A Prometida escrita por Temperana


Capítulo 5
Demons


Notas iniciais do capítulo

Olá meus anjos amados!
Vocês devem ter percebido que eu respondi todos os reviews, com exceção dos que foram postados hoje a tarde, mas eu vi okay? E também respondi o das ONEs. Falta apenas o da fanfic A ERA DOS DRAGÕES. Três caps faltando ainda para responder...
E quero hoje agradecer à Jana e HeloiseC (amei a foto de perfil colega, minha irmã...) por terem favoritado a fanfic. Muito obrigada lindas...
Sobre a música do capítulo: Imagine Dragons mais uma vez! Juro que no próximo não é Imagine Dragons rsrsrsrs
Nas notas finais estará o link da música. Então até as notas finais...



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Dois anos depois...

Eu realmente não gosto de me lembrar de tudo isso que aconteceu. E eu sinto em dizer que essa lembrança ainda dói em mim, anos depois disso ter acontecido.

Digo que talvez você não goste dos poucos detalhes que lhe darei. Peço desculpas. Mas creio que entenderá o quanto isso afeta em mim.

Creio também que se lembra do que falei sobre o Pesadelo. O Pesadelo é um dragão que por gerações matavam todos os Hoffersons que ousavam em enfrenta-lo.

A cada dez anos ele surgia, quando o fogo de Aurvandill ilumina o céu. E quando isso acontecia um dos bravos guerreiros o enfrentava.

Quando eu tinha dois anos tive a falta de sorte de estar fora de casa quando o Pesadelo atacou a nossa Vila.

Eu vi o meu tio Flinn, que tanto ficava comigo e de quem tinha uma forte lembrança de amor e carinho, avançar em direção ao dragão.

Meu pai me pegou no colo, mas o estrago já estava feito. Eu vi a luz forte do dragão iluminá-lo. E por fim mata-lo.

Eu era apenas uma criança. E já tinha tanta lembrança má. Eu era apenas uma criança. Inocente quanto a ideia da morte. Mas que quando cresceu foi afetada por esse mal.

Pois havia passado dez anos. E mais uma vez o Pesadelo destruiria os meus sonhos. Tornaria literalmente os meus sonhos em pesadelos.

Embora eu tivesse apenas 12 anos era muito inteligente para perceber o terror das pessoas da Vila ao meu redor.

Eles apenas esperavam o dragão novamente atacar. Quando a luz, verde e brilhante, do Fogo de Aurvandill iluminou os Hooligans havia um terror no olhar de cada um.

Naquele dia eu discutia com meu pai. Talvez fosse rotineiro, mas era por algo importante. Minha segurança.

Acho que é disso que eu mais me arrependo. Ter discutido com ele.

–Você tem que prometer que não irá sair de casa Astrid. Sei que o que você viu foi horrível e me arrependo por não ter sido rápido demais e tirá-lo de lá antes que... Visse o que viu. Mas você não deve ter um pensamento de vingança. Você entende como você é importante para mim? – meu pai encarava meus olhos, e mesmo com a voz firme via que vacilava.

–Pai sei que me ama. Mas sou uma guerreira, sou mais forte do que aparento ser. Mas do jeito que você fala dá a entender que eu sou irresponsável – eu disse.

–Não é isso que estou dizendo Astrid. Sei que você é forte, sei que não é irresponsável.

–Eu sei que não é isso que está dizendo, mas é o que eu entendi.

Ele bufou e murmurou algo sobre eu ter puxado a teimosia dele. Eu sorri. Ele não podia negar que eu era uma pequena cópia feminina dele.

–É tão teimosa, que não acabou com a amizade com o Strondus depois de tanto eu ter perdido – ele murmurou.

Porém, tive o desprazer de escutar. O sorriso então sumiu de minha boca.

–E nem vou terminar – eu digo em alto e bom som para ele.

–Eu não vou discutir mais uma vez com você por causa disso.

–Você não entende pai? Não é uma simples amizade o que eu sinto por ele. É muito mais do que isso.

–Não seja tola Astrid, você tem 12 anos, não sabe realmente o que é o amor.

–Sei o bastante para saber o que eu sinto.

Nos encaramos por um instante. Ele suspirou cansado.

E então escutamos um barulho do lado de fora. Pessoas correndo e gritando. O Pesadelo.

–Pai, é ele? – eu perguntei. Havia certo temor em minha voz.

–Astrid, fique aqui dentro ouviu? – ele dirige a mim um olhar preocupado e uma voz autoritária.

–Pai! – eu exclamo.

Ele não podia estar pensando em ir enfrentar o Pesadelo sozinho. Eu não podia ver ele acabar como o meu tio. E não podia perder mais alguém que eu amava.

–Astrid – ele agarrou os meus ombros. – Eu te amo e não importa mais nada. Eu tenho que fazer isso por ele. E se é ele quem escolheu, não sou eu quem vai impedir. Siga o seu destino. Não vou muda-lo mais uma vez.

Eu não entendi nada que ele havia dito para mim naquele momento. Mas deixei para entender isso mais tarde.

Primeiramente eu tinha que impedir meu pai de ir embora. E como a teimosia que puxei, meu pai pegou seu machado e partiu para fora.

–Pai! – eu saí atrás dele.

O caos havia se instaurado. Eu corria contra a multidão e não encontrei mais o meu pai.

–Astrid, o que você está fazendo aqui? – alguém disse, mas não dei atenção.

–Querida, vá para dentro – apenas vozes soavam em minha direção. Eu continuava não dando atenção.

Avistei Soluço correndo em minha direção e me precipitei para alcança-lo.

–O que você está fazendo aqui fora? – ele perguntou e me segurou.

–Pai! – eu gritei novamente.

Eu olhei para trás de Soluço e vi algo grande em brilhante precipitar-se sobre o homem. Eu vi aquilo e ruí sobre os meus joelhos. Soluço se ajoelhou em minha frente e me abraçou, tentando me impedir de ver.

Eu havia olhado atrás de Soluço e havia visto o Pesadelo matar o meu pai. Eu vi o meu pai morrer como o meu tio Flinn. Vi a dor me invadir por inteira.

Mas uma vez nada pude fazer para impedir.

–Não! – eu gritei.

Havia tanta dor em meu grito que até eu poderia sentir. Eu me desvencilhei de Soluço. Ele correu atrás de mim e me segurou, impedindo-me de avançar.

–Não! – eu continuava tentando me soltar. – Eu não disse a ele que eu o amava. Soluço eu preciso dizer a ele que eu amo. Me solta!

Eu caí em prantos novamente no chão. Soluço me abraçou com mais força e eu me deixei levar. Eu o abracei e chorei. Soluço me disse depois que eu chorava tanto que tinha medo que eu morresse.

Eu não me lembro de muita coisa daquela noite. Lembro-me do choro da minha mãe. Era doloroso demais. Eu não conseguia dormir.

Eu só conseguia pensar que no dia seguinte em que o meu pai seria queimado num barco. E eu deveria atirar a primeira flecha e eu não sabia atirar.

Eu não conseguia mais organizar os meus pensamentos. Mas quando eram 3 horas da madrugada eu saí de casa com um arco e flecha, escondida da minha mãe é claro.

Eu cheguei à clareira na floresta. Eu atirava as flechas e nenhuma acertava o alvo que eu havia estipulado.

Porém eu podia culpar as lágrimas que rolavam incontrolavelmente em meu rosto de impedir-me de enxergar completamente.

Eu joguei o meu arco no chão e desisti. Enterrei meu rosto em meus joelhos e chorei mais uma vez.

Você pode estar pensando: mas você só chorou? Não era uma valente guerreira? Não era aquela que era mais forte do que seu pai pensava?

Pense na pessoa que você mais ama nesse mundo morta. Pensa que você nunca mais a verá. Nunca mais falará com ela. Talvez você entenda agora.

Escutei passos, mas não me importei. Eles se aproximaram e a pessoa dona deles sentou-se ao meu lado.

–Creio que você precisa de ajuda para colocar essa flecha no alvo – virei-me para Soluço, reconhecia sua voz.

–Eu nunca vou conseguir fazer isso – eu digo sem encará-lo.

–Nossa Astrid, você está parecendo comigo há uns anos. Bom, infelizmente você não poderá desistir. Agora quem não irá deixar você fazer isso serei eu.

Vi ele recolher as flechas que inutilmente tentei acertar no alvo. Ele retornou ao meu lado e me obrigou a ficar de pé.

–Vamos lá. Não adianta me olhar com essa cara – ele disse. – Pegue o seu arco. Arme-o.

Obedeci-o e armei o arco.

–Espere um minuto – ele diz.

Eu encaro os seus olhos e uma última lágrima escapa dos meus. Ele pega suas mãos delicadas e enxuga as minhas lágrimas.

O carinho que senti com o seu toque era tanto que por um instante pensei ser capaz de fazer aquilo. De atirar no alvo. Fez confirmar as palavras que disse ao meu pai. Que talvez eu sentisse algo mais do que amizade por ele. Por Soluço.

–Certo, flecha armada em seu queixo Astrid. Segure-a com firmeza.

Balancei a cabeça e tentei fazer o que ele dizia, sendo que não foi isso que aconteceu. Porém ele me deu uma ajudinha. Senti seus braços sobre os meus. Ele endireitou minha postura e senti seu rosto junto ao meu.

Não vou mentir e dizer que não senti nada com isso. Meu coração acelerou. E senti uma sensação estranha e boa dentro de mim.

–Muito bem. Agora atire.

Obedeci e atingi o mais próximo do alvo que teria feito antes. Não acertar o alvo não era culpa das lágrimas agora e sim de certo amigo meu.

–Certo, está próximo. Atire novamente Astrid.

Respirei regularmente e me concentrei. Peguei outra flecha na minha aljava, repeti a posição e atingi o centro do alvo daquela vez. Olhei intrigada e então sorri.

–Por que não estava dando certo antes então? – perguntei ironicamente.

–Falta de confiança. Excesso de frustação. E um pouco de arrogância – lancei a ele o meu pior olhar. – E não adianta negar. E agora você está pronta para fazer o que deve fazer amanhã.

Ele me olhou com tristeza. Mas me passou confiança com sua voz firme.

–Obrigada Soluço. Não sei o que faria sem você.

–Você me ensinou a ser um bom viking certo? Queixo erguido. E não se esqueça. Você é forte. Mais do que aparenta ser.

Obviamente a minha flecha acertou o alvo, que no caso era um barco. Porém devo tudo a Soluço. Ele me deu a confiança que faltava. Tirou de mim a frustação e por que não dizer a arrogância.

Não posso negar a tristeza que meu coração sentia e até hoje eu sinto. Meu pai era o meu porto seguro e inspiração. Mas nunca desisti de viver. Por ele.

E sabe, continuarei a contar aos meus filhos a sua história. O avô deles era um guerreiro mais do que incrível. O meu amor por ele que me fez continuar. A certeza que ele estaria lá.

When your dreams all fail

And the ones we hail

Are the worst of all

And the blood’s run stale

I want to hide the truth

I want to shelter you

But with the beast inside

There’s nowhere we can hide

Quando todos os seus sonhos falham

E aqueles que saudamos

São os piores de todos

E o sangue fica seco

Quero esconder a verdade

Quero abrigar você

Mas com a fera dentro

Não há onde nos escondermos


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Notas finais do capítulo

Gente esse capítulo foi incrivelmente difícil de fazer. Foi emocionante escrevê-lo. Triste e emocionante. Mas também com um toque romântico.
Vocês devem ter notado como os sentimentos da Astrid estão bagunçados agora. Passaram-se dois anos. E, no próximo capítulo, se passaram três. E o filme entrará em ação. E aí as coisas começam a ficar cada vez mais confusas.
Esse capítulo foi feito para chorar, eu confesso. Imaginar o amor da Astrid pelo pai... Me digam o que sentiram com esse capítulo se quiserem ;)
Link da música para vocês: https://www.youtube.com/watch?v=GFQYaoiIFh8&spfreload=10
E espero que tenham gostado docinhos azuis. Até a próxima!!
Temp