Interlúdio escrita por Lab Girl


Capítulo 7
Pulso


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo chegando! Espero que vocês continuem apreciando a história. Esta fanfic é um caminho para Megan e Davi se reencontrarem e se acertarem de vez. Por isto não quero pular etapas, tampouco empatar o entendimento dos dois. Mas não podemos esquecer de que há um segredo no meio do caminho, no meio do caminho tem um segredo... #DeAndradeDrummondLab

Desta vez o título não é a tradução literal do nome da música sugerida no capítulo, mas a canção tem algo ver com ele... como os sentimentos dos nossos protagonistas e a fragilidade do momento, que, como uma pulsação, pode nos surpreender subindo ou descendo bruscamente. Bem, quem quiser escutar, já sabe: é só clicar na parte azul do texto com o lado direito do mouse e pedir para abrir em outra aba/janela.

Então vamos que vamos, adiante e sempre. Boa leitura, beijos no coração e espero saber o que vocês acharam nos comentários :*



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A festa na Mansão Marra estava mais calma do que Davi podia ter esperado. Era aniversário de Ernesto e Pamela tinha bolado uma festa surpresa com a ajuda de Davi e de Megan. Estavam presentes poucas pessoas, mas as que realmente importavam, como a família do aniversariante, sua tia Rita representando a família Reis, mas já tinha ido embora pois tinha outro compromisso aquela noite, além do próprio Davi, Dorothy e mais dois ou três amigos dos velhos tempos de Ernesto.

Foi mais para o final da festa que a anfitriã, Pamela, encontrou uma brecha para se sentar no sofá, ao lado de Davi. Os convidados ainda presentes estavam reunidos na sala de jantar.

Oh, God!” Pamela suspirou, jogando o corpo sobre o enorme sofá e suspirando enquanto tirava os saltos dos pés por um instante. “Eu amo festas, mas tinha me esquecido de como é cansativo organizar e comandar uma.”

A loira, então, sorriu, olhando para Davi, que bebericava uma taça de champanhe.

“Pois pode se orgulhar e considerar que a missão foi cumprida. Está tudo ótimo” ele também sorriu, erguendo a taça antes de tomar o restante da bebida.

“Eu não teria conseguido sem a sua ajuda e a de minha Megan. Que bom que gostou, Davi. Você é sempre tão gentil” Pamela tocou o braço dele com carinho.

“Falei sério, mesmo” ele meneou a cabeça em confirmação.

Well, é bom ver o Ernesto feliz também” Pamela desviou os olhos um momento para a sala de jantar, onde o namorado estava de pé, rindo com o sobrinho e a avó, na companhia dos pais e da irmã que estavam reunidos à mesa. Então, Pamela tornou a olhar para Davi. “E você? Como está?”

“Bem” ele disse, colocando a taça vazia sobre a mesa de vidro.

“Já faz algum tempo que a gente não se fala, não é mesmo, Davi?” Pamela endireitou a postura, sentando-se melhor no sofá. “Como vão seus projetos? O Júnior, a Brazuca? Megan me disse que a startup de vocês está indo de vento em boa.”

Davi resistiu à vontade de rir do uso incorreto da expressão. “É verdade. Com muito trabalho e um pouco de sorte, a coisa tem ido muito bem sim. E graças também a sua filha, que desde que voltou a trabalhar comigo e Ernesto não tem economizado esforços pra isso.”

Pamela sorriu, feliz em ouvir aquilo. “A minha baby girl realmente encontrou algo que gosta de fazer.”

“Ela surpreendeu a todo mundo, ao que parece.”

“Sempre soube da força de minha filha, Davi. Ela só precisava descobrir por ela mesma que era capaz de fazer algo importante.”

“E ela descobriu” Davi sorriu.

Pamela meneou a cabeça, e, em seguida, assumiu uma expressão mais séria.

“Davi, eu queria aproveitar a oportunidade para tocar num assunto delicado e importante.”

Ele endireitou o corpo no sofá inconscientemente, esperando que ela fosse falar de Megan, mas foi surpreendido quando Pamela disse do que se tratava.

“Você sabe que Manuela nos deixou, right? E eu sinto muito pelo fim do relacionamento de vocês dois, de verdade. Mas agora que tanta coisa aconteceu… Manuela se foi e eu não tenho a quem recorrer. Queria pedir que você pensasse seriamente numa proposta de negócios. Que reconsiderasse a sua decisão sobre assumir a presidência da Marra.”

Davi sentiu-se desconfortável de repente. Não estava esperando que a conversa tomasse aquele rumo.

“Pamela…”

Please,” ela ergueu a mão para impedi-lo de terminar. “Não me responda nada agora. Só quero que pense na ideia, está bem? Eu só queria que soubesse que tenho total confiança em você e que sei que você seria o melhor para a Marra. Mas não quero forçar você a nada, Davi.”

Ele não teve como negar o pedido de ao menos pensar antes de decidir. Então, sorriu e balançou a cabeça em concordância. “Está bem. Prometo que vou pensar.”

“Obrigada, dear” Pamela levantou-se e beijou o rosto dele com carinho, pegando os sapatos em seguida. “Agora vou voltar a ficar com o Ernesto, fique à vontade, a casa é sua.”

Davi sorriu novamente, agradecido. Assim que Pamela se afastou, Megan entrou no campo de visão dele, linda naquele vestido branco solto que a tinha feito parecer um anjo sem asas flutuando pela casa durante toda a festa. Os cabelos longos e dourados presos num rabo de cavalo meio frouxo deixavam em destaque o pescoço e o colo esguios. Ela tinha uma taça nas mãos e um sorriso perfeito no rosto. E Davi sentiu uma fisgada no peito, os batimentos dobrando de intensidade de um momento a outro. Ele endireitou a postura sem nem mesmo perceber quando a avistou vindo em sua direção.

Megan não esperou convite e sentou-se ao lado dele no sofá. “Eu escutei o que a minha mom disse.”

“Ah, é? Já te disseram que é feio ficar escutando a conversa alheia?” ele brincou, só para provocá-la.

Megan balançou a cabeça. “So funny. Engraçadinho. Não tinha nenhuma porta aqui e se fosse confidencial, a minha mom teria levado você para o escritório lá dentro.”

“Garota esperta” Davi piscou, tornando a brincar com ela.

Mas Megan agora estava séria, um dos braços apoiados no encosto do sofá enquanto ela o encarava. “Eu acho mesmo que você deve pensar no que ela disse.”

Davi sorriu apertado. “Eu já prometi a ela, e agora prometo a você também que vou pensar com carinho, tá bom?”

“Isso não é só pra agradar nós duas, é?” ela estreitou os olhos.

“Não. Eu vou pensar mesmo.”

Isso deixou Megan pra lá de contente, ela sorriu e ergueu a taça com suco de morango para celebrar. Davi, então, estreitou os olhos, estranhando o fato de ela não estar bebendo.

“Ué, dispensou o champanhe?”

Megan sentiu o rosto arder, repentinamente consciente de que, mais uma vez, ele pegava um pequeno detalhe capaz de denunciar sua condição. Mas ela logo repreendeu-se e forçou-se a manter a calma. Davi não tinha como saber, e ele não começaria a suspeitar por algo tão trivial. Com um sorriso amarelo, ela explicou enquanto deixava a taça sobre a mesinha de vidro, bem ao lado da que ele estivera bebendo, agora vazia “É, eu estou evitando bebida alcoólica.”

Davi a observou com atenção por um instante. Megan sentiu o pulso acelerar.

“Que foi?”

“É uma boa decisão. Evitar a bebida.”

“Você acha?”

“Acho. Acho, sim” Davi balançou a cabeça. “Eu mesmo só bebo muito de vez em quando. Acho que é melhor pra saúde” então, rindo, ele resolveu provocá-la uma vez mais, “Só com a comida que você decidiu não maneirar, né? Atacou o buffet da festa sem piedade que eu vi. Tá descontando nela agora que não tá bebendo?”

Megan ficou completamente sem jeito. “Já é a segunda vez que você diz que eu tô comendo muito. Eu tô gorda?”

A preocupação por trás da pergunta dela era outra, mas passou despercebido a ele, claro.

“Não, longe disso. Você tá ótima” Davi falou, o olhar percorrendo discretamente o corpo dela, mas suficiente para que ela percebesse, fazendo-a corar. Ele, então, pigarreou. “Quer dizer, você sempre foi. Digo, o seu corpo sempre foi ótimo” então, ele sentiu o rosto arder, “Bem, o que eu quis dizer foi… é que… eu não te chamei de gorda não. Acho que você não seria nem que quisesse.”

“Ah, em breve…” Megan mordeu a língua ao perceber o que estava prestes a dizer.

“Em breve o quê?” Davi perguntou, curioso para ouvi-la terminar a frase.

Megan tomou um gole enorme de suco e respirou fundo antes de responder.

“Em breve eu vou ficar gorda se não me cuidar. É isso.”

Davi balançou a cabeça. “Nem se preocupa, Megan. Seu biotipo não vai permitir.”

Ah, se ele soubesse!

Well, eu vou pegar mais champanhe pra você, assim a gente pode brindar esse momento de paz nas nossas vidas, que tal?” ela perguntou, querendo usar a desculpa para se afastar um pouco e se recompor.

“Por mim, tudo bem” ele pegou a taça vazia sobre a mesinha e estendeu a ela.

Ao se levantar do sofá, porém, Megan sentiu uma tontura súbita. Davi deixou a taça novamente sobre a mesinha e correu para o lado dela, amparando-a a tempo.

“Megan, cê tá bem?”

Ela ouviu a voz preocupada dele, o mundo ainda girando num borrão por trás dos olhos dela. Inspirou, tentando conter a sensação desconfortável, mas não conseguiu evitar… tudo ficou escuro depressa demais.



~



Megan abriu os olhos devagar, encontrando o teto de seu quarto. Piscou algumas vezes antes de todo o resto entrar em foco. Ela virou a cabeça de lado, com cuidado, lembrando-se logo do que tinha acontecido na sala ao se levantar do sofá e sentir uma forte tontura…

Virando-se na cama, ela viu a mãe sentada numa cadeira ao lado, preocupada.

My baby girl” Pamela correu para o lado da filha.

Mom, o que aconteceu? I mean, depois que eu me levantei do sofá e fiquei completamente zonza.”

“Você desmaiou, darling. Sorte que Davi estava por perto e amparou você. Ele a trouxe para o quarto. Como está se sentindo?”

“Eu… eu tô bem” Megan disse, sentando-se na cama.

“Megan, Sweetie, eu estou muito preocupada.”

“Deve ter sido só uma queda de pressão, mom. Nada pra se preocupar.”

“Não é normal você desmaiar assim, do nada” Pamela falou, séria. “Além do mais, Davi me disse que outro dia você também sentiu uma tontura na Brazuca.”

Megan sentiu o coração disparar. “Mom…”

“Por isso não adianta fugir, eu vou mandar chamar o nosso médico de cabeceira agora mesmo” Pamela se levantou da cama, indo pegar o telefone.

“Eu já fui ao médico” Megan interrompeu a mãe e a fez girar nos calcanhares para encará-la. Munindo-se de coragem, inspirou, falando num fio de voz. “Eu estou grávida, mom.”

Os lábios de Pamela se abriram lentamente, os olhos crescendo e a expressão do rosto atestando a surpresa total com a notícia que acabava de receber.

“Pregnant?

Yes, mom” Megan conseguiu sussurrar, a garganta apertada com medo e emoção.

Oh, my God!” a voz de Pamela se tornou um suspiro.

“Eu não queria, eu não planejei isso, mom” Megan começou a sentir as lágrimas se acumulando nos olhos, travando sua voz.

Pamela aproximou-se da cama novamente e deixou o corpo cair na beirada do colchão macio. Olhou para sua menina, a respiração já se estabilizando. “Davi é o pai, não é mesmo?” ela perguntou, mas não precisava de confirmação. Pamela sabia. E seu olhar dizia isso à filha.

I´m sorry” Megan murmurou, chorosa, olhando para o rosto da mãe.

Levando as duas mãos ao rosto da filha, Pamela enterneceu-se. “Oh, baby girl! Você não tem que pedir desculpas.”

“Mas eu juro, mom, eu juro que não foi premeditado, foi um acidente…” Megan sentiu as lágrimas descerem, quentes, por seu rosto.

Pamela a abraçou carinhosamente, permitindo que ela chorasse enquanto acariciava os cabelos dourados de sua menina. “Foi por isso que ainda não contou a ele, não foi? Por medo de que ele pense que você planejou essa gravidez.”

Afastando o rosto do ombro da mãe, Megan fungou, enxugando as lágrimas com uma das mãos.

Yeah. Primeiro por medo de que ele pense que eu estou inventando a gravidez like eu fiz com a história da cegueira. E depois porque, mesmo que eu prove que estou mesmo grávida, e de um filho dele, Davi ainda vai pensar que eu fiz isso de propósito.”

A mão de Pamela correu pelo rosto da filha num carinho lento. “Esse é um risco que você vai ter que correr agora, Sweetie. Viu só o que deu inventar algo tão sério para prendê-lo ao seu lado?”

Megan abaixou a cabeça, envergonhada de si mesma. “I know. Eu sei, mom. Agora eu sei. E eu me arrependo disso todos os dias. No final das contas, ele não ficou comigo. E nem mesmo agora que a nerdestina se foi ele vai ficar.”

“Um filho não pode servir de artimanha para prender um homem.”

Megan levantou o rosto, encarando a mãe. “Nem é por isso. Mas porque eu sei que joguei fora todas as minhas chances com Davi. Ele odeia mentira. E mesmo tendo me perdoado como amigo, ele nunca mais vai confiar em mim como pra querer ter um relacionamento comigo de novo.”

“Na vida temos que pagar os preços das nossas escolhas, Megan” Pamela murmurou com doçura. “E, se for esse o preço a pagar pelo que você aprontou com ele, vai ter que ser.”

Megan sentiu a pontada de realidade no peito. Não que já não estivesse ciente daquilo tudo, mas com sua mãe dizendo, parecia se tornar ainda mais real. E dolorido.

I know, mom.”

“De qualquer modo, você sabe o que tem que fazer agora, não sabe? Contar a Davi sobre esse baby que está esperando.”

Os olhos de Megan se arregalaram. “No, mom! Please! Ainda não.”

“Como não, Megan?” Pamela franziu a testa. “Ele é o pai, precisa saber.”

I know, mas agora não. Ainda não é o momento.”

“E quando vai ser? Quando a sua barriga começar a aparecer? Ou quando a criança nascer?”

Megan sabia que estava sendo tola, adiando o inevitável, mas algo dentro de si ainda não estava pronto para encarar a reação de Davi àquela notícia.

“Eu sei que não tenho muito tempo, mas eu não posso contar agora.”

“E o que a impede?”

“Nós mal voltamos a nos falar, mom. Estamos nos entendendo aos poucos e eu quero recuperar a confiança de Davi antes de contar a verdade.”

Pamela a observou em silêncio por alguns segundos. Em seguida, suspirou.

All right! Tudo bem.”

Really?” Megan sorriu. “Sério? Não vai dizer nada a ele, right, mom?”

“Claro que não. É você quem tem que contar. Vou respeitar seu tempo, mesmo achando que você já devia contar de uma vez.”

Oh, thanks, mom” Megan abraçou Pamela apertado, sorrindo, aliviada.

“Mas daqui para a frente você vai ter que se cuidar muito, Sweetie” afastando-se do abraço, Pamela pegou o rosto da filha, sendo tomada, finalmente, pela emoção. “Oh, eu vou ser grandma!

Megan não resistiu, deixou escapar uma risada em meio às novas lágrimas que insistiram em molhar seus olhos emocionados. As duas se abraçaram de novo e, quando o chororô terminou, uma secando o rosto da outra e sorrindo feito bobas, Pamela as chamou de volta ao entorno.

“Davi está lá fora esperando pra saber se está tudo bem com você.”

Megan mordeu o lábio. Pamela arqueou uma sobrancelha.

“Quer que eu diga que você já acordou e peça para ele ir embora?”

Ela hesitou por meros segundos. Então, esticou as pernas para fora da cama.

“Não, eu falo com ele.”

“Ótimo” Pamela também se levantou.

As duas deixaram o quarto e se dirigiram à sala. Àquela altura todos os convidados já tinham ido embora. Megan avistou Davi sentado no sofá, as mãos entrelaçadas e apoiando o queixo, os cotovelos nos joelhos e os pés batendo repetidamente no chão. Sinal de ansiedade.

“Davi” Megan o chamou.

Ele se voltou de imediato para ela, uma expressão de alívio varrendo o rosto dele ao vê-la de pé novamente. “Você já acordou, que bom.”

“Foi só um susto” ela ofereceu um sorriso, vendo ele se levantar e caminhar em sua direção.

“É a segunda vez que você desmaia em poucos dias, Megan. Isso não é muito normal. Você tá se sentindo bem mesmo?” ele perguntou, genuinamente preocupado.

Para alívio dela, Pamela interveio, “Megan teve uma pequena indisposição, Davi, mas vai ficar tudo bem sim.”

Davi olhou, preocupado, de uma para outra, terminando em Pamela. “Não seria o caso de chamar um médico agora? Ou marcar uma consulta?”

Antes que Megan pudesse responder, a mãe a salvou novamente. “Já falamos sobre isso e está tudo certo, não se preocupe. Megan já está sendo cuidada por um médico de confiança.”

Davi meneou a cabeça, encarando Pamela. “Que bom. Eu vou confiar na sua palavra, Pamela. Sempre é melhor prevenir do que remediar, né?” Então, ele olhou para Megan. “E a senhorita faz o favor de se cuidar direitinho. De seguir tudo que o médico disser. Aposto que tá assim porque não come direito, e, quando come, deve ser só besteira, que nem aquele dia da pizza e hoje na festa.”

“Pode deixar. Vou me cuidar direitinho, sim” Megan concordou. “Obrigada pela preocupação, Davi. E por ter me levado para o quarto.”

“Quê isso? Não tem por que agradecer.”

“Mesmo assim, thanks” ela sorriu.

Davi recolheu as mãos nos bolsos da calça. “Bom, acho que já tá tarde. Todos os convidados já foram. Eu só tava esperando pra saber como é que você tava. Também vou indo, então.”

“Não tenha pressa, Davi” Pamela interveio. “Se quiser dormir aqui em casa, será bem vindo.”

“Não, muito obrigado, Pamela. Eu vou indo nessa mesmo.”

“Espere, eu vou pedir a Edmilson que leve você em casa. Eu ofereceria meu carro para você ir com ele, mas emprestei para Ernesto levar a família embora.”

“Não, não é preciso” Davi tentou dissuadi-la, mas Pamela não ia aceitar uma recusa.

“Por favor, Davi. Você cuidou da minha filha, e não pela primeira vez, é o mínimo que eu posso fazer em retribuição” Pamela falou, já se retirando para ir falar com o motorista.

Davi ainda tentou ir atrás dela, mas Megan tocou seu braço e o fez recuar, sentindo um arrepio. Os olhos dele caíram sobre ela, os cabelos agora soltos depois do desmaio, mas ainda assim ela estava linda.

“Aceite, Davi. Eu vou ficar muito mais tranquila sabendo que você chegou bem na Gambiarra.”

Ele sorriu, incapaz de recusar o pedido dela. “Está bem.”

Megan, então, mesmo sem jeito, se atreveu a ficar na ponta dos pés e deixou um beijo no rosto dele. Davi não desviou, aceitando o carinho. E, quando ela se afastou, o viu sorrindo.

Os dois trocaram olhares e Megan sentiu algo diferente no ar entre eles. Porém, o momento foi interrompido pela chegada de Edmilson.

“Seu Davi, estou às ordens.”

“Por favor, Edmilson, me chama só de Davi” ele franziu a testa.

“Sim, senhor” o motorista meneou a cabeça, deixando escapar o tratamento solene de novo e arrancando risos de Megan e de Davi.

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