Touch-me only like you do. escrita por Sexiest, Director of dreams


Capítulo 12
Aqui estou eu...


Notas iniciais do capítulo

Passando aqui para pedir desculpas por ter demorado de postar, mesmo depois que a data de postagem foi definida. Eu não posso explicar muito sobre o porquê disso, mas foi um problemão de família que tirou, tanto eu quanto a Adely, da nossa rotina por uma semana. Moramos fora por causa da faculdade, e ambas tivemos de viajar pra casa. Eu voltei ontem, e a Adely, provavelmente, deve estar chegando por agora na cidade que ela mora. Agradecemos a compreensão de vocês!
Boa leitura!!!



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— Eu preciso voltar para casa, Logan.

Senti todo o corpo quente embaixo de mim ficar rígido, e seus braço me apertaram um pouco mais forte contra ele. Logan não precisava me dizer em palavras que ele não gostou do que ouviu, eu, realmente, pude sentir. E, se o sentimento dele era algo parecido com o que eu senti na hora da realização de que eu teria de deixa-lo, ele também odiava a temática dessa conversa.

Eu nunca me iludi a pensar que o momento que tivesse que voltar para casa seria fácil e agradável, mas eu também não esperava que Logan Heidy chegasse, literalmente, derrubando portas para minha vida e coração. Então, a minha volta, para o que costumava ser minha casa, estava cinco vezes pior do que o previsto.

Eu estava morrendo de medo de que essa fosse a minha última oportunidade de estar perto dele. E, para algo não esperado, Logan tinha se tornado demasiado importante e essencial para mim, muito rapidamente. Ter de dizer adeus a ele iria me quebrar, no entanto, eu precisava ser forte. Ou, ao menos, parecer forte.

Eu suspirei, e limpei a garganta tentando me livrar da rouquidão na minha voz. Chorar era uma merda, e eu estava fazendo bastante disso ultimamente. Eu realmente precisava aprender a controlar...

A respiração quente de Logan, passando pela lateral do meu pescoço, me despertou dos meus próprios pensamentos a tempo de ver ele se afastar, descolando seu corpo do meu, e subir sua mão para o meu rosto, gentilmente me forçando a encontrar seus olhos. E, bem, por mais que eu quisesse ficar escondida no seu peito sólido para o resto da eternidade, eu tinha compreendido, nas últimas horas, que era tempo de eu criar algumas bolas de menina e vestir minhas calças de adulta. Recompor a minha merda. Começando por esta conversar, que seria a segunda longa e difícil conversa que eu teria no dia de hoje. E, mesmo que eu ainda estivesse recuperando as forças da conversa que eu tive com o Carter, eu sabia que devia algumas explicações para o Logan.

Era bem o mínimo que eu poderia oferecer, dizer que ele fez muito por mim, ainda seria pouco. Depois de compartilhar um teto, comida, segurança, sua família, e, até mesmo sua cama, comigo, sem sequer questionar uma pequena coisa, ele merecia saber tudo que eu ainda não tinha dito a ele. Merecia, e tinha direito.

Logan encarava meus olhos, com mil perguntas não ditas rodando invisivelmente ao nosso redor. Eu não sabia por onde começar, e estava procrastinando, apenas perdida na beleza de seus olhos castanhos profundos, sem conseguir me mexer, ou pronunciar qualquer infame palavra. Eu sequer acho que estava respirando. Talvez eu aparentasse estar tão perdida e confusa quanto eu me sentia, porque, depois de algum tempo de silêncio e vários nadas, Logan finalmente se sentiu compelido a me fazer uma pergunta.

— Onde é a sua casa? — Ele questionou baixinho, ainda com seus olhos nos meus.

Eu exalei a respiração que estava prendendo. Por mais que meu coração praticamente estivesse gritando para que eu dissesse “aqui” como resposta, eu sabia que ele se referia ao lugar de onde eu vim.

Eu engoli, e com esforço soprei fracamente a minha resposta. — Chicago.

— Porra.

Ele amaldiçoou, e eu queria me juntar a ele. Havia um motivo para o arregalar de seus olhos, e a leve expressão de choque no rosto. Chicago era a mais de meio país de distância de onde estávamos agora, na Califórnia.

Lembro-me de ficar extasiada em colocar mais da metade do país entre eu e a minha avó. Eu não estava tão felizmente emocionada mais. Era uma distância muito longa para colocar entre duas pessoas que acostumaram a dormir com menos de um sopro os separando.

A próxima pergunta de Logan foi feita da mesma forma que a primeira, em quietude, e com uma calma de precisão alarmante. Eu podia ver que ele estava controlando seu temperamento, para que não apenas despejasse as perguntas, para que ele mesmo pudesse assimilar e lidar com elas. Eu estava grata, especialmente nessa, porque era longa e difícil de responder.

— Porquê?

Aí estava o X da questão, e eu não fazia ideia de como começar a explicar. Sua pergunta foi curta, porém não tão concisa. Havia mil e um significados por detrás desse simples porquê. Porque você está aqui? Porque ir embora agora? Porque tão longe? Porque foi que veio para tão longe de casa? Porque diz ter que voltar agora? Justo agora?!

Eu queria sanar todos as suas perguntas implícitas no simples questionamento, de forma que eu resolvi começar pelo começo. Da forma que deveria ter sido, eu disse a ele o meu nome, e quem eu realmente era, embora quisesse ser outra coisa. Entendi desde muito cedo que coisas grandes como essa definem você para além do que você, muitas vezes, gostaria. Na Califórnia eu sou apenas Loren, mas em Chicago:

— Meu nome completo é Loren Christina Hannigan, nascida e criada em Chicago, Illinois. — Informei-o. — Meus pais morreram quando eu tinha treze anos, o que quer dizer que foi a oito anos atrás, em um acidente de carro.

Eu engoli em seco, forçando-me a não chorar. Logan me apertou mais no círculo de seus braços, me enviando uma onda de silencioso apoio. Eu puxei um longo folego, antes de continuar.

— Meu pai era o filho único, assim como minha mãe. Eu não tinha qualquer família próxima por parte de mãe, porque os pais da minha mãe não falavam com ela, de modo que, eu e meus irmãos, Chase e Colin, fomos levados para a custodia da família do meu pai. Meus avós, especificamente.

“Não foi muito fácil viver com meus avós. Bem, não só porque tínhamos acabado de perder nossos pais, mas também porque havia pouco ou nenhum suporte emocional naquele lugar. A minha avó era quem gerenciava a casa, e ela era cruel com nossos sentimentos. Ela e meu pai, que era seu único filho, nunca realmente conseguiram se entender. Eu conhecia o meu pai, ele tinha um coração bom, e eu sabia que ele amava sua mãe, ou tentava, pelo menos. Ele decidiu que única forma que ele poderia se manter nutrindo algum sentimento por ela, era estando longe, e foi exatamente isso que ele fez. Ele saiu de casa com dezoito anos, se casou aos vinte e dois, me teve com vinte e quatro, e os meninos nasceram quando ele tinha vinte e seis. Durante todo o tempo desde que saiu de casa, sua relação com meus avós era restrita as ligações nos feriados e aniversários, e uma visita por ano. ”

Eu sabia que eu estava divagando, longe do alvo, mas ele precisava entender a situação como um todo. Ou talvez eu precisasse que ele entendesse. Eu não tinha percebido que meu olhar tinha descido para seu peito, meio perdido a lembranças, mas quando fiz, levantei as vistas brevemente, checando Logan. Ele me observava com uma expressão triste, compreensiva e penosa, enquanto acariciava minhas costas, a me encorajar. Foi a primeira vez que esse tipo de reação não me incomodou. Porque com Logan eu sabia que ele realmente estava sofrendo a minha dor. Era reconfortante ter alguém que dividiria o peso disso com você, e era isso que ele estava fazendo.

Ele estava recebendo a minha dor, para que ele me ajudasse a carrega-la. Lágrimas frescas marcaram meu rosto pela reação dele, porque, nem mesmo meus irmãos tinham me dado tamanho consolo de alma.

Soltando uma mão das minhas costas, Logan levantou-a e enxugou as evidencias do meu choro, passando o dorso dos dedos pelo meu rosto com uma suavidade inesperada para um cara tão grande. Ele olhava nos meus olhos com nada mais que incentivo, apoio e carinho. E, foi nesse exato momento que eu me dei conta de que tinha me apaixonado por Logan Heidy. Rápido e duro. Sem voltas também.

Ele beijou a minha testa, apenas encostando seus lábios quentes e macios sobre ela. — Shh, baby. Está tudo bem. Continue...

Eu podia dizer que ele percebeu que esse não era o ponto, mas ele me deu a liberdade para falar sabendo que ele iria ouvir, então, eu fiz.

— Eu não conhecia os meus avós, que dizer, não realmente. Uma vez por ano não era o suficiente. No entanto, eu sempre quis, não sob as circunstancias da morte dos meus pais, mas eu pensei, naquele momento, que seria uma oportunidade. — Eu arquejei, cansada. — Eu estava tão errada! Foi um pesadelo. Eu entendi, finalmente, o porquê de meu pai ser tão distante de seus próprios progenitores: Eles eram ruins.

“Yolanda é uma mulher fria, e o único motivo dela ter tido um filho, é porque ela sabia que precisava de um herdeiro. Meu avô já era muito rico quando se casaram, e ter um filho era a única forma de garantir que ela colocaria as mãos sobre o dinheiro dele, mesmo que eles se separassem. Mas meu pai foi uma completa decepção para ela, porque ele não estava interessado, nem no dinheiro, nem nos negócios, nem nela. E ela sabia que não poderia dobra-lo a fazer parte do seu jogo. Ela queria ser dona do que meu avô tinha. De tudo. ”

“Meu avô, Richard, era um homem dos negócios. Ele e seu melhor amigo, Jonathan Marshall, construíram seu próprio império a partir de zero, e tornaram a Hannigan’s & Marshall em uma coisa enorme. Vovô, como bom homem de negócios, era o que eu definiria com astuto, eu apenas não sabia o quanto até seis meses atrás, quando ele faleceu. Câncer. Fumar e enriquecer eram seus maiores passatempos, então, creio que ele morreu feliz. De tanto fazer o que gostava, no caso, fumar, e no meio do luxo que era fruto do seu trabalho muito duro. Meu avô não era uma pessoa completamente ruim. Eu gostava do pouco que pude conhecer dele. Mas foi realmente só um pouco. O trabalho era o seu maior comprometimento, e ele não trocava isso por nada ou ninguém. Foi por isso que se distanciou do meu pai, falta de interesse, acho, e foi por este mesmo motivo que ele me teve a uma certa distância também. No entanto, diferente de Yolanda, meu avô mostrava que, minimamente, se importava conosco. Pouco e da forma dele, mas a gente sabia. Para Yolanda, Colin, Chase e eu éramos apenas novas oportunidades de cumprir os planos que ela tinha para o meu pai. ”  

“Para encurtar, nós três fomos apenas novos desapontamentos para ela. Eu, como meu pai, não tinha interesse, nem nela e nem nos negócios; Chase era um espirito muito livre, para ser contido ou manipulado. Colin foi o que sobrou, e ele era perfeito. Ele não somente tinha olhos brilhantes para o negócio do meu avô, como também entendia e tinha o talento dele. Porém, Colin tinha uma falha, que o tornava impossível para ela. Ele é tão astuto como foi o meu avô. Ele não era fácil de ser enganado, e não estava nem um pouco inclinado a conseguir as coisas da forma de Yolanda. ”

“Ela ficou mais que chateada com isso, mas seguiu em frente. Esse foi todo o interesse que ela demonstrou em seus netos. Até que meu avô morreu, em janeiro. Yolanda fez cara de viúva desolada no enterro, para o bem das más línguas, mas entrou com um sorriso triunfante na sala da mansão onde morávamos, e onde o advogado, e testamenteiro do meu avô, Harris Conan, leria a distribuição do seu testamento. ”

“O testamento, bem, ele desagradou e chocou Yolanda, mas ela não foi a única a sair de lá perguntando-se o que diabos tinha acontecido. Porque, por mais que o meu avô tenha deixado dinheiro e uma porcentagem significante da empresa para ela, a maior parte de tudo o que ele possuía, ele tinha deixado a mim, Loren Christina Hannigan, sua herdeira mais velha, que tomaria o lugar que era, por direito, de seu único filho, a pouco falecido. Isso foi exatamente como estava lá. A mim, ele deixou, não somente 32% das ações da sua empresa, como o cargo de presidente, e mais um monte de coisas que eu, honestamente, não fiquei na sala para ouvir. Eu estava chocada, e honestamente desesperada. Eu esperava um pouco de dinheiro, no máximo, não uma empresa. Eu não saberia, bem, não sei, o que fazer com uma empresa. Enfim, Yolanda também não ficou na sala depois dessa parte especifica do tesamento, ela seguiu atrás de mim, já me ameaçando e dizendo que eu sofreria as consequências se eu não passasse as ações para o nome dela de imediato. Isso e amaldiçoando o meu avô com todos os nomes no livro. ”

“Foi assim por cerca de duas semanas, onde eu tentava me esconder, de tudo, da responsabilidade que meu avô jogou para mim com a força de uma bomba nuclear, e da ira de Yolanda Hannigan, que se achava no direito de receber 100% de tudo que meu avô tinha, dizendo que ela não tinha passado tantos anos com aquele velho asqueroso por nada, palavras dela. O nada de Yolanda e o meu, eram completamente deferentes, porque, para mim, 18% não podia ser considerado como nada. Não que eu pudesse opinar, sendo eu portadora de quase o dobro disso... ”

“Yolanda achava um completo disparate que ele tivesse deixado tanto para mim, porque, como disse, eu, sequer entedia uma merda sobre a empresa. Bem, nós duas tínhamos que concordar nisso. Mas, mesmo com todas as tentativa e ameaças de Yolanda, e, apesar de estar chateada com tamanho o preço que eu teria que pagar pela riqueza que ele me deixou, eu entendia os motivos do meu avô. E, eu, principalmente, entendia que ele não queria deixar nada mais que o necessário para Yolanda, a quem ele, mais que ninguém, conhecia. ”

“Mas, não importava o quanto eu tentei racionalizar este pensamento, havia só uma questão na minha mente: que porra eu faria para lidar com isso? Era muita gente que dependia de mim, uma garota que não tinha ideia de como presidir a droga de uma empresa. Yolanda viu meu desespero e usou para me atacar. Ela, na verdade, usou muitas coisas para me atacar, para tentar obter o que eu tinha, inclusive os meus irmãos. E foi quando chegou a esse ponto que eu fugi. Eu não podia lidar com aquilo, no momento. Então eu encontrei a única pessoa com quem eu podia contar, pedi ajuda, e desapareci. Fugi. E, bem, aqui estou eu. ”

[Continua.]


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Notas finais do capítulo

A:
♥ LilyEvansPotter
♥ felicitysmok
♥ LadyYuro
♥ Sara san
♥ Kaah (Principalmente você, menina, que veio cobrar quando o cap não foi postado)
Nosso muito obrigada!!! Vocês, leitores, são o combustível que está nos impulsionando, neste momento um pouco complicado das nossas vidas, a continuar escrevendo nossas histórias. Amamos cada um dos comentários que vocês deixam.
Beijos bem grandões, e até o próximo!