I Want You Back escrita por mrs montgomery


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu devia estar dormindo, mas não ia conseguir sem antes terminar e postar isso ♥
espero que gostem, boa leitura ^^



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No momento em que seu chicote caiu longe demais, Isabelle Lightwood soube que estava ferrada. Já estava machucada, a visão ficando turva, quando o demônio Raum a atingiu na cabeça e ela caiu com um estrondo no chão. Uma dor aguda se espalhou da clavícula até o antebraço, e ela suspirou pesadamente. O demônio foi se aproximando e só então Isabelle notou a adaga jogada de lado. Com o braço bom, pegou e jogou no Raum no exato momento em que ele agarrou uma de suas pernas com os tentáculos e tentou puxá-la. O demônio soltou-a e cambaleou para trás, e Alec aproveitou para lançar sua lâmina serafim.

Isabelle expirou e jogou a cabeça para trás, repreendendo-se mentalmente sobre o momento que aceitou ir investigar atividade no Brooklyn com os irmãos.

E Simon.

Ele havia se tornado um caçador de sombras oficialmente há duas semanas, e, mesmo que ela soubesse que ele havia recuperado parte da memória, tinha feito uma promessa para si mesma de que não iria tomar nenhuma decisão precipitada relacionada a ele, não até ter certeza absoluta do que queria.

— Isabelle! — Ele estava vindo até ela com Jace apoiado em Alec.

Pelo Anjo, como estava ficando difícil evitá-lo.

Simon ajoelhou-se ao seu lado. Estava com um olhar que a lembrou de quando estavam no Edom e ele salvou sua vida. Preocupação, mas não como Alec a olhava. Havia algo mais ali, que a fez se recordar de quando ele falou que amava. Merda. Ainda doía pensar nisso.

Porém, mesmo que doesse, ela não o afastou quando ele gentilmente segurou o braço quebrado dela e gentilmente desenhou um iratze em sua pele. Então, afastou o cabelo de seu rosto e segurou seu rosto como uma das mãos, acariciando levemente sua bochecha.

Merda, merda, merda.

— Onde mais você está machucada?

Isabelle piscou forte, como se estivesse acordando, e se afastou do toque imediatamente. Simon a olhou confuso, mas não se afastou. Isabelle desviou o olhar e tentou se levantar apoiando-se nos cotovelos — em vão. Sentiu uma dor profunda na espinha, e se lembrou tardiamente de que outro demônio havia a atingido antes ali. Fechou a boca antes que pudesse demonstrar algum sinal de dor.

Mas este era Simon, e ela odiava saber que ele a conhecia tanto quanto ela mesma.

Alec chegou nesse instante e imediatamente se abaixou ao seu lado, passando um braço por suas costas e outro por baixo de seus joelhos. Sua visão já estava ficando turva.

— Alec, eu estou bem.— disse, mesmo que fosse a maior mentira. — Não tem necessidade...

Suas pernas fraquejaram. Ela se apoiou desajeitada no ombro do irmão e piscou. Sua visão começava a se encher de pontinhos pretos e ela teve de se esforçar para não apagar. Não, não faria isso.

— Você está longe de estar bem, Iz. — ouviu Jace dizer, e ele parecia longe, mesmo que estivesse ao seu lado.

O resto foi um borrão. Num minuto ela estava nas ruas de Nova York sendo carregada pelo irmão e no outro estava na enfermaria do Instituto. Ouviu a voz abafada de Clary dando um sermão em Jace, a do irmão conversando com sua mãe e a de Simon, apenas dizendo seu nome.

Isabelle apagou.

No momento em que abriu os olhos, sentiu o corpo todo doer. Suspirou e virou lentamente a cabeça para os lados. Não estava mais na enfermaria; as paredes pretas brilhantes de seu quarto eram extremamente reconfortantes agora. Olhou lentamente para baixo, notando os pés enfaixados, os enormes hematomas na perna e o braço envolvido delicadamente numa tipoia. Com o braço bom, se apoiou para tentar se sentar.

O fez com dificuldade, sentindo uma leve pontada no pescoço, nada que ela não pudesse suportar.

— Alec — chamou com o máximo de força que tinha. Sabia que o irmão estaria ali. Ele entrou no quarto assim que ela terminou de falar.

— Como você está se sentindo? — perguntou enquanto se sentava na beirada da cama. — Magnus passou aqui cedo. Disse que iria te ajudar a se recuperar mais rápido.

— Eu estou bem. Mesmo.

Ele franziu o cenho.

— Tem certeza? Você ficou o dia inteiro apagada. Talvez devesse ficar aqui descansando.

— Alec...

— Só estou dizendo, não foi uma ferida inofensiva. Você estava bem mal quando a trouxemos para cá. Deixou todos preocupados.

Isabelle fechou os olhos e suspirou. A ideia de sair do quarto e mais tarde dar de cara com Simon a instigava tanto quanto a desanimava.

— Só me ajuda a levantar, ok? Preciso ver como estou.

Ele a ajudou. Ela não estava tão mal assim, afinal. Só precisava de uma pequena ajuda. Havia uma muda de roupas para ela na ponta da cama. Pegou e entrou no banheiro e se apoiou na pia, olhando-se finalmente no espelho. Havia bolsas escuras embaixo dos olhos e a pele estava pálida. Havia uma marca arroxeada na nuca e na bochecha e cicatrizes pelos braços.

Suspirou. Estava péssima.

Entrou na banheira e lavou toda a sujeira do corpo, sentindo-se repentinamente melhor. Algumas áreas ainda doíam, mas depois de algumas horas iriam melhorar. Se levantou relutantemente, se secando e colocando as roupas.

Vestiu a calça de moletom com certa dificuldade, mas nada impossível, e a camiseta branca. Ajeitou o cabelo em uma trança e se analisou novamente. As bochechas estavam coradas de novo, combinando com o tom escarlate do colar.

Não esperava que encontraria Simon sentado na cama com sua estela nas mãos. Ele levantou os olhos quando ela atravessou para dentro do quarto.

— Alec disse que você tinha acordado. — disse. O olhar dele era tão terno que machucava. — Você me deixou preocupado, Iz.

Ele parecia que estava pondo carinho no apelido dela propositalmente. Também não parecia querer sair dali. Se rendendo, Isabelle atravessou o quarto e se sentou na cama apoiada na cabeceira, bem longe de Simon — ou o mais longe que conseguia.

— Eu estou bem. Você já viu. Pode ir embora agora.

— Isabelle — ele a cortou. — Eu não posso ir embora. Não agora. Eu tenho que te falar uma coisa, e, se eu não falar agora, eu tenho certeza de que eu vou explodir.

Ela silenciou. Seu coração batia tão forte que começou a doer.

— Eu sei que eu não sou o que eu fui antes, mesmo que aquele cara seja uma parte de mim. Eu sei que desde que eu ascendi você tem me evitado. Eu sei que você gostava daquele cara, e quando Asmodeus apagou minhas memórias isso mexeu com você. E eu sei que você perdeu as esperanças para a gente.

— Simon. — disse. Repentinamente estava muito cansada, ela esticou as pernas, os pés próximos de Simon. — Eu passei meses num estado egoísta querendo que você tivesse morrido ao invés de perdido as memórias. Porque, se você estivesse morto, eu saberia que você estava em algum lugar e que se lembrava de nós. Mas você estava vivo e não se lembrava de mim, e isso acabava comigo a cada dia que se passava. E agora você está aqui, e isso é ainda pior.

— Izzy. — ele disse, chegando mais perto e envolvendo seus pés com as mãos. Era reconfortante. — No começo, eu não me lembrava de muita coisa. Eu via borrões de nós dois em uma caverna, na casa de Magnus, em Alicante. Eu estava de alguma forma lutando contra isso. Doía em mim tanto quanto em você. Então você começou a me ignorar e eu comecei a pensar em você ainda mais. E eu comecei a me lembrar e queria te dizer, mas você sempre me evitava. E eu pensei que talvez você fosse achar que eu só gostava de você porque me lembrava, mas não é a verdade. Eu me apaixonei pelo o que aconteceu antes e pelo fato de você simplesmente ser você. Não tem como eu não me apaixonar por você, Isabelle. Podem vir apagar minha memória mil vezes, e eu vou me apaixonar por você de novo em cada uma delas.

Simon estava longe demais para seu gosto. Ela ia puxá-lo quando ele se aproximou o bastante para que ela pudesse beijá-lo. Colocou a mão em sua bochecha, por cima do hematoma.

— Quando eu vi você lutando contra aqueles demônios, eu me lembrei de como você apareceu e enfrentou Lilith, e outras inúmeras vezes que você foi corajosa. Isso é apaixonante, caso não saiba. — Ela tentou não sorrir. Em vão. — Quando você caiu, foi como se eu estivesse no Edom de novo, mas dessa vez eu não podia te salvar.

— Simon...

— Eu estou me desviando do principal. A questão é: Eu te amo, Isabelle. Eu te quero de volta. Você pode me ignorar, mas eu não vou parar de te querer ou de te amar.

Ela o estava beijando antes mesmo que percebesse. Era tudo tão familiar, parecia que os últimos meses simplesmente não haviam acontecido. Simon a puxou pela cintura, e por um momento ela não estava mais machucada e havia apenas ela e Simon e ele sentia o mesmo por ela e era isso que importava. Afastou-se minimamente, apenas para olhá-lo nos olhos e acabar com a dor dos dois.

— Eu amo você, Simon Lewis. — E o estava beijando novamente. Simon era delicado enquanto a ajeitava embaixo dele e tentava não encostar-se a nenhum hematoma. Ela se perdeu nele, e com todos aqueles beijos tentava dizer o que não tinha certeza se conseguiria falar em voz alta. Eu senti sua falta mais do que você podia imaginar e eu te amo e te amo e te amo.

Ele se afastou.

— Quais são as chances de seu irmão aparecer e nos pegar nesse estado?

— Baixas. Ele acha que eu estou descansando.

Simon sorriu, o mesmo sorriso que se lembrava, com a mesma malícia.

— Mães, tranquem suas filhas, depois, tranquem suas criadas e então se tranquem. Lorde Montgomery está à solta.

Isabelle sorriu enquanto ele se abaixava para ela, o nariz roçando no seu. Ela poderia se acostumar com isso.


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Notas finais do capítulo

porque meu otp precisa de um pouco de felicidade ;*