O Relógio de Areia escrita por beautifulfantasy


Capítulo 13
Capítulo 13 - A Festa




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Teen Titans não me pertence.

Capítulo 13 – A Festa

"Oh, eu mal posso esperar para a nossa super festa!" disse Estelar do teto da sala principal, onde ela estava pendurando decorações.

"Ainda não acredito que vocês convenceram Robin a aceitar isso" comentou Ravena, segurando um livro ao mesmo tempo em que outras decorações penduravam a si mesmas, cobertas em uma aura negra.

"Você consegue tudo com perseverança, um bom trabalho e..." começou Ciborgue da cozinha, onde estava preparando sanduíches.

"E três meses de 'podemos dar uma festa Robin' 'podemos dar uma festa Robin' 'podemos dar uma festa Robin' todo santo dia" completou o líder, entrando na sala com muitos copos plásticos.

"Bom, funcionou, certo, Cib?" Mutano coçou a nuca, olhando para seu amigo com um sorriso constrangido, parando seu trabalho de encher balões.

"Qual é, o que pode dar errado?" perguntou Terra com um grande sorriso, mexendo no computador.

"Melhor nem dizer isso, pedrinha..." avisou Ciborgue.

"Legal, os Titãs da Costa Leste confirmaram!" ela informou.

"Uhul, vou pegar o globo!" ele celebrou, deixando a comida e correndo para fora da sala. Robin o seguiu com os olhos, um olhar desanimado no rosto.

"Vamos lá Robin, pelo menos, se algum vilão aparecer, vamos ter uma tonelada de heróis para ajudar!" argumentou Mutano com uma voz fina, depois de inalar o gás hélio dos balões.

"Sua voz está tão engraçada, amigo Mutano!" Estelar riu, aplaudindo.

"Obrigado, obrigado!" ele disse, se curvando para as garotas como se elas fossem uma audiência. Estelar e Terra riram, mas Ravena apenas virou os olhos e voltou ao seu livro.

"Ah, é, Ravena, Stan confirmou também!" Terra disse, checando o computador de novo.

"O que... ? Aquele cara vai vir?" perguntou Mutano, um balão se esvaziando em suas mãos.

"Tem algum problema?" questionou Ravena, levantando o olhar do livro.

"... Não. É só que eu acho que ele pode se sentir deslocado, sabe..." o metamorfo respondeu, evitando o olhar inquisitivo da amiga.

"Então seremos dois," ela rebateu.

Mutano abriu a boca para argumentar, mas nesse momento Ciborgue entrou carregando um enorme globo de discoteca e exigiu que todos o ajudassem a posicioná-lo.

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13 de Fevereiro de 2009, 20h45min

"É, tenho que admitir, Latão, você fez um ótimo trabalho aqui" disse Abelha, com um copo na mão, olhando em volta.

A sala principal estava escura, com um milhão de luzes brilhando e girando do globo. Música enchia o local, mas não tão alta que os impedia de conversar. A área de meio havia sido transformada em uma pista de dança; havia muitos pratos com comida no balcão da cozinha e pufes por todo o canto.

"Nem precisa me dizer!" ele exclamou orgulhoso, as mãos cheias de sanduíches.

"Então, depois que você comer..." ela começou, esperando ter a chance de dançar com seu amigo robótico. Mas do nada apareceram dois jovens rapazes e a interromperam.

"Ciborgue!" gritou Más, segurando uma pequena caixa. "Não acredito que você tenha Space Monkeys IV!"

"Vamos jogar!" pediu Menos, pulando. Depois de cinco anos, eles melhoraram sua pronúncia, mas ainda eram extremamente infantis na opinião de Abelha.

"Só se for agora!" concordou Ciborgue, deixando a titã sozinha e desapontada.

"Homens..." ela suspirou, se virando. Então avistou Estelar e Kole conversando, sentadas em alguns pufes próximos a ela. "E aí, meninas, como vão?"

"Amiga Abelha, estou tão feliz que você se juntou a nós!" exclamou Estelar, e ela se sentou ao lado delas. "Nós estamos realizando a conversa dos garotos"

"Ah... Não necessariamente" adicionou Kole, rindo.

"Nem me fale de garotos..." ela suspirou de novo, olhando irritada para o homem-robô jogando vídeo game entusiasticamente. "Como estão você e Robin?"

"Ele me pediu para ser a sua namorada há algum tempo" ela contou, excitada.

"Mutano ainda está namorando a Terra, certo?" perguntou Kole, olhando para a pista de dança, onde eles estavam dançando.

"Sim, embora eles estejam brigando muito" ela respondeu, seu sorriso desaparecendo. "Ah, espera! Eu acredito que essa seja uma das coisas que Robin pediu para eu não revelar a ninguém! Por favor, esqueçam o que eu disse!"

Abelha e Kole se entreolharam, confusas. Para a sorte de Estelar, naquele momento as portas se abriram e Ravena entrou acompanhada por um rapaz alto e moreno, atraindo atenção.

"Quem é aquele?" perguntou Kole, os seguindo com os olhos.

"Oh, aquele é o namorado da Ravena, como Ciborgue o chama, mas ela diz que eles não estão lá ainda" ela informou, feliz pela mudança de assunto.

"Uau, nada mal, Ravena" comentou Abelha.

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13 de fevereiro de 2009, 21h50min

"Seus amigos são realmente muito conformistas..."

"Eu suponho que sejam..." Ravena deu de ombros. Ela e Stan estavam andando por um dos corredores, já que ela quisera fugir do alto barulho da música que feria seus ouvidos na sala comum. Aparentemente, dançar e dar risada alta eram sinais de conformismo para ele. "Eu gosto de vir aqui para meditar. É calmo e tenho uma boa visão do mar e da cidade, quando está muito frio para ir ao telhado."

"Seria um bom lugar para ler poesias e pensar em como a vida é insignificante..." ele concordou. "Mas à noite; o sol fere meu espírito."

Ravena suspirou, encarando os milhares de pontos brilhantes do outro lado do buraco negro que era o mar a essa hora da noite. De repente ela percebeu dedos gelados envolvendo os seus. Quando se voltou, qual não foi a sua surpresa ao ver o rosto de Stan chegando cada vez mais perto.

"Hm... O que está fazendo?" ela perguntou, suas costas pressionadas contra o vidro e sentindo os lábios frios e grudentos do gótico contra sua bochecha, já que ela havia virado o rosto logo antes de eles encontrarem seu verdadeiro alvo.

"Tentando uma das poucas formas de interação que aprecio com uma garota como você" ele respondeu, recuando, mas não muito, fazendo com que ela continuasse encostada na janela para evitar tocá-lo. "Você entende a fragilidade de nosso estado assim como eu. Não temos escolha a não ser seguir nosso instinto de copulação."

"..." Ravena estava genuinamente surpresa. Ela aceitara continuar saindo com Stan justamente porque pensara que ele não teria coragem ou vontade de tentar isso com ela.

Não só isso, como essa era a pior justificativa que um cara poderia ter dado para se dar bem. "Stan..."

"Sim?" ele deslizou seus dedos pelos braços dela, causando um calafrio. E não dos bons.

"Acho melhor você ir agora" ela terminou sem emoção, tapando a boca dele com uma faixa de energia negra e o levando até a porta principal.

"Bom... Eu acho que..." ele balbuciou quando ela o empurrou sem cerimônias para fora e a faixa sumiu. "... Te vejo no café ou..."

"Tchau" ela encerrou, deixando a porta deslizar, separando os dois.

'Que desagradável... ' ela pensou, passando a mão pelo rosto enquanto apertava o botão para chamar o elevador. Ela poderia se teleportar para seu quarto, mas o incidente havia desestabilizado levemente seu equilíbrio emocional, então andar era apenas mais seguro. As portas do elevador se abriram e ela entrou, apertando o botão para subir.

A empata fechou os olhos e se encostou à parede fria, tentando determinar o que estava sentindo exatamente. Ela não gostava de Stan de verdade, ele era só alguém com quem ela podia conversar sobre interesses que não tinha em comum com mais ninguém, então não estava triste ou decepcionada. Mas havia sido um contato que normalmente ela não permitia, por isso estava um pouco tensa, como se estivesse com um gosto ruim na boca. Quanto mais o elevador subia, mais suas emoções eram suprimidas pela torrente das de todos os que estavam reunidos na sala comum. Era por isso que não gostava de multidões. Era difícil lidar com tantos sentimentos conflitantes de uma vez assim.

Considerando que seu quarto era apenas um andar acima do local da festa, ela decidiu deixar o elevador subir até o final: no terraço. Ao ar livre ela ficaria mais solta e poderia ao menos meditar antes de dormir com aquele monte de emoções alheias invadindo seu peito e sua mente.

Quando as portas se abriram, ela sentiu o agradável ar gelado em seu rosto e um alívio pelo súbito sumiço das emoções vindas da festa - como se ela tivesse tirado fones tocando uma música muito alta em seus ouvidos. O alívio foi tanto que demorou algum tempo até ela perceber as emoções provenientes de duas pessoas no terraço com ela.

Estava escuro, por isso ela só se deu conta do casal ali presente ao captar um movimento com o canto do olho. Uma massa de cabelos dourados.

"Terra?" ela chamou, então percebeu braços ao redor do corpo da loira, e se sentiu enrubescer. "Ah, me desculpe, eu..."

Porém, quando Terra se virou, Ravena teve uma visão desimpedida do rosto daquele que a envolvia - um rosto comum. Não verde. Um rosto rosado e com cabelos negros caindo ao redor.

"Ah... Ravena?" Terra murmurou, com uma expressão de horror no bonito rosto.

"Quem... Quem é esse?" Ravena não teve tempo de perceber como estava sendo indiscreta, pois estava chocada. Terra estava beijando um homem que não era Mutano.

"Ah... Uh..."

"Eu acho melhor eu ir agora" o rapaz declarou, percebendo a tensão no ar e caminhando rapidamente para as portas de onde Ravena tinha acabado de sair, deixando-as sós.

"O que você... Você e Mutano terminaram?" ela perguntou, após alguns minutos de silêncio.

"Bom... Não..."

"Então você..."

"Ravena, promete que não vai contar pra ele!" ela implorou, segurando a empata pelos braços. "Por favor... Eu só... Foi um erro, eu estava... Estou muito bêbada!"

Ravena não respondeu, encarando aqueles úmidos olhos azuis e procurando por um sinal de sinceridade. Tudo o que ela via, no entanto, era... Medo. Medo de ser pega.

Ela baixou as mãos da colega e esperou até que a respiração das duas se normalizasse. Tudo o que ela queria perguntar era...

"Por que?"

"Eu não sei!" ela choramingou "A gente brigou e ele falou umas coisas... Eu bebi demais e nem sei direito... Você vai contar pra ele?"

"Eu... Eu acho que você devia, Terra"

"Devia o que?"

"Contar para Mutano" ela sussurrou. "Se vocês estão com problemas tão sérios a esse ponto, é porque precisam resolver isso. E ele... Merece saber."

"Mas eu..."

As portas do elevador de repente se abriram. Ambas as garotas pularam como se fossem criminosas procuradas.

"Oi meninas, vocês estão aí!" gritou uma voz potente, e elas subitamente relaxaram. Era apenas Ciborgue. Porém, logo em seguida...

"Vamos, gente, é hora da parte mais legal!" uma cabeça verde com um grande sorriso apareceu ao lado da armadura metálica, paralisando as duas novamente.

"Ué, que cara de enterro é essa?"

"N-Nada!" respondeu Terra, juntando as mãos. "O que vai rolar agora...?"

"Ah, sim, a minha especial super pinhata para todo mundo tentar acertar!" contou Ciborgue, parecendo animadíssimo. "E o que tem dentro é surpresa..."

"Ela é realmente super, nem arranhando com garras de tigre consegui rasgar!" complementou Mutano, achando que as expressões das garotas eram por incredulidade.

"Ah, parece divertido!" exclamou Terra, e Ravena ficou surpresa em como ela parecia já ter superado o susto, ou como fingia bem.

De repente, todos escutaram um zumbido em volta e então a rede de vôlei posicionada na quadra foi coberta por energia negra se enrolou em uma bola, como se alguém a estivesse amassando com mãos gigantes.

"Eu preciso meditar um pouco" explicou ela, e não era mentira. "O aglomerado de pessoas dificulta o meu controle emocional..."

"Ah, tudo bem... Podemos começar?" pediu Ciborgue.

"Por favor, sim" ela revirou os olhos, ao que o homem robô deu um grito de felicidade e se virou, e Terra o seguiu. Mutano, por outro lado, continuou a encarando. Ela apenas desejava que ele fosse embora.

"Está mesmo tão difícil pra você, Rae?" ele perguntou, desconfiado, uma mão sob o queixo. "Já ficamos juntos antes e você ficou ótima!"

"Eu estava mais bem preparada, e não durou tanto tempo quanto hoje" ela respondeu, sem olhar nos olhos dele. O metamorfo suspirou e olhou em volta.

"Não sei não... Tem certeza que nada aconteceu pra te chatear?" ele questionou, e ela sentiu seu coração disparar. "Ei! Cadê seu namorado vampiro?"

Ela agradeceu a Azar pela conveniente desculpa, já que não ligava a mínima para isso.

"Eu o mandei embora!" ela contou simplesmente.

"Por que?" ele franziu a testa e se aproximou mais dela.

"Ele... Ele tentou fazer umas coisas que eu não queria, e..." de repente ela sentiu um jorro quente de raiva emanando de seu amigo, e levantou os olhos, surpresa.

"Ele fez o que?!" ele gritou, os olhos com chamas. "Não acredito, por que você não me chamou? Eu devia ir atrás dele, onde ele mora? Me conta, Rae, porque..."

"Não, para!" ela pediu, colocando a mão no ombro dele, e ele pareceu se acalmar. "Eu sei cuidar de mim mesma. Nada aconteceu, e se tivesse, eu mesma o teria mandado para outra dimensão."

"Está certo... É só que... Argh!" ele bufou, nervoso. "Eu sabia que ele não era bom o suficiente para você, Rae!"

Ela piscou, ainda mais surpresa por essa afirmação. Logo em seguida, ele a abraçou sem nenhum aviso.

"Você merece alguém melhor, Ravena" ele disse com toda a certeza do mundo. "Sinto muito por ter deixado isso ir longe demais. Você precisa de alguém que dê valor à vida, que te mostre todas as alegrias e coisas boas... Ou, no mínimo, alguém que fique totalmente feliz por estar vivo e estar com você!"

Ravena sentiu seus olhos encherem de lágrimas e logo em seguida ficou irritada por esse fato.

"Você quer dizer alguém como..." ela pensou 'como você', mas disse: "... Estelar?"

Ele riu e a soltou.

"Porque eu não acho que Robin ia apreciar muito isso..." ela aproveitou o momento para levantar o capuz e deixou o vento secar as lágrimas que não escorreram.

"Acho que você..." antes que Mutano pudesse terminar a frase, porém, um poderoso berro 'HORA DA PINHATA!' veio dos andares abaixo, e ele levou as mãos à cabeça.

"Ah, não, estou perdendo!" ele se adiantou para a porta e então se voltou mais uma vez. "Você vai ficar bem?"

"Vou" mentiu a empata, lhe dirigindo um sorriso mínimo. Ele sorriu de volta e continuou seu caminho.

Ravena viu o rapaz sumir atrás das portas e suspirou de alívio por estar sozinha. Encarando o chão, ela se perguntou como Terra tinha sido capaz de trair um namorado tão bom quanto Mutano.

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