Safira: Carnificina Total escrita por Larenu


Capítulo 6
Deathlok


Notas iniciais do capítulo

Decidi que teremos uma música tema para cada spin-off. Já escolhi a deste. Leiam o capítulo e encontrem a referência à música. Caso não descubra, nas notas finais está a resposta.



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— Bom, aquele mês se passou daquela forma. Um dia da caça, o outro do caçador. O estado de Henry Hayes apenas piorava, e isso deixava a todos preocupados. Eu via Cletus cada vez menos, e, às vezes, tinha até a impressão de que ele se levantava da cama no meio da noite.

“Toda mulher ficaria louca, achando que estava sendo traída. Mas eu sabia o que ele fazia em suas saídas. Ele ia ao laboratório. O laboratório pertencente ao agente Grant Ward. Escolhi uma noite para que, quando Cletus voltasse, eu estivesse acordada.

“Peguei-o no flagra, tirando um jaleco em frente à cama. ‘Cletus? Por que você está acordado, a esta hora da noite?’ ‘Nada demais, minha safira. Tive que dar uma saída, chamado da S.H.I.E.L.D.’ ‘E por que não me acordou?’ ‘Não quis te incomodar. Agora deite e durma, que amanhã será um dia corrido’.

“Eu me deitei e me cobri, mas continuei a observa-lo. Cletus caminhou até o armário com minhas roupas e pegou um uniforme da S.H.I.E.L.D. Vi-o pegar um tecido branco e enrolar no uniforme, junto de uma fita métrica. Ele anotou as medidas em uma folha e então guardou o uniforme e o tecido.

“Então, Cletus veio até mim. Cerrei os olhos e senti os lábios dele tocarem minhas costas. ‘Aconteça o que acontecer, Jessica, saiba que... eu te amo’ disse ele, que não sabia que eu estava ouvindo. Ele acendeu a luminária e pegou novamente o tecido branco. Desta vez, pegou também algumas faixas azuis e uma espécie de broche em forma de joia.

“Pegou uma faca um estilete e começou a fazer cortes no tecido. Quando atingiu o tamanho essencial, guardou tudo e deixou o quarto novamente. Para mim, o que ele estava fazendo era óbvio: Cletus estava customizando uma roupa para mim. Mas por quê? E aquele broche em forma de joia, de cor roxa...

“Ele terminou de guardar tudo e deitou ao meu lado novamente. ‘Você será uma heroína. A minha heroína. A minha safira’. Senti o corpo dele recair na cama conforme ele adormeceu. Naquela noite, eu não dormi.

“Na manhã seguinte, treinamos um pouco com May na Alias. Recebemos, pela primeira vez, uma missão: encontrar um dos advogados da Hogarth, Chao & Benowitz e interroga-lo sobre desviar lucros da agência para sua própria conta. A dificuldade? Ele estava desaparecido havia duas semanas.

“O último local em que ele fora visto era sua casa. Surpreendi-me ao ler o endereço e perceber que se tratava de uma casa na mesma rua em que eu cresci.”

— A casa dos Campbell?

— Dos Jones. A casa dos Jones, na qual cresci após o acidente, se situava na Rua Birch, pouco antes do cruzamento com a Estrada Higgins. A casa do desaparecido era após o cruzamento. Bom, como eu dizia, não pensamos duas vezes para partirmos.

“Mas, por algum motivo, eu estava nervosa; talvez temendo que algo de ruim ocorresse. Não era por retornar à casa dos Jones, pois o senhor e a senhora Jones eram um casal muito bondoso, mas talvez por Cletus. Eu estava muito preocupada com ele.

“Melinda tentou se comunicar com Henry para avisar que estávamos indo, mas o comunicador dele estava fora de funcionamento. Ele estava numa cadeira de rodas desde o incidente, e Melinda parecia se importar muito com ele, mas era fechada e não se abria com ninguém.

“Chegamos ao endereço. Descemos do carro de Melinda. Estávamos todos vestidos como turistas. A agente May, porém, ficou no carro. ‘Vão à frente. Estarei aqui para ajuda-los em caso de uma possível fuga’. Assentimos. Ficamos nervosos, pois Melinda era a agente treinada entre nós.

“Batemos à porta da frente, e uma mulher atendeu. ‘Pois não?’ ‘Por favor, onde ficar a Estátua da Liberdade?’ disse Jemma, imitando um sotaque alemão. ‘Acho que estão um pouco longe. A ilha onde está a estátua é longe daqui’ ‘Ilha? Ah, não. Nós não querer navegar’.

“A mulher deu de ombros e começou a fechar a porta, mas o pé de Cletus a impediu. ‘Por favor, eu poder usar o banheiro?’. Ela relutou, contudo permitiu que entrássemos. Ouvi algo cair e passos rápidos indo para o quintal. Troquei olhares com Jemma, que entendeu o recado. Ela e Fitz foram na direção do quintal e Cletus para o banheiro.

“Tentei puxar conversa com a mulher. ‘Você ter algo para beber?’ ‘Na cozinha, por aqui’. Ela começou a me guiar para onde Jemma e Leo haviam ido. Puxei-a pela mão. ‘Hum, melhor não. Eu querer... dicas de jardinagem’. A mulher estranhou, e se libertou de minha mão.

“Fui fitada por um momento. ‘Dicas de... jardinagem?’ ‘Exato. Achar seu jardim da frente muito lindo e pedir para meu namorado vir ao banheiro apenas para pedir suas dicas’. A mulher andou para trás e pressionou uma gaveta. ‘Sendo assim, vamos para o quintal’. Nos viramos, no exato momento em que ouvimos um tiro.

“A mulher apontou uma arma para mim. ‘Mãos ao alto. Eu sou a Feminista e ordeno que se renda’ ‘Eu não faria isso se fosse você’ disse Cletus, aparecendo atrás de mim com sua arma em mãos. A feminista chutou minha canela e correu. Eu, porém, nada senti e deixei meus cabelos ficarem roxos.

“Corri atrás dela e saímos para o quintal. Lá, Fitz e Simmons apontavam suas armas para um homem de terno. ‘Renda-se’ ‘Ei, calma! Estão enganados! Não há nada para ver aqui, falsos turistas!’ ‘Será mesmo? Então o que a Feminista faz em sua casa?’.

“Ele xingou em voz baixa. ‘Eu não quis roubar Hogarth, está bem? Mas eu estava devendo para a Hidra, e a Feminista veio me cobrar... Então entrei em desespero. Daí a transferência bancária’.

“Cletus apertou um botão em seu comunicador. ‘Por que devia à Hidra?’. O homem gelou. ‘Caramba, assim você me ferra. Eu fui subornado por eles, está bem? Para fazer de um acionista da Hidra inocente’. Então, ouvi o disparo. O advogado caiu morto de joelhos. Fora a Feminista quem atirara.

“Ela bufou. ‘Ele estava falando demais’. Ela correu, pronta para pular a cerca para a rua, mas então um carro se chocou contra ela, quebrando a cerca branca. Melinda May desceu do carro, com a arma e uma algema. Ela prendeu a feminista. ‘A cavalaria chegou!’ anunciou Fitz, rindo.

“May o fitou com raiva por um momento e então se acalmou. ‘Pronto, capturamos a Feminista. Nossa missão foi um sucesso. Obrigada por me alertar sobre a Feminista, Jemma. Sabia que ia me chamar na hora certa’.”

— Se não fora Cletus quem a chamou, então quem ele chamara?

— Deathlok.

— Henry...

— Hayes. Exato. Naquele momento, o carro de May explodiu. Ela soltou um palavrão cabeludo. O fogo começou, se destacando em meio à garoa que se iniciara enquanto estávamos lá dentro. Em meio às chamas, uma figura calva estava parada.

“Metade de suas feições faciais me eram familiares: Henry Hayes. A outra metade era completamente robótica, bem como seus braços e pernas. ‘Eu sou Deathlok!’ ele gritou, começando a disparar loucamente e acertando em cheio a Feminista. ‘Henry? É você?’ perguntou May, chocada.

“Eu não pude deixar que ele continuasse atirando. Ela ia se ferir. Voei na direção dele com dificuldade, acertando-o no rosto. Meu soco foi forte o suficiente para joga-lo contra os destroços do carro. ‘Alvo identificado: Jessica Jones’ disse ele. Cletus, Jemma e Leo atiraram, mas May não.

“Deathlok me acertou com um soco, ignorando os tiros. Pulei para fora do fogo, que ardia em minha pele, mas sem grandes estragos. Soquei-o com força e coloquei-o contra o chão. Desci-lhe socos no rosto, e fui chutada para longe. Felizmente, consegui voar a tempo para coloca-lo novamente no chão e socar.

“Olhei para May. ‘Chame reforços, agora!’. Ela assentiu e ativou o comunicador. ‘Agente May para agente Coulson. Precisamos de reforços agora. Estrada Higgins com Rua Birch, imediatamente!’.

“Continuei a pancadaria, que não parecia surtir grandes efeitos. Continuei socando e escapando de socos, quando o olho vermelho dele começou a brilhar. ‘Merda. Olho laser!’ gritei, pulando para o lado. Ele disparou no telhado da casa, colocando mais fogo do que já tinha.

“Olhando através das gotas d’água, mas parecia que ele ateara fogo à chuva. Soquei-o no queixo, quando carros da S.H.I.E.L.D. entraram no quintal da casa. Coulson desceu de um, com Victoria Hand, Maria Hill e uma outra agente (que não sei quem é até hoje, mas presumo que fosse Isabelle). ‘Assumimos daqui’ disse Hill. Coulson acertou um dardo tranquilizante no Deathlok, nocauteando-o.

“Fui para perto de Cletus e abracei-o. Depois daquilo, todos deixamos o jardim em chamas. Eu fui num carro com Cletus, Victoria e Melinda. Fiquei olhando através da janela, imersa em meus pensamentos. Tentei não me importar com o fato de passarmos em frente à casa dos Jones. Só conseguia pensar na semelhança entre Deathlok e o robô no laboratório de Cletus.

“Quando chegamos ao Triskelion, eu e Cletus fomos direto para o quarto, sem falar com ninguém. Lá, eu deitei, mas ele me parou. ‘Tenho uma surpresa para você, minha safira. Para recompensa-la pelo trabalho de hoje’.

“Cletus girou a cadeira, revelando o uniforme que eu vira à noite, mas sem o broche. ‘Isso é pra você. É aprova de balas e reforçado, para que sobreviva a batalhas como as de hoje’ ‘Quer que eu me torne...?’

“Ele sorriu. ‘Uma super-heroína. Minha super-heroína’. Eu não pensei muito, e acabei aceitando. O que dera em mim? Não sei. ‘Eu aceito, Cletus’ ‘Ótimo’. Dei-lhe um beijo, sorrindo. Ele me empurrou sobre a cama. ‘Antes de fazermos nossas coisas, porém, precisamos de seu codinome’.

“Pegou algo em seu bolso. Era o broche. Ele prendeu ao cinto da roupa. ‘Safira. Pois é isso que você é. A minha safira’. Eu o beijei, e juntos caímos na cama. Era como se tudo estivesse normal. Como se, mais uma vez, eu estivesse com Cletus, e não com Kletus.”


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Notas finais do capítulo

Resposta: Adele - Set Fire to the Rain. E então? Quem acertou? Sinceridade, em!



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