Pov. Hermione

Acordei alguns minutos depois, com uma Pansy sorridente ao meu lado.

–Ela acordou! -Disse Pansy para a Madame Pomfrey. -Ela já pode ir?

–Sim, mas só porque o desmaio foi de susto. E senhora Malfoy, se alimente direito, qualquer coisa é só me chamar.

–Obrigada Madame Pomfrey. -Me levantei e saí andando sem ao menos esperar Pansy. Ouvi os saltos de Pansy batendo no chão rapidamente até ela me alcançar.

–Hermione? -Ela chamou, e eu continuei andando em silêncio.-Hermione?-Ela chamou novamente. -HERMIONE ELIZABETH BLACK RIDLLE MALFOY!

–Ai o que é? -Perguntei me virando furiosa para ela.

–Dá pra você parar de me ignorar?

–Fala logo o que você quer Parkinson! -Rosnei.

–Olha, eu sei como você está se sentindo...-Ela começou.

–Sabe? -Sorri cinicamente. -Não Parkinson, você não sabe! Você não sabe como é descobrir que você está grávida e que esse ser que você está gerando, no futuro, se tornará um Lorde das Trevas. Definitivamente você não sabe como é descobrir que você é filha de uma pessoa que você enoja, e ainda por cima, ter que se adaptar para ser alguém que você NUNCA vai ser! Eu não sou assim Parkinson! Eu não torturo pessoas, eu as salvo. Eu não sou boa em DCAT, eu sou boa em Herbologia e História da Magia! Vocês me forçam a ser alguém que eu não quero ser, vão transformar meu filho em algo que eu não quero que ele seja. -Limpei as lágrimas que já escorriam livres pelo meu rosto. -E agora, se me dá licença, vou para o meu dormitório. -Funguei.

Sai andando sem nem dar a chance de Pansy me responder, assim que virei o corredor, corri. Corri para o dormitório como se fosse o único jeito de continuar viva. Entrei e nem me importei ao passar por Draco que sorriu quando me viu, passei direto por ele e me tranquei no quarto, escorregando pela porta entre soluços. Bateram na porta.

–Hermione? Amor? Você está bem? Me fala o que aconteceu? Por favor!

–Draco, por favor, me deixa sozinha! -Eu disse chorando, encostada na porta.

–Agora é sério Hermione! Por favor, abra a porta! Eu juro que vou cuidar de você! Foram o Cenoura e o Cicatriz? Hermione fala comigo anjo.

–Draco, se eu abrir a porta, você jura pra mim que vai me abraçar e me deixar chorar em seu peito sem fazer perguntas? -Dei algumas fungadas, minha visão embaçada pelas lágrimas.

–Eu juro o que você quiser se você abrir a porta amor! -Me levantei e destranquei a porta devagar, dando espaço para ele abrir a porta. Ele abriu e me abraçou e tudo que eu fiz foi encharcar sua blusa com minhas lágrimas. Ele não pareceu se importar.

Draco ficou o tempo todo afagando minhas costas e beijando minha cabeça, sussurrando que ficaria tudo bem. Eu gostaria de acreditar, mas sabia, bem lá no fundo, que isso não era verdade. Depois de algumas horas, consegui, finalmente, parar de chorar e olhar para Draco, seus olhos tempestuosos cheios de preocupação.

–Quer me contar o que aconteceu? -Ele perguntou.

–Não, mas eu não tenho muita escolha mesmo. -Dei um sorriso fraco. -Eu preciso que você jure que não vai me deixar sozinha. Por favor Draco, você tem que jurar!-Mordi o lábio com a vontade de chorar me atingindo novamente.

–Eu prometo Hermione que nunca, digo e repito, que nunca vou te abandonar.

–Obrigado. -Respirei fundo tomando coragem. -Draco...Eu...Hummm....Você lembra quando....

–Hermione você está me deixando nervoso.

–Eu estou grávida. -Disse de uma vez. O olhar dele partiu minha tristeza em quinhentos mil pedaços. Ele me pareceu tão feliz!

–Eu vou ser pai! -Ele disse feliz enquanto me abraçava, eu queria chorar novamente.

–Draco, ele não pode encostar no meu filho! -Funguei escondendo meu rosto no seu pescoço. -Meu filho não pode se tornar alguém como ele Draco.

–Hermione, amor, olha pra mim. -Ele levantou meu rosto. -Eu vou cuidar de você, e do nosso filho. Ele não vai fazer mal a nenhum dos dois. Isso é uma promessa.

Me agarrei em seu pescoço novamente, e naquele momento, todas as minhas preocupações se dissiparam.