Hell on us escrita por Sami


Capítulo 46
O que está acontecendo?


Notas iniciais do capítulo

Como eu havia dito que hoje teria capítulo novo, aqui está, acabou de sair do forno e está fresquinho. Quero dedicar esse capítulo as minhas lindas leitoras que estão sempre comentando a fic, sério mesmo meninas vocês são o máximo! Capítulo dedicado a todas vocês!



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...Algumas semanas depois...

 

POV Carl
[...]

...Elizabeth estava sentada com sua mãe e suas irmãs, pensando no que ouvira e em dúvida sobre se devia mencioná-lo, quando Sir William Lucas em pessoa apareceu, enviado pela sua filha para anunciar o seu noivado. Depois de muitos cumprimentos e congratulações pelas perspectivas da união entre duas famílias, ele abordou o assunto, para uma audiência não somente atônita, mas também incrédula. Pois Mrs. Bennett, com maus perseverança do que polidez, retrucou we ré devia estar completamente enganado. E Lydia, que era às vezes muito atirada e quase sempre malcriada, exclamou: "Arre, Sir William, como é que o senhor pode contar uma história dessas? Então não sabe que Mr. Collins quer se casar com Lizzy?

Só um cavalheiro, munido de toda a sua tolerância, poderia suportar uma tal desconsideração sem se zangar. Mas a boa redução de Sir William conseguiu fazer com que relevasse tudo aquilo. E embora insistisse para que a família acreditasse na verdade de sua informação, suportou todas aquelas impertinências com a mais perfeita cortesia...

Ayla parou de ler assim que eu a bolinha bateu na parede com um pouco mais de força que antes, ela ficou me encarando enquanto eu continuava jogando a bolinha na parede fazendo o exercício que Denise havia passado para treinar um pouco a minha nova visão. Era estranho enxergar com apenas um único olho, me sentia estanho em alguns momentos por causa disso; até recebia uns olhares assustados de alguns dos moradores de Alexandria, mas não era bem aquilo que estava me incomodando. Ayla continuava se desculpando constantemente sobre ter atirado em mim, durante essas semanas que se passaram seus pedidos de desculpas se tornaram um pouco mais frequentes que antes, ela até se oferecia para fazer algumas coisas pra mim. Ok, eu até que estava gostando desse tratamento especial que recebia dela, mas saber que ela continuava se culpando por isso me incomodava e muito.

Eu havia ficado um pouco bravo com ela, ao ouvir tudo o que aconteceu no dia da invasão dos errantes e saber que havia sido a arma dela que disparou o tiro em meu olho foi um pouco inevitável não sentir um pouco de raiva, mas ao perceber o quanto ela parecia realmente culpada eu deixei isso de lado e a perdoei. Mesmo que ela não soubesse disso ainda.

Ela continuava me olhando com aqueles olhos grandes e castanhos de um modo que parecia tentar me intimidar, notei que ela já havia fechado o livro e isso só indicou que ela não voltaria a lê-lo tão cedo assim. Tentei fingir ignorar seu olhar e continuei jogando a bolinha na parede pegando-a quando ela voltava para mim, fiz isso umas oito vezes deixando-a cair umas cinco vezes; ainda precisava me acostumar em ter apenas um olho funcionando. Só esperava que isso não me prejudicasse na hora de atirar.

Joguei a bola mais uma vez e então fui surpreendido ao ver Ayla erguendo o braço para o alto pegando a bolinha com extrema rapidez e habilidade; algo que eu não sabia que ela possuía. Ela segurou a bola com firmeza me lançando um olhar quase que desafiador e até mesmo um pouco mais provocativo do que era de seu costume, lentamente seus lábios se moveram formando um largo sorriso de puro deboche.

— Vamos tentar de novo. — Ela imediatamente se levantou do chão colocando o livro sobre minha cama e caminhou ficando de frente para mim deixando um bom espaço entre nós dois. — E já vou logo avisando que se acertar meu rosto perde pontos...

— E quantos pontos eu ganho se eu acertar o seu cabeção? — Semicerrei meus olhos tentando provocá-la e conseguindo logo de primeira, Ayla torceu os lábios revirando os olhos e então jogou a bola com força, porém por sorte (ou habilidade mesmo) eu a peguei antes mesmo que ela caísse no chão ou batesse na parede. — Vai ter que melhorar essa tacada, pirralha!

A provoquei outra vez conseguindo tirar mais um sorriso dela, Ayla agora parecia completamente tentada a continuar com aquilo e eu também estava começando a gostar daquele exercício.

— Não ouse me provocar Carl Grimes. — Ela sorriu de forma mais larga assim que eu joguei a bola na sua direção. — Sabe que isso não funciona comigo!

Ela pegou a bola outra vez e sem demora logo a jogou outra vez na minha direção fazendo-a bater na parede e então ir direto para o criado mudo derrubando um pequeno quadro de foto que mantinha perto da minha cama e um relógio que já nem estava funcionando mais. O criado mudo balançou um pouco, porém isso não me abalou tanto quanto ver o quadro e o relógio com seus vidros quebrados. Ayla arregalou os olhos rapidamente correndo até onde os cacos de vidros estavam e começou a juntá-los logo recebendo minha ajuda.

— Se alguém perguntar vamos culpar a Judith e tudo vai ficar bem. — Ela me olhou por alguns segundos sorrindo de canto.

— Judith está com meu pai agora mesmo, vamos ter que culpar outra pessoa. — Falei também a olhando. — Mas se ninguém perguntar não precisamos falar sobre isso para ninguém.

Ela riu pegando o quadro do chão e o virando para olhar se a foto havia sido estragada por causa da queda, Ayla ficou encarando por um tempo fotografia com extrema atenção e cuidado, seus olhos pareciam estudar cada simples detalhe da foto e então ela a virou mostrando-a para mim. Na foto estava eu, Ayla ao meu lado com seu braço sobre meu ombro e Judith estava no meu colo; aquela era a primeira fotografia que eu tirava depois que aquele apocalipse havia começado e mesmo estando com aquele enorme curativo no meu olho direito eu havia gostado da foto.

Aaron havia insistido que tirássemos aquela foto e sendo também precisado por Ayla acabei cedendo e aceitando participar daquela fotografia. Ayla praticamente me forçou a sair sorrindo e por incrível que isso possa parecer até Judith pareceu entender essa ordem dada por ela; estávamos nós três sorrindo como se nada daquele apocalipse estivesse acontecendo bem ao nosso redor. Na verdade eu acho que o que me fez gostar mais dessa foto era do fato de estarmos completamente felizes; mesmo que tivéssemos sido pressionados por Ayla para sair sorrindo naquela foto.

— Eu gosto da foto também. — Ela me olha com sinceridade; parecia ter lido a minha mente, ergo meu rosto olhando-a também e vejo que ela está sorrindo também de forma sincera.

— É, olhando essa foto nem dá pra notar o seu cabeção. — Falo rindo fazendo-a rir também.

Ayla bate no meu chapéu fazendo com que ele cubra parte do meu rosto, não se sei isso era alguma coisa da minha cabeça, mas naquele dia em questão Ayla parecia um pouco mais alegre do que ela costumava ser. Eu vinha observando-a durante essas semanas que se passaram e havia notado que mesmo me enchendo de pedidos intermináveis de desculpas, ela parecia ter vestido o manto da felicidade. Talvez isso tenha relação também com o longo tempo que ela começou a passar com David; não que eu estivesse com ciúmes por ela estar passando um longo tempo com ele nem nada, mas talvez seja por isso mesmo.

Ayla começou a abrir a boca para dizer alguma coisa, porém antes que ela pudesse dizer alguma coisa a voz de Michonne nos chamando a interrompeu na mesma hora.

— Carl, Ayla! — Sua voz saiu um pouco abafada por causa da porta fechada, porém mesmo assim ainda consegui ouvi-la com clareza e Ayla também.

— É melhor irmos antes que ela nos chame outra vez. — Ayla andou até a porta a abrindo e deixando que eu passasse primeiro, ela passou logo em seguida fechando a porta assim que saiu do quarto.

Caminhamos até vê-la parada na porta do quarto do meu pai, Michonne estava de roupão e com uma toalha enrolada em seu cabelo, parecia ter acabado de sair do banho. Ayla e eu paramos de frente para a porta aberta onde meu pai terminava de arrumar suas coisas para sair numa busca com Daryl, vi Judith brincar com alguns copos de plástico no chão, ela olhou diretamente para mim assim que me viu parado no corredor.

— Que barulho foi esse? —Ele perguntou enquanto pegava Judith no colo olhando na minha direção e depois para Ayla. — O que estavam aprontando?
Ayla me olhou parecendo confusa.

— Eu não ouvi nada e você Carl? Ouviu alguma coisa? — Ela tentou se manter séria porém em poucos segundos já estava rindo. — Estava ajudando Carl com o exercício que Denise, só isso.

Meu pai fez um aceno rápido com sua cabeça lançando um olhar bastante significativo para Michonne e depois para Ayla.

— Tudo bem, um de vocês dois tem pasta de dente? — Michonne perguntou nos olhando também.

— A minha acabou de tanto ficar emprestando para alguém, não é mesmo Ayla? — Virei meu rosto a olhando como se estivesse a repreendendo por isso.

— Ei, ei, ei, ei não me culpe por isso. — Ela falou em tom defensivo. — A minha acabou por sua causa também.

Vi Michonne fazer uma careta olhando novamente para meu pai.

— Adicione pasta de dente na sua lista. — Falou com um meio sorriso. — E Carl, já está na hora de trocar esse curativo.

Ayla e Michonne me olharam ao mesmo tempo.

— Eu vou. — Falei balançando a cabeça em afirmativa. — Ayla e eu vamos com David até aquela loja que ele encontrou na semana passada, podemos ir com ele né?

Meu pai pareceu pensar durante alguns segundos e logo maneou a cabeça fazendo um sim.

— Só tenham cuidado lá fora, Daryl e Abraham encontraram uns salvadores nessas últimas semanas, não queremos que mais ninguém se machuque. —Ele olhou para mim e depois para Ayla. — Levem suas armas!

— Pode deixar Sr. Grimes! — Ayla segurou minha mão me puxando para que saíssemos logo dali, Michonne e meu pai olharam diretamente para nossas mãos juntas e aquilo me deixou muito constrangido. — E tragam sementes de morango! — Ela praticamente precisou gritar enquanto descia a escada atrás de mim. — Daryl está me devendo as sementes!

 

...

 

Ayla olhava com extrema atenção enquanto assistia Denise trocar o curativo em meu olho, foi estranho quando senti ela tirando o antigo curativo do meu olho deixando todo o local ferido exposto para Ayla, eu pensei que ela ficaria com nojo ou que até faria uma careta ao ver como o ferimento era feio e um pouco nojento. Porém em vez disso, Ayla pareceu apenas um pouco curiosa sobre como deveria fazer o que Denise estava fazendo; ela ficava perguntando diversas coisas sobre como deveria limpar toda aquela área e como deveria colocar o curativo depois. Parecia estar realmente curiosa sobre isso.

— Prontinho, novinho em folha. —Denise esboçou um sorriso assim que terminou de trocar meu curativo. — Já sabe né, daqui uns dois dias no máximo já pode vir aqui para a outra troca.

Assenti colocando meu chapéu de volta em minha cabeça e antes de sairmos da enfermaria de Denise nos despedimos dela perguntando se ela gostaria de alguma coisa, ela apenas respondeu que seria legal se encontrássemos alguns refrigerantes com um nome estranho e engraçado. Ayla disse que tentaria encontrar esse tal refrigerante.

Saímos da enfermaria logo encontrando David nos esperando, ele estava com uma mochila pendurada em suas costas e parecia já estar pronto para a nossa busca de hoje.

Ayla foi a primeira a falar alguma coisa fazendo um comentário de como ele estava parecendo um daqueles homens que saem para viver várias aventuras e depois fez uma piada sobre como o cabelo dele estava grande. Isso me fez lembrar do dia em que ela cortou o meu; o mesmo dia em que nos beijamos pela primeira vez. Era estranho pensar que já fazia tanto tempo desde esse dia, meu cabelo já havia crescido bastante e Ayla ainda não havia tocado nesse assunto de fazer outro corte, ou por achar que ainda não está na hora ou por simplesmente ter se esquecido.

Nós três caminhamos até o portão onde Eugene estava, era legal ver que até mesmo ele estava começando a ajudar a manter Alexandria segura; até mesmo o Padre Gabriel passou a ajudar também e deixou de ser um pouco covarde. Sempre que via ele passar ele sempre estava carregando uma arma com ele.

— Tenham cuidado lá fora. — Eugene abriu o portão com calma. — Nas circunstâncias atuais é sempre bom ficar atento com qualquer coisa.

— Pode deixar que vamos ter cuidado sim. — David fez um aceno rápido com sua cabeça o cumprimentando antes de sair. — Até depois.

Assim que saímos Eugene rapidamente fechou o portão e então começamos a caminhar na direção em que David nos dizia, antes mesmo de chegar na rota que ele havia traçado para seguirmos encontramos alguns poucos errantes no caminho e tivemos que ser rápidos para matá-los e assim deixar nosso caminho liberado outra vez. Continuamos seguindo até que finalmente encontramos a trilha que ele havia mencionado que iríamos seguir.

Um bom tempo havia se passado e a única coisa que se ouvia enquanto caminhávamos era dos nossos próprios passos, olhei de esgueira para Ayla vendo-a bufar várias vezes mostrando que já estava começando a ficar entediada com todo aquele silêncio entre nós três. Ela não gostava nem um pouco de ficar calada por muito tempo.

— Isso está chato demais — comentou ela com claro tédio. 

— Não é para ser divertido — Resmungou David em resposta. — Lembre-se de que o que estamos fazendo aqui é sério, precisamos nos manter em alerta. 

Vi que Ayla assentiu em derrota e retornou ao silêncio de antes, seguíamos pelo caminho sem trocar palavras. David parecia atento a tudo o que nos cercava e nos obrigava a ficarmos também. Afinal, estávamos numa missão em busca de alguns mantimentos. 

— O que realmente estamos procu?...

David ergueu sua mão a interrompendo antes que ela terminasse sua frase e parou de caminhar jogando a mochila em suas costas no chão pedindo para que fizéssemos silêncio, ouvimos som de galho se quebrando o que indicava que havia alguém se aproximando.

Num movimento já automático — resultado de um longo tempo vivido na estrada — pousei minha mão sobre minha arma olhando para todos os lados procurando por qualquer um que estivesse se aproximando de onde estávamos. Pedindo para que ficássemos nos nossos lugares, David deu alguns passos para frente tirando sua arma do cinto e a deixando pronta para ser usada a qualquer momento.

Ele adquiriu uma posição de ataque assim que outro galho se quebrou, seja lá quem quer que fosse que estava se aproximando já estava perto o bastante de onde estávamos. Rapidamente tirei minha arma do cinto vendo que Ayla havia feito a mesma coisa, ela se aproximou um pouco mais de mim deixando sua arma erguida e ficou virando toda hora mostrando que também estava atenta a qualquer som estranho.

David então fez um curto aceno com sua cabeça para nós dois mostrando de onde a movimentação estava vindo e imediatamente eu e Ayla miramos nossas armas diretamente para o local específico, não demorou muito para que logo víssemos alguém tentar se esconder entre algumas árvores.

— Estamos vendo você. — David deu mais alguns passos agora ficando perto de mim e Ayla. — Não adianta se esconder. Saia logo de onde está!

Durante alguns minutos tudo ficou muito silencioso, silencioso até demais, não houve nem mesmo outra movimentação por parte do desconhecido ou desconhecida que estava se escondendo até que aos poucos a pessoa começou a andar na nossa direção.

Um homem bem mais velho que David e provavelmente até mais velho que meu pai saiu do meio de algumas árvores com os dois braços levantados para o alto mostrando que estava se rendendo. O homem era um careca um pouco mais baixo que David e vestia o mesmo estilo de roupas que os membros dos salvadores que havíamos encontrado algumas semanas atrás, ele sorria de uma forma amigável, porém ele ainda sim parecia não ser de confiança.

— Calma aê rapaz, eu só estava passando. — Ele nos olhou como se estivesse nos estudando. — Eu não quero arrumar encrenca com vocês nem nada disso, não precisamos começar isso com o pé esquerdo não é ?

— O que você quer? — David perguntou num tom firme em sua voz sem perder tempo com as ladainhas daquele homem.

— Eu? — O desconhecido sorriu. — Eu só quero conversar com vocês, nada além disso. Então, será que isso será possível?

David não respondeu.

— Qual é camarada, estamos todos do mesmo lado não estamos? — Ele bateu as mãos nas pernas. — Que tal conversarmos como seres humanos civilizados?

Houve alguns poucos segundos de silêncio, David continuava se mostrando firme em não baixar guarda diante daquele homem e isso com toda certeza não passou desapercebido pelo salvador. Corri meus olhos pelos lados achando que vi mais outra pessoa se esconder não muito longe de onde estávamos no momento, virei todo meu rosto olhando com mais atenção para a direção em que eu supostamente vi alguém e então recebi a confirmação de que precisava: havia sim uma segunda pessoa.

Vi a segunda pessoa se aproximar sorrateiramente chegando mais perto do local onde nos encontrávamos, foi muito rápido, assim que notei que ele estava prestes a atirar em David o empurrei para o outro lado fazendo com que o tiro acertasse uma árvore, Ayla pareceu também perceber isso e então logo atirou acertando o ombro do segundo homem que havia se aproximado. David com rapidez se colocou de pé e então correu para o outro homem com quem estava conversando minutos atrás, enquanto isso destravei minha arma mirando-a no outro homem, ele me olhou e depois olhou para a arma em minhas mãos e então sorriu como se zombasse de mim.

— Que bonitinho. — Falou ainda rindo. — Olhando assim até me faz pensar que tem coragem para atirar em mim.

Ele fez uma careta por causa do tiro no ombro que havia levado antes e usou a própria mão para cobrir o local onde o tiro havia lhe acertado; porém ele continuava rindo não acreditando que eu poderia atirar nele.

— Quem disse que não? — Ayla caminhou até ficar ao meu lado também apontando sua arma para o estranho, ela porém parecia um pouco mais decidida sobre atirar nele ou não.

— Querem mesmo ver quem é que vai atirar primeiro? — Ele nos olhou fazendo outra careta enquanto mostrava sua arma. — Então vamos lá, eu aposto que acerto o moleque primeiro e quem sabe não acabo acertando você também guria.

Ele destravou a arma e então levou apenas dois segundos para que ele a levantasse puxando o gatilho no mesmo segundo, em questão de três segundos três tiros foram disparados; um acertou uma árvore atrás de mim e os outros dois acertou o centro de sua cabeça com precisão. O corpo já sem vida do salvador caiu no chão de uma só vez deixando o sangue dos dois buracos feito em sua cabeça expostos para nós dois, olhei para Ayla e ela logo me olhou também esboçando um rápido e curto sorriso quase que impossível de se notar.

Ela se virou para onde David estava e para bossa surpresa ele já havia cuidado do outro salvador, ele boa havia matado ele; apenas o deixou desarmado e impossibilitado de conseguir se mover.

— Peguem a corda dentro da mochila! — Ele olhou para nós dois apontando para a mochila que ele havia jogado no chão minutos atrás. — Vão logo!

Ayla correu até a mochila abrindo-a com rapidez e em poucos segundos ela já estava tirando uma corda de dentro dela, jogando-a para mim logo a joguei para David vendo-o começar a amarrar os dois braços do homem.

— O que vamos fazer com ele? — Ela perguntou assim que ele começou a se levantar do chão, olhou brevemente para o homem amarrado e depois para David. — Vamos deixar ele amarrado aqui? Estamos perto de Alexandria, ele pode conseguir escapar e...

— Ayla! — Eu a olhei repreendendo-a no mesmo segundo por ela ter falado o nome do lugar em que vivíamos.

— Não precisam se preocupar... — O homem começou a rir. — Todos nós já sabemos onde vocês vivem, só estávamos verificando quantos de vocês sobreviveram depois daquela porrada de mortos...

Nós três olhamos para ele.

— Vocês até que se deram bem, conseguiram se livrar deles — Ele continuou rindo. —Foi difícil juntar tantos deles... Mas vejam só: Vocês conseguiram mesmo! Parabéns, já são os fodões dessa merda!

— Cala essa boca! — David quase gritou enquanto virava para nos olhar. — Precisamos fazer alguma coisa e logo. Os tiros vão chamar os mortos pra cá!

— Ele é dos salvadores não é? — Ayla olhou para David e depois para mim. — Não é meio óbvio o que deveríamos fazer com ele?

Eu pensei no que ela disse.

— Ayla tem razão, se deixarmos ele ir embora ele pode voltar e trazer mais deles pra cá. — Falei olhando diretamente para David. — Mas não podemos matar ele, mas também não podemos arriscar tanto assim.

Ayla me olhou.

— Ninguém falou em matar ele — Ela falou num tom baixo. — Eu quis dizer que podemos levá-lo para Alexandria e ver o que o seu pai vai fazer com ele.

David imediatamente começou a balançar sua cabeça em negação.

— Nem pensar, não vamos deixar um dos salvadores entrar em Alexandria! — Falou decidido. — Não mesmo.

Ayla torceu a boca.

— Então quer fazer o que? — Ela deu de ombros. — Vai matar ele e deixar ele aqui? Tem alguma ideia melhor?

Nós dois olhamos para David esperando por sua resposta e ele continuou em silêncio.

— Talvez podemos levá-lo para lá, — Fiz uma pausa. — Ele é dos salvadores não é? Ele pode nos dizer alguma coisa sobre o grupo que nos ajude a lidar com eles.

— Interrogar ele? — Perguntou se virando para olhar o salvador amarrado. — Ok, se vamos fazer isso precisamos ser rápidos, vamos precisar de ajuda para levá-lo até Alexandria sem que os outros vejam.

— Podemos chamar o Abraham. — Ayla se pronunciou. — Ele ficou por causa dos turnos, posso ir chamá-lo.

David imediatamente a olhou.

— Não vai sozinha não, — Ele falou num tom protetor como se fosse o pai dela; em certos momentos David agia mesmo como se fosse o pai de Ayla. — Pode haver mais deles por perto, não tem como saber.

Ela revirou os olhos.

— Eu vou ficar bem, vocês dois fiquem aí eu volto para Alexandria e trago Abraham para nos ajudar. — Ela mostrou a arma em sua mão. — E qualquer coisa eu vou estar protegida.

Sem deixar David falar mais alguma coisa ela correu fazendo todo o caminho que havíamos feito nos deixando sozinhos com o salvador, olhei de esgueira para David e ele não parecia ter gostado nem um pouco de ter visto Ayla sair sozinha quando havia grandes chances de ter mais membros dos salvadores por perto.

Se bem que, não iria adiantar de nada David tentar convencê-la a não ir, se tinha uma coisa que Ayla sabia ser era ser uma menina bem teimosa.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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