Vizinhos escrita por Gorski


Capítulo 2
Dois.


Notas iniciais do capítulo

忠実



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Virei-me de costas para aquela aberração de belo corpo e péssimo coração. As memórias que envolviam aquela loira me golpeavam com mais precisão do que os socos que eu estava acostumado a receber nas brigas em que me metia anos atrás.

Respirei fundo.

Eu poderia lidar com aquilo. Não, na verdade eu precisava lidar com aquilo. Nada me assustava mais do que a ideia de confrontar Mila, não pensei que fosse necessário fazer isso algum dia. Me virei e Ansel estava me encarando com evidente curiosidade, ele me entregou um copo e gritou para que eu me acalmasse.
"Fica frio, cara."

Me recompus com aquela dose de uísque do copo e respirei fundo outra vez, sentindo os efeitos colaterais dos remédios começarem a me assolar pela boca do estômago. Jess estava ao meu lado agora, ela segurou meu rosto entre as mãos novamente, e me olhou carinhosamente nos olhos.
"Não a deixe destrui-lo outra vez." Falou pausadamente e aquelas palavras me fizeram lembrar que existiam motivos para eu querer manter a distância da loira de sobrancelhas grossas e castanhas.
"Aquela morena parece estar interessada em você, Ville." Ansel estava sorrindo para a amiga da morena que dizia estar olhando para mim. Não parecia que ela estava de fato interessada, no fundo eu sabia que tudo que o Ansel queria era um companheiro para acompanhá-lo a chegar na japonesa que não conseguia deixar de mostrar os dentes para ele. Tudo bem, eu poderia ajudá-lo a chegar nela. De fato não havia nada mais interessante para fazer naquela festa.

Não me lembro exatamente como acordei no sofá surrado, com cheiro de suor e cerveja, da república do Ansel. Minha cabeça rodava e todos os meus músculos protestavam quando eu tentava me movimentar.
"Bom dia." A voz dela era baixa e manhosa. Era a morena que estava com a japonesa na noite passada. Eu sequer conseguia me lembrar o nome dela. Abri um sorriso para recebê-la. Ela andou até o sofá e me entregou uma xícara de chá verde. Eu preferia café. Mas afinal, o que ela ainda estava fazendo ali?
"Você não lembra o meu nome." Deduziu com um pequeno bico.
"Se servir de consolo eu não lembro nem o meu." Brinco fazendo a rir um pouco. Ela não era feia, na verdade deveria ter sido uma das mulheres mais bonitas com quem eu já dormi. Sempre tive a sorte de me surpreender com a minha capacidade de ser generoso com as mulheres menos belas quando estou muito bêbado. Jess sempre diz que é porque, no fundo, eu gosto da essência das mulheres e não da estética.
"Naila."
"Você é indiana ou algo assim?" Perguntei tentando tomar aquele negócio com cheiro de capim. Ela sorriu, tinha olhos escuros e tão grandes quanto os seios.
"Foi exatamente o que me perguntou ontem." Respondeu. A conversa não fluiu muito uma vez que muito do que eu perguntava ou respondia, já havia perguntado ou respondido na noite passada. Ansel apareceu um tempo depois, a japonesa amiga de Naila era na verdade descendente de sul coreanos e seu nome era Ana. Nenhum pouco sul coreano, pensei.
"Elas querem sair para jantar no domingo." Ansel falou assim que elas saíram.
"Quem é que sai num domingo?" Eu questionei pressionando as têmporas tentando afastar a dor de cabeça que se instalava bem atrás dos meus olhos. "porra, Ansel."
"O que foi?"
"Elas são legais, mas não acho que seja uma boa ideia sairmos juntos." Falo cautelosamente e Ansel revira os olhos, me entregando uma caixa de aspirinas como se adivinhasse que eu sentia dor.
"Qual é, cara. Não é nada sério. As vezes sair com gente nova faz bem." Respondeu atravessando a sala e indo até o balcão americano, que dividia a sala em dois cômodos, enchendo um copo com água e voltando para se sentar ao meu lado.
"Juro que se você começar a namorar também eu não vou suportar." Reclamo fazendo-o rir. "Primeiro a Jess, depois o Kalil..."

Nós dois rimos um pouco. Ansel me contou do que lembrava da noite passada, disse que determinado momento eu chamei Naila de Malinoski. Mas sob o efeito da bebida sibilei algo como Manoliske. Tomei um banho e vesti a mesma roupa durante a tarde. Já haviam 8 ligações perdidas da minha mãe em meu celular, o que era sinal de que ela estava preocupada demais para mandar mensagem.
"Não estou fazendo isso por mim." Ansel avisou quando eu estava prestes a sair.
"Do que você está falando?"
"Não o incentivei a sairmos com a Naila e a Ana por minha causa. Não me leve a mal, irmão... A Ana é ótima. Realmente ótima, se é que você me entende..." Acabei rindo daquilo. "Mas de verdade, só quero que você foque em algo que não seja a sua ex namorada maluca."

Balancei a cabeça concordando.
"Você é um ótimo amigo, cara. Mas você só está pensando com a cabeça de baixo, não minta." Brinquei.

Precisei passar no posto de gasolina antes de ir para casa. A dor de cabeça estava se dissipando enquanto eu dirigia pelas ruas do centro da cidade. São Paulo era realmente bonito quando se queria ver a beleza que existia dentro daquela cidade de pedra. Quando abri a porta da frente encontrei Johanne dormindo na poltrona com a TV ligada no Discovery H&H. Todos os sábados, quando eu voltava para casa, a encontrava largada na poltrona como uma mãe cansada que gostaria de ter dado um sermão no filho mais velho, mas estava cansada demais para se manter acordada.

Desliguei a TV e a peguei no colo. A coloquei em sua cama, puxando os lençóis até os seus ombros, tentando imaginar até que horas ela havia ficado acordada dessa vez.

Fui para o meu quarto e fechei as cortinas. A luz machucava os olhos. Me joguei na cama e fiquei ali por um longo tempo observando os caractéres em japonês pintados com tinta preta na parede branca. Já pintei e repintei aquelas paredes muitas vezes, exceto aquele pequeno pedaço que ficava a minha frente. Já pensei em maneiras de emoldurar aquele espaço. Não queria que o tempo estragasse as linhas, por isso em muitas vezes retoquei com o maior cuidado para não sobressair as linhas originais.

Ambos juntos significavam fidelidade. Michael sempre me disse que ser leal ao que você considera correto é a melhor coisa que pode se fazer por si mesmo. "Seja leal ao que você ama fazer, ao seu trabalho e principalmente a sua família. É muito importante ser fiel as suas verdades, assim nunca se arrependerá de nada que fez em sua vida." Era o que ele dizia.

Michael era leal ao trabalho e a sua família. Principalmente ao seu trabalho e provavelmente foi isso que o matou. É possível imaginar que perder o irmão mais velho seja algo doloroso. E era. Mas o que mais doía foi que nunca o enterramos, então não ouve uma despedida de fato. Sabíamos que Michael estava morto. Não pergunte por quê, ou como sabíamos disso. É provável que você ache isso estranho ou um tanto sádico, mas todos nós sabíamos que Michael estava morto. Em um dia ele saiu de casa, me pediu para tirar o lixo já que ele voltaria tarde e para ficar de olho em Johan e simplesmente não voltou mais.

Alguns dos caras que o odiavam tinham festejado durante aquele dia. Eu vi o Leone e muitos dos seus melhores amigos, cantando, se divertindo e bebendo em um bar que ficava a três quadras daqui de casa. Estava óbvio que algo havia acontecido. Foi no dia em que Michael desapareceu. As coisas pareceram fazer sentido depois daquilo. Michael e Leone disputavam muitas coisas, inclusive a mesma mulher.

Quando perdemos o Michael nosso pai já poderia ter sido considerado um alcoólatra. Mas as coisas só pioraram. Johanne era muito pequena, mas como sempre foi muito inteligente, ela fazia muitas perguntas.
"Mike está atrasado para o jantar." Ela repetiu oito dias depois que ele desaparecera. Ela falou aquilo todos os dias, sem exceção.
"Ele não vai vir." Nosso pai respondeu com rispidez. Eu fechei os olhos, e encostei as palmas nas pálpebras. Lembro de desejar que um buraco se abrisse no chão e me engolisse para sempre. Não chorava na frente dos meus pais, muito menos na frente da pequena Johan, mas todas as noites eu chorava. Chorava porque queria que Michael voltasse para casa. Ele era o único capaz de fazer o meu pai se conter sobre as coisas que falava, era o único que conseguia desafiá-lo a ponto de ameaçar cortar os seus dedos caso tocasse em nossa mãe e era o único capaz de me fazer sentir como se a vida pudesse ter algum caso você fosse leal a algo ou alguém.
"Nós sempre pensamos no fim como o fim. Mas muitos fins são começos." Malinoski tinha dito naquela noite, sentada ao lado da horta da minha mãe. Todas as flores dela estavam morrendo sem a sua preocupação e cuidados diários. Eu observei as rosas, suas flores favoritas, com as pétalas murchas e os pequenos troncos retorcidos como se estivessem todas chorando. Durante muitos anos eu comparava minha mãe com aquelas rosas. "você consegue entender isso?"
"Sim." Não. Eu não conseguia.
"Jenko." Ela chamou carinhosamente, puxando a minha mão para segurá-la. Seus olhos eram de um verde tão intenso e a voz tão firme que era impossível desviar dela. Me sentia uma presa toda vez que Mila me olhava daquele jeito. "Jenko, eu estou aqui se precisar desabafar ou chorar..."
"Eu sei. Mas está tudo bem, Mils." Não. Não estava. Mas qual era o sentido de ir para o buraco das profundezas dos meus pensamentos obscuros e tristes e ter de arrastá-la junto? Eu não podia fazer isso com ela.

Ela esteve lá mesmo, durante todo o tempo em que precisei me recuperar do golpe que foi perder o meu irmão. Em certo momento eu pesquisei sobre a depressão.

"A depressão é uma doença que afeta mais de 350 milhões de pessoas de todas as idades, gêneros e etnias, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Embora o risco de ter depressão seja maior entre as pessoas com histórico da doença na família, maus hábitos comportamentais (como dormir pouco e cultivar pensamentos negativos) também podem favorecer uma crise ou agravar ainda mais um quadro já em desenvolvimento. "Adotar atitudes mais saudáveis protegem seu corpo contra os sintomas da depressão, mas é preciso buscar tratamento depois que a doença se instala", afirma o psiquiatra Ricardo Alberto Moreno, professor doutor do Instituto de Psiquiatria da USP."

Comecei a fazer exercícios todos os dias depois daquilo. No início era uma série de sete minutos, com exercícios que demandavam força. Aumentei o circuito para o dobro, e logo em seguida dobrei o tempo outra e outra vez até que finalmente fazia duas horas de exercícios por dia. Quando comecei a cursar Física precisei abdicar do meu tempo na academia, então fazia os exercícios que conseguia em casa mesmo.
"Finalmente." Johan estava na porta, com os braços cruzados. "você não se cansa de sair e não avisar que horas chega? Ou se pretende chegar."
"Sinto muito."
"Tudo bem." Ela balançou a cabeça, e veio sentar-se ao meu lado. Puxou o edredom até a cintura e se virou para me encarar, depois olhou fixamente para os símbolos na parede. "você me lembra muito ele, sabia?"
"Como poderia saber? Você era muito pequena quando ele foi embora."
"Não era não." Ela colocou o cabelo atrás da orelha. "ele também bebia como você."

Ter aquilo em comum com Michael não era bem uma virtude, afinal nós dois tínhamos aquilo em comum com nosso pai também.
"Michael gostava de filosofia e se você pensar na física além dos números, existe muita filosofia. Ele sabia lidar com as pessoas de forma muito simpática quando queria, e também era um ótimo irmão."

Fiquei em silêncio, pensando que onde quer que Michael estivesse hoje, gostaria que ele a estivesse ouvindo.
"Ele era um ótimo irmão." Ecoei.
"É, você não é tão ruim também." Brincou me fazendo rir.
"Não sou tão ruim?" Perguntei fingindo me sentir ofendido e ela riu, eu a puxei para os meus braços começando a fazer cócegas em sua barriga.
"Não, você é ótimo!" Ela gritou rindo e empurrando minhas mãos com toda a força que tinha. Eu parei, passando a mão em seu cabelo de forma brincalhona.
"O que foi isso aqui?" Pergunto e ela empurra minha mão, subitamente séria.
"O quê?"
"Isso em seu cabelo, Johanne." Pergunto sério, agora passando a mão em seus cabelo e erguendo as mechas de cima. Atrás da orelha esquerda, um pouco abaixo da mesma, uma grade mecha de cabelo está cortada. "por que cortou?"
"Nada." Falou rapidamente. "era um nó horrível e eu não consegui desfazer, então tive de cortar. Você não entenderia."
"Hm." Não estava convencido. "ficou muito sexy se quer saber."

O sorriso voltou para o seu rosto.
"Eu estava pensando, já que é sábado e a mamãe vai ficar até tarde em plantão uma vez que precisa atender vários adolescentes inconsequentes que beberam ontem e sofreram acidente..." Aquilo me parecia familiar, revirei os olhos com sua referência e ela riu. "podíamos assistir algum filme."
"Acho que é uma ótima ideia."

Assistimos a Matrix e em seguida vimos Efeito borboleta. Eram os filmes favoritos de Johanne. Johanne dizia que para ter a mente capaz para criar uma história que funcionasse tão bem como Efeito borboleta, era necessário ser muito inteligente. Já eu pensava ao contrário. Para entender Efeito borboleta e listá-lo como um filme favorito, aí sim era necessário muita inteligência.

Ironicamente a minha vida girava em torno da teoria do caos. Também já pesquisei sobre essa teoria, isso foi na primeira vez em que assisti a Efeito borboleta com a Johan. Ela deveria ter cerca de seis anos e ficou completamente apaixonada após deduzir a trama. Eu confesso que não achei maravilhoso, principalmente porque não havia entendido direito. Então achei que a pesquisa era necessária.

"É uma das leis mais importantes do Universo, presente na essência de quase tudo o que nos cerca. A ideia central da teoria do caos é que uma pequenina mudança no início de um evento qualquer pode trazer consequências enormes e absolutamente desconhecidas no futuro. Por isso, tais eventos seriam praticamente imprevisíveis - caóticos, portanto."

Aquele era o resumo. E desde que li aquilo sempre pensava que pequenas atitudes que eu tive no passado poderiam se reverter em algo bem maior no meu futuro. "O bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo." é o que diz no início do filme.

Coloquei Johan na cama outra vez, e encarei a pilha de livros em cima da sua mesa de cabeceira. Havia um exemplar de O sol é para todos, Os homens que não amavam as mulheres, A menina que roubava livros e uma versão impressa da peça de Romeu E Julieta.

Não sei se você já sentiu a sensação de amar tanto alguém que queria que essa pessoa não vivesse no mesmo universo que você. Digo isso porque sei o quão invasivo e agressivo o mundo pode ser, principalmente para alguém tão pequena e tão sensível quanto a minha irmã. Eu tinha medo porque não iria conseguir protege-la de muitas coisas, como a primeira desilusão amorosa, por exemplo.
"Algumas vezes eu fico horas aqui na biblioteca e leio os livros sobre mitologia." Ela gesticulava enquanto falava, os olhos verdes brilhando com a excitação da conversa. "esse por exemplo, um livro de contos assustadores na mitologia ao redor do mundo."
"Parece interessante." Respondi tentando parecer mais inteligente do que eu de fato era. "qual a sua parte favorita, no livro?"
"Eu não o terminei de ler." Ela marcou a página em que estava e fechou o livro. A capa era de couro pintado de vermelho e as letras douradas gritavam "Mythology".

Mila começou a discorrer sobre o seu capítulo favorito. Pelo o que entendi, cada capítulo apresentava a história de um personagem mitológico. Ela repetia que achava ainda mais divertido porque as lendas do livro não eram as que costumam ser contadas como personagens da mitologia grega. Eu não lembro de toda a conversa, apenas de como ela ficava encantadora sentada naquele sofá de couro da biblioteca. Existia uma pequena sala anexada a biblioteca, com um sofá, uma TV e algumas fitas de videocassete com imagens de documentários sobre tartarugas marinhas e os corais no oceano pacífico.

Foi naquele dia que eu percebi que gostava dela, e que em contexto de desilusão amorosa, eu decidi que não me importaria em deixar o meu bem estar nas mãos de Malinoski.

Ela falava descontraidamente, encostando em meu braço. Malinoski era desse tipo de pessoa que sentia necessidade de contato físico enquanto conversava e eu adorava aquilo. "Eu estava pensando em fazer o meu trabalho de filosofia com esse tema." Falei.
"Mitologia?" Ela pareceu animada. Gol.
"Sim, eu acho muito interessante."
"Você não parece o tipo de pessoa que gosta de feiras de filosofia." Ela respondeu contendo um riso. Feira de filosofia?
"Eu participei no ano passado." Me arrisquei.
"Foi muito legal!" Ela parecia entusiasmada. "eu participava da tenda que falava sobre astronomia."
"Fiquei em uma que discorria sobre religião." Chutei. Ela balançou a cabeça, passando os dedos pela trança loira.
"Não lembro dessa."
"Era uma tenda bem pequena, poucas pessoas a viram."
"Você não deve ter tido a oportunidade de falar sobre religião com muitas pessoas." Presumiu.
"Pois é." Respondi. Ela voltou a falar de mitologia. Naquele ano eu participei da feira de filosofia pela primeira vez. Não lembro se já fui tão zoado pelos meus amigos, como fui naquele ano.

Deixei Johan em seu quarto. Tomei um banho rápido e fui para a minha cama, tentar, pela quarta vez, iniciar um texto de Psicologia da Educação II. Eu era péssimo nessa disciplina, ainda que envolvesse um pouco de filosofia e que eu gostasse disso. Não fazia ideia de como havia conseguido me livrar do primeiro módulo. Fiquei encarando o texto por muito tempo e apagado logo em seguida.

Só percebi que havia dormido quando acordei assustado no meio da escuridão. Tinha tido um daqueles sonhos de estar caindo de algum lugar e de repente acordar com o tremor no corpo após o susto de se chocar contra algo.

Meus olhos levaram um tempo até acostumar com a falta de luz e conseguir determinar os contornos dos móveis.
"O bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim provocar, talvez, um tufão do outro lado do planeta." A voz falou com suavidade. O meu corpo inteiro gelou, como se o coração tivesse parado de bater e a circulação intensa travasse no meio do curso. "se pararmos para pensar é incrível como essa frase faz sentido, não é mesmo? Um pequeno ato errado no passado pode pôr a perder um futuro inteiro."

Ele estava lá. De pé, ao lado da prateleira de livros que nunca li. Com o mesmo corte de cabelo estranho, a barba por fazer e a jaqueta de couro preta. A expressão de confusão permanentemente em seu rosto.
"Michael." Soltei. Aquilo só podia ser um sonho. Estranho e doloroso sonho.


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer as meninas do animespirit que começaram a ler e me deram uma devolutiva, do que estão achando, por mensagem. Obrigada, de verdade!



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