She Looks So Perfect escrita por Rocker


Capítulo 2
Capítulo 2 - Home Sweet Home! Or not.


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando da fic, mesmo estando no início. Está sendo meio trabalho relacionar alguns fatos do AC/DC por aqui, então provavelmente algumas coisas ficarão fora de ordem, só pra combinar mais na fic. E sobre o nosso querido 5SOS, as músicas não virão em ordem cronológica, principalmente a que deu nome a essa fic ;) Alguns capítulos pra frente vão começar a apresentar pontos culturais australianos, porque eu realmente pesquisei e me empenhei pra essa fanfic ficar boa. Deram mais comentários no primeiro capítulo do que eu imaginei que teria, então resolvi já postar o próximo. Espero que gostem! E já aviso: não é aquela fanfic clichê que eles se apaixonam e ficam no primeiro capítulo. O lance aqui é mais complicado, resolvi enfocar mais na amizade primeiro. Cada capítulo tem um foco diferente, espero que consigam acompanhar XDD Quando der uma boa repercussão desse capítulo eu posto o terceiro.



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 Capítulo 2 – Home Sweet Home! Or not.

Peguei uma blusa do AC/DC de ombros caídos na mala e coloquei por cima do sutiã. Suspirei, olhando ao redor do quarto quase vazio e fechei o zíper da última mala, que continha pôsteres, blusas, dvds, cds, vinis, bótons e outras coisas de bandas. Papai ficaria orgulhoso de vê-la. E pensar que em poucas horas meu plano de vida iria completamente descarga abaixo. E se Londres for como sempre imaginei, o lugar onde me encaixo? Onde eu poderia esquecer de tudo? Teria que passar no mínimo um ano em Sydney, apenas adiando o momento em que finalmente iria atrás da minha tão sonhada felicidade.

— Filha, não fica assim. – ouvi a voz da minha mãe atrás de mim, e me virei, vendo-a encostada no portal da minha porta. – Não é Amsterdã e nem Aalten, mas é Sydney. Uma cidade incrível e cheia de possibilidades.

Coloquei a mala no chão, com um estrondo, e tentei arrastá-la para fora. Depois de sete tentativas e minha força máxima conseguida pelas panquecas do café-da-manhã, consegui arrastá-la de centímetro a centímetro até o táxi que nos esperava do lado de fora. Allie já estava lá dentro, apenas me esperando despedir da minha mãe.

— Eu sei, mãe, mas não era para lá que eu queria ir! – resmunguei, observando o taxista colocar aquela mala no carro.

Aquilo pesava uma tonelada.

— Eu sei disse, querida, mas você será feliz lá. – ela disse, colocando a mão no meu ombro de modo reconfortante.

— Assim espero, mamãe. – sorri timidamente, querendo não parecer uma ingrata total. Afinal, eu estava finalmente saindo do Brasil, não estava? Não era o que eu queria depois de tudo?

— Sabe que ainda pode desistir dessa ideia, não sabe? – ela sugeriu, e eu vi uma pequena súplica em seus olhos.

Seria fácil eu dizer que sim, queria continuar ali debaixo da sua asa o resto da minha vida. Adoraria poder agradá-la ao desistir da insanidade de me mudar quase sozinha para fora do país nos meus recém completos dezoitos anos. Ela ficaria feliz se eu dissesse isso.

Mas eu não poderia fazê-lo. Podia não ser um passo para mais perto de Londres – estava para dezesseis mil quilômetros para mais distante –, mas já era o caminho para algo melhor do que onde eu estava. E minha mãe tinha razão: eu poderia tentar ser feliz em Sydney. Seria feliz em qualquer lugar que não me trouxesse lembranças dolorosas.

— Não se preocupe, mamãe, eu ficarei bem. – eu disse por fim, puxando-a para mais perto e a abraçando forte. O último abraço de mãe que eu teria durante um longo tempo.

— Promete que não sofrerá uma recaída? – ela sussurrou ao meu ouvido, apertando-me um pouco mais em seus braços. – Que vai ser forte?

— Prometo que vou tentar, mamãe. – murmurei, sentindo o choro fechando minha garganta.

— Ligue-me para saber que chegou bem. – ela pediu, por fim.

Depois disso, recebi um beijo na bochecha e entrei finalmente no táxi, não olhando para trás ao virarmos na outra rua.

— Tem certeza de que está pronta? – perguntou Allie, segurando forte minha mão, como se pudesse diminuir meu desespero.

— Nem um pouco. – respondi.

~*~

Assim que paramos em frente à quase mansão do meu pai, já em Sydney e com todas as nossas malas no jardim, peguei uma lixa de unha no meu bolso.

— Agora não é hora de lixar as unhas, Charlie! – brincou Allison ao meu lado.

Revirei os olhos. – Eu tenho cara que gosta de lixar as unhas na frente de casa?!

— De você espero tudo! – ela disse, dando de ombros e rindo.

Dei uma cotovelada fraca em seu braço antes de me aproximar da campainha da casa.

— O que está fazendo?! – Allie perguntou, arregalando os olhos e olhando atentamente cada movimento meu.

— Você diz que de mim espera tudo, mas isso porque ainda não conhece meu pai tão bem. – eu disse, sorrindo misteriosamente.

Acho que o que eu mais esperava em Sydney era fazer isso pela primeira vez.

Com a ponta afiada da lixa de unha, comecei a tirar a tampinha da campainha com cuidado – não seria legal se não conseguisse concertar. Depois que a parte de cima estava solta, coloquei meu dedo dentro com cuidado para não me eletrocutar e consegui pegar a pequena chave reserva. Coloquei a tampa de volta e me virei com um sorriso triunfante para uma Allison surpresa e assustada.

— O que uma garota não pode fazer com uma lixa de unha. – comentei, rindo em tom irônico e guardando a lixa de volta no bolso.

— Por quê tem uma chave reserva na tampa da campainha?! – ela perguntou, puxando mais algumas malas para a porta, inclusive as minhas.

— Papai não podia enviar uma chave por correio desde a Holanda, então ele disse que nossas chaves estariam na bancada da cozinha, mas precisaríamos da chave reserva. E embaixo do tapete é clichê demais, então ele deixa sempre na campainha. – completei, dando de ombros.

— Sua família é estranha. – ela disse, como se dissesse "bom dia".

— Nada que eu possa negar. – resmunguei.

Respirei fundo, sentindo que minha vida estava prestes a mudar. Não que naquele momento eu soubesse que esta mudança estava tão perto, mas estava prestes a descobrir. Encaixei a chave reserva na fechadura e abri a porta, encontrando uma sala de estar gigante e minuciosamente mobiliada. Suspirei. Meu pai às vezes podia ser exagerado.

— Lar doce lar! Ou não. – eu disse irônica e desanimadamente, evitando os dois sofás de três lugares e jogando minha bolsa transversal sobre a poltrona entre eles.

— Deixe de depressão, Charlie, nossa estadia aqui será ótima, pode apostar! – disse Allie animadamente, se jogando no sofá e relaxando.

Fui até a cozinha e peguei as chaves de casa que estavam na bancada. Mal tomei consciência de como ela era, mas deu para reparar que era estilo cozinha americana. Voltei para a sala e joguei um molho de chaves ao lado de Allison.

— Levante a bunda daí e me ajuda com as malas.

— Pode deixar que as malas eu trago, enquanto você faz aquele truquezinho com a campainha pra guardar de volta a chave reserva. - ela disse, já se levantando.

Eu ri e agradeci, mas sabia que tinha um mas.

— Mas aquela mala "especial" sua com coisas de banda você se vira pra trazer.

Choraminguei, lembrando de como minha coluna doeu só de arrastá-la até o táxi. Coloquei a chave de volta na campainha e me virei para encarar a mala e formular um plano para colocá-la dentro de casa sem que prejudicasse mais minha coluna ou qualquer outra parte sensível e importante do meu corpo. Andei até a mala e fiquei quase uns cinco minutos tentando arrancá-la um único centímetro do lugar, mas a droga da entrada da casa do meu pai era inclinada e a mala estava pesada demais para uma reles mortal conseguir carregá-la. Droga de ideia de ser colecionadora.

— Precisa de ajuda, vizinha? – ouvi uma voz masculina e rouca logo à minha frente, e eu quase podia jurar que a reconhecia.

Levantei minha cabeça para agradecer ao santo que apareceu na minha vida para carregar aquela coisa que pesava uma tonelada quando percebi que realmente reconheceria aquela voz em qualquer lugar que fosse.

Pois era Luke Hemmings, o australiano mais lindo que já vi, que estava à minha frente.

E no canto mais profundo do meu cérebro eu comecei a pensar que talvez nossa estadia aqui em Sydney nem fosse tão ruim assim.

 


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