De Repente, Noiva! escrita por Diéssica Nunes Sales


Capítulo 11
Beijo




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Harry e eu estávamos sentados no chão, de frente pra piscina; ambos de pernas cruzadas, um do lado do outro.

“Eu gosto destes momentos...” Harry começou a falar. “De calmaria... Gosto da brisa da noite.”

“Eu também” disse, sem saber muito como me comportar.

Harry olhava para o horizonte, assim como eu. Eu, porém, olhava de esguelha para ele a cada segundo.

“Estou feliz de ter te conhecido.” Ele disse depois de alguns segundos de silêncio. Eu sorri, feliz e preocupada. “Você é uma pessoa bacana. Sei que nos conhecemos tem somente alguns dias, mas já gosto muito de você.” Ele sorriu e olhou para mim, eu retribui o sorriso e olhar, tensa. “Você já é uma pessoa muito querida por todos nós” ele continuou “e eu, já te considero uma grande amiga.”

Eu sorri aliviada. “Obrigada” agradeci abaixando o olhar.

“Você fica com vergonha com muita facilidade” ele observou.

“Não é isso... É que fico encabulada de receber elogios”.

“Então...” ele disse num riso. “Eu sinto falta de tudo isso.”

“Tudo isso o que?” perguntei.

“Da quietude. Vivemos tão cheios de coisa pra fazer, é correria todos os dias, para todos os lados, barulho... Eu sinto falta da quietude também.”

“Imagino como deve ser cansativo pra vocês.”

“É demais, Cristal, mas tem muita coisa boa também. As fãs estão no lado que nos faz continuar mesmo quando tudo tá difícil, apesar de muitas adorarem um barraco” eu ri. “Essas brigas desgastam. Talvez você não tenha essa dimensão, mas todos os problemas que acontecem entre os fãs na internet, nos atinge. E isso é horrível.”

“Eu imagino.” Disse. Harry dobrou os joelhos e neles descansou os antebraços.

“Seria tão bom se todos ficassem em paz, apenas curtindo a banda.”

“Seria mesmo, mas isso é bem impossível.”

“Eu sei.” Ele soltou um riso. “Eu sei. O mundo vive em discussões, por que seria diferente nos fandoms?”

“Pois é...” Esbocei um sorriso.

“Você está calada, tá tudo bem?” Ele perguntou depois de alguns segundos.

“Está sim” respondi sincera.

“Eu não quero que isso acabe.”

“O que?” Perguntei.

“As férias.” Eu sorri para ele. “Estou falando sério.”

“Tem certeza?” Perguntei num tom desafiador.

“Não sei...” Ele sorriu e olhando para mim, depois de cruzar as pernas novamente. “Eu não sei fazer outra coisa que cantar, que estar num palco, mas o assédio midiático cansa tanto.”

“É muito desrespeito, né?!”

“Demais. Você nem imagina.”

“Vocês não vão se cansar de ficar no hotel até irem embora não?”

“Não sei. Queríamos estar num lugar quente. A Europa nessa época do ano é tão fria, que apesar de, pelo menos nas nossas cidades, conseguirmos ir e vir sem problemas, não era o que precisávamos. Mas também não sei se aguentaremos mais duas semanas trancados no hotel.”

“Não tem forma de vocês saírem?”

“Duvido. Mesmo que tenhamos conseguido manter segredo da nossa estadia aqui, acho complicado conseguirmos sair. E você? Não vai ficar entediada?”

“Estou gostando de ficar com vocês, Harry. Tenho me divertido muito.” Respondi, com sinceridade.

Ele sorriu. “Nós também.” Eu sorri de volta.

Eu e Harry ficamos por mais de meia hora conversando, até que resolvemos subir. Despedimo-nos e fui em direção ao meu quarto. Abri minha porta assim que Harry fechou a dele, e neste instante ouvi alguém me chamar.

“Oi” disse a Louis me virando para trás.

Louis estava saindo de seu quarto, que era bem próximo do meu. Tinha as mãos nos bolsos da calça de moletom que usava.

“Você e Harry combinam” ele comentou.

Olhei para Louis em entender. “O que você quer dizer com isso?”

“Combinam como casal” ele disse depois de dar os ombros.

Fechei a porta do quarto e dei alguns passos, aproximando-me um pouco mais dele.

“Louis, eu e Harry somos apenas amigos.”

“Tem certeza?” Louis estava sério demais durante aquela conversa.

“É claro!” Eu disse franzindo o cenho. “Você está bem?”

Ele assentiu.

“Você está estranho” eu disse.

“Só estou um pouco cansado.” Ele disse, mas a mim não pareceu apenas cansaço. Louis parecia sem energia nenhuma, como se estivesse totalmente esvaziado. Ele se aproximou um pouco mais de mim. “Tem certeza que você e Harry são apenas amigos?”

“Tenho.” Afirmei novamente, estranhando ainda o fato dele perguntar a mesma coisa de novo.

Louis engoliu em seco enquanto me olhava. Pela primeira vez naquela noite eu vi um pouco de brilho nos seus olhos. Ele esboçou um sorriso com o canto esquerdo da boca.

“Tem certeza que você está bem?”

Ele molhou os lábios, assentindo. Deu mais um passo a frente, ficando extremamente perto de mim. Colocou as mãos na minha cintura, olhando-me ainda mais. Então, eu respirei exasperada com o pensamento que cruzara minha mente. Engoli em seco também, olhando para ele. “Louis...” disse num sussurro. Ele fechou os olhos, inclinando um pouco sua cabeça para frente, abrindo-os em seguida e ainda me encarando.

Perdida naquela situação, hipnotizada pelo olhar que Louis me lançava e pela sensação de sua mão na minha cintura, deixei-me aproximar dele ainda mais. Quando vi, nossos lábios se tocavam lentamente e suavemente. E, naquele momento algo se transformou dentro de mim. Não sabia o que era, mas sabia que era algo. Demos continuidade ao beijo, que no início era apenas roçar de lábios, mas que em seguida, se tornou mais intenso. Quando nossas línguas se encontraram, Louis me puxou para mais perto dele, e eu o puxei para mais perto de mim. Suas mãos pressionava minha cintura e as minhas os seus ombros. Apesar de intenso, o beijo era calmo e cheio de sentimentos hesitantes para serem desvelados.

Afastamo-nos aos poucos, tentando regular nossas respirações. Ele me olhou e mordeu o lábio inferior, enquanto eu olhava para o chão. Sentia-me vermelha e queimando. Levantei meu olhar para encontrar o dele, fazendo o que desta vez ele que olhasse para o chão.

“Louis...” disse novamente, de novo em um sussurro.

“Shhh...” ele também disse num sussurro.

O silêncio do corredor era sepulcral. Não havia ninguém além de nós dois. Agora, olhávamos um para o outro, sem saber o que fazer ou o que falar, mas eu sabia muito bem o que eu queria. Mesmo sem entender tal desejo, eu sabia que queria sentir novamente o sabor de seus lábios e, experimentar mais uma vez, as sensações que me causava.


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