Caminhava em uma estrada, à beira de um abismo, sem rumo, sem noção, e na garganta um apito, pernas fardas, coração em névoa.

Dias de lua, noites de sol, é como sair para pescar, com uma vara sem o anzol.

Vozes perturbam, coração chora, mares agitados, terras tremulas.

"Grita, grita, grita"; hó alma sofrida, pedir por ajuda jé é impossível, e afundando cada vez mais nesse abismo.

Uma vida sem sentido, no olho já se perdeu o brilho, o sorriso do rosto já foi arrancado, a fé não é a mesma, e a esperança massacrada, vinganças á toa, humildade dilacerada.

Esses são meus versos, sim, meio sem nexo, um bom entendedor, entenderá, só basta reparar, não há o que explicar, tente observar, que tudo se esclarecerá.

Você pode me achar louca, mas, quem é normal?, cada louco com sua loucura, vamos ver o final, na minha cabeça faz sentido, na sua talvez não, mas, quem se importa com a opinião alheia, não vivi não.

As vezes, de tanto nos ferirmos, aprendemos a não dar mais importância, pena que para levantar-se, é preciso cair.