1917

Nosso casamento foi lindo apesar de arrumado às pressas antes de ele partir. Eu estava muito preocupada que ele não voltasse, ou pior que Carlisle não resiste ao tanto de sangue a que estaria exposto durante a guerra. Sabia que nada o machucaria, pois ele é um vampiro, invulnerável, com certeza ele voltaria são e salvo para casa. Para os meus braços, onde ele estava agora. Ele me pegou no colo passou pela porta e colocou sobre a cama, com tanta delicadeza como se eu fosse uma peça cara de porcelana mais fina que existia no mundo.

Ele é que parecia uma porcelana fria, ou como o mármore branco rígido e forte, mas extremamente bonito. Quando ele tirou a camisa – coisa que ele nunca tinha feito antes na minha frente – quase perdi o fôlego. Lutei para que eu me recuperasse. Como ele podia ser ainda mais lindo do que eu imaginava! Nossa primeira noite juntos como marido e mulher foi inesquecível. Eu já tinha 22 anos e ainda era virgem, fui a última das minhas colegas a casar, embora tivesse sido a primeira que fora prometida; pelo que eu sabia do que minhas amigas me disseram, isso poderia doer um pouco quando chegássemos lá.

Surpreendentemente não doeu nada, acho que Carlisle me deixou tão relaxada que não senti quando ele deslizou para dentro de mim. Seu movimento era incrivelmente suave e delicado, me senti como se ele estivesse operando em mim. Me senti como sua paciente. Na verdade ele havia me dito que eu fui sua melhor paciente. A mais linda e graciosa.

Senti algo incrível que nunca senti antes, como se eu pudesse tocar o céu. Gemi mesmo sem pensar, não podia me controlar:

— Carlisle!

— Esme, minha amada. – a voz dele parecia tão controlada. Acho que para me passar segurança.

Parece que ele entendeu e então começou a ir mais rápido, tão forte que realmente eu comecei a sentir um pouquinho de dor. Mas era suportável.

— Não pára Carlisle! Mais forte. Mais rápido.

Carlisle entendeu que eu estava quase no paraíso. Minhas mãos deslizaram de sua nuca até a cintura. Não sei o que houve de errado, mas imediatamente ouvi um enorme estrondo e Carlisle estava agarrado de costas à parede de nosso quarto.

— Não posso. – ele disse horrorizado.

— Não se preocupe querido. Eu não quero que você sinta-se obrigado a me dar um filho – disse quase sussurrando.

De repente toda a magia se foi e eu estava muito alerta e consciente.

— Esme, não é isso...

— Não precisa temer Carlisle, você fez tudo certo. Eu não sabia o que esperar, mas você foi um cavalheiro. Foi a melhor noite da minha vida... bem, exceto você ter me arrancado do paraíso, quando eu estava na porta.

— Me desculpe Esme. – ele estava verdadeiramente sentido, lamentando o que fez, ou na verdade o que não fez.

...XXX...

Carlisle POV

Não sei o que aconteceu em mim. Porque eu decepcionei Esme desse jeito? Não sei. Mas algo me dizia que eu não podia derramar nela. E se eu a machucasse? Não vou arriscar para saber.

Correndo eu me tranquei no banheiro, passei vários minutos tentando imaginar Esme ainda debaixo de mim. Quando finalmente me aliviei e saí do banheiro encontrei minha anjinho dormindo. Tão linda! Mas percebi olheiras profundas debaixo de seus olhos, fiquei alarmado, ela chorou pobrezinha! Como eu não ouvi nada do banheiro? Estava tão concentrado em mim. Damn! Pelo menos não a machuquei, fisicamente ela não tem nenhum outro hematoma. Contudo, eu a machuquei, devo tê-la magoado. Sou um infeliz. Desgraçado. Quase me dei um tapa no próprio rosto, tamanha a agonia que sentia. Me desprezava tanto. Como pude fazer isso com Esme? Ou, como pude não fazer? Minha cabeça girava em um turbilhão, meus pensamentos estavam a mil.

Me deitei ao lado de Esme, ao menos o mínimo que eu poderia fazer era confortá-la. Fiquei ali esperando a noite passar enquanto a observava ressonar levemente entre meus braços.

...XXX...