Choices escrita por Kaah, Luh Chris


Capítulo 2
Segredos


Notas iniciais do capítulo

Oii lindas!!!

Estamos de volta, comecinho de fic é meio parado, mas espero que vocês gostem e nos digam o que vocês estão achando, ok?

Beijos e boa leitura! :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/625542/chapter/2

Beatrice? – Minha mãe batia na porta do meu quarto, esqueci que tinha trancado. Me levantei, já era dia, provavelmente Tobias saiu no meio da noite, nem percebi que dormi enquanto conversávamos – Filha você já acordou?

—Sim mãe, estou terminando de me arrumar – Disse trocando minha roupa e em seguida abri a porta.

—Está se sentindo melhor?

—Ãhn?

—Da dor de cabeça, está melhor? Quando chegamos ontem você já estava dormindo, não quis te acordar.

—Ahh sim mãe, estou bem melhor – Sorri. Eu realmente não poderia ficar na Abnegação, minto fácil demais.

—Ótimo, desça rápido, seu irmão já está te esperando para vocês irem para a escola.

Segui minha mãe até a cozinha, Caleb estava com uma maçã na mão e a lançou em minha direção.

—Ei! – Disse pegando a fruta no ar.

—Só estava testando seu reflexo – Ele riu.

—Parem com isso, já está na hora de irem não é? O ônibus já vai passar.

Peguei minha mochila e segui Caleb até o ponto, Tobias já estava lá nos esperando, ele sorriu para mim e logo o ônibus chegou.

—Bom dia dorminhoca – Ele disse.

—Bom dia – Sorri – Você foi embora que horas?

—Já estava quase amanhecendo, não percebi que dormi, por sorte meu pai não me viu chegar.

Chegamos à escola e me despedi de Tobias. Ele é mais velho, então não o veria até a hora de ir embora, na verdade quando ele se transferir para a amizade eu o verei menos ainda, as facções não se falam muito, então o nosso tempo juntos vai se reduzir a quase zero, só o verei de longe, se ver.

Apesar de me chatear com isso eu sei que é o melhor, a nossa melhor chance de sair da cidade é pela amizade. Eu vou sentir falta dos meus pais, mas sei que eles têm um ao outro e Caleb vai estar com eles, Caleb é a cara da Abnegação.

No final das aulas entramos no ônibus e um grupo da erudição estava barrando a entrada dos “caretas”.

—Andar de ônibus é egoísmo, vão a pé – Um erudito alto e de cabelos escuros gritava e gargalhava junto com mais dois garotos. Vi quando Tobias fechou os punhos e quis investir contra eles, mas eu o seguirei.

—Calma, é isso que eles querem – Sussurrei para Tobias. Caleb logo atrás de mim segurou os ombros dele concordando comigo.

—Você careta, não é o filho do Eaton? – O moreno gritou – Ahh é você sim – Ele se virou para os amigos – É ele que apanha todo dia – Eles riram ainda mais.

—Do que eles estão falando Tobias? – Perguntei.

—Nada! – Ele gritou e saiu andando a passos largos em direção ao nosso bairro, me deixando para trás. Tentei segui-lo, mas Caleb me impediu.

—Caleb me solte, eu tenho que ir atrás dele.

—Não Beatrice, o deixe, ele está nervoso, vocês vão acabar brigando.

Fiquei olhando até ele virar uma esquina, logo o motorista do ônibus chegou e os garotos saíram da frente da porta, eu entrei com Caleb, mas ainda estava incomodada com o que o garoto moreno falou – “É ele que apanha todo dia”— Como assim?

Quando cheguei em casa meus pais já estavam lá, o que me impediu de deixar minhas coisas e correr até a casa de Tobias, queria tirar a conversa a limpo, mas não podia sair com meus pais em casa, eles perguntariam de mim para Caleb. Fiquei remoendo o assunto, mas decidi arriscar e perguntar para minha mãe. Ela estava na cozinha preparando o jantar e eu fui ajudá-la.

—Mãe – Comecei. Não conversamos muito, mas eu tinha que saber – Eu ouvi uma conversa hoje na escola e estou confusa.

—Beatrice! Você acha certo ouvir a conversa de outras pessoas? Sabe muito bem que não devemos alimentar a curiosidade.

—Não mãe, eu não ouvi escondido. Eu estava entrando no ônibus e uns garotos da erudição estavam gritando com o Tobias – Fiz uma pausa – Eles diziam que o Tobias era o garoto que apanha todos os dias – Minha mãe desviou o olhar e voltou a cortar as cenouras no balcão – A senhora sabe o por que disseram isso?

—Filha – Ela suspirou e se virou novamente para mim – Esses eruditos adoram provocar.

—Mãe a senhora não está sendo clara.

—Beatrice é apenas uma calúnia que levantaram contra Marcus, mas isso é mentira, eles fazem isso para tentar desmoralizá-lo, dizem que ele maltrata o filho, mas não é verdade.

—Como a senhora tem certeza? – Eu realmente queria saber o quanto minha mãe confiava no Marcus, por que o Tobias me pareceu muito incomodado com as palavras do garoto erudito.

—Eu confio em Marcus, ele é um excelente líder e não poderia ser se não fosse o exemplo da nossa facção, ele é um homem de bem. Esqueça isso Beatrice.

Resolvi deixar o assunto morrer, estava claro que minha mãe não me diria mais nada e que ela estava incomodada com o rumo da nossa conversa.

Ajudei minha mãe a preparar o jantar e após todos jantarem e lavarmos as louças, subi para o meu quarto. Minha ideia era esperar todos dormirem para então ir até a casa do Tobias, queria saber se ele estava bem.

Depois que todos dormiram eu tentei sair escondido, mas meu pai estava na sala lendo o jornal que a Erudição publica toda semana, ele parecia irritado.

Voltei ao meu quarto e da minha janela olhei a casa do Tobias, ficava apenas 5 casas depois da minha, mas do outro lado da rua, por isso era possível ver as luzes do quarto dele quando estavam acesas e naquele momento estava tudo escuro.

Tranquei a porta e subi para o telhado, pensando bem, vinha fazendo isso com frequência. Olhava para as estrelas, e me peguei imaginando o que tinha acontecido com Tobias. Ele estava mesmo estranho nos últimos tempos, mas eu não sabia o porque, já que ele não me contava. Pensei no que o garoto erudito tinha falado e na reação de Tobias, mas não conseguia acreditar que o Marcus fosse capaz de maltratar o próprio filho. Um garoto tão bom, tão legal, que me fazia sentir tão bem em sua companhia. Quais razões ele teria para isso?

Senti um vento frio, e decidi que era hora de entrar, olhei em direção à casa de Tobias, mas nenhum sinal de que ele tinha voltado.

Acordo no dia seguinte um pouco indisposta, mas me arrumo e desço para preparar o café, hoje era meu dia.

Um tempo depois Caleb e meu pai descem.

— Pronta pra escola, querida? – Meu pai me dá um beijo na testa.

— Bom dia pai, estou sim. – Forço um sorriso, que não sei se o convenceu.

Como alguns biscoitos e beberico meu café.

— Vamos Caleb? – Estou ansiosa para encontrar com Tobias, já que ontem não pude falar com ele.

— Calma Beatrice, ainda está muito cedo. Estou terminando aqui e já vamos.

— Tudo bem. – Espero impacientemente ele terminar seu café, e enfim vamos em direção ao ponto. Tobias não chegou ainda, estranho, ele sempre é o primeiro a chegar. Começo a olhar de um lado pro outro.

— Acho que ele não vem hoje Beatrice.

— Como não? Não devemos faltar às aulas, você sabe.

— Sim, mas não é como se ele fosse ter muitas mais aulas. Em poucos dias ele vai passar pela escolha, e não frequentará a escola de todo jeito.

Caleb tem razão. Mas o que ele não sabe é que esses serão nossos últimos dias em dois anos. Ficarei tanto tempo sem meu amigo. E estou preocupada com o que pode ter acontecido com ele ontem. O ônibus chega e seguimos em silêncio para a escola. Fico olhando para todos os lados, na esperança de encontrar com ele, mas isso não acontece. Noto que os garotos da Erudição escolheram outros “caretas” para atormentar hoje, por isso mesmo dou a volta e resolvo ir à pé para casa. Falo com Caleb, e digo que não precisa me esperar.

Vou andando em direção ao setor da Abnegação, olhando para os lados, prestando atenção aos prédios abandonados. Pensando no que aconteceria se escolhesse ser sem-facção, ou se não fosse boa o bastante para nenhuma delas.
Passo em frente a casa de Tobias e resolvo entrar para ver o que aconteceu. Quando estava com a mão na maçaneta para entrar, a vejo girar e dou de cara com Marcus.

— Ei Beatrice, como está você? Andrew me disse que você estava com dor de cabeça no dia que dei o jantar.

— Estou bem Marcus. Foi só um mal estar passageiro. – Respondi, um pouco nervosa – É... O Tobias está em casa? Preciso falar com ele sobre uns assuntos da escola. O olhar dele se estreita, mas só por uma fração de segundo, voltando ao normal logo em seguida.

— Ele não está muito bem Beatrice. Deixei-o descansando por hoje.

— Posso fazer companhia a ele?

— Melhor não, volte em outra hora, quem sabe ele não estará melhor?

— Mas preciso falar com ele, mesmo que seja por pouco tempo.

— Não Beatrice, além do que ele tem que se preparar para a cerimônia de escolha. Provavelmente ficará o dia inteiro pensando no que deverá fazer, pode ser isso que está o deixando doente.

— Tudo bem então Marcus, amanhã passo para vê-lo, tchau.

— Tchau Beatrice.

Volto pra casa mais nervosa que já estava. Como assim Tobias doente? Desde que o conheço ele mal pega resfriados. Mas faz sentido ele estar nervoso por causa da escolha.

O resto do dia passa voando. Preparo o jantar e vou dormir.

No dia seguinte Tobias não aparece. Mais dias se seguem e não tenho notícias dele.

No quarto dia, resolvo ir novamente à casa dele. Como é fim de semana, toco a campainha. Marcus atende, com uma cara de poucos amigos.

— Bom dia Macus, o Tobias está melhor? Ele não foi à escola, estou preocupada com ele.

— Ele está doente Beatrice, já tinha te falado. Provavelmente não irá mais à escola. Deverá ficar em casa até o grande dia. Assim é até melhor, que ele não se distrai com coisas que o tirem de cabeça.

— Eu preciso vê-lo, saber se está mesmo bem.

— Já disse que não, Beatrice, e acho melhor não insistir, ou irei tomar seu comportamento como fora dos padrões da Abnegação. Parece que está mais preocupada em se sentir melhor do que ajudar meu filho a se recuperar. – O olhar dele se endurece, e sua boca fica em uma linha fina. Percebo que ele está um pouco alterado, e mesmo contra a vontade resolvo ir embora.

À noite, fico olhando pela janela, esperando que a luz do quarto dele se acenda, mas nada acontece. Estou fechando a janela, quando escuto um barulho vindo do lado de fora. Abro-a novamente, e vejo uma figura escalando a parede até minha janela. Fico sem reação quando vejo que é Tobias quem coloca seu rosto no vão.

— Como é? Vai ficar aí com cara de boba tampando minha passagem? – Ele dá um sorriso brincalhão, e eu chego para o lado para que ele entre.

— Mas você não estava doente?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem!!! :*