Choices escrita por Kaah, Luh Chris


Capítulo 14
Quente e frio


Notas iniciais do capítulo

Oii de novo!!

Espero que gostem desse capítulo. Pois eu adorei cada parte dele... ♥



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Depois da tensão que Tobias provocou com a sua presença, ele relaxou um pouco e começou a beber com os amigos.

E eu voltei a conversar com Jensen e Marlene veio se juntar a nós. Mas eu não consegui ficar tranquila. Pois eu sempre pegava os olhares do Tobias. E isso estava começando a me deixar apreensiva. Comecei a ter medo que ele usasse isso contra mim.

—Eu acho melhor eu voltar para o dormitório, já esta tarde – digo me levantando. Jensen permanece sentado. E segura minha mão.

—Não Tris, está cedo ainda – ele diz.

—É, fica aí, não estamos na Abnegação, você não precisa dormir ao pôr do sol e essas merdas... – diz Lynn e Marlene dá risada. Eu não achei graça.

—Deixa ela em paz Lynn – diz Jensen. Ele se levanta e passa as mãos no cabelos desgrenhados que agora estão secos. – Vamos, eu acompanho você.

—Claro que você acompanha – zomba Uriah. Jensen dá um empurrão nele.

—Ei, onde vocês vão – pergunta Zeke, quando vê Jensen e eu nos afastarmos do grupo.

—Vou acompanhar a Tris até o dormitório, ela não sabe andar por esses lados – diz Jensen. Olho para Zeke e ele esta segurando uma risada e assentindo para Jensen. Quando olho para Tobias, ele esta me encarando também.

—Nós vamos subir de novo daqui a pouco cara, se você demorar você vai ficar pra trás – diz Jack, alheio a gozação de Zeke.

—De boa, acho que depois eu vou dormir. Amanhã tem prova – ele diz naturalmente e eu endureço com a menção da prova final. Eu tive bons momentos e tinha até esquecido disso.

Jensen vira e começa a andar, segurando minha mão e me puxando com ele. Eu tenho aquela sensação de que algo está muito errado, mas não consigo descobrir o que é.

Andamos de volta em um silêncio estranho. Não sei bem o que dizer. Não tenho vontade de conversar. Mas falo a primeira coisa que me vem a cabeça, só pra tentar amenizar a tensão.

—Está nervoso? – pergunto. Ele me olha confuso e eu acrescento: – Com a prova amanhã.

—Não – Jensen responde. Mas ainda está sério. – Eu estou confiante – ele dá um sorriso fraco. – E você, está nervosa? – Respiro fundo. Estou? Sim, estou apavorada.

—Um pouco – respondo meia verdade. – Não estou ansiosa para enfrentar meus medos de novo – sorrio e dou de ombros. Ele assente.

—Pelo menos, depois de amanhã nós vamos deixar de ser crianças desobedientes – ele bufa e eu o olho, entendendo o por que da mudança de humor. Ele está bravo por que o Tobias chegou e quis nos levar de volta.

—Isso é ótimo – sorrio para ele. Percebo que chegamos ao fosso, que está quase vazio. Penso em perguntar por que ele parou de andar, mas quando olho para ele, percebo que está me olhando daquele jeito de novo. – Bom... Acho que eu vou dormir. Estou meio cozida dentro dessa roupa e preciso de um banho quente. – digo, me abraçando para espantar o frio. Por que estou tagarelando? Ah meu Deus.

Jensen não diz nada e começo a me afastar, mas ele segura a minha mão.

—Espera Tris... – Olho para trás e ele esta parece estar pensando no que dizer. Por fim, ele sorri e balança a cabeça, soltando a minha mão. – Boa sorte amanhã. Te vejo depois dos testes.

Engulo em seco e forço um sorriso de encorajamento.

—Boa sorte Jensen – me aproximo e beijo o seu rosto. Não sei por que fiz isso, mas ele tem sido um ótimo amigo. E hoje me salvou da Christina.

Ohh meu... Christina! Ela vai me encher de perguntas sobre hoje. O que eu vou dizer a ela? Não posso dizer que estive em uma aventura com os membros antigos da Audácia. Ela vai reclamar até que eu tenha oitenta anos.

Começo a andar pelos corredores de forma apressada. Sem prestar muita atenção a nada. Mas quando estou perto de chegar ao dormitório, uma mão tapa a minha boca e me puxa para trás, me arrastando. Tento gritar, me esperneio e tento bater com o cotovelo, faço o máximo que eu posso, mas a pessoa se esquiva e não me larga, é muito mais forte do que eu.

Sou levada para dentro de uma sala e vejo quando o estranho chuta a porta para fechar, antes de eu ser empurrada de frente uma parede, não vejo quase nada. Apenas uma luz fraca ilumina o lugar. Estou presa entre a parede e o corpo de alguém que ainda esta segurando minha boca. Não consigo me virar, então tudo o que eu faço é controlar minha respiração e pensar como sair dali.

Sinto o estranho respirar no meu ouvido várias vezes. Seu corpo é duro como pedra e não se move. Mas depois de algum tempo, sua respiração acalma e ele afrouxa o aperto.

—Não grite – ele sussurra e eu endureço. Conheço essa voz. – Eu vou te soltar, não quero te assustar. – Ele me solta e dá um passo para trás. Eu me viro rapidamente para encará-lo.

Vejo Tobias com o rosto franzido e ambas as mãos na cintura.

—O que você pensa que está fazendo? – pergunto em voz alta. E ele avança para mim, tapando minha boca de novo, me encostando na parede.

—Shhhh! Eu disse para você não gritar caramba! – grunhe e solta minha boca.

—O que você quer? E por que me arrastou aqui ao invés de falar comigo como uma pessoa normal!?

Ele se afasta e anda pela sala de um lado ao outro.

—Onde você foi com o Jensen depois que saíram do lago?

—Eu vim para cá! Oras, você não está me vendo?

—Não se faça de besta! – Aponta o dedo para mim. – Eu cheguei primeiro que você.

—Está me seguindo? – Ele para de andar e me encara, respirando fundo.

—Você não devia ter ido com eles hoje – responde. Ignorando minha pergunta. – E amanhã tem a prova final. Você deveria estar descansando e não ficando bêbada.

—Eu não estou bêbada! Só me diverti um pouco. Você deveria tentar! – Ele estreita os olhos.

—E como você sabe que eu não me divirto? – Ele sorri. Dou de ombros e ele anda até mim – Anda me observando?

—Não, tenho mais o que fazer – digo tentando parecer desinteressada, olhando para minhas unhas. Ele ri.

—Acho que você tem olhado mais do que você quer admitir – eu bufo.

— O que você quer To... – limpo a garganta e ele fica sério – Quatro. O que você quer?

—Eu queria ter certeza de que você estava no dormitório...

—Bom, você não precisava me arrastar aqui para isso – digo enquanto ando até a porta.

—Você não me respondeu... – paro e me viro, esperando ele continuar. – Vocês estão ficando...? – Ele engole e muda o peso dos pés. Eu franzo o cenho, sem entender. Mas aí o entendimento me atinge e eu quero sorrir, mas me controlo.

—E por que isso te importa? – pergunto seca.

—Não me importa em nada – seu tom é ríspido, mas sua expressão diz que ele quer saber sim. – Só acho que você deveria estar concentrada em passar na iniciação e não em namorar.

Eu não consigo mais segurar e solto uma risada.

—Obrigada pelo conselho... – me aproximo e sorrio antes de aproximar minha boca do seu ouvido e sussurrar: - Mas talvez ele tenha algo a ensinar também, pode ser útil – ergo minha sobrancelha quando me afasto para ver sua reação. Nem sei por que estou provocando ele, mas me irritou a maneira como ele esta querendo dar uma de protetor agora, quando na frente dos outros ele só me ignora.

Vejo seus olhos ficaram pretos. Ele está furioso. Sorrio internamente.

Me viro para ir embora, mas sou puxada de volta. E antes de conseguir entender os acontecimentos, eu sou virada e bato com força no peito dele e a próxima coisa que eu sinto é a sua boca colando na minha.

Minha primeira reação é segurar seus braços e tentar empurrá-lo. O que ele está pensando? Mas ele é mais forte e segura minha nuca com uma mão, forçando minha boca no lugar, enquanto sua outra mão me mantêm presa ao corpo dele.

Seu toque é ríspido, e seu corpo está tenso, mas sua boca é macia e quente. Minha resistência dura apenas alguns segundos. E quando eu suspiro tentando recuperar um pouco de ar, ele aproveita a brecha e abre a boca, tocando minha língua com a dele.

Eu nunca fui beijada. Nunca sequer pensei em como seria. Mas imaginei que fosse um momento doce e tranquilo, com um encostar de lábios. Nada parecido com isso.

Estou sendo consumida. Puro e simples.

E eu gosto.

Tanto que paro de tentar empurrá-lo e aperto seu braço, segurando seus ombros e puxando para mim. Ele solta um gemido na minha boca e me empurra até batermos na parede.

Ele afasta a boca, cortando o beijo e eu quase reclamo por desfazer o contato, mas quando olho em seus olhos fico paralisada, pois vejo que ele esta em conflito, mas com o quê?

Ahh não, que merda! Ele deve estar pensando na Maria. Ele a esta traindo comigo, né?

Me sinto horrível e o empurro para longe, mas ele balança a cabeça, negando, e volta a atacar minha boca. Isso esta errado, muito errado. Por várias razões. Mas eu não consigo afastá-lo e de novo me deixo consumir.

Se eu soubesse que beijar era tão bom, eu teria deixado Jensen ou Al me beijar. Mas então, será que eu teria gostado tanto? Ou será que eu estou sentindo isso apenas com o Tobias? Meu melhor amigo e inimigo?

Minha cabeça está rodando com a maneira que ele me beija, mas eu sou tirada do meu torpor quando eu ouço risadas em algum lugar próximo.

Dessa vez, eu acordo totalmente e reúno forças, conseguindo empurrá-lo para longe.

Não há ninguém além de nós na sala mal iluminada, mas eu puxo o ar para dentro e ando até a porta, sem olhar para trás.

Ele não tenta me impedir e eu saio olhando para os lados, temendo ser vista.

Dou graças a Deus quando entro no dormitório e vejo tudo escuro.

Deito na minha cama e desisto de tomar banho para me aquecer e trocar as roupas úmidas. Nesse momento, eu já me sinto quente o suficiente.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!