As Chuvas de Castamere escrita por XxA27xX


Capítulo 1
And not a soul to hear


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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_ Mamãe! Mamãe! _ a menina chegou correndo no grande salão de Casterly Rock, o cheiro de maresia impregnado em seus cabelos ruivos. _ Septã Moira me disse que nos contaria uma história hoje antes de dormir!

Sansa sorriu ao ver a filha de cinco anos chegar tão feliz ao seu encontro.

_ Ah é? Septã Moira é muito boa com vocês. _ Sansa acariciou o rosto delicado da menina. _ E qual história ela deve contar hoje?

_ As Chuvas de Castamere, ela nos disse que todos os Lannister devem saber essa história. _ o pequeno Tyrus chegou despercebido e se sentou aos pés da mãe, com um olho preto e outro verde brilhando de ansiedade.

Sansa se levantou, ajeitou sua longa saia cor vermelho sangue e ordenou que os criados levassem as crianças para o banho.

_ Não leve Tyrone para o berço. Leve-o para o quarto das crianças depois do banho, vou amamenta-lo lá.

Os criados assentiram com a cabeça e fizeram sua cortesia antes de levarem as crianças para as banheiras de água quente que lhe esperavam.

_ As Chuvas de Castamere _ ela suspirou. Ela mesma queria contar a história, afinal, ela também era uma Lannister por casamento. Ela foi casada com Tyrion Lannister por ordem do Rei Joffrey por conspiração de seu avô, Tywin Lannister, o grande autor da carnificina de Castamere. Ela costumava sonhar com os acontecidos, pensando se um dia seu Rei, e antes, futuro marido, iria um dia ter uma história de tanto poder e honra como aquela. Mas tudo que Joffrey conseguiu foi começar uma guerra estúpida e massacrar sua família. Sansa ainda o odiava, odiava-o mesmo depois de morto, enterrado e apodrecido no solo. Se Oberyn não tivesse ganhado o combate, ela certamente estaria no chão, tão podre quanto Joffrey.

Em passos elegantes, foi até a grande sacada, olhando o mar em toda sua extensão. Com grandes monstros e graciosos golfinhos, com suas ondas que limpavam e matavam. E como seus filhos amavam aquele mar. Passariam todos os dias nadando nas partes rasas se lhes fossem deixado. Ela mesmo gostava do mar, mas preferia as lagoas geladas do norte onde passou a infância nadando com seus irmãos, a água não era tão gelada no verão, então todas as tardes, Robb, Jon e Theon levavam os mais novos para nadar. Theon sempre dizia que a água doce era fraca e que gostava mesmo de sentir o sal do mar na sua boca quando ia ao fundo. Theon era uma criança estúpida e um homem mais estúpido ainda, e as vezes ela se perguntava se as conversar sobre Theon ser refém dos Bolton era verdade.

_ Minha senhora _ a criada chamou da porta do salão. _ As crianças estão em seu quarto, a septã está a caminho para coloca-los para dormir.

_ Dispense a septã. Eu vou coloca-los para dormir hoje. _ Sansa voltou sua atenção ao mar e inspirou o ar gelado e salgado e rodopiou suas saias em direção ao interior do castelo.

Sansa Lannister era uma grande senhora de Westeros, e mantinha Casterly Rock em ordem e seu marido guardava o leste, enquanto seu primo Jon Snow, agora Targaryen guardava o norte, mantendo assim uma das maiores e mais poderosas alianças de todo o reino. Seus vassalos eram fiéis e satisfeitos com os feitos que as casas mais poderosas ofereciam. Tyrion não era burro, sabia que uma rebelião contra alguma grande casa traria mais tragédias para um povo que ainda se recuperava da guerra dos Cinco Reis. E como uma Lannister ela sabia que ninguém seria estúpido como os Reyne para tentar tirar Tyrion do poder do leste ou Jon do poder do norte ou até Daenerys do poder de Westeros.

_ Mamãe! _ Tyrus sorriu e se sentou na cama, bagunçando os cobertores de pele de raposa.

_ Conte a história! _ Tylla pediu com um sorriso gentil nos lábios.

A criada colocou Tyrone em seu colo, ajudou a desabotoar seu vestido e despiu um seio e ofereceu ao bebê, que aceitou de imediato.

_ Contarei, agora se ajeitem na cama e façam silêncio. _ Tyllas e Tyrus deram uma pequena gargalhada e voltaram a se deitar.

_ Seu bisavô, Tytos Lannister era um homem poderoso, protetor das Terras Ocidentais e Lorde de Casterly Rock. Era um homem bom, mas fraco. Seus vassalos riam dele, pela sua falta de desejo pelo derramamento de sangue e isso deixava seu avô, Tywin, furioso. A casa Lannister não era temida, nem mesmo respeitada. Os Reyne eram a segunda casa mais poderosa de Westeros, perdendo apenas para nós. Os Reyne construíram um castelo quase tão grande quanto Casterly Rock e suas mulheres usavam jóias e diamantes que nem mesmo sua avô usava. _ as crianças prestavam atenção com os olhos atentos, até mesmo o pequeno Tyrone parecia estar prestando atenção. _ Seu simbolo era um leão vermelho com garras em ouro.

_ Mas nós somos os leões! _ Tyrus retrucou.

_ Somos os únicos leões, tem razão. Mas só por que os Reyne e os Tarbeck resolveram se rebelar contra seu bisavô, achando-o muito fraco para ser tão poderoso. Com medo, Tytos deu a responsabilidade de acabar com a rebelião para Tywin Lannister, o jovem leão. Ninguém ainda sabia da força e da coragem de seu avô até que começou a saquear os castelos menores e matar os rebeldes. Quando o grande exército Lannister fechou cerco em Castamere, Lorde Reyne deixou as muralhas sem proteção e se esconderam em tuneis dentro do castelo. Com medo do jovem leão, Lorde Reyne ofereceu uma negociação que seu avô não honrou. Tywin mandou selar as minas de Castamere, não deixando chande de saída ou entrada. Depois, o alvo foi o riacho de águas límpidas no qual Castamere levava o nome, seus homens levaram menos de um dia para represar o riacho para dentro das minas. Os homens contam que não havia espaço para um esquilo sair de lá, imagine um homem. Homens, mulheres e crianças gritavam e choraram a noite inteira de dentro das minas, até que seus choros nunca mais foram ouvidos, e até hoje nunca ninguém abriu as minas de Castamere.

Seus filhos olhavam-a com certo medo.

_ Nunca conheci meu avô, mamãe. Mas ele era bravo, não era? _ Tylla perguntou.

Sansa não gostava de pensar em Tywin e em sua fúria.

_ Era. Todo Westeros o temia. Bastava apenas uma canção para calar possíveis rebeliões.

_ As Chuvas de Castamere! _ Tyrus exclamou e começou a cantar _ " And who are you, the proud lord said, that I must bow so low?"

_ "Only a cat of a different coat, that's all the truth I know" _ Tylla continuou.

_ "On a coat of gold or a coat of red, a lion still has claws, and mine are long and sharp, my lord. As long as sharp as yours" _ Sansa entoou com a sua voz suave a canção que conhecia desde pequena. Quando era refém em Porto Real ela era enojada pela canção que era tocada frequentemente. Mas agora, a canção era uma lição de história da família que agora pertencia e honrava.

Seus filhos fechavam os olhos, apenas escutando a mãe cantar, caindo em um sono tranquilo. Tyrone era colocado no berço, com a respiração calma, no seu sonho infantil.

_ "And so he spoke, and so he spoke, that lord of Castamere. And now the rains weep o'er his hall, with no one there to hear." _ Sansa olhou para a porta e viu a sombra de seu marido se aproximar do quarto. A canção se encheu de significado. Ela cantava sobre o grande feito de Tywin Lannister, o Senhor de Casterly Rock, tirano e temido e morto em uma latrina pelo homem que ela amava com toda sua alma.

Tyrion chegou a porta, sorrindo, visivelmente cansado pelo dia de trabalho. Ela sorriu de volta e entoou o último verso.

_ "Yes now the rains weep o'er his hall, and not a soul to hear."


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Notas finais do capítulo

Para os amantes de Tyrion e Sansa.



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