Never Alone escrita por Arizona


Capítulo 2
Espinhos


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, postando o segundo capitulo do Never Alone. Comentem, favoritem e recomendem, se gostarem é claro.
Então, divirtam-se. Boa leitura.
Beijos.



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Leger se levanta da poltrona onda estava sentado quando me ver. Está se apoiando em um bengala simples para ficar de pé, o rosto ainda com muitos hematomas, feridas recentes que sofreu.

Ele se curva em cumprimento a mim, murmurando um majestade. Eu por outro lado sorrio ao vê-lo tão derrotado, acho muito pouco para ele. Por que esse desgraçado não podia morre?

— Ora, Leger – seguro seus ombro sorrindo falsamente – não precisamos de tanta formalidade, somos velhos conhecidos.

— É claro, majestade.

A sua voz parece cansada, assim como seu corpo, o que é extravagante para meu ego. Faço um gesto para que ele se sente novamente, o que faz com dificuldade. Sento-me numa poltrona de frete para ele, observando-o por alguns segundos. Como é bom se sentir superior a alguém.

— Wayne, onde estar a champagne? Temos que comemorar a volta do sol... Não, não! Tenente Leger.

— Senhor, isso não é necessário. – Leger tenta argumentar.

— Como não? Você está vivo Leger, é claro que eu não queria que você estivesse, mas você está. Então, conte-me como é lutar em uma guerra?

Os olhos verdes de Leger mais parecem chamas de ódio. Os punhos serrados apertando com força sua bengala. Leger tenta se conter respirando fundo, mas ele exala fúria. Ele sabe que não me agrada nem uma pouco, sabe que o enviei a Nova Ásia para que morresse por lá, fiz questão de dizer isso no dia em que partiu.

Ah! Existem tantas coisas que eu gostaria de ter feito com o soldado de merda. Eu devia tê-lo executado por traição. Não, melhor, devia ter o chicoteado e feito dele um 8, mandado que dormisse com os cães, todavia ele continua aqui, bem na minha frente.

Finalmente Leger solta o ar, dando um sorrisinho de lado, como se levasse o que eu disse na brincadeira.

— Não é nada agradável, senhor. Perdi muitos companheiros, amigo...

Ele deixa a frase solta, com o olhar perdido, como se recordasse dos dias em campo de batalha. Observo suas mãos, descobrindo cicatrizes de queimaduras já antigas. A face de um homem duro, enrijecido pela vida, e eu provoquei isso nele.

— É, posso entender. Também perdi pessoas que amava.

— Oh, sobre isso majestade, eu gostaria de prestar minhas condolências. – Leger gentilmente oferece – Foi uma notícia inesperada.

— Obrigado, mas eu já me conformei. – passamos um tempo em silencio, apenas olhando um para o outro – Eu só não me conformei com a ausência dela. Diga-me Leger, agora que você voltou, vão se casar e ter pequenos Leges? Você deve estar muito feliz com isso, não?

Para minha surpresa ele começa a rir, gargalhar das minhas palavras. Rir tanto que mal se aguenta sentado, dobrando o corpo na poltrona.

— Eu não acredito nisso. – diz assim que se recupera de sua crise— Você queria me ver morto, por isso me mandou para a guerra, mas eu sobrevivi. E agora que me tornei invalido para as atividades militares, acha que vou pegar América e formar uma família com ela? Você é uma piada rei Maxon!

Perdeu o total senso de respeito se descontrolando ao me xingar. Wayne dar uma passo a frente, pronto para ensinar a Leger como se comportar diante de um rei, porém eu intervenho.

— Deixe Wayne, ele é só uma bostinha que mal se aguenta nas próprias pernas. – levanto-me ficando de frente para Leger – Eu mesmo posso fazer o trabalho sujo dessa vez.

No mesmo instante chuto a sua bengala tirando o seu apoio. O seguro pelo colarinho fazendo-o ficar de pé. Leger tenta se defender, mas ainda está muito fraco para isso. Sem pensar duas vezes o jogo conta a estante de livros. Fazendo ele bater as costas conta as prateleiras.

O primeiro soco que dou é de pura ira, o segundo sai misturado com meu grito encarniçado. Nem quando ele se contorce de dor me é o suficiente para parar.

Como eu desejei dar uma boa surra nesse babaca, como eu sempre quis desfazer o sorriso cínico dessa carinha como minhas próprias mãos, e posso confessar que é extasiante essa sensação. Legar já está com rosto bastante machucado. Depois de um tempo o esmurrando, deixo que caia de joelhos aos meus pés.

— Wayne, os tacos de madeira?! Temos um lugar especial para enfia-los hoje.

Ao ouvir essas palavras, Leger arregala os olhos com medo. Minha reação é gargalhar, e gargalhar ainda mais do pobre Aspen. Não estou nem aí se ele passou por uma guerra, se viu centenas de pessoas morrerem, só o que quero é humilha-lo, pois é o que merece.

Quando Wayne volta com os tacos de madeira que nós usamos para certas ocasiões especiais, Leger tenta fugir se rastejando para longe, o que não adianta em nada. Wayne o segura de pé novamente, ponde os braços para trás, para que seu peito fique exposto.

Finjo está jogando baseball, me preparando para rebater uma bola, atingindo com força o estômago de Leger. O miserável tranca os dentes para não gritar, como que não quisesse me dar esse gostinho. Isso me deixa furioso.

— Acha mesmo que não vou fazer você sofrer? – outra tacada – Eu devia ter feito isso com você no momento que te vi tocar nela.

Explodo em raiva. Começo a bater sem parar nele, extravasando a fúria que sinto até os osoos. Não sei quanto tempo se passa, mas quando minha mente clareia, há muito sangue no chão – e em mim –, quase todos os tacos estão quebrados, Leger está gemendo, quase sem respirar.

Contudo, minha fome de vingança não para por aí.

Peço a garrafa de champanhe a Wayne, e a enfio goela dentro em Leger, fazendo-o beber todo líquido sem parar. Quando acaba de tomar, está vomitando tudo em cima de si mesmo junto com seu sangue.

— Eu sei que você sabe sobre ela. Onde você a escondeu Leger? – mais um soco violento – Fala miserável! Eu fui atrás dela em Carolina, mas ela não mora mais lá, ela não está em lugar nem um. Para onde você a levou?

O maldito não responde. Continua torcido o champanhe, desesperado em respirar.

— Acho que devo colocar suas bolas numa caixa e mandar para ela, vai ser uma bela surpresa.

Ele não diz nada, apenas me ergue o olhar cético. Uma sorriso largo nasce em seu rosto naturalmente, como se nada tivesse acontecido a minutos atrás.

— Você realmente é uma piada rei Maxon.

Preparo para mais um soco quando uma de suas mãos vai até o bolso da frete de seu blazer, tentado buscar algo de lá, até que ele puxa uma coisa. Uma joia pequena e cheia de significados.

Me estica o objeto que seguro no mesmo estante. Olho espantado para aquilo, me deixando trêmulo de tanto emoção. A gargantilha que América usava, com um passaria preso na ponta. Me lembro que havera sido presente do seu pai, ela era muito apegada a isso.

— Eu não sei dela. Nunca mais a vi desde que fui para Nova Ásia.

— Como você consegui isso? – minha voz sai como um sussurro.

— O homem... O homem que ela salvou naquele dia, você lembra? – eu assinto – Ele foi a guerra também.

“Não sabia quem eu era, mesmo assim me contou sobre a jovem de cabelos rosados que o salvou, que renunciou suas próprias joias para que ele quitasse sua dívida com o rei. Eu também me assustei quando vi que ele tinha algo que pertenceu a América. Ele disse que apanhou o colar sem que ninguém percebesse. Queria agradecer a moça que o salvou lhe devolvendo o que era dela. Ele sabia que era importante para ela, mas ele foi convocado. Prometeu a se mesmo que quando voltasse procuraria por América, e lhe entregaria. Infelizmente ele morreu antes disso.”

Os lábios de Leger continuam se movendo, mas não ouço mais som nem um sair deles. Me levanto fitando aquele colar, é como se eu pudesse tocar América através dele.

Então, como uma lâmpada, meu entendimento se apaga.

***

 

...Maxon? Maxon, você me ouviu?

Reparo na moça de olhos amarelados a minha esquerda. Ela estava falando algo, acho que era importante, mas me perdi no meio do caminho. Agora voltando a realidade, compreendo onde estou.

Fui eu mesmo quem convoquei um reunião do Conselho Real, queria voltar as atividade do país após sete dias de bandeiras a meio mastro. Todos os meus 12 conselheiros, e meus 12 ministros estão presentes, sentados ao redor da mesa de mármore negro, me olhando com cara de confusão.

— Ahh...ahh, me desculpe Geórgia, eu...

Tento explicar minha distração, porém Heaven, general responsável pelas forças militares de Illéa, gentilmente me interrompe.

— Senhor, se ainda não se sente bem nós podemos...

— Não! Não Heaven, estou bem. Geórgia, continue.

Geórgia Illéa, esposa de August, assim como o marido se tornou alguém importante no meu reinado. Fiz dela Ministra de Relações Exteriores, ela tinha sabedoria o suficiente para fazer isso. Os anos que passou como uma líder rebelde a prepararam bem para lhe dar com pessoas duronas.

— Eu estava dizendo que a rainha Nicolleta aceitou nosso Plano de Negócios, e que queria conversar pessoalmente contigo.

A liberdade que temos um com o outro nos permite conversar em primeira pessoa, sem os termos de realeza. Geórgia havia ido a Itália, conversar com Nicolleta, e fazer acordos com ela e o país.

— Que maravilha! Ótimo Ge, ótimo mesmo. – fico realmente feliz com a noticia – Você conseguiu fazer com que Nicolleta te ouvisse e só isso é uma vitória.

Meu comentário faz com que todos riam, quebra o clima pesaroso que se formou a pouco.

Ela continua nós falando sobre os avanço que fizemos com a Itália por mais algumas horas. Já perto da hora do almoço, resolvo fazer um intervalo para que todos nós possamos descansar.

Aproveito a oportunidade que fiquei sozinho para admirar mais uma vez o colar de América. Ele ficou o tempo todo enrolado entre meus dedos, e por algumas vezes escapava os olhos para ele, motivo das minhas distrações.

Eu não consigo fugir do meu mundo, sempre me prendo e me perco em algo. Coisas essas que vão me levar a desolação, eu sei, mas querendo ou não, são essas coisas que me ajudam a abrir os olhos e continuar a respirar.

— Com a cabeça nas nuvens? – tenho um susto quando Geórgia fala.

— Você não deveria fazer isso, sabia? Ainda pode matar um do coração.

— Ora, vamos lá! Você não me engana majestade. Se distraiu muito durante a reunião, e sei bem qual o motivo.

— Pois é... – dou um longo suspiro – O luto ainda é muito recente.

Sei que ela é uma das poucas que posso enganar, Geórgia me olha como se pudesse me ver por dentro. Ela sabe que estou mentindo.

Meus queridos nortistas – principalmente Geórgia – são meus amigos, confiei a eles muitos de meus segredos, e minhas dores também. Era difícil imaginar que em alguns anos August vestiria terno e gravata, e Ge usaria vestidos elegantes acompanhados de salto alto.

— Acredito no seu luto, Maxon, juro que acredito. – ela puxa uma cadeira, sentando ao meu lado – Mas não é da morte deles que estou falando.

Penso alguns segundos antes de me abrir com ela. Lhe mostro o colar, ainda enrolado em minha mão. Geórgia franzi as sobrancelhas sem entender até que eu a explico.

— Lembra de Aspen Leger? – ela pensas um pouco então assente – Ele estava na fronteira. O grupamento que ele comandava foi atacado. Leger foi um dos dois sobreviventes do ataque. Quando ele voltou, nós tivemos uma...conversa, e ele me entregou isso.

— O que isso significa, Maxon?

— Isso era de América. Foi Shalom quem a deu. América salvou a vida de um homem com isso. Geórgia você me compreende? Isso era dela, pertencia a minha América. Eu quase enlouquece quando vi.

Não consigo mais me segurar, choro como uma criança no ombro da minha amiga. Todos os meus ossos doem, e essa saudade que me mata, a agonia que tortura minha alma, inebria meus olhos me deixando torpe.

O arder da língua de Leger e suas palavras me vem aos ouvidos. Eu sou uma piada, realmente uma piada; Perdi a mulher que amava e agora tenho que me apegar as suas lembras para não morrer por dentro.

Geórgia aperta meus ombros buscando me ajudar, mas ela não pode fazer nada além de ficar ao meu lado nessa hora. Porém hoje, Geórgia traria uma surpresa que mudaria totalmente meu destino.

— August me fez prometer que não te diria nada.

Eu paro de chorar, levantando a cabeça para fita-la mais atentamente. Posso ver o quando está ansiosa para fala pelo movimento que seus dedos fazem sem parar, me deixando nervoso também.

— O que...

— Eu descobrir algumas coisas sobre América na Itália, coisas muito importantes.


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