A Boneca de Emily escrita por Obake Suripu, Tia Luka Kane


Capítulo 3
As Flores


Notas iniciais do capítulo

Hello Peoples!
Demorei mas voltei, com mais um cap divo! *-*

Obrigada a Swann pelo comentário
Obrigada a Luka-sama por favoritar a história!

Boa leitura, smiles!



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— Pronto — digo satisfeita, lacrando uma caixa.

— O quê vais fazer com os pertences de Margareth? — pergunta Dolleye.

— Eu não sei. Talvez mamãe dê um fim nelas e...

— Vais mesmo deixa-la fazer isso? — ela me interrompe impaciente.

— Acho que não. Tem muita coisa interessante aqui.

— Ótimo. — ela diz satisfeita.

Vou até a cômoda e passo a esvazia-la.

— Só falta acabar aqui. — digo suspirando.

Abro a primeira gaveta, e encontro uma caixinha delicada colocada no cantinho. Pego a caixinha e analiso. É de madeira, e decorada com algumas flores. Abro a caixinha. Dentro dela tem apenas um olho castanho de boneca.

Olho para Dolleye preocupada.

— Isso é seu? — pergunto, embora ainda não acreditasse que ela fosse de fato a boneca.

Ela olha de um jeito estranho para o objeto.

— Deveria ser — ela diz — Mas eu não o quero.

— Mas é um olho — eu digo — Com esse você teria os dois!

— Não entendes — ela diz, superior — Eu não o quero!

Suspiro e me sento na cama com a caixinha.

— Como perdeu ele? — pergunto ainda olhando o olho.

— Hum? — murmura ela distraída olhando dentro da gaveta.

— O olho — eu digo. — Como o perdeu?

— Isto não és da sua conta. — ela responde fria.

— Porque nunca me explica nada? — pergunto irritada.

— Cada coisa há seu tempo — ela diz — explicar-lhe-ei ao tempo certo.

Bufo irritada.

— Emily, o almoço está pronto! — grita minha mãe de baixo.

— Já vou! — grito de volta.

Olho para Dolleye.

— Quer almoçar conosco? — convido.

— Não, obrigada — ela diz educada.

— Certo.

— Depois que terminar sua refeição, gostaria de passear no jardim em minha companhia? — convida Dolleye.

Olho para o quarto inacabado.

— Acho que uma folga não irá fazer mal — digo.

— Isso és um sim? — ela pergunta.

— Sim — respondo.

Desço as escadas até a cozinha. O cheiro estava delicioso. Me sirvo e sento. Mamãe já estava comendo.

— Eu já te matriculei na nova escola — ela diz.

Assinto distraída. Comemos em silêncio por um tempo.

— Eu fiz uma amiga — comento, quebrando o silêncio.

Eu não estava certa se falava sobre Dolleye ou não para mamãe, mas resolvi arriscar.

— Mas você nem saiu — mamãe estranha.

— Ela apareceu aqui no jardim — mudo um pouco a história para ela não estranhar.

— Ah, sim. Qual o nome dela?

— Dolleye.

— Que nome estranho...

— É bem diferente mesmo. Combina com ela.

Minha mãe sorri abertamente.

— Que bom que já está fazendo amigos, Emily.

Sorrio de volta e termino de comer. Corro para a escada.

— Que apressada — minha mãe ri.

Fico feliz que ela não esteja mais preocupada com minha vida social — ou a falta dela.

— Voltei — digo entrando no quarto.

Dolleye sorri.

— Vamos?

Sorrio de volta assentindo.

Descemos as escadas juntas e abro a porta de trás. Antes que eu saia, ouço a voz de mamãe:

— Aonde vai, Emily?

— Vou me encontrar com Dolleye.

— Volte antes do jantar.

— Está bem. — digo saindo.

Fecho a porta e nos encaminhamos para o jardim.

Passamos por baixo de uma espécie de portal muito bonito, decorado com flores. Seguimos por uma trilha de terra e olhamos para o jardim — que era enorme.

Lá tinha todo tipo de flores que puder imaginar. Flores coloridas, vivas, cheirosas e graciosas. Uma visão belíssima. Aqui e ali alguns bancos, e mais para o meio uma fonte. Estava realmente fazendo um dia perfeito para uma caminhada no jardim.

— Não és gracioso? — ela pergunta amavelmente.

— É... Lindo! — digo maravilhada.

Ela sorri. Ficamos em silêncio por um tempo, apreciando a vista.

Percebo que há uma melodia no ar, uma melodia suave e baixa, quase inaudível.

— Está ouvindo isso? — pergunto, só para ter certeza.

Ela assente.

— Quando as palavras calam, as flores falam. — ela responde.

— Mas flor não fala.

Ela sorri animada e se abaixa. Penso que ela vai colher uma flor, mas ao invés disso ela sussurra algo para ela. Que coisa engraçada, cochichar com um lírio-tigre. Não é todo dia que se vê esse tipo de coisa.

Ela se levanta delicadamente e sorri para mim. De repente, a melodia cessa. E depois recomeça ainda mais alta — agora tinha certeza que a estava ouvindo. Dolleye sorri novamente e pega minha mão, me puxando para perto da fonte. Na maior empolgação, ela começa a cantar, no ritmo da melodia:

Vermelha, azul, verde amarela

Todas as flores entram na dança

E se põe a cantar, dentro do tom

A canção das flores vivas

Se queres diversão

Se queres sonhar

Jamais se esqueça

De pelo jardim passar

Mãos para cima

Pés para o lado

Todos nós iremos cantar

A canção das flores vivas

Depois de um tempo, ela me pulava ao meu redor, cantando alegremente.

— Vamos, cante comigo! — ela chama.

Eu rio, mas a acompanho, cantando:

Pule no lugar

E comece a dançar

Todos nós iremos cantar

A canção das flores vivas

Se o tempo parar

Ou bem rápido passar

Não se preocupe

Dance no lugar

Vermelha, azul, verde, amarela

Todas as flores entram na dança

E se põe a cantar, dentro do tom

A canção das flores vivas

Paramos ofegantes de tanto pular e dançar, rindo. Nunca me divertira tanto em minha vida. Não entendo como eu poderia saber a canção inteira, mas fora muito divertido.

Ao conseguirmos parar de rir, Dolleye suspira e murmura:

— Que bom que está de volta.

Olho para ela sem entender, mas antes que pergunte qualquer coisa, ela vai em direção à fonte.

Vamos juntas para debaixo de uma árvore, e sentamo-nos. A brisa fresca balança os galhos da árvore numa dança preguiçosa. Estou tão cansada, que deito minha cabeça no ombro de Dolleye. Não sei se ela gostou ou não, mas também não disse nada.

Ficamos em silêncio, e sem querer adormeço.

~~*~~

— Emily! — ouço alguém me chamar distante. — Emily! — dessa vez, muito mais perto, quase consigo definir de quem é a voz — Emily, cadê você? — ouço o grito de mamãe ao longe.

Abro os olhos num pulo e olho para o lado. Dolleye não está mais ali.

— Estou indo mãe! — grito de volta.

Levanto-me e percebo que já escureceu. Olho em volta, e tento ouvir as flores, mas elas nada dizem.

Corro para casa e mamãe me espera na porta.

— Onde você se meteu Emily? — ela pergunta, preocupada.

— Eu acabei pegando no sono, desculpe. — tento me explicar.

— Quase morri de preocupação — ela me abraça. — Venha, o jantar está pronto.

Sento-me à mesa e devoro meu jantar, pois estava com muita fome.

— E então, como foi o seu dia? — pergunta mamãe.

— Eu e Dolleye passeamos no jardim e ela me ensinou a canção das flores vivas! — digo empolgada — Ela também me disse... Como era mesmo? "Quando as palavras calam, as flores falam". No começo não entendi, mas se você colocar em prática pode ouvir as flores!

Mamãe me olha confusa.

— Flores não falam Emily.

— Eu também achei que não, mas as nossas falam! Elas cantaram conosco também. — eu rio animada.

Mas mamãe apenas me olha preocupada.

— Emily, você só sonhou.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Comentem pra tia saber!
Até a próxima, smiles! o/



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