12 de Agosto de 2006

...

— Bella, minha querida, eu não quero que aconteça com você o mesmo que poderia ter acontecido comigo. Eu e Carlisle não sabíamos que poderíamos ter filhos. Na verdade ele achava que era estéril. Eu não me preocupava muito com isso, pois poderíamos adotar. Mas Carlisle me explicou que adotar uma criança seria muito arriscado, colocaríamos um ser inocente em perigo. Tanto por minha causa quando eu fosse uma recém criada, ou mesmo por outros vampiros nômades que porventura nos atacassem. É claro que para Carlisle isso não seria problema nenhum, mas para a criança seria muito arriscado. Então eu desisti por um tempo da ideia.

'Nós somente poderíamos ter filhos da forma que tivemos Edward. Carlisle o transformou em 1918. Mas Edward havia fugido de casa por discordar da nossa dieta.

— Desculpe interrompê-la, mas você não era humana ainda Esme?

— Sim eu era. Mas já me considerava parte da família. E de qualquer forma a dieta de meu marido seria a minha dieta. Não posso imaginar que se eu me alimentasse de humanos eu estaria junto com Carlisle.

Eu ainda era humana e por isso eu tive um filho com meu marido. Uma filha linda. A princípio eu fiquei espantada que pudesse estar grávida. Nem Carlisle podia acreditar. Ele sempre tinha evitado ao máximo me expor ao seu esperma, mas agora ele entendia porque. Era inacreditável e fabuloso que pudesse ter acontecido. No início era muito lindo ver todos os sinais de nossa filha se formando dentro de mim. Acontecia tudo muito rápido. Logo eu precisei experimentar sangue animal porque a comida não parava no meu estômago eu vomitava tudo. Porém o sangue ao mesmo tempo que me deixava mais forte também deixava Angel mais forte. Quando ela se movia em meu ventre sempre me machucava. Sua força era tamanha que eu pensei que fosse morrer quando ela nascesse. Pensei que eu não seria capaz de trazê-la ao mundo.

'O dia do parto foi muito estranho, não me lembro de muita coisa, pois logo perdi a consciência. Acordei naquela manhã sentindo que a hora estava chegando. Eu mal podia andar por isso passava a maior parte do tempo deitada na cama do nosso quarto. A minha barriga ficou enorme. Era estranho. Eu estava magra, mas a minha barriga era enorme de tão inchada. Carlisle me contou que Angel nasceu como todos os bebês, exceto que dilatou muito mais a passagem do que um bebê humano. Após um estalo eu não conseguia mais respirar, foi agoniante, exatamente naquele momento Carlisle havia saído para caçar, ele não sabia quando nossa filha iria nascer. Ele até teve que sair do hospital em que trabalhava para poder ficar comigo e não me deixar sozinha. Ele não podia se concentrar no trabalho sabendo que a esposa estava sofrendo em casa. Quando meu marido chegou e me viu agonizando em meio a uma poça de sangue, imediatamente ele se inclinou sobre mim e mordeu meu pescoço duas vezes. Isso é o que eu lembro antes de desmaiar.

— Nossa!

— Bella, por favor, eu quero que pense no que vai fazer. Se ainda vocês decidirem que querem ter um filho, tudo bem. Vamos ajudar. Mas não temos certeza se você sobreviveria. Eu não quero perder você!

— Você conseguiu Esme!

— Sim, mas por muito pouco. Se perguntar a Carlisle ele pode te dizer o quão próxima da morte eu fiquei. Tudo porque ele não quis me transformar antes. Mas de qualquer forma eu não me arrependo de ter Angel. Ela é uma menina maravilhosa. Eu daria minha vida por ela exatamente como fiz.

— Exatamente como Edward reluta em me transformar em uma de vocÊs. Eu quero. Eu aceitei. Por isso fizemos o acordo do casamento.

— Você ama meu filho?

— Claro que amo, Esme. mas ele ás vezes é muito cabeça dura.

— Ô se é, eu sei. Vivo com ele a quase um século.

'Eu quero dizer que seria melhor você esperar se tornar uma vampira, minha filha. Não digo que você não pode ter um filho se quiser. Apenas quero que pense no que eu lhe disse querida. Pense em como você faria sofrer todos nós que amamos você se morresse.

— Primeiro vou ter de conversar com Edward depois que Carlisle lhe contar a história de vocês.

— É claro querida. Mas o casamento de vocês já é amanhã.

— Sim. Se houvesse alguma garantia que seu filho iria me transformar...

— Acho que sim, ele não quer vê-la em perigo novamente. Lembra de quando James a caçou e quando Edward foi embora para não te prejudicar? Ele não quer nada mais que seu bem estar, querida.

— Sei. Mas e se ele não quiser me mudar, você poderia?

— Não sei. Nunca fiz e tenho medo de matar alguém.

— Entendo – Bella diz cabisbaixa, magoada mas tentando entender meus motivos.

— Agora eu preciso ir, querida - digo me levantando do sofá.

— Claro, Esme – ela se levanta também.

Abro meus braços e Bella entende que quero abraçá-la.

— Bem vinda à família, querida!

Bella me abraça.

— Obrigada. – Bella me acompanha até a porta. – Obrigada pela visita.

— De nada querida. Eu é que agradeço por você ter me ouvido.

Charlie está chegando em casa e percebe Esme.

— Oi Sra. Cullen.

— Oi Sr. Swan. Me chame apenas de Esme.

— Se a senhora, er, você me chamar apenas de Charlie.

— Claro Charlie. Amanhã seremos da mesma família.

— É verdade. Puxa. Como o tempo passa rápido – olho para Bella em cumplicidade. Ela não quer contar para o pai ainda. Eu a entendo. Jamais contei para os meus pais o que aconteceu. – Parece que foi ontem que Edward pediu Bella em casamento.

— Pai! – Bella exclama.

— Disse algo errado filha?

— Não. É que o tempo não passou assim tão rápido como você diz!

— Claro Bells, claro! – diz olhando para mim. – Não vai convidá-la para entrar, Bella? Não foi assim que eu te ensinei a tratar as visitas.

— Na verdade ela me recebeu muito bem Charlie. É que eu já estou de saída.

— Fique mais um pouco Sra... Esme.

— Preciso mesmo ir para casa. Carlisle logo vai chegar e eu preciso fazer o jantar – olha para Bella que entende. Essa mentirinha surgiu na minha cabeça automaticamente. Uma mentirinha branca, que não machuca ninguém.

— Claro. Nos vemos amanhã na cerimônia.

— Sim – Eu sorrio, um sorriso de orgulho de meu filho Edward, que Charlie entende pois também está muito orgulhoso da filha.

Entro na Mercedes S 55 preta e dou a partida. Bella fecha a porta de casa assim que meu carro vira a esquina. Vejo tudo pelo retrovisor.

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