A Esposa do Século escrita por Yas


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oláááá pessoal S2
Espero que gostem desse capítulo
Boa leituraaaa



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/629597/chapter/10

Capítulo 9

Por que as coisas são tão complicadas?
Eu estou ficando cansado agora
Jogue fora todas as coisas pesadas

B.A.P - Bang X 2

– Elijah... – Sussurrei, minha voz sumindo, acho que eu havia entrado em choque, porque por mais que eu quisesse falar, eu não conseguia.

– Me diz! – Ele agarrou meu braço e me balançou, exigindo uma resposta.

– Me solta, por favor... – Eu já chorava com a cabeça abaixada para ele não me ver, percebi que eu deveria ter deixado o cabelo solto. Elijah pareceu voltar a si, e me soltou, e novamente eu caí no sofá. Ele se sentou na outra extremidade do sofá, e passou as mãos pelo rosto, suspirando logo em seguida.

– Onde ela está? – Ele perguntou, agora ele parecia o Elijah de sempre, mas com um olhar preocupado e angustiado.

– Meu nome é Elena – Murmurei, encontrando minha voz. Elijah me encarou, esperando eu dizer algo mais – Katherine me pediu para ficar no lugar dela por um mês. Eu realmente não fiz por mal, eu só... eu estava tão desesperada, tão angustiada... – Eu disse com a voz embargada lembrando-me da minha avó.

Então eu acabei contando tudo para Elijah, ele ouvia com atenção, mas eu sabia pela sua expressão que ele achava aquilo um absurdo.

– Não conte para ninguém!

– Vocês realmente acharam que ninguém descobriria? Vocês são idênticas na aparência, mas são completamente diferentes na personalidade – Ele disse como se fosse óbvio.

– Eu sei! Mas eu estou fazendo o meu melhor, Damon não conhece Katherine, ele não vai descobrir, e sua mãe não parece se importar muito, me desculpe.

– Damon não conhece a Katherine, mas está conhecendo a Elena, e quando a Katherine voltar? Ele vai perceber que a noiva dele mudou de uma hora para outra. E a minha mãe conhece a Katherine muito bem, apesar de não parecer, então tome cuidado. Eu não vou contar para ninguém, mas tome cuidado, Elena!

Ele se levantou e pegou o casaco, indo em direção a porta. Quando percebi que ele ia embora, corri e segurei seu braço.

– Elijah!

– O que é? – Ele virou-se, não havia mais um olhar gentil como costumava ser, agora era como se ele estivesse comigo por obrigação, como se me odiasse.

– Eu...

– Você não é a minha irmã, Elena, você não passa de uma substituta, então não espere o mesmo tratamento de mim.

Ele se soltou bruscamente das minhas mãos e saiu, deixando-me chocada. Deixei meu corpo cair no chão, e ali mesmo comecei a chorar. Por que ele foi descobrir? Eu deveria ter sido mais cuidadosa. Elijah era a única pessoa que agia de forma intima e “inocente” com Katherine, e agora eu havia perdido isso também.

Voltei para a sala praticamente me rastejando e peguei o celular, encarando minha foto com Caroline. Eu deveria ligar? E dizer o que?

Apertei o celular contra meu peito, sentindo saudades de todos meus amigos e família. Nessas horas, o colo da minha avó ajudaria muito.

Resolvida, liguei para o hospital e perguntei se havia alguém com ela, a atendente me disse que apenas o neto. Eram três horas da tarde, o horário em que Bonnie saia do serviço e Jeremy a buscava, então ele ficaria pelo menos uma hora e meia fora.

Coloquei um moletom por cima da blusa, uma toquinha e botas de cano baixo. Arrumei meu cabelo da melhor forma que consegui e coloquei a touca, algumas mexas formando cachos naturais. Peguei minha bolsa e sai, decidi ir de taxi, só por precaução.

Eu andava pelo hospital como se fosse minha casa, de tão bem que eu conhecia aquele lugar. Parei em frente ao quarto da minha avó, segurando a maçaneta. Só de saber que ela estava perto de mim, eu já me sentia bem, ela era tudo para mim. Ouvi vozes do lado de dentro, e me afastei assustada. Reconheci as vozes como sendo de Jeremy e Bonnie... eu havia perdido minha chance, provavelmente Bonnie havia saído mais cedo.

Suspirei, e sorri, secando uma lágrima solitária que escorreu por minha bochecha. Dei alguns passos para trás, e me virei, indo embora dali. Eu não poderia entrar, eles não poderiam descobrir que eu estava aqui.

Perto do hospital havia uma praça, e calmamente eu caminhei até lá. Sentei em um banco, colocando minha bolsa do lado. A praça – que era praticamente um parque de tão grande – não estava tão cheio, já que era um dia frio, havia apenas algumas pessoas se exercitando, casais sentados e conversando...

Dali eu conseguia enxergar o hospital, aquele lugar que se tornou quase minha casa há alguns anos, quando minha avó ficou doente e teve que ser internada. Eu lembro com pesar de quando ela passou mal. Estávamos em casa, era o aniversário de Jeremy, e comemorávamos com um pequeno bolo e os amigos mais íntimos. Ela ria quando de repente se encostou na mesa e fez uma careta, dizendo sentir muita dor, então ela caiu desmaiada o chão. Eu lembro do desespero e do modo como eu me senti: impotente, sem pode fazer algo para ajudá-la.

– O que você faz aqui? Não aguentou de saudade de mim? – Virei-me assustada com uma voz rouca e baixa atrás de mim sussurrar em meu ouvido. Era Damon, ele tinha um sorriso irônico, curvado atrás de mim, apenas para ficar com o rosto perto do meu, muito perto. Me levantei rapidamente, certamente completamente vermelha de vergonha.

– C- Claro que não! Em que mundo eu sentiria saudades de você? Até parece! – Respondi, cruzando os braços e evitando encara-lo, ele riu e ajeitou as costas, se sentando no banco onde estava minha bolsa, esta ele colocou em seu colo. Ergui uma sobrancelha para ele que apenas deu de ombros, e me encarou – E o que você faz aqui?

– O shopping da minha família é ali – Ele apontou o prédio alto onde havíamos feito a coletiva. Havia sido um dia tão estressante que eu até tinha esquecido o caminho.

– Achei que você não trabalhasse mais no shopping – Retruquei ficando confusa.

– É o negócio da família, apesar de o meu pai ter novamente tomado as rédeas e se tornado o presidente, ele ainda exige que eu faça parte – Respondeu. Damon parecia um pouco frustrado e cansado, pela sua expressão e o longo suspiro que soltou.

– E Stefan?

– Meu pai não tem esperanças que Stefan faça alguma coisa no shopping, ele está decidido sobre levar a carreira de cantor para frente – Ele disse.

– Deve ser muito cansativo para você – Eu disse, sentando-me ao seu lado.

– É um dos motivos para eu me casar com você – Damon respondeu, jogando a cabeça para –trás e fechando os olhos, parecia aproveitar a brisa.

– O que? – O olhei, novamente confusa.

– Você sabe – Ele deu de ombros – Esse casamento é mera imagem. Foi difícil para eles me convencerem, uma das coisas que me fez aceitar foi cortar minha participação nas decisões empresariais do shopping.

– Parece que você tem prazer em jogar na minha cara que esse casamento é falso – Ri sem vontade e me levantei, pegando minha bolsa de seu colo – Obrigada pelo papo – Disse irônica e me virei, começando a andar.

– Katherine!

Ele segurou meu braço e me puxou, talvez um pouco mais forte do que pretendia, meu corpo se chocou com o dele, e ficamos extremamente próximos. Ele franziu o cenho, parecendo confuso e levemente perturbado por algo.

– E não é? – Sussurrou – Por que você...?

– Damon... – Murmurei, sentindo-me extremamente fraca em seus braços, como se eu houvesse perdido minhas forças ao encarar aqueles olhos azuis cheios de algo desconhecido.

– Você...

Sua mão escorregou lentamente para minha cintura, enquanto a outra subia para minha nuca. Completamente hipnotizada por ele, segurei seus cabelos e me aproximei devagar. Damon desceu o olhar para meus lábios, e acariciou minhas bochechas coradas, para então aproximar sua boca da minha. Ele enfim me beijou! Foi um beijo calmo e sem pressa, sem promessas! Éramos apenas nós, ambos completamente absorvidos um pelo outro.

Meu coração batia rápido, e eu suava mesmo estando frio, minhas mãos estavam geladas, mas eu me sentia quente, pegando fogo em seus braços.

Infelizmente nos separamos, com as testas coladas e a respiração descompassada. Nos encaramos, e o sorriso que ele me deu foi o mais lindo que eu já havia visto. Sorrindo daquele jeito, ele parecia uma criança inocente e não um adulto irônico e na maioria das vezes completamente desagradável.

Não sei quanto tempo ficamos assim: colados um ao outro, mas em algum momento Damon pareceu perceber o que havia feito e se afastou. Ele me distanciou de si com cuidado, como se não quisesse me ofender ou assustar, seu olhar era de confusão e parecia assustado, talvez com seu próprio ato.

– Katherine... – Ele passou as mãos pelo cabelo e evitou me encarar – Me desculpe. Eu tenho que... ir!

Ele se virou e antes que eu pudesse impedi-lo, ele começou a andar em direção ao shopping.

Eu estava chocada demais para expressar qualquer reação. Damon havia me beijado! E essa realidade parecia um pouco absurda para mim, enquanto várias perguntas rondavam minha mente. Por que? Ele gostava de mim? Ele gostava da Katherine? Ele estava apenas estressado e não havia pensado direito? Por que ele havia ficado tão atordoado?

Sentei no banco antes que eu perdesse as minhas próprias forças, e encarei o prédio grande que ele havia entrado. Minha vontade era entrar lá e exigir respostas, mas eu sabia que, sendo Elena, eu nunca conseguiria, mesmo que agora eu fosse conhecida como Katherine.

Suspirei, passando a mão pelo rosto, sentindo sede de repente. Levantei daquele banco que com certeza eu nunca me esqueceria, e fui até um ponto de táxi, mas antes que eu chegasse lá, ouvi uma buzina e olhei para o carro vermelho ao meu lado. Stefan saiu sorridente e veio até mim.

– O que estava fazendo aqui? Veio visitar seu noivo? – Ele indagou irônico. Ah, se ele ao menos soubesse!

– Eu estava só passando – Eu disse, claro que não poderia dizer que fui ao hospital – E acabei o encontrando.

– Tão desagradável do jeito que ele é, aposto que nem te ofereceu uma carona – Ele disse, encostando-se ao carro e colocando as mãos nos bolsos, sorrindo para mim – Por que você não veio com o seu carro? – Perguntou confuso.

– Não sei – Dei de ombros – Acho que eu estava a fim de andar um pouco – Dei um sorriso quase amarelo, com a minha desculpa tão idiota, mas acho que Stefan não era muito inteligente, já que assentiu e sorriu.

– Entra, eu te levo – Ele abriu a porta do carona para mim. Ponderei, eu não queria pegar uma carona com Stefan, mas com medo de que ele se ofendesse, eu acabei entrando.

Logo ele estava ao meu lado e começou a dirigir. Encostei minha cabeça no vidro, tentando não pensar em Damon, e com isso, acabei não percebendo para onde Stefan ia – bem, eu achava que estava indo para casa. Ele parou o carro e eu estava pronta para sair e entrar em casa, quando eu percebi que não estávamos no meu prédio, mas em uma estrada, rodeados por arvores e pequenas casas.

– Por que você me trouxe aqui, Stefan? – Indaguei irritada, saindo do carro e batendo a porta com a força, ele saiu também e veio para o meu lado.

– Eu só quero entender o que está acontecendo! – Ele gritou, olhando-me com olhos suplicantes e confusos – Entender porque de repente você está me ignorando e sendo legal com o Damon.

– E por que isso deveria ser um absurdo? Ele é o meu noivo, vamos nos casar, Stefan! Você sabia que uma hora isso ia acontecer – Eu disse, controlando-me para não socar aquela cara de adolescente de Stefan.

– Não, não ia! Você me prometeu que ficaríamos juntos, você disse que me amava! – Ele parecia prestes a chorar.

– E você acreditou? – Indaguei friamente, tentando tirar aquela ideia da cabeça dele e de Katherine para que no futuro Damon não se magoasse com a esposa e o próprio irmão – Eu não posso fazer isso com Damon!

– E comigo você pode? É isso que eu sou para você, um nada? Você se divertiu e então me descartou – Ele disse, soando irônico – Eu entendi. Não sei como pude ser tão estupido para acreditar em você.

– Stefan, é algo mais do que lógico – Eu disse como se fosse óbvio, o que era, na verdade – Você é uma estrela, todos conhecem você e sua família. Se saísse na mídia que você estava com a sua cunhada, você seria destruído.

– E desde quando eu me importo com isso? Eu já tinha te falado que nada me importava, desde que você estivesse comigo, porque você é suficiente para mim. Eu te amo, Katherine! – Ele segurou minhas mãos entre as suas, e buscou meu olhar.

– Sinto muito, Stefan – murmurei, soltando minhas mãos.

Quando eu voltei a entrar no carro, deixei para trás o olhar desolado e perdido de Stefan.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem para eu saber como está ^^