Dois passos para o amor escrita por Carol Freitas


Capítulo 1
Capítulo 1 - Meu nome é Alice Cullen


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Espero que gostem dessa nova fanfiction.
Por favor, deixem comentários!



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Faltavam poucos minutos para que o sinal tocasse anunciando o final daquele cansativo dia letivo. Eu olhava para o teto e balançava um lápis em meus dedos enquanto esperava que o professor recolhesse a prova que havia passado. Particularmente, não havia achado nada demais, nada além do que o professor havia passado em sala de aula. Não que eu fosse expert em matemática, longe disso, tinha que ralar muito para conseguir boas notas; mas a cara de pânico que a maioria dos alunos fazia era um tremendo exagero, em minha opinião. Além disso, a maioria da turma colava então não havia motivo para aquilo.

Observei meu nome assinado no todo do papel Isabella Marie Swan e franzi levemente o nariz, não gostava muito de meu nome. Sempre achei Isabella um nome comum, em minha antiga cidade havia umas quatro, e, além disso, as pessoas sempre associavam meu nome a sua origem italiana e me perguntavam sobre meus parentes ou sobre o país. Era certamente irritante. Por sorte, há quase um ano não venho passado por isso. Desde que me mudei de minha bela e ensolarada Phoenix para morar na fria e obscura Fox, minha existência havia sido praticamente ignorada. Claro que no início do ano letivo houve um pequeno reboliço com a chegada de uma nova aluna, mas que logo se dissipou ao verem que eu não gostava muito de conversar.

Não que eu fosse esnobe ou antipática, não era nada disso. Só era muito tímida para estabelecer algo além de uma simples troca de palavra com as pessoas. Bom, ninguém nunca tinha feito tanta questão assim de ter a minha amizade então não importava muito. Na verdade, eu até gostava da solidão. Charlie, meu pai, sempre estava fora de casa e não tinha muito tempo para mim, pois seu trabalho como chefe de polícia local lhe exigia muito e também ele não era muito de conversar de qualquer forma. Ele e minha mãe haviam se separado um ano depois de eu ter nascido e eu morei com ela até o ano passado, quando optei por vir para cá para que ela tivesse liberdade para viajar com seu novo marido Phill, um jogador de beisebol da segunda divisão.

Finalmente o sinal tocou me despertando de meus devaneios e o professor pediu que nos levantássemos e entregássemos a prova, para em seguida pegar seu material que estava sobre a mesa na beira da porta. Um golpe inteligente, uma fatidicidade para alguns alunos que tiveram seus esquemas de cola destruídos. Fiz o que foi pedido e dei um tchau para o professor, me preparando para ir para casa. Não morava muito perto da escola, mas sempre ia andando. Charlie até sugeriu me dar um carro mais antigo para que eu fosse para escola só que eu disse que não queria. Primeiro por não querer que ele gaste seu dinheiro com isso, pois possivelmente precisaria de sua ajuda financeira quando estivesse na faculdade e não queria abusar; segundo, porque pelas minhas experiências com minha mãe, carro velho significava problemas, e era a última coisa que eu queria.

Já estava no corredor avistando a saída quando ouvi uma voz chamar meu nome. De início, não dei atenção, pois sabia que não era comigo, afinal, ninguém conversava comigo ali.

- Bella – Uma voz de sinos soou mais uma vez e desta arrisquei virar-me para ver do que se tratava. Corei ao ver que atrás de mim estava uma das garotas mais lindas, se não a mais, que eu havia visto em toda minha vida. Seus olhos eram como duas safiras ou como as águas do rio mais cristalino, os cabelos negros como a noite, curtos e repicados para os lados. Pele clara como marfim e rosto de traços delicados, com lábios levemente cheios. Aquela era Alice Cullen, uma das garotas mais populares do colégio, líder de torcida. Por um instante me perguntei o que eu tinha feito de errado ou se havia quebrado alguma coisa dela sem querer para estar falando comigo – Bella? Tudo bem?

- A-ah s-sim! Desculpe... A-algum problema? – Gaguejei e fiquei ainda mais vermelha. Se ela não me achava idiota antes, tenho certeza que acharia agora. Surpreendendo-me, abriu um lindo sorriso exibindo os dentes perfeitos.

- Nenhum. É que eu notei que você sempre volta sozinha andando para casa, então queria de saber se você não gostaria de uma carona – Ergui uma sobrancelha. Alice Cullen, a garota mais bonita e popular da escola me oferecendo carona? A gente mal se conhecia, nunca tínhamos trocado sequer uma palavra na escola – Ah, desculpe! Meu nome é Alice Cullen... – Ela estendeu sua mão e eu a segurei por um gesto de educação. Imediatamente um formigamento percorreu o local assim como uma espécie de corrente elétrica, o que me fez corar ainda mais e soltar a mão rapidamente.

- M-mas Alice, a sua casa fica para o outro lado. N-não precisa se incomodar c-com isso – Continuei, mas sem encará-la nos olhos. Se fizesse isso com certeza ficaria ainda mais vermelha e gaguejaria ainda mais.

- Não é incomodo nenhum. Além do mais, tem uma lanchonete perto da sua casa que serve um cappuchino e uns donouts excelentes – O sorriso não saia do seu rosto, me perguntava se todos ficavam hipnotizados quando viam assim como eu estava – Por favor, Bella, vou ficar muito chateada se disser não.

Eu ainda não sabia o que fazer. Parte de mim se sentia desconfiada de toda aquela aproximação repentina e sentia que aquilo ia acabar me causando algum problema, a outra parte, mesmo que essa fosse pequena, queria desesperadamente aceitar o convite de minha colega. Pensei em seguir a primeira opção, mas quando vi aqueles dois olhos brilhantes não consegui pronunciar a palavra e apenas assenti com a cabeça, certa de que me arrependeria depois.

- Vamos então! –Disse ela batendo palmas e saltitando animadamente e em seguida fazendo um leve gesto com a mão para que eu a seguisse. Conduziu-nos pelo estacionamento até o carro que eu já sabia pertencer a ela, um porsche amarelo lindo e bem chamativo. Senti as pessoas olhando em nossa direção e possivelmente comentando, não era uma cena comum a miss popularidade do colégio andando “lado a lado” com uma zé-ninguém. Lado a lado entre aspas claro, pois eu me mantinha um pouco atrás e com a cabeça abaixada de vergonha.

Gentilmente, ela abriu a porta para mim e fechou assim que me sentei, rodando para o outro lado para ficar no banco do motorista. Ligou o carro e fez a manobra para sairmos do estacionamento. Alguns segundos de silêncio seguiram, eu estava realmente perdida, não sabia o que dizer. Foi ela que resolveu quebrar o silêncio ligando o rádio em uma estação qualquer que tocava uma melodia em espanhol.

- Essa prova foi horrível, não foi? Como você se saiu Bella? – Perguntou fazendo cara feia. Eu sabia que algumas matérias não eram o forte da maioria da turma, inclusive para ela. Não pude deixar de reparar no fato dela ter me chamado de Bella. Geralmente as pessoas não me chamavam assim, somente meus pais. O resto da escola me tratava por Swan ou somente por Isabella mesmo.

- A-ah, bem... E-eu consegui responder todas as questões. Acho que devo ter acertado uma quantidade razoável... – Respondi um pouco sem graça. Na verdade tinha certeza de que havia acertado pelo menos 90% da prova, mas não poderia dizer isso ou ela me acharia prepotente.

Ela arregalou os olhos e virou incrédula pra mim e voltou seus olhos para a estrada poucos segundos. Manteve a boca meio aberta sem dizer nada.

- Er... O-o que foi? – Perguntei meio sem graça perante a cara que ela fazia. Ela voltou a sua expressão normal e deu um suspiro

- Bem, você estava meio aérea durante o final da prova, então pensei que você estava sem saber o que fazer, assim como eu – Confessou.

- Entendi – Disse meio sem graça. Então era esse o motivo dela ter vindo falar comigo? Não pude deixar de ficar levemente decepcionada.

- Bem, não é menos do que o esperado de você. É a garota mais inteligente da sala – Disse e em seguida balançou a cabeça negativamente – Eu sempre tenho que fazer provas de recuperação nessa matéria, sou muito idiota e...

- N-não é não – A interrompi, para depois perceber o que eu tinha feito – E-eu não g-gosto que você fale assim de você mesma.

- Você é um amor sabia? – Riu suavemente. Percebi que gostaria de ouvir aquele som mais vezes – Hummm... Você tem algo para fazer agora?

- E-eu? A-acho q-que não. Porque? – Perguntei confusa.

- Vem ao café comigo? Também pode aproveitar e comer alguma coisa...

- E-eu acho que não estou muito própria para a ocasião – Observei a mim mesma. Como naquela manhã fizera frio, vesti uma blusa qualquer com um moletom negro escrito Hogwarts School em letras garrafais brancas. Além disso, coloquei simples calças jeans pretas e tênis all star da mesma cor, os cabelos soltos e muito compridos cobriam a maior a maior parte de meu rosto sem maquiagem

- Não diga besteiras, você é linda e está ótima –Não pude deixar de corar com o elogio, mas imediatamente comparei-me com ela . Alice sempre fora linda e suas roupas davam-lhe um charme a mais. Usava uma saia alta e rodada rosa, com uma blusa branca com detalhes rosa claro e uma jaqueta jeans clara por cima, parecia uma verdadeira princesa – Vaaaamos Belinha – A cara que ela fazia para pedir as coisas deixava-me impossibilitada de dizer não, que era o que o meu subconsciente gritava para que eu fizesse naquele momento.

- O-ok! – Ela então virou o carro por mais algumas ruas até que chegou ao local desejado. Era uma cafeteria pequena, porém muito freqüentada pelos moradores da cidade. Dificilmente encontrava-se vazia, sendo que na maioria das vezes ficava repleta de jovens que gostavam de curtir momentos de tranqüilidade em locais calmos e baratos. Era toda pintada em tons neutros e possuía dezenas de variedades de guloseimas, além do melhor cappuchino da cidade. Entraram no local, fizemos o pedido para um jovem simpático e sentaramos em uma das mesas de dentro do local. O ambiente claro, limpo e aquecido acompanhado de uma musica baixa era reconfortante.

Conversamos sobre amenidades até que o pedido chegou. Deu pra ver que Alice estava com fome, pois começou a comer rápido, eu apenas bebi um pouco de café. Realmente não estava com fome. Decidi não olhá-la muito, algumas pessoas não gostavam muito de ser observadas enquanto comiam e se Alice era uma daquelas, não queria irritá-la. Apenas fixei meu olhar nos quadros que cobriam as paredes.

- Você tem cuidado do seu cabelo você mesma? – Perguntou. Virei para responder mais quando me dei conta ela já tinha levantado e se abaixado ao meu lado seu rosto estava a centímetros do meu enquanto observando meu cabelo. Tomei um susto e quase cai da cadeira, não pude conter um pequeno grito que saiu de minha boca, ganhando a atenção de todos para mim.

Automaticamente levei as mãos à boca e corei, sentia as batidas do meu coração aceleradas e a respiração irregular por conta do susto.

- Desculpe pelo susto Bella! É que seu cabelo é muito lindo e parece ser macio como seda! – Explicou ela enquanto sorria, tinha aproximado sua cadeira um pouco da minha – Foi a primeira coisa que notei quando te vi e tenho pensado um pouco a respeito dele.

- M-mas seu cabelo é tão b-bonito quanto o meu, até mais...- Olhei para minha xícara ainda na metade enquanto falava. Ela deu de ombros.

- Não gosto da cor dele e nem tenho paciência para deixá-los crescer. Apesar de que quanto ao tamanho, ele curto me deixa mais charmosa – Ela estendeu a mão até minha cabeça e começou a mexer em meus cabelos, fazendo até alguns carinhos enquanto passava a mão – Eu acho que seu cabelo é realmente bonito – Pensei que iria virar um pimentão enquanto ela fazia isso. Não era meio estranho que uma colega de classe afague minha cabeça?

- M-mas... E-ele é s-simples assim. N-Não m-mecho nele nem n-nada...

- Então... É por isso que acho que você deve dar um realce nele. O que acha? Ele sendo tão bonito assim é quase um desperdício não fazer nada.

- E-eu...

- Aonde você vai cortar ele?

- Hum... Tem um salão perto de casa. A dona é amiga do meu pai então eu vou lá mesmo... – Admiti. Eu realmente não tinha muito contato com as pessoas da cidade, então me guiava pelo mais fácil e mais próximo, não conhecia outros cabeleireiros. Alice apenas observava-me sem falar nada, provavelmente já estava me achando ridícula. Decidi que era hora de sair antes que ela começasse a rir de mim – Eu tenho que ir agora. Não avisei a Charlie que iria demorar hoje e ele pode ficar preocupado – Deixei o dinheiro do que havia comido sobre a mesa.

- Ei, espere! Acho que deveríamos ir a um salão juntas algum dia. O que você acha de irmos amanhã?

- E-eu... – Ela queria realmente me ver de novo amanhã? Já não bastava o desgosto de hoje? – Ah... E-Está bem – Eu possivelmente iria me arrepender disso depois.

- E não pense que vai para casa sozinha. Eu irei te levar... – Disse enquanto pegava a carteira e as chaves do carro.

Como eu esperava, Charlie já estava em casa quando eu cheguei. Assim que bati a porta virei e encontrei dois olhos preocupados me fitando.

- Bella? Estava preocupado. Você normalmente é tão pontual para chegar em casa. Está tudo bem?

- Sim, pai – Parei alguns segundos, poderia falar com ele agora – Pai, amanhã quero cortar o cabelo...

- Já? Quer que eu ligue para a cabeleireira para você?

- N-não pai. Eu vou a um lugar diferente dessa vez, mas preciso de dinheiro.

- Vai sozinha é? – Perguntou ele um pouco desconfiado.

- Não pai – Revirei os olhos – Vou uma amiga minha.

- Está bem, mas tome cuidado.

- Eu só vou cortar o cabelo pai – Respondi rindo enquanto subia a escada para meu quarto.


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