmo assim eu não liguei, tentei falar com Davi novamente, mas Davi tinha mudado, virado outra pessoa...

–Com certeza Paulo já o estava treinando –Eu falo sabendo do que viria depois.

–Sim, Davi tinha se tornando valente, seus medos tinham fugidos para longe, trazendo a coragem. Ele mandou eu me afastar, disse que era para me proteger, depois disso nunca mais me aproximei dele. Só o vejo de longe durante as refeições.

–Agora entendo o ódio que sente pelo Paulo

–Não sinto ódio dele apenas por isso, ele e um babaca em si, tudo que ele diz e faz, me dá raiva. Ainda tenho esperanças que surge alguém tão bom quanto ele, que o faço ver, que ele não é o melhor.

–Agora vendo por esse lado, eu percebo, que muitos estão aqui apenas para se divertir. Eu ia fazer o mesmo, confesso, mas agora, tenho outro objetivo-Finalmente olho para Valéria, que a todo momento me encarava sem medo-Vamos lutar juntos, somos mais fortes do que imaginamos –Valéria sorri.

–Antigamente tínhamos esse lema, juntos unidos jamais serão vencidos, mas uma guerra aconteceu, acabou tudo, matou muitos, destruiu todos. Depois disso muitos desistiram de lutar, porque sabiam que nada vencia o Laranja, ninguém.

Apenas rio –Besteira, podemos ser melhores que eles, e seremos.

Valéria me olha surpresa. Eu estava realmente determinada. Ela se levanta, diz que já estava com sono, resolvo tomar um copo de água, ela me indica o caminho e continuo sozinha.

–--

Uma linha Laranja separava nossos times. Me encontro em um correndo escuro, e por curiosidade sigo em frente. Ao final do correndo tinha uns quartos, vi Paulo escorado em uma das portas.

–Anda, vamos, corram-Paulo gritava com as pessoas que saiam enfileirados desta sala, estavam apreensivos. Margarida chega por detrás de Paulo encostando sua mão em seus braços.

–Não acha que é muito agressivo com eles não? Deveria falar com mais calma, talvez assim eles gostem mais de você-Paulo se vira reprovando seu comentário.

–Se eu falar com “calma’’ eles vão pensar que mandam aqui e quem manda aqui mesmo? -Margarida aponta para Paulo, que se vira novamente para as pessoas passando pela porta.

–Parece que temos visita -Um garoto baixo de cabelos enrolados, provavelmente um judeu, grita. Me viro para ele surpresa e tento correr pelo lado, mas um asiático me impede de fazer isso e me empurra para o grande corredor, Paulo vai ao meu encontro e Margarida o segue.

–O que faz aqui garota -Ele me encara e eu desvio, por algum motivo, não conseguia o olhar nos olhos.

–Fui beber água e acabei me perdendo, mas já estou indo embora–Não me deixando sair me viro novamente para Paulo.

–Existem faixas nas paredes com as cores do time, ou se faz de besta ou é daltônica –Os amigos riem.

Margarida a todo momento me olhava com fúria nos olhos, era a hora perfeita.

–Não tinha percebido, mas estou surpresa em saber que está com medo que descubram seus segredos ou que algum Roxo invada seu território.

Margarida fala baixo em seu ouvido, mas consigo escutar –O que ela quis dizer com segredos? –Paulo ignora e se vira para mim.

–Não tenho nada que esconder, vocês são alvos fáceis demais para nossa diversão.

–Fico feliz. Quando matarmos o melhor de vocês, ficaram surpresos. –Paulo não avia entendido o queria dizer com “matar o melhor de vocês’’ –Fica atento Guerra, existem muitas pessoas ao seu redor, apenas te usando, sem você saber... –Chego perto dele, Margarida aperta ainda mais seu braço.

–Os que me usaram, já não estão mais aqui para contar história –Paulo fala. O judeu e o ruivo se entreolham, aquela conversa estava indo longe demais –Você é apenas uma novata, não sabe direito do que está falando, nem ao menos me conhece.

–Sempre tive um dom, não preciso conhecer para saber, eu te observo, você esconde algo, eu sei disso.

–Acho melhor você ir ver seu time. Devem estar preocupados, novata –Ele termina a conversa, dando ênfase em “novata’’. Eu já conhecia ele, mas do que podia imaginar.

–Pode me chamar de Alícia Gusman -Me viro sem olhar para trás. No final do corredor me viro novamente e percebo. Paulo ainda me seguia pelo olhar, até me virar é partir para meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Talvez demore para postar, porque estou sem internet, mas posto quando puder.