Victoire's Choice escrita por violet hood


Capítulo 1
Único




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Victoire's Choice

Por Violet Hood

— Você está linda — Dominique Weasley disse enquanto olhava o reflexo da irmã no espelho.

Victoire passou a mão pela roupa. Um vestido de tecido diáfano em um tom perolado, toldado com predarias em torno do peito, caindo sobre a cintura de forma leve. Sua mãe havia dito que ela parecia uma princesa com aquela roupa.

Contudo, Victoire não se sentia uma princesa, princesas eram confiantes e destemidas. Ela sentia medo, estava nervosa, mais nervosa do que quando fez seus N.I.E.M.s, ou do que no dia em que saiu pala primeira vez com Teddy. Queria poder voltar para a noite anterior quando estava deitada abraçando sua gata, Galina, enquanto seu irmão, Louis, preparava o jantar.

— Vic? — Dominique chamou a irmã. — Você está bem?

A noiva piscou, acordando de seus devaneios, e se virou para encarar a irmã mais nova. Victoire não precisava responder a pergunta, era possível ver o nervosismo estampado em seu rosto.

— Domi — seu tom de voz era de puro desespero. — Acho que vou vomitar!

— Tudo bem — a outra garota tentou soar calma, mas aquilo não era possível quando se tratava de Dominique Weasley. — Só não suje o vestido, ele foi muito caro!

A mãe das meninas, Fleur Weasley, foi quem repreendeu a filha.

— Dominique! — exclamou assustada ao ouvir sua filha mais nova dizendo aquelas coisas em um momento tão delicado. — Não diga uma coisa desses, nem mesmo de brincadeira.

— Mas mãe... — protestou. — Já olhou para o rosto dela?

Fleur a censurou com o olhar, fazendo com que a filha ficasse calada.

Victoire não pode deixar de soltar uma leve risada com a cena, deixando as outras duas mulheres um pouco mais aliviadas. Contudo, a expressão de desespero voltou para o rosto da noiva assim que ela olhou novamente para o espelho.

— Dominique — chamou Fleur. — Deixe-me a sós com sua irmã.

Dominique concordou com a cabeça e mostrou um sorriso confiante para a irmã antes de se retirar.

A mãe se aproximou da filha quando ficaram sozinhas.

— Você é a noiva mais bonita que eu já vi. — falou com sinceridade, enquanto ajeitava o cabelo loiro da filha que caia solto, com apenas duas tranças rodeavam a cabaça de Victoire como uma tiara.

— Você também vai dizer isso para Dominique quando ela se casar? — perguntou já sabendo a resposta.

— Com certeza — as duas riram juntas por um tempo. Quando as risadas cessaram, Fleur virou a filha em direção ao espelho. — Você está deslumbrante, minha filha. Até o céu sorriu ao te ver nesse vestido.

Era verdade que o dia estava bonito, Victoire tinha que admitir. O sol brilhava em um céu azul claro, e mesmo que fosse verão a temperatura não estava tão elevada.

Um dia perfeito para um casamento ao ar livre.

— Eu estou muito nervosa, mamãe — contou, virando-se em direção à mãe e ficando de costas para o espelho. — Está tudo perfeito demais, sinto que algo vai dar errado.

Fleur segurou as mãos da filha e as apertou de leve, a garota correspondeu ao gesto.

Victoire era quase tão alta quanto o pai, fazendo com que a mãe tinha que olhar para cima para encontrar os olhos azuis da mulher.

— Não pense assim, ma chéri — disse tentando tranquilizá-la. — Mas saiba que se não quiser fazer isso a gente pode cancelar tudo agora mesmo.

Vic arregalou os olhos incrédula, encarando a mãe como se ela estivesse completamente louca.

— Mãe! — exclamou. — A senhora está ficando doida.

Fleur riu com a acusação da filha.

— Eu estou falando a verdade. — assegurou. — Posso cancelar esse casamento em um estalar de dedos se quiser.

— Você está completamente louca. — concluiu a noiva.

— Sabe o que significa o seu nome? — a mãe perguntou com um sorriso no rosto.

— Vitória — respondeu, lembrando-se da história que ouvia desde pequena sobre a guerra, sobre o que sua família passou e sobre os que perderam suas vidas.

— Quando você nasceu, minha pequena vitória, quis que você fosse livre, tivesse aquela liberdade de escolha que foi tirada de mim — Fleur tentou segurar as lágrimas que insistiam em cair de seus olhos. — Livre para cantar e dançar, para escolher que roupa vestir, qual batom usar, qual livro ler. Livre para escolher sua opção sexual, se apaixonar por um puro-sangue ou por um trouxa e escolher seu futuro emprego — soltou uma de suas mãos das da filha para poder secar as lágrimas que caiam no rosto da mesma, que só não estragavam a maquiagem graças a um feitiço. — Eu quero que você seja livre para escolher o seu futuro, se quer se casar ou não. Se não quiser nós vamos embora, começamos de novo com uma caixinha de feijõezinhos de todos os sabores e filmes trouxas. E se você quiser se casar, então o seu pai está esperando do outro lado dessa porta pronto para entregar sua filhinha para outro homem.

— Mãe... — começou Victoire, sem saber muito bem o que dizer.

— Talvez ele não esteja assim tão preparado — concluiu depois de pensar mais um pouco. A filha sorriu ainda chorando. — Eu só quero que saiba que essa escolha é sua e ninguém pode mudar isso.

A noiva mostrou um sorriso confiante para mãe e se olhou no espelho pela última vez.

— Estou pronta.

— Tem certeza disso?

— Nunca estive tão certa de algo — falou gostando de como seu tom de voz era cheio de confiança, como o de uma princesa deveria ser. — Mas ainda quero dividir aqueles feijõezinhos com você.

Fleur apertou de leve as bochechas da filha mais velha.

— Quando quiser, ma chéri — sorriu com a careta que a mais garota fez ao sentir suas bochechas serem apertadas. — Mas agora você tem um casamento para comparecer — disse levando a filha em direção à porta. — E eu demorei muito tempo para convencer o seu noivo estúpido a não usar aquele tom de cabelo azul horrível.

Victoire já sorria quando entrelaçou o braço com o do pai.

Bill Weasley parecia tão nervoso quanto a filha estava há alguns minutos atrás.

— Preparada? — ele perguntou.

Você está preparado? — retrocou rindo.

Ela ficava da altura do pai com os saltos.

— Preciso responder?

Quando Victoire viu seu futuro marido a esperando no altar, não poderia estar mais feliz. O céu estava sorrindo e ela sorria de volta.

E, a propósito, o cabelo de Teddy Lupin estava roxo.

“Minha filha vai ter liberdade de escolha. Ela estará livre para dançar, cantar, ser educada nos campos que despertarem sua paixão, para se casar se ela quiser, para se casar com quem ela quiser, para permanecer solteira, ou se apaixonar por outra mulher. Ela vai ser capaz de usar o que quiser, por botam, ler livros que promovem o debate e expandem sua mente. Ela vai ser amada, protegida, respeitada e celebrada. Todas essas coisas que deveriam ser, e serão, direito humanos básicos, são uma promessa para minha filha.”

— Lena Headey


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Notas finais do capítulo

(créditos para Miller pela descrição do vestido porque eu não sei fazer isso kkkk)Hey! Espero que tenham gostado, amei escrever algo sobre elas (nunca tinha feito isso antes). Deixem um comentário, por favor.KissusViolet