O renascimento de Jon Snow escrita por Ana Carol Machado


Capítulo 47
Força e poderes


Notas iniciais do capítulo

Oiii. Como prometi não demorei tanto para postar esse capítulo. Nesse capítulo terá um capítulo meio diferente. De um dos filhos da floresta. Fiquei meio em dúvida se publicava ou não, mas no fim resolvi colocar esse capítulo porque quem melhor que uma filha da floresta para falar do papel deles na história? Além disso eu gosto de colocar ponto de vista de pessoas diferentes, para podemos ver todos os pontos da narrativa. Espero que gostem. Abraços e vejo vcs nos comentários!



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Folha(filha da floresta)

Seu mestre Bran a chamava de Folha e com o tempo ela acabou aceitando esse nome. Ao longo de sua longa vida já havia sido chamada de muitos nomes. Afinal de contas nenhum humano ou criatura semelhante conseguia pronunciar corretamente os nomes verdadeiros dos chamados filhos da floresta. Eles derivavam de um idioma que não podia ser compreendido pelos humanos comuns. Nem os videntes verdes entendiam em sua totalidade esse idioma. Apesar de Folha acreditar que até o final da vida é bem capaz de Bran o entender.

O poder que Bran tinha era muito maior que o poder que lorde Brynden tinha.  Ele era um vidente verde muito poderoso. E o poder no garoto parecia crescer a cada dia.

Um barulho a tirou de seus pensamentos. Olhou para trás no túnel em que andava e viu que se tratava apenas de um morcego. Todo filho da floresta tinha um ouvido muito apurado e por vezes ouviam barulhos que humanos normais não ouviam. Desde que ela iniciou sua jornada perdeu a conta de quantas vezes se assustou por conta de barulhos.  Eles estavam andando por túneis que levariam até a Muralha. Túneis subterrâneos. Era terreno perigoso. O Grande Inimigo podia está os seguindo.

Ela estava guiando outros que nem ela para a Muralha. Seu mestre Bran havia visto que eles seriam de grande ajuda na batalha que estava por vim. Eles tinham que ajudar o novo Azor Ahai. A guerra era apenas uma e todos tinham que se juntar contra a morte que caminhava na forma de mortos com olhos azuis.

Seu mestre também havia visto que outras pessoas estavam se direcionando também para a Muralha. Com a intenção de ajudar nessa luta. E outros estavam se direcionando ao Norte e seriam úteis na guerra mesmo que não soubesse disso ainda. A Morte tinha o seu exercito, mas a Vida também estava formando o seu.

Os filhos da floresta já haviam se juntado aos humanos uma vez. Na primeira batalha pela alvorada. Os humanos apenas venceram por causa da ajuda deles e dessa vez ocorreria a mesma coisa. Apesar de essa batalha ser bem maior que a primeira. Afinal o Grande Outro ficou séculos se preparando para ela.

Jon

Ele embrulhou o corpo de Fantasma carinhosamente em panos limpos. Depois de fazer isso levou o corpo até alguns de seus soldados que estavam na porta e ordenou que levassem o corpo para Winterfell. Queria que seu lobo fosse enterrado lá. Fantasma merecia isso.  O seu lobo foi parte muito importante da sua vida e de seu ser.  Era uma parte da sua alma que se foi. A pelagem quente de Fantasma havia o esquentado nos dias mais frios na Muralha e agora esse calor do animal queimava na forma de chamas a sua espada.

A raiva havia passado e havia dado lugar a uma tristeza incomoda logo que amanheceu. Jon ainda sentia um mal estar na cabeça. A magia que Melisandre usou havia sido muito forte.  Ele nunca havia estado diante de uma força tão grande como aquela. Jon não sabia que Melisandre era capaz de algo desse tipo e grandeza.  Quando foi que a magia dela se tornou tão forte? Quando foi que as habilidades dela melhoraram tanto? Jon não sabia responder a essas perguntas.

Ele sabia que nunca entenderia por completo o que realmente ocorreu naquele quarto. Que nunca entenderia totalmente a dança que dançou com as sombras do passado e do futuro e que o significado daquelas palavras das vozes nunca seria totalmente esclarecido.

Se sentia diferente. Como se algo dentro dele tivesse mudado. Como se tivesse um fogo dentro dele queimasse. Sua pele estava quente, mas não era febre. Além desse calor ele sentia , a medida que o tempo passava, que ficava mais forte. Ele realmente não conseguia entender... Talvez Melisandre o ajudasse a entender tudo isso. Algum dia.

Jon olhou para a cama onde Melisandre ainda estava deitada. Ela ainda parecia dormir. Jon sabia que havia sido duro demais com ela, mas ele não conseguiu evitar. Se sentiu enganado, pois ele matou Fantasma sob o efeito do feitiço. Foi como se ele não soubesse exatamente o que estava fazendo.

Ele se aproximou a passos lentos da cama e tocou na testa de Melisandre a chamando. Ela estava tão fria... Bem diferente de como estava no momento da magia. Em que parecia ter fogo nos seus lábios e em todo seu corpo.

Ela não respondeu. Continuou dormindo profundamente. Jon ficou preocupado e conferiu se ela ainda estava respirando. Para seu alivio sim. Mas ela parecia muito apagada.  A magia devia ter exigido muito dela. Ele lembra que certa vez ela lhe disse que toda magia cobra um alto preço. A cobrança dessa pelo jeito seria muito alta. Dava para ver pelo estado em que ela se encontrava. Com o tempo ela devia melhorar. O calor devia voltar para o corpo dela. Ele sentiu um certo remorso por ter falado com ela daquela forma na noite anterior.

—Jon...- ela lhe chamou com uma voz muito fraca. Jon levou um susto ao ouvir a voz dela, pois ela parecia apagada demais. Não parecia que ela fosse acordar tão cedo.

—Estou aqui. –disse ele pegando na mão dela- Descanse. A magia cobrou um preço muito alto de você.

—Essa magia cobrou um preço muito alto sim. Quanto maior a magia, maior o preço. Mas o preço cobrado vai muito além do que pensa...- ela falava e sua voz parecia um pouco mais forte. A cor começava a voltar para seu rosto aos pouquinhos. Mas mesmo assim Jon sabia que ela estava diferente.- Você não foi o único a perder algo...

Jon paralisou. Seus pensamentos foram para sua filha Lyanna e para seus irmãos/primos. Será que havia ocorrido algo com eles? Será que eles faziam parte da cobrança?

Melisandre pareceu ler seus pensamentos, tanto que disse:

—A Lyanna está bem. Nossa querida menina está em segurança... Seus primos também estão bem...

Jon respirou aliviado ao ouvir isso. Um silêncio se instalou no local até que ela disse:

—Você o sente dentro de você?

—Quem?- perguntou Jon confuso

—O Senhor da Luz...  Sente o fogo dele o queimando e o deixando mais forte? Lhe passei uma parte da força dele e do fogo que queimava no meu coração... Através daquele beijo... Lhe passei para que visse com seus próprios olhos... As pessoas do passado lhe fortaleceram e lhe mostraram coisas. Mas isso teve um preço... Teve sim.

Jon realmente sentia o fogo queimando dentro dele. Fazia sentido. Aquele beijo que Melisandre havia lhe dado pareceu queimar a sua boca no momento. As pessoas do passado que ela falou seriam as vozes?

—A espada. Quero ver a espada.- disse Melisandre o tirando de seus pensamentos.

Jon desembainhou a espada e as chamas iluminaram o seu rosto e o da mulher. As chamas da espada eram sobrenaturais. Não o queimavam e nem queimavam a sua roupa.”Mas devem queimar os inimigos. O fogo deve queimar as criaturas do Grande Outro. Isso é o suficiente”- pensou ele.

—Consegui... Dessa vez o fogo é de verdade...- falou ela com os olhos brilhantes. Estava realmente admirada com as chamas.

Quando Jon embainhou a espada novamente o quarto pareceu ficar estranhamente escuro, apesar de está iluminado por velas e pela lareira. Sem falar dos raios de sol que entravam pela fresta da janela lacrada pela neve.

—Se deite comigo. Quero lhe sentir dentro de mim. Quero compartilhar do fogo que queima em seu ser... Quero sentir toda força que recebeste...

Jon se assustou realmente com aquele pedido diante de tudo que tinha ocorrido. Ela ainda estava fraca.

—Posso me deitar do seu lado, mas não acho prudente fazemos nada. Você está muito fraca ainda. Acabou de acordar.- disse ele enquanto se deitava ao lado dela. Apesar da cor ter voltado ao rosto dela sua pele continuava gelada.”Será que ela passou só uma parte ou passou todo o fogo que queimava dentro dela?”-pensou ele preocupado

Ela continuou insistindo com ele. Chegou a dizer que isso a faria melhorar um pouco. No fim ele cedeu, assim como cedeu no momento em que abriu a porta para ela entrar. Mas aceitou com a condição deles fazerem amor bem devagar e que eles parariam no primeiro sinal de que algo estava errado.

Aquela vez foi diferente das outras. Melisandre sempre foi quente na cama. Tudo nela era quente. Seus beijos, seus toques e seus orgasmos. Por vezes ela chegava a o arranhar enquanto atingia o prazer. Mas dessa vez tudo nela parecia frio demais, apesar dela aparentar sentir algo. Por vezes ele perguntou se estava a machucando.

Jon sentia a pele fria dela contra a sua que parecia está pegando fogo.  Ela parecia até uma mulher normal... Como se não tivesse mais o poder que tinha antes. Será possível?

Ele foi tirado de seus pensamentos por um forte barulho e o soar do alarme que avisava que os Outros estavam perto. Um ataque deles ocorreria em breve. Por sorte os patrulheiros e soldados estavam armados com vidro de dragão, mas mesmo assim se o ataque fosse grande não seria suficiente. Enquanto se vestia pensava se Melisandre teria forças e poder para fazer o feitiço que gerava vidro de dragão futuramente. Porque seria necessário bem mais.

Depois de se vestir rapidamente pegou a sua espada. Quando ele a empunhou foi como se não fosse mais ele. Sentiu- se forte como nunca.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Nesse capítulo deixei algumas coisas nas entrelinhas, no próximo vou trabalhar alguns pontos melhores. Ah, queria pedir desculpa por não ter falado da Dany nesses capítulos, mas vou falar nos próximos. Ela ainda terá papel muito importante. Todos terão. Foi que esses capítulos foquei mais no Jon e era tanto detalhe que me esqueci de algumas pessoas e coisas. Também queria pedir desculpas por não ter falado do feitiço que a Melisandre fez pra gerar vidro de dragão. Eu me esqueci de falar do processo no capítulo anterior, talvez nos próximos alguém lembre e eu narre como foi. Enfim, espero que tenham gostado. Abraços e até o próximo!