No Ritmo do Metrô escrita por Marylin C


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!

Obrigada aos fantasminhas que se revelaram no capítulo passado pra quem comentou de novo também



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–Alô?

–Boa tarde! Eu queria falar com a Vitória. Quem é?

–É Júlia, amiga dela. Ela não pode falar agora, mas eu prometo que passo o recado. Qual seu nome?

–Jake. Aquele cara que ela conheceu no metrô. Eu realmente preciso falar com ela.

–Ah, sim. Sinto muito, Jake. A Vic não pode atender agora. Principalmente você.

–Como assim?

–Ora, ela foi chutada do estágio por sua causa.

–O quê?! Como?

–Parece que alguém do jornal viu vocês em seu showzinho e achou que ela ‘não poderia fazer o estágio com aquele comportamento’. Ela está aqui toda triste e a culpa é sua. Meus parabéns.

–Mas... Foi só uma brincadeira. Me desculpe. E-eu posso falar com ela, por favor?

–Eu já disse que não, Jake. Não ligue mais para esse número a menos que a Vic ligue pra você. Até mais, tenha uma boa vida.

–Mas, eu... Alô? Tori! – Diego falou sozinho. A garota havia desligado o telefone. Ele suspirou, sentindo o peso das palavras da tal Júlia afundando sua consciência. Droga.

Ele era um ser humano terrível, não? Quando finalmente conhece uma garota que parece valer a pena... Bum! Ele estraga a vida dela de uma hora para outra!

Jogou o celular em cima do travesseiro e deitou-se no chão frio de seu quarto, tentando não chorar de frustração e culpa. Olhou para o teto coberto de mapas que desenhara ao longo dos anos, lembrando-se da quantidade de matéria que ainda tinha que estudar. Por que ele não esperou para ligar quando tivesse terminado? Agora ele não conseguiria se concentrar. Droga!

Sentiu algo felpudo roçando em seu braço. Levantou um pouco a cabeça para perceber que era o gato listrado de cinza que a família adotara fazia alguns anos. Ele parecia ser o único que notara o estado de espírito de Diego naquela casa, e deitou-se em cima do peito do rapaz. Encarou-o com seus olhos verdes de gato e o estudante de medicina acariciou-lhe a cabeça, pensativo e levemente confortado.

–O que você acha que eu devo fazer, Norb? – perguntou ao animal, voltando a olhar para o teto. O gato ronronou de leve em resposta, fechando os olhos de prazer com o carinho.

Uma semana depois

–Cheguei em casa, família! – o homem loiro abriu a porta com um estrondo, fazendo os dois adultos saltarem de susto.

–Sinceramente, Rodrigo, você tem que melhorar suas entradas. – o mais velho dos que estavam na sala disse, levantando-se para dar um beijo no companheiro. Este riu sarcasticamente.

–Desculpe, pensei que todos aqui iriam estar morrendo de saudade da minha pessoa. Mas nããão, tá todo mundo mal-humorado aqui. – olhou para o terceiro homem na sala, o mais novo dos três. Ele deitava-se no sofá com o gato da família em seus braços e olhava tediosamente para o teto, esperando que seu pai se dirigisse a ele. – Onde estão Davi e Daniel, Paulo? E o que está acontecendo com o Diego? Essa sua cara feia não me engana, viu?

–Daniel está no vizinho de cima fazendo um trabalho. Davi foi para o vizinho de baixo jogar videogame. – Paulo, os cabelos avermelhados cobrindo levemente seus olhos, respondeu – Vou guardar as malas. Conversa com ele aí, Rô. Ele não quer me contar qual foi o bicho que mordeu ele. – pegou a mala que Rodrigo jogara a um canto quando entrou e seguiu até o quarto dos dois, levando-a a tiracolo. O homem que restou arrastou uma das poltronas giratórias da sala para perto do sofá onde o filho se encontrava, ligando o ventilador no caminho. A sala do apartamento em Boa Viagem podia ser arejada, mas aquele era um dia quente.

–Muito bem, vamos começar a sessão. Conte-me seus problemas, meu caro. – o mais velho fez uma cara séria, que fez Diego rir levemente ao olhar para ele. – Não vai dizer que aquela rapariga ligou de novo?

–Não, pai. A Beatriz parou de ligar quando eu bloqueei o número dela no Whatsapp. – o rapaz respondeu, virando-se para o pai e deixando o gato descer do sofá – É que... – hesitou, tentando organizar os pensamentos.

–É a garota do metrô?

–Como sabe? – o moreno olhou para o mais velho com a testa franzida.

–Você sabe que Davi gosta de espionagem. – Davi, um dos irmãos mais novos de Diego, tinha dez anos de pura curiosidade. – Ele ouviu sua conversa no telefone com a tal da Júlia e me contou. Que tal você começar a história do começo?

–Tá bom. Primeiro eu... – e o estudante despejou toda a história para o pai. Contou-lhe de como a conheceu, das sensações que aquela garota divertida despertara nele, de como quase a beijara e, por fim, da conversa que tivera com a amiga dela.

–E você tem andado de metrô essa semana toda na esperança de encontrá-la, não é? – Rodrigo adivinhou. Diego assentiu, suspirando.

–Eu sou horrível, não sou?

–Claro que não! A culpa é apenas parcialmente sua. Você é tão egocêntrico que não viu isso, Diego? – o homem replicou, abismado.

–Não sou egocêntrico! Fui eu quem tirou a camisa primeiro, não foi?! – o rapaz sentou-se, de repente zangado.

–É, mas ela resolveu tirar também. A culpa é só parcialmente sua, eu já disse. Pare de se martirizar e ligue pra ela! – Rodrigo disse, sorrindo vencedor.

–Mas a Júlia falou... – Diego contestou, confuso. O mais velho revirou os olhos.

–Você parece um adolescente cheio de hormônios, Diego. Muito bem, não ligue pra ela agora. Mas seu carro sai da revisão amanhã. Se amanhã você não encontrá-la no metrô, ligará pra ela assim que chegar em casa. Estamos combinados?

O rapaz refletiu. Aquele parecia um plano razoável.

**********************************************************************

O metrô parou na estação do Shopping Recife. Não havia ninguém em pé, até o rapaz entrar. Ele segurou-se no ferro quando o metrô andou, olhando em volta quase que desesperadamente. Então seu olhar parou no banco à frente dele. Sorriu para a garota, agora loira, que o ocupava. Ela lia um livro, mas levantou o olhar quando a garota ao seu lado cutucou-a com o ombro. Ela sorriu levemente para ele, guardando o livro em sua bolsa. “Tori”, pensou Diego, “finalmente.”

Ele abriu a boca para falar mas, de repente, decobriu-se sem voz. Continuou olhando-a, a intensidade de seus olhos verdes denunciando o desespero em que se encontrara na última semana. Mal percebeu o resto das pessoas que sentavam-se ao mesmo banco que ela notando a troca de olhares.

Quando o metrô parou de novo, dessa vez na estação da avenida Antônio Falcão, o senhor que sentava-se na ponta do banco se levantou e saiu pela porta automática. Diego olhou para o lugar vago, o único do metrô, e depois voltou-se para Vitória. A garota ao lado dela olhou para o garotinho com um skate e para o casal de idosos que se sentavam no mesmo banco, sorrindo discretamente. Os três assentiram e deslizaram para o lado junto com a garota, deixando o lugar ao lado da estudante de Jornalismo vago.

O rapaz riu um pouco e sentou-se ao lado dela, ainda tentando encontrar as palavras. Vitória então sorriu e lançou-lhe o olhar de número 1: “Tá tudo bem.”


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Notas finais do capítulo

Tenho um anúncio para fazer: ESTE É O ÚLTIMO CAPÍTULO DESTA FIC!

Sim, vai acabar assim mesmo. Sem mimimi, porque outra fic com o andamento deste casal (não como principal, mas como secundário) está sendo desenvolvida pela minha lindíssima pessoa.

Obrigada a todos que deram uma chance pra fic, amo vocês



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