A Boneca de Emily escrita por Obake Suripu, Tia Luka Kane


Capítulo 1
A Boneca


Notas iniciais do capítulo

Hey hey smiles!
Titia Obake tá de volta ❤
Dessa vez com um shoujo-ai kawaii desu ∩ω∩
Boa leitura! ◕ω◕



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Acordo sonolenta ao ouvir o som de coisas sendo arrastadas. Ouço a voz de minha mãe chamando, e finalmente entendo o que está acontecendo: dia de mudança.

— Emily, anda logo, vem me ajudar! — gritava minha mãe.

— Estou indo — respondo sonolenta.

Levanto-me e troco de roupa. Sigo até o banheiro e escovo os dentes. Só então desço ajudar minha mãe.

— O que quer que eu faça? — pergunto.

— Leve essas coisas para o carro — ela aponta para algumas caixas.

— Certo. — pego as caixas e caminho para fora.

Coloco as caixas no porta-malas com certa dificuldade, depois volto para dentro. Percebo que alguns homens estão levando minhas coisas para o caminhão.

— Vou sentir falta daqui — suspira minha mãe.

Solto um sorriso fraco.

— É. — respondo apenas.

Mas não era verdade. Eu estava indiferente quanto à situação. Tanto fazia essa cidade ou a que íamos morar. Afinal, não tinha amigos naquela escola mesmo, então não fazia diferença.

Iríamos nos mudar para o condado de Cheshire, ali na Inglaterra mesmo. A nossa renda havia caído desde que papai morrera então mamãe resolveu se mudar para Cheshire.

— Pegue essas caixas aqui, Emily — pede mamãe. — Mas leve-as para o caminhão e ajude os rapazes.

— Certo — digo novamente, e ponho-me a trabalhar.

~~*~~

Entro no carro ofegante, e sento-me no banco do carona. Depois de horas carregando coisas, finalmente viajaríamos para Cheshire. Mamãe me olha animada.

— Pronta para uma nova vida? — ela pergunta.

Não entendo como seria possível eu obter uma nova vida, sendo que cada ser humano só tirava proveito de uma única, mas assinto mesmo assim.

A viagem não é tão demorada, cerca de apenas uma hora. Ainda assim, estou tão cansada que encosto a cabeça na janela, lutando contra o sono. Consigo permanecer acordada a viagem toda, mas permaneço em silêncio. Mamãe também nada diz.

~~*~~

Chegamos a um casarão velho mais afastado da cidade. Segundo mamãe, fora uma herança de minha bisavó, por isso era nossa última escolha.

Depois de todo o trabalho de levar as coisas para o caminhão, agora teríamos que desce-las. Com muito sacrifício, ajudo a descer tudo, e acabamos por volta das dez da noite. Estou tão cansada quando acabamos que não espero nada ser posto no lugar. Puxo um colchão qualquer e durmo sem travesseiro e sem cobertor mesmo.

~~*~~

Naquela noite, tenho um sonho esquisito. Estou andando por entre às árvores, quando avisto uma boneca. Ela era linda e delicada. Tinha cabelos castanhos encaracolados com as pontas rosa, preso por um laço. Seu vestido rosa era rodado e cheio, cheio de detalhes. A boneca tinha apenas um único olho castanho cor âmbar. No lugar do outro olho, havia apenas um buraco estranho e cicatrizado. A única coisa estranha na boneca. A boneca era tão delicada, que o artesão que a fizera, imagino eu, teria colocado toda sua paixão para cria-la.

Pego a boneca e volto meu caminho pela floresta, mas escurece de repente. Ficara tão escuro que não era possível ver nada além de alguns pontos vermelhos ao redor. Só então percebo de se tratam de olhos, então corro. Ao passar pelos olhos, percebo que são das árvores, que tenta me puxar para si. Corro como nunca na vida, mas parece inútil. Uma raiz de árvore puxa meu pé e eu caio, derrubando a boneca. Tento alcança-la como se minha vida dependesse disso, mas a árvore é mais forte.

Acordo sobressalta ofegando. Ainda podia sentir a árvore me puxando, e isso me aterroriza. Percebo que alguém me cobriu com uma coberta de pelos, então me livro dela. Levanto-me ainda sonolenta e vou até a cozinha. Abro a geladeira — que mamãe já arrumara no lugar com comida e tudo —, e pego água gelada. Coloco num copo e bebo.

Suspiro aliviada. Que tipo de sonho fora aquele? Tenho certeza que se contasse para alguém, iriam rir de mim por ter medo de árvores. Mas parecera-me tão real...

Caminho pela casa. Não tivera tempo para conhecê-la direito, então começo a explora-la, por mais que seja madrugada. Não queria voltar a dormir agora.

A casa era grande, e tinha vários quartos. Tinha cheiro de gente velha e pó. Na porta de um quarto, tem uma placa rosa com o nome "Margareth Jones", minha bisavó. Abro a porta e entro.

Acendo a luz e dou uma boa olhada. Todas as coisas dela ainda estão lá, intocadas. Analiso a beleza daquele lugar. A cama era grande e espaçosa, cheia de travesseiros e colchas rosa com babados. E no centro, uma boneca de um olho só e vestido rosa.

Olho atônita para a boneca, que me encara com seu grande olho. Era exatamente a mesma boneca! Aproximo-me dela com cautela, como se ela fosse se mexer e me atacar. Pego-a com cuidado e analiso. Era perfeita... Olho para cada detalhe seu, analisando. Concentro-me em cada detalhe, em cada fiozinho de cabelo, e em seu maravilhoso olho.

— O que está fazendo, filha?

Viro-me num salto e encontro mamãe na porta.

— Eu... Só estava...

— Está tarde, Emily. — ela se vira para sair. — Vai dormir — ela começa a fechar a porta.

— Mãe — chamo.

Ela para na porta e me olha.

— Posso ficar com esse quarto? — pergunto.

Ela olha em volta.

— Você nem gosta de rosa, Emily.

— Eu sei, mas...

— Fique. Mas isso não te livra de arrumar todas as suas coisas amanhã.

— Certo — eu digo — Boa noite.

— Boa noite — ela responde, e eu sorrio.

Apago as luzes e deito-me na cama de Margareth abraçando a boneca. Durmo quase que imediatamente.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Comentem pra tia saber!
Deem opiniões construtivas pra mim melhorar se estiver ruim ≧▽≦
Até a próxima, smiles o/