Choices escrita por Kaah, Luh Chris


Capítulo 17
Culpa


Notas iniciais do capítulo

Oláá lindas!!!

Estamos de volta! :D

Obrigada a todas pelos comentários ♥

Estamos decidindo alguns detalhes, sobre o rumo da fic. Então, nos próximos capítulos vai acontecer uns momentos legais.

Espero que vocês gostem!

Beijoos ♥



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Passaram-se dois dias desde a morte de Al.

As coisas ficaram estranhas depois disso. Eu não vi o Tobias, mas eu soube através de comentários aqui e ali, que os líderes analisaram o lugar de onde Al teria caído e não encontraram nada, concluindo então, que ele se jogou.

O que não foi difícil de acreditar. Al tinha sido reprovado no teste final. Ele seria expulso do complexo. Seria um sem facção.

Todos acreditaram.

Mas eu sabia a verdade.

Al estava morto e eu o matei.

Mesmo sendo para me defender, eu fiquei mal. Eu não vi a situação se complicar, até que ele estava imóvel, com um corte na cabeça e... Morto.

Eu estava livre do julgamento dos outros, mas eu teria que viver com o meu próprio.

Não estava sendo fácil.

 Eu disse a Christina e ao Will que durante a confusão eu tinha saído por alguns minutos para tomar um ar, e acabei caindo de testa no chão. Ela não pareceu acreditar muito, mas não me questionou. O que foi ótimo, por que eu não estava com ânimo para os interrogatórios dela.

Nas poucas vezes que eu saí do dormitório foi para as refeições e para procurar apartamentos vagos.

Christina insiste que procuremos um lugar que tenha dois apartamentos, um ao lado do outro. Ela quer que eu fique perto dela. Segundo ela, eu estou muito abatida e não posso ficar sozinha. Deixei que ela pensasse que eu fiquei triste pelo ‘suicídio’ do Al. Assim eu não tenho que explicar as verdadeiras razões.

—Ei Tris, esse parece bom – disse Christina.

Estávamos no último andar do complexo. Achamos dois apartamentos vagos, bem próximos. O problema é que só poderemos escolher um lugar durante nossa escolha de funções, dependendo do nosso lugar na classificação do teste final. E esse é um lugar bem desejado, tem uma vista muito boa.

—É lindo Chris – respondo sem muito entusiasmo. Para mim qualquer lugar está ótimo. Eu não pretendo ficar muito tempo aqui.

—Eu só espero que ninguém escolha o outro apartamento até que seja minha vez de escolher minhas tarefas – ela continuou. – Mas você já pode até se mudar para esse aqui se você quiser. Como primeira colocada você tem todas as melhores escolhas à disposição – Christina me cutucou com o cotovelo. Balançando as sobrancelhas. Não havia nem um traço de inveja ou provocação nela. Christina é muito transparente em seus sentimentos. E tem bom coração.

—Bom, e Will? – Perguntei. – Você sabe onde ele pretende morar?

—Ele está vendo um lugar nos primeiros andares, perto do fosso – ela deu de ombros.

—Está tudo bem com vocês? – Ela parecia aborrecida. Esse é o mau de ser tão transparente.

Ela me olhou por um momento e depois suspirou.

—Está sim – respondeu. Não acreditei, mas respeitei. Quando ela sentir vontade, ela vai dizer. – Você já sabe no que quer trabalhar?

—Ainda não. A escolha é hoje à tarde. Eu nem tenho ideia de quais vagas estarão disponíveis.

—Líder não estará – Christina riu. – Nosso instrutor gato já foi premiado. – Endureci. A menção do Tobias me deixou inquieta de novo. Não sei o que pensar depois de ficar esse tempo sem vê-lo. Ele deve estar com raiva de mim ainda.

Mas eu não posso ficar com raiva? Ele quer que eu confie nele, mas não me conta nada!

—O jeito é esperar pra ver – ela adicionou.

**

Depois de me fazer andar por todos os cantos, Christina finalmente desistiu de ver tudo o que há na Audácia. O lugar é enorme, eu disse a ela que seria impossível ver tudo o que tem aqui em um dia.

Voltamos para o nosso dormitório para arrumar nossas coisas e esperar pelo momento de nos mudar para o nosso novo lugar.

—Ei careta, está triste? – Perguntou Molly assim que entramos no dormitório. Junto estava Peter e Will.

—Está preocupada Molly? Achei que você só se preocupava com você mesma – rebateu Christina.

—Não, nenhum pouco preocupada – Molly sorriu. – Só curiosa. Agora que o cargo de líder foi para o Quatro, acho que a careta deve ter ficado frustrada.

—Pois é – Peter se intrometeu -, acho que você teve muito trabalho se preparando para o teste final à toa, não é? E ainda foi passada para trás pela pessoa que estava te ajudando? Que coisa! – Seu comentário sarcástico foi seguido de risadas.

Eu endureci.

—O que você quer dizer Peter? – Perguntou Christina. Will me deu um olhar cúmplice.

Oh não! Eles me viram com o Tobias naquela noite também?

—Eu? – Zombou Peter. – Nada, nada... Pergunte a sua amiga.

Christina me olhou e eu desviei o olhar.

—Chris, você me ajuda a ver o apartamento que eu tô querendo ocupar? Não tenho certeza se está bom, queria sua opinião – disse Will, me salvando de dar uma explicação.

Sem dizer nada, Christina acompanhou o Will, mas antes me deu um olhar de ‘Falo com você depois, e quero saber o que foi isso’.

Murchei por dentro. Será que eu seria atormentada por aquele momento estúpido para sempre? Não já basta eu não conseguir mais entender meus sentimentos. Não basta eu ter gostado tanto daquele beijo que agora estou sem saber onde colocar esse sentimento.

Assim que Chris e Will saíram, me virei para terminar de guardar minhas coisas na minha mochila. Os risos de Peter e Molly continuaram.

—Eu percebi que você não tentou negar careta. Não que fosse adiantar. Nós vimos vocês se pegando aquele dia – Molly riu.

—Eu acho que vocês deveriam tomar cuidado com o que vocês falam – uma voz grossa disse atrás de mim. Molly ficou pálida e Peter engoliu o riso. – Hoje é o dia da escolha dos cargos, mas eu posso muda-los a qualquer momento, se eu achar que vocês são necessários em outro lugar.

Não me virei, mas nem precisava. Eu já sabia quem era.

Tobias.

Molly gaguejou e se abaixou para juntar suas coisas. Peter fez o mesmo. E eu reprimi um sorriso.

—Tris? – Ele me chamou. Meu quase sorriso morreu. Me virei lentamente e dei de cara com um Tobias de cabelo cortado mais baixo do que antes. A barba, agora está feita. Seu jeans preto, perfeitamente ajustado em seu quadril, a camiseta preta apertada, completando sua aura de garoto mau, deixando apenas as pontas da sua tatuagem à vista. O que será essa tatuagem?

Meu coração tropeçou. Ele estava lindo. Ele é lindo.

E não me passou despercebido que ele estava com o ar de arrogância bem no lugar. Ele voltou a ser o arrogante de antes.

—Venha, está na hora de você fazer sua escolha – ele disse, depois que eu já tinha catalogado cada pedaço dele.

Obriguei minhas pernas a funcionarem, de repente elas estavam inúteis.

Pernas idiotas. Funcionem. Parem de me envergonhar.

—Eu achei que a escolha seria daqui uma hora ainda – ouvi Molly sussurrar para Peter.

—E é – Tobias respondeu a ela. – Estejam no fosso em uma hora – andando até a saída do dormitório, ele acrescentou: - E eu espero não ouvir mais nenhuma fofoca, caso contrário eu irei me certificar que vocês sejam colocados para trabalhar no patrulhamento da cidade.

Saímos do dormitório e continuamos andando. Tobias estava um pouco à frente, o que foi bom. Eu não queria ficar andando do lado dele, ou iniciar uma conversa.

Passando pelo fosso, senti muitos olhos em nós. Será que Peter e Molly já espalharam o boato?

Boato? Você sabe que é verdade!— Minha consciência acusou. Ultimamente ela tem estado muito comunicativa.

Isso foi depois que você matou alguém.

Bufei. Acho que eu nunca vou me livrar desse sentimento de culpa.

Os pais de Al devem ter ficado arrasados. Eu acabei com uma família.

De repente eu voltei a ficar deprimida.

—Estão todos olhando para nós – eu disse. Tentando desviar meus pensamentos da morte de Al. – Será que...

—Você está indo para a sua escolha de função – Tobias disse, me interrompendo. – Todos os antigos membros sabem como isso funciona. O primeiro colocado sempre faz a escolha na sala do Max. Não no fosso. Eles só estão curiosos.

—Oh...

Continuamos andando, até que deixamos os olhares curiosos para trás e entramos em um dos corredores que eu estive andando com Christina hoje. Não sabia que ele levaria à sala do Max.

Mas ao invés de parar em uma das salas desse corredor, nós continuamos andando. Até que chegamos a um corredor escuro, mas cheio de luzes vermelhas piscando no teto.

—O que são... – Comecei. – São câmeras?

—Sim, essa parte tem um monitoramento mais rigoroso do que o resto do complexo.

O resto do complexo.

Ofeguei.

—Oh meu... – Bati a mão no rosto, ignorando a pontada de dor na minha cabeça. – Eles viram, eles gravaram. Todos os corredores têm câmeras?

—Sim – Tobias respondeu calmamente.

—E você não sabe o que isso significa?

—O quê Tris? – Perguntou ele, parando de andar e cruzando os braços de frente para mim.

—To... – Ele apertou o maxilar – Quatro, eles devem ter gravado o... Acidente com o Al – sussurrei. Ele ergueu uma sobrancelha.

—Acidente?

—Você sabe que eu não tive a intenção de mata-lo!

—Tá, agora chega disso, vamos logo – ele se virou e voltou a andar.

—Não, eu preciso ir embora. A essa hora Max já sabe a verdade – Tobias parou de andar de novo e suspirou, se virando para mim e passando a mão no cabelo recém cortado.

—Não Tris, eu não sou idiota. Eu dei um jeito nisso, ninguém vai ver imagem de nada. E você tem que parar de falar sobre isso, antes que alguém ouça.

—Você deu um jeito? Que jeito?

—Não importa, vamos embora – ele agarrou meu cotovelo, mas eu finquei meu peso no chão e puxei o braço fora do seu aperto.

—Importa sim, é da minha vida que estamos falando. Eu quero saber! – Cruzei os braços e esperei.

—Ok – ele colocou as mãos na cintura e me encarou irritado. – Eu tinha um amigo trabalhando no setor de monitoramento naquele dia. Ele viu tudo o que aconteceu com você. Eu sabia que ele estava lá, por isso que eu achei que era seguro encobrir a morte do Al daquela forma – ele sussurrou com o rosto próximo do meu, dessa forma, só eu poderia ouvir. – Depois de resolver a questão do corpo e limpar o sangue, eu fui até a sala de controle e vi a gravação – ele apertou o maxilar, com raiva. Eu estremeci. Ele viu o beijo que dei no Al?

—Você viu tudo? – Perguntei.

—Vi.

Então, algo de bateu.

—Então quando você me levou até seu apartamento, você já tinha visto tudo e já sabia a verdade – não foi uma pergunta. Eu afirmei. Ele deu de ombros e passou as mãos no rosto. – Por que você me perguntou o que aconteceu se você já sabia?

—Eu vi as imagens, Tris. Mas não havia como saber o que vocês conversaram.

—Você queria saber se minha explicação ia bater com o que você viu...

Ele não respondeu.

—Engraçado. E você ainda me acusa de desconfiança. – Passei por ele no corredor e continuei andando. – Qual é a sala. Me diga e assim você pode voltar para seus ‘compromissos de líder’. – Ele me alcançou e passou a minha frente.

—Esse é um dos meus compromissos de líder, Tris – ele disse em seu tom sarcástico. – E de instrutor também. – Parando em frente a uma porta de ferro preto, ele abriu e fez sinal para eu entrar. Dentro estavam Max, dois líderes que eu só vi algumas vezes e não sabia o nome e... Eric.


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Notas finais do capítulo

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