A Proposta escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 15
"Only know your love when you let her go... And you let her go..."


Notas iniciais do capítulo

Olááá! ~ sorriso largo estilo Demi Diva Lovato ~
Sim, eu deveria ter esperado mais, para ter mais comentários, mas... Não achei isso justo. Eu estou MUITO empolgada! Cara! Eu estava lendo os comentários maravilhosos ( como sempre ) e notei que: não escrevi absolutamente NADA do que estavam esperando. Isso pode ser negativo. Bem. Isso É negativo. Eu mudei muito tudo o que esperavam, de acordo com os rewiews (que vou responder ainda hoje, todos eles, me desculpem, mas é a minha última semana de férias, então preciso ler o máximo de livros que eu puder, mas vou responder cada um! Eu prometo! Já até comecei a fazer isso.)
Ok... Não estou mais empolgada.
:(
Estou assustada e com muito medo. Gente... Eu mudei muito das expectativas de vocês! Bem... ~ suspiro profundo ~ espero que gostem, mesmo assim :/



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Poucos fios de luz entram no quarto, tanto pelas cortinas terem sido fechadas na noite passada como pela chuva forte, que só me fazia querer ficar ainda mais tempo dormindo, e dormindo...

Abracei mais o... Abri meus olhos novamente, e não encontrei ele, e sim um grande travesseiro, onde seu perfume amadeirado emanava tudo, misturado ao meu. Senti cheiro de pão de queijo, e sorri abertamente. Peeta, Peeta...

Corei ao notar que nem uma calcinha eu tinha colocado antes de dormir "você não tem mais a calcinha da noite passada, porque ele rasgou, Katniss". Droga. Ou não.

Levantei-me, enrolada a um edredom, bocejando alto e lentamente, esticando meu corpo, que estava tremendamente dolorido. Tudo doía, principalmente minha intimidade. Fui para o banheiro, e lá estava um remédio para dores no corpo. Peeta é fogo... Olhei para a cama, toda bagunçada, amarrotada, a prova de que foi absolutamente tudo real.

Olhei a minha imagem no espelho, em busca de alguma diferença, mas só encontrei um amplo sorriso, extremamente sincero. Tomei o remédio, e fui para a cozinha, não encontrando minhas roupas espalhadas, e nem as de Peeta.

Meu coração acelerou, ao ver que nem suas roupas, e nem ele estavam aqui, apenas... Um envelope na mesa da cozinha, e ao lado, uma caixa linda, vermelha, com detalhes de natal.

Não tinha nada pronto, tudo exatamente como deixamos ontem, intocado, exceto por algumas coisas quebradas, que continuaram no chão. O cheiro de pão de queijo vinha do vizinho.

Abri o envelope, e tinha uma duas folhas, totalmente preenchidas pela letra corrida de Peeta, mas dava para entender claramente cada letra, e era delicada. Comecei a ler com atenção.

Querida Alguma Coisa Everdeen Cresta,

Eu estou indo embora.

Ok, nossa, que legal, que previsível, afinal, eu sou o homem, e homens geralmente fazem isso por não quererem um relacionamento sério com alguém, era coisa de apenas uma noite e etc, mas... É diferente, ou nem tanto.

Antes de explicar isso, melhor voltar a quando eu tinha 5 anos, época em que meu pai não era tão agressivo, afinal, eu era o filho único ainda. Não sei porque as pessoas mudam tanto depois de um segundo filho...

Perguntei a ele quantas pessoas uma pessoa pode amar com a vida dela, amar de chorar, amar a ponto de morrer para salvar uma outra pessoa, e ele sorriu gentilmente para mim, e disse que há apenas uma pessoa que tem o nosso coração para sempre, que arriscamos tudo porque é o nosso par, e tem o fruto desse amor, os filhos, sejam eles 1 ou 10. Eu acreditei naquilo tanto quanto o sol ia voltar na manhã seguinte. Oh, Deus, como eu acreditei. Eu olhava para todas as meninas, vendo se meu coração acelerava por alguma delas, e só deste jeito eu saberia se era amor. Nenhuma fez meu coração acelerar, até tentei fazer isso acontecer, mas... Não.

Quando cheguei aos meus 15 anos, um monte de hormônios juntos e misturados, eu pensava que essa coisa de amor era idiotice, afinal, eu via todos os dias meu pai bater na minha mãe, por motivos bobos ou mais sérios. Era todos os dias. Minha mãe dizia que eu não podia desistir de encontrar o amor da minha vida, isso ainda pode acontecer, mas eu não lhe dava ouvidos. Tenho irmãos sim, na verdade, irmãs, mais três, na verdade, sete anos mais novos que eu. Jane, Taylor e Katy. Jane tem agora 17, Taylor 15 e Katy 14.

Sabe a razão de meu pai me bater? Ele não queria filhas meninas, de jeito algum, mas aconteceu, só que quando Jane nasceu, era como se eu não existisse, como se eu fosse um ser insignificante, e a minha mãe, sempre quis ter uma menina, esqueceu-se de mim totalmente, e droga! Eu tinha sete anos! Deixei que o tempo passasse, então, quem sabe era porque ela era pequenininha? Eu esperei, esperei, esperei... E nada. "Peeta, faça o dever!" "Peeta, pegue a mamadeira!" "Peeta, seu idiota! Como assim não sabe fazer comida?! Sua irmã precisa de você!" E eu sentia falta do "eu te amo", mas eles pareciam não se importar.

Mesmo com essa coisa toda, de ser 100% excluído, eu amava e amo a Jane com a minha vida. Quando nasceu a Taylor, eu era como um cômodo da casa. Ignorado, só mais um. Quando a Taylor nasceu, eu tinha nove anos, e foi quando eu acho que fiz a maior besteira da minha vida. Gritei com o meu pai e dei um soco forte nele. "Nossa, que idiota, gritou com o pai!" Acontece que foi a partir desse dia que ele começou a bater na minha mãe, dizendo que ela não soube me educar.

Ele começou a gritar comigo por causa das notas, eu tinha tirado as piores da sala, porque não conseguia estudar com o choro incessante das minhas irmãs mais novas que dormiam no quarto ao lado do meu, e nossa casa era muito simples, então complicava ainda mais. Eu disse o problema era meu, e ele não deveria se meter, e também chamei as minhas irmãs de máquinas de choro idiotas. Ele acertou um tapa na minha cara, que ficou a marca, e me puxou pelo cabelo, levando-me até o porão... E me bateu com qualquer coisa que viu.

Uma ira começou a tomar conta dele, todos os dias, e até minha mãe estranhou, e quando perguntou o que estava havendo, ele deu um tapa nela, na minha frente, com Taylor no colo e Jane ao meu lado, com ela grávida da Katy, com 4 meses de gravidez. Ele disse uma coisa que vem sempre em meus piores pesadelos "Você não presta nem para ter um filho com saúde, sua vagabunda. As mulheres do meu trabalho são muito melhores do que você, seja na família ou seja na cama" Logo no início da gestação, foi dado nos exames que Katy sofria de Síndrome de Down, mas ela é a menina mais linda que eu conheço, e a mais inteligente também. Você queira me desculpar, mas os olhos cinzas dela são tão cheios de vida e inocentes, parecendo uma nuvem depois de um mês ensolarado. Ela é perfeita para mim. Não existe uma menina mais linda que ela, e Jane e Taylor disseram que são lésbicas pela irmã. O único problema de sofrer isso, é lidar com as piadas de mal gosto, então falamos isso para anima-la

Até eu fazer 16 anos, foi tudo um inferno. Eu era "ah, que se dane" para quase tudo, exceção para as minhas irmãs, que sempre cuidaram de mim depois que o meu pai chegava irritado, via que eu não tinha uma nota perfeita em todas as matérias e me jogava no porão, e de todas, Katy era a minha melhor amiga. Eu a defendia dos ataques verbais do nosso pai, e ela me defendia das agressões, mas eu era próximo a todas elas.

Meados dos meus 16, eu a encontrei. Primrose Carter. Loira, alta, inteligente, curvas perfeitas, e aluna nova. Cara, foi a primeira vista. Ela foi a única em toda a minha existência até aquele momento, que fez o meu coração bater mais forte, e não o meu... Ok, vou te respeitar, mas entendeu. Ela me causou as duas sensações, eu admito, mas o meu amor por ela foi muito maior do que qualquer outro hormônio no meu corpo.

Eu era aquele clássico babaca de filme americano, jogador de basquete, o cara que as garotas matavam para ter no meio das pernas, e como eu queria fazer com que os meus pais olhassem mais para mim, comia todas as que me apareciam, dane-se quem eram, ou como eram. Eu queria aparecer, mas quando eu vi a Prim, não me importava com meus pais, eu estava pouco me lixando para eles. Eu queria que o destaque fosse ela, e não eu.

Prim não era assanhada, como as meninas de hoje em dia são, ela era "nerd", mas tinha seus momentos "sou que mando nesta @3:#*", era a representante da sala, e eu era visto por ela como o grande problema da nossa turma, e como sempre foi muito solidária, me perguntou que razão eu tinha para tanta revolta, eu era uma peste, honestamente, queria que meus pais fossem na escola mesmo, e olhassem na minha cara, mas eles só me batiam, e pouco se importavam. Comecei a chorar, ai ela me abraçou, e disse que tudo ia ficar bem, porque ela estava lá. Duas semanas depois, ela me beijou, e foi nesse mesmo dia que eu a pedi em namoro, ela aceitou, e foi o melhor dia da minha vida.

Já contei, ela era feminista, defendia muitas causas sociais, e meus pais ficaram escandalizados, e meu pai ainda fez questão de dizer que ela não era apropriada para "seu filho", ai eu disse "sério? seu filho? não parece que você tem um nos últimos nove anos". Eles não olharam na minha cara depois daquele dia, e eu não fazia questão, porque realmente tinha encontrado o amor da minha vida, e era muito certo daquilo. A última vez que nos falamos foi quando eles disseram que era para eu ir para Princeton e nunca mais voltar. Não voltei. Liguei apenas para saber das minhas irmãs.

Eu e as minhas irmãs, as três, tínhamos o costume de ir para o telhado quando nossos pais dormiam, e olhar as estrelas, contando o que esperávamos do futuro. Isso vai fazer sentido em algumas frases.

Acabei de te contar toda a minha história de vida, em... Treze parágrafos, onze, na verdade, pois os dois foram introdutórios, explicando a razão de eu ter dito na segunda linha "estou indo embora".

Quando Prim morreu, eu era desacreditado desse amor de amante, pensei que nunca mais amaria alguém daquela forma, de chegar a me doer. Eu amava minhas irmãs, e as amo. Se me ligarem agora e dizerem que uma delas precisam do meu coração, e que para isso eu realmente vá morrer, dou sem pensar, mas é de outro amor que estou falando... É aquele amor que o dicionário não sabe explicar, e as pessoas não sabem dizer.

Eu apenas existi depois que ela morreu. Eu não vivi, eu existi, era como um balão sem ar, sabe por que? Porque o amor é a única coisa que nos faz sentir vivos, livres. Mas você me apareceu, de maneira mais estranha do mundo. Katniss Cresta Everdeen, no momento em que eu te vi, o meu mundo parou, mesmo que estejamos a nem sei quantos milhões de quilômetros por hora girando em torno do sol ou de nós mesmos. Pensei que nunca mais eu sentiria aquele frio bom na barriga, meu coração acelerar, as palavras se complicarem na minha boca, mesmo que eu seja ótimo com elas.

Estar com você desde o momento em que te vi deitada de qualquer maneira no meu sofá é muito fácil, simples. A consequência do destino é o amor, e foi assim. Exatamente assim quando te vi. Não foi amoooor, amor mesmo à primeira vista, porém, já sabia que você era muito especial para mim, e muito importante. Ignorei por bastante tempo, ignorei por dois longos meses, e não sei como não notou o quanto eu estava afetado pela sua presença na minha cama de noite... Não sei mesmo. No nosso primeiro dia em LA, eu cantei Give Me Love, e foi sincero, mas só percebi quando deixou eu entrar no seu quarto aquela noite, onde eu sonhei com o meu pai batendo em Katy, e depois na minha mãe, enquanto eu não podia reagir.

Te levei para ver as estrelas depois da vingança, não foi? Eu me lembro disso todas as vezes que fecho os olhos, e as imagens se misturam a noite de ontem, a melhor noite da minha vida em muitos anos. Eu nunca levei alguém além das minhas irmãs para observar o céu, nem Prim. Quando eu disse que desejava amar de novo, meu desejo se realizou e eu nem notei. Coisas como essas nunca vemos chegar. Eu amei e amo você, e sem querer, fez eu voltar a falar com as minhas irmãs. Contei de você para elas, e que estava de mudança, e que te amo. A doce Katy disse que eu merecia morrer. Concordo veemente com ela, tenha certeza. Eu mereço morrer, porque viver por amor ta palha.

Elas três são minhas melhores amigas, mas eu não vou dizer o que aconteceu entre nós essa noite, por mais que o meu maior desejo seja sair de mãos dadas com você pela rua, com uma aliança na sua mão esquerda, e que todos saibam que você é minha para sempre. Acima do meu amor, tem o respeito. Faça o que quiser com o que aconteceu essa noite. Apoio qualquer das suas decisões, afinal, eu estou indo embora. Me desculpe por isso...

Depois do beijo, onde quase avançamos para "mais que beijo", meus pesadelos começaram a ser sobre perder você, e não com Prim e o nosso filho. Os pesadelos relacionados ao meu pai ficaram curtos depois que ela morreu... E você apagou tudo. Absolutamente tudo.

Escolhi cursar Neurologia, porque nunca entendi a razão do meu pai do nada, sério, foi do nada, a ser um grande pesadelo para todos lá de casa. No final, optei por Neurologia Infantil porque Katy disse uma coisa que me deixou pensando durante muito tempo "é impossível decifrar o que se passa na cabeça de um adulto se não saber como ele era quando criança. É quando somos meros bebês que nosso caráter é definido. Caráter já nascemos com, não existe, pelo menos para mim, essa coisa de ir sendo moldado ao passar dos anos, você pode apenas controlar quem é de verdade, mas tem um momento que mostra sua verdadeira face", então decidi ser neurocirurgião infantil. Em busca de respostas para a minha mente, e a mente dos adultos ao meu redor. Eu nasci assim, medroso, apavorado, e que ao invés de decepcionar as pessoas no futuro, corto logo essas probabilidades. Quanto mais alto pior a queda, então sou apenas eu mesmo desde o início para que seja bem baixa a queda, a ponto de se tornar um escorregão ao meu respeito.

Senti muitas dúvidas sobre o que fazer na faculdade na pós-graduação, afinal, Prim sofria de câncer, e eu vi que se seguisse Oncologia, eu ia chorar a cada diagnóstico que eu desse, e não suportaria ver alguém passar pelo mesmo que eu passei... Por isso eu escolhi neurologia. Estou explicando absolutamente tudo, tudo para você, porque eu estou deixando você por livre e espontânea vontade, mas com razões. Nunca entendi a mente humana, sempre me afligiu, como disse no parágrafo anterior, e a minha mente não foge do contexto. Eu não me entendo.

Katniss, eu amo você. Eu amo, amo como a minha vida, amo tanto quanto eu amava a Prim, e... Verdade seja dita, esse amor está se tornando maior, a ponto de me sufocar. Cara, eu estou te amando mais do que amava Prim! Eu não sou o que você merece, e nem o que você precisa, preciso aceitar isso. Você merece uma pessoa sem traumas psicológicos, sem marcas no corpo e na alma. Eu te amo tanto, Katniss, tanto mesmo, que eu sinto medo. Sinto medo de você perceber que eu não sou esse cara incrível que pensa que é. Eu acabei de te escrever a minha história, e acredite em mim, estou tirando dos seus ombros um fardo extremamente grande e pesado. Eu acordo chorando em inúmeras noites, soluçando de medo, do meu pai ter feito algo as meninas, e quando relembro do bebê ou Prim dizendo que me amava e depois morrendo nos meus braços, e eu não pude fazer droga nenhuma. Quando dormimos juntos, espero o dia clarear para dormir, pois não gostaria que me ouvisse gritando e chorando por pessoas que nem estão entre nós ou que não querem me ver mais. Não é isso o que você quer. Não quer também um cara que tem cicatrizes nas costas, quer? Com certeza não.

Eu espero que me perdoe. Sinceramente. Te contei tudo isso para mostrar que eu não sou a pessoa certa para você. Eu não te usei por essa noite. Eu repetiria tudo de novo, e de novo e de novo, quantas vezes o meu corpo permitir eu beijar você toda, e te amar até a minha energia ficar no negativo de novo. Eu amo você, eu amo você por dentro e por fora, cada camada, até seus defeitos, pois são eles que nos destacam no dia a dia, e quando amamos alguém, amamos tudo, até os defeitos, e é assim com você.

Estou indo para um outro lugar, minhas coisas não estão mais no apartamento a dois dias, apenas uma mala, porque aluguei o apartamento, e estou me mudando para longe de Las Vegas.

Não é impossível encontrar alguém que não quer ser encontrado. Esse mundo é muito pequeno, e a vida se baseia em encontros. Talvez nos encontremos daqui a um mês, uma semana, ou daqui a trinta anos, mas saiba que eu sempre vou amar você da mesma forma, ou melhor, não. Hoje eu te amo mais que ontem, mas muito menos que amanhã. Amor e saudades são os únicos sentimentos cumulativos. Mas a saudade é maior que o amor. Não importa o quanto você ame uma pessoa, a saudade que sentirá dela será sempre duas vezes maior...

Lembranças e o seu perfume na minha pele são tudo o que levo comigo a seu respeito.

Espero que a vida te trate bem, e espero que tenha tudo o que sempre quis, e te desejo felicidade, mas acima de tudo, espero e desejo que encontre o amor da sua vida. Eu encontrei o da minha, e duas vezes. Com certeza Deus não vai me dar outra chance dessas, senão eu estaria abusando da boa vontade, por mais que eu saiba que sermos amados é nosso direito Divino, eu já encontrei duas vezes, e nada acontece da mesma forma ou da mesma intensidade... Uma delas eu não pude fazer nada, e a segunda, você, estou deixando ir, porque o amor nem sempre é suficiente, e eu não me sinto o bastante para você. Você é tudo o que eu preciso e mais, mas eu não supro essas necessidades no que você realmente merece, por isso aceitei uma proposta de emprego longe da California.

Até algum dia, quem sabe... A vida é um grande encontro, por mais que passemos metade dela nos desencontrando. Eu amo você, e é por medo e conhecimento de saber que você merece muito mais que estou indo embora.

Peeta Mellark.

Ao terminar de ler, mais manchas foram feitas no papel, pois estava claro que ele chorou escrevendo também. Li, reli, procurando algo escrito como "é pegadinha!", mas é a letra dele, corrida, típica de médico, no entanto, é bem legível e bonita. Única. A caligrafia dele é bem suave, e não possui erros gramaticais, ou alguma palavra que não se entenda, mas naquele momento, eu queria que tudo estivesse confuso e ilegível, porque... Não é possível!

Soluçando, ainda com o edredom cobrindo meu corpo, eu peguei meu celular, e notei o quanto minhas mãos estão trêmulas, tentando não acreditar. Ele está fazendo isso apenas porquê acha que eu não vou desejá-lo? Não gosto de seu passado? Nem sempre estamos em nossos melhores dias, oras!

"O número pelo qual você ligou, está fora do ar, ou não existe"

Ouvi a mesma coisa umas 15 vezes, e chorei mais. Digitei apenas o número 2 no meu celular, discagem automática. Número 1 é... A pizzaria.

– Finn! Finnick! - eu disse sentada no sofá, sentindo dor no coração e no corpo

– Oi? Katniss? O que houve?

– Abre o apartamento do Peeta! Agora!

– Hã... Ok, né..? - ouvi seus passos, o rodar do molho de chaves na porta de sua casa, e os passos ecoados no corredor - Oh, droga... - murmurou

– Ele está aí? - perguntei puxando ar com força, fechando os olhos

– Eu vou matar esse cara se ele fez o que eu penso que ele fez! - disse meio alarmado - Eu vou pra ai agora, e você vai me contar tudo o que aconteceu. - desliguei o celular, e me joguei para trás. Toda aquela leveza, toda aquela calma, sumiu.

– Ô de casa! - a voz de Madge me tirou de meus devaneios - Abre a porta, Katniss! - corri, abrindo imediatamente, e me joguei em seus braços, chorando em seus ombros - Ai meu Deus... O que houve? - ela é um pouco mais alta do que eu, e me levou para dentro, depois de me colocar como uma criança em seus braços, e me colocou no quarto.

Eu estava soluçando muito, muitas e muitas lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Então essa é a dor de um coração partido? - Não... Não... - puxei ar, ou melhor, tentei, mas não consegui - Respirar... - eu estou ficando sufocada. Madge me lançou um olhar de puro desespero

– Ai meu Deus! Sua asma! - me deitou na cama com cuidado, e o perfume do Peeta misturado ao meu, e o nosso suor subiu, piorando tudo mais ainda, e eu chorei. Tanto por não ter ele aqui, por saber o quanto ele tinha sofrido, e por não conseguir respirar - CATO! CATO! - gritou de forma estridente, abrindo minhas gavetas, e eu comecei a ver tudo turvo, escutando os passos de seu marido

– O que houve? Uou! Borboleta! - Cato me chama de Borboleta desde que me viu, quando eu tinha uns... Nem lembro. Acho que 20, pois Madge é apenas um ano mais velha que eu e Annie.

– Ataque de asma. Desce e liga o carro! Agora! Toma! - jogou o celular - Liga pro Gale. Aquele cretino é um bom médico, pelo menos. - senti meu corpo ser levantado, e ela colocou um vestido em mim. Não estava mais com forças para nada. Eu só estava vendo vultos, a voz de Cato apressada no celular, e Madge me sacudindo, fazendo o possível para me manter respirando, mas... Tudo ficou escuro, e eu espero que seja para sempre.


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Notas finais do capítulo

Eu disse... o que acharam? :///
Bem, no prólogo eu falei "me inspirei em
living In The Moment, a fic da diva Manu", e... Ta ai.
Vou esperar ansiosamente a opinião de vocês... Não sei o que pensar. Mudei tanto das expectativas, que acho difícil gostarem, mas está ai. Eu escrevi na semana passada essa carta dele, porque era o meu objetivo desde o prólogo, editei, li e reli. Espero que tenham lido tudo, porque ela vai ser a chave-mestra para o clímax da fic. O próximo já está escrito, mas antes preciso saber o que acharam desse? :/ não sei o que esperar. Estou com medo de ter falhado...
É isso, galera. Beijos, e vejo vocês nos comentários!