Nunca Fui Beijada escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 2
Substituivel


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha.
Espero que gostem desse e obrigada pelos comentários e para quem favoritou.
Eu estou muito animada com essa história.
Vão ser pov's alternando.
Um capitulo da Rose, ou do do Dimitri.
Boa leitura!



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Pov Dimitri.

Beijar Tasha não era nada pra mim agora.

Eu a conhecia tempo suficiente para ter me iludido de achar que comigo seria diferente. Eu realmente queria fazer diferente com Tasha. Não que eu também fosse um apaixonado tolo. Isso pra mim não existia. Só queria alguém para levar em casa e conversar.

Com Natasha era sempre a mesma coisa.

A mesma coisa...

A mesma coisa...

***

– Dimka... – sussurrou. Eu fingi um sorriso. – Advinha quem é. – disse. Ela tinha suas mãos nos meus olhos, e aquela voz com toda certeza não era tão desconhecida assim pra mim.

– Tasha. – disse. Ela deu alguns gritinhos empolgantes e se sentou ao meu lado no banco. Suas mãos foram para o meu casaco do time e depois para o zíper do próprio.

Eu sorri, mas a vontade era de sair correndo. Só estava com ela ainda, porque Cristian era meu amigo, e não podia dar o gostinho ao Jesse de Tasha tão de bandeja.

– Cadê seu irmão? – perguntei. Ela fez carranca.

– Poxa, Dimka... Vim te dar um beijo antes da aula e você pergunta sobre o chato do Cristian?

– Desculpe gatinha... Só quero encontrar os garotos. – ela deu um pulo, mas permaneceu sentada. As mudanças de humor de Tasha acabavam comigo.

Sua blusa rosa que tinha um decote tão grande que ofenderia uma striper fez-me observa-la com outros olhos. Por que alguém continuaria com ela?... Sabendo até mesmo que ela já dormiu com todo o meu time de futebol americano.

– Ali estão eles. – disse. Entre as pessoas da St. Vladimir, eu vi os garotos. O carro do Cristian estacionado entre tantos outros. Jesse, Ivan, Cristian e Mason. Todos com o casaco do time.

Eles se aproximaram. E os olhares entre Jesse e Tasha ficaram nítidos por alguns minutos pra mim. Eu sabia o que tinha que fazer em relação a ela. Ele eu me entenderia depois.

– Passei na sua casa, seu segurança disse que já tinha vindo. – Cristian disse. Eu assenti levantando-me do banco, tirando as mãos de Tasha de mim.

– Vim mais cedo. – ele assentiu.

Ivan soltou uma de suas gargalhadas e colocou seu braço em volta de meu pescoço. Eu sorri. Éramos amigos há mais tempo que qualquer um ali. Entendíamos um ao outro como irmãos.

– Vocês não souberam da ultima? – perguntou. Eu o encarei com um pouco de dificuldade pelo aperto de seu braço em volta de mim.

– O que? – perguntou Mason.

– Eu acho que a novidade esta subindo as escadas. – sussurrou Tasha.

Todos nós olhamos.

Bem ao longe. Nas primeiras escadas. A garota da janela.

O que alguém como ela vinha fazer em um lugar como esse?

Quer dizer, o lugar onde ela mora não diz que ela pode pagar uma escola dessas. Tudo bem, que Cristian e Tasha estudavam aqui, mas eles tinham a herança de sua primeira mãe e Sonya Karp tinha convencido seu marido, que as crianças mereciam um bom estudo.

A mãe de Cristian e Tasha morreu no parto. Seus olhos azuis os fazem ter provas que são gêmeos. Sonya Karp era encantadora. Ela e o pai deles, ainda gostavam de sua casinha naquele lugar calmo e tranquilo. Tasha sempre detestou Sonya, ao contrário de Cristian que a chamava até de mãe.

Mas aquela menina...

O jeito que ela se vestia... Ou o jeito de andar... A mochila feito de um jeans surrado e rasgado... E...

– Ah meu Deus. – gritou Tasha. Uma explosão de gargalhadas me rodeou. Ivan se soltou de mim, e sua tensão aumentou. Nós dois erámos o único naquele campus que não estava rindo.

A garota tinha tropeçado. Seus cadernos saltados para fora da bolsa e seu rosto completamente alheio aquilo tudo. Ela estava com vergonha e tentava procurar seus óculos. Resisti ao impulso de ir até ela. Ivan também estava sério tentando examinar a situação.

Até Cristian tinha um sorriso no rosto, mas esse logo se desfez quando percebeu a minha preocupação e preocupação de Ivan. Ele se aproximou de nós e também examinou a situação da garota. Eu estava pronto para correr até ela, quando Adrian Ivashkov pensou o mesmo que eu.

Eu continuaria observando aquele idiota, mas uma mão na minha nuca tentando ser sexy, me tirou dos devaneios.

– O que você fez Tasha? – perguntei. – Por que riu?

Ela arfou.

– Porque foi engraçado. A garota é uma desajustada. Nem sei o que esta fazendo na St. Vladimir.

– O mesmo que você. – rosnou Ivan.

– Oh, por favor... Sou melhor que ela... – começou. Fúria tomou conta de mim.

– Já chega. – gritei. Ela arregalou seus olhos azuis para mim. O sinal tocou e nem mesmo o barulho das pessoas entrando para a escola e esvaziando o campus a fez parar de me olhar.

– Você nunca gritou comigo.

– E não vou gritar mais Natasha. Acabou.

– O que acabou?

– Eu e você. Acabou. – falei. Peguei minha mochila ainda largada no banco e comecei a andar. Não pude deixar de sorrir. Eu queria aquilo e não sabia o que aquela garota estranha tinha, mas eu devia um motivo a ela. Eu devia alguma coisa.

***

Mason jogou sua bandeja na nossa mesa e ganhou a minha atenção. A maça nunca foi tão ruim. Realmente não estava com fome, considerando o fato que teria dois tempos de literatura agora.

Pelo menos, Tasha estava bem longe da nossa mesa e Jesse, estava paquerando a garota nova da cantina, então... Provavelmente eu não teria muitos problemas com os dois.

– Descobri quem é a garota nova. – falou.

– Aquela que quase se quebrou na escadaria? – perguntou Jesse. Ele tinha um sorriso sínico. Um sorriso que me irritou.

– Jesse cala a boca. – rosnei. Ele se endireitou na cadeira e sorriu.

Jesse tinha todos os motivos pra me odiar. Eu era capitão do time, tinha as garotas que eu quisesse, era mais rico que qualquer um ali e chamei tanto a atenção da Tasha que ela me assumiu publicamente, ao contrário de seus outros casinhos sem importância, que incluem ele.

– Está com raivinha porque perdeu a vossa majestade? – ele tentou ser irônico, mas seus olhos indicavam vitória.

– Na verdade, eu terminei. – falei. – Natasha é substituível. – olhei para Cristian de relance e sorri. – Com todo respeito.

Ele deu de ombros.

Ivan bufou.

– E aonde vai arranjar outra rainha para o baile, Belikov? – perguntou Ivan. – Ela é a mais gostosa dessa escola e a que todos votariam de olhos fechados. Se terminar com ela, não tem jeito... Vai ter que aguentá-la até o baile.

– Ivan, você chamou mesmo a minha irmã de gostosa? – perguntou Cristian. Ele parecia indignado.

– Desculpe. Às vezes eu esqueço que vocês compartilharam o útero.

Cristian rolou os olhos. Eu quis rir, mas me contive.

– Então... – começou Mason. Ele estava analisando a sua maça. – Vão querer saber sobre a garota nova, ou não?

– Fala. – eu disse.

Por que está interessado nela Dimitri? – gritou meu subconsciente.

– Wow... Gostando de desajeitadas, Dimka? – perguntou Jesse. – Tem que variar o cardápio certo?

– Jesse... Já chega. – reprimiu Cristian. – Fala logo, Mason.

– Bom, ao que parece, o nome dela é Rosemarie Hathaway e ela veio de Seattle, de uma escola publica, junto com a irmã. – falou. Ele sorriu. – A mãe dela comprou um bar aqui perto.

– Opa... Ela tem uma irmã? – a voz de Jesse estava conseguindo atingir o fim da minha paciência. – Isso é bom. Talvez a desajustada seja somente ela.

– Já mandei calar a boca. – falei. Minha mão fechada em punho bateu na mesa. Seu olhar ficou frio e longe. Talvez ele estivesse com medo. Talvez não.

– E não é só isso... – Mason parou, olhando por cima do meu ombro.

Assim como eu, todos viraram. E lá estava ela novamente.

Macacão jeans de calça cumprida e totalmente surrada, tênis de segunda mão, óculos e livros. Adrian e Eddie estavam com ela... Mas não foi isso que me chamou a atenção... Foi o cabelo dela.

Era a única parte nada desajustada... Eles eram perfeitos e brilhosos. Emolduravam seu rosto como a forma de um anjo e por um segundo eu senti raiva por Adrian estar tão perto dela, quanto eu queria estar.

– Oh Dimitri... – começou Ivan. – Para de babar.

– Não estou babando. – retruquei. Nós ainda escarávamos ela. Ela sorria agora. Permiti-me sorrir com aquela visão.

– E nem pode, Belikov... Ela não é pro seu bico. – falou Mason.

Eu virei-me para encará-lo.

– Claro que é. – falei. – Todas são.

Jesse e Cristian riram. Eu fitei-os.

– Não, não é. Se nenhum conseguiu, você não consegue. – disse Mason.

– Consegue o que? – perguntei. Mason me olhava com um brilho diferente no olhar.

– Ela nunca foi beijada. – disse Mason. Eu abri a boca, enquanto Jesse me encarava pasmo. Nunca Foi Beijada?

Ivan grunhiu. Cristian apenas deslizou pela cadeira de ferro e permaneceu quieto. Todos estavam com o mesmo pensamento... Como?

– Nunca? – perguntou Cristian.

– Nunca. – repetiu Mason.

– Como isso? – perguntou Ivan. Eu reprimi uma gargalhada com a careta que ele fazia. – Quer dizer, tirando aqueles óculos estranhos e a roupa maltrapilha... Ela pode ser bem gostosa.

– Exatamente. – disse Jesse.

Nós permanecemos em silencio por um tempo e então Jesse gargalhou. Depois que recebeu a atenção de todos, com olhares confusos, ele se apoiou na mesa para me olhar melhor. Eu apenas correspondi o olhar.

– Nós vamos mudar isso, Dimka.

– O que? – perguntei confuso e alterado. – Não me meta nas suas maluquices, Zeklos.

– Oh, Dimitri... Essa maluquice você vai gostar.

– Do que está falando agora Jesse? – perguntou Mason, aparentemente irritado.

– Estou dizendo que vamos fazer uma aposta... E se você ganhar, eu faço o que quiser.

– Do que está falando Jesse... Não gosto de apostas. – falei.

Ele rolou os olhos.

– Você disse que Tasha é substituível, prove-nos isso.

– Opa... Como assim? – perguntou Ivan. Ele se endireitou na mesa. Também estava interessado.

– Qual é a aposta Jesse? – perguntei.

– Você vai fazer essa garota ser beijada até o baile, e vai fazê-la dizer eu te amo.

– Quando diz beijada... Quer dizer, que ele tem que beijar ela? – perguntou Mason. Jesse rolou os olhos.

– Claro. – ele voltou-se para mim. – E mais... Ela que tem que pedir. E até o baile.

– Não gosto de prazos, Jesse. – resmunguei.

– Eu sei, eu sei... Mas pense no resultado. – nós nos voltamos para a mesa de trás. Ela ainda estava rindo, alheia a tudo que conversávamos.

– Dimitri não. – sussurrou Cristian, para que somente eu escutasse. – Não faz isso.

– Vamos lá, Dimitri. – disse Jesse. – Acha que não é capaz?

– Jesse cala a boca. – disse Cristian. Ele estava irritado e preocupado.

Eu poderia fazer isso sem magoá-la. Era só um beijo, talvez seja até um favor pra ela. Rosemarie Hathaway não era tão feia assim. Agora, fitando-a mais a finco, eu poderia até ver algo bom nela.

Eu foquei no sorriso dela, até que ela finalmente olhou para mim. E aí... Eu soube, eu poderia entrar do modo errado na vida dela, mas aquele tremor que eu tinha agora... Uma eletricidade estranha... Fizeram-me falar as próximas palavras.

– Eu topo. – falei, sem olhar para Jesse.

Agora, mais que nunca... Eu queria beija-la... E acima de tudo, eu seria o primeiro.


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Notas finais do capítulo

Comentem... Comentemm
Me digam o que acharam galera.
Até o proximo.
Beijos.