Hell on us escrita por Sami


Capítulo 34
Eu me sinto estranho


Notas iniciais do capítulo

Oie oie voltei rapidinho! Bom, nesse capítulo vou mostrar um pouco de como o Carl e a Ayla ficaram depois do tão esperado beijo entre eles então vou alternar um pouco o POV deles.
Espero que gostem!



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POV Ayla

[...]

Eu não sabia o que pensar naquele momento, na verdade eu mesmo sabia como agir num momento tão inesperado e...maravilhoso como aquele. Espera o quê?

Carl estava mesmo me beijando ali, aquilo estava realmente acontecendo e tudo o que eu conseguia pensar era nas minhas duas pernas que agora se encontravam completamente amolecidas e trêmulas. Aquela mesma sensação de que eu poderia cair havia voltado e dessa vez com força total, todo o meu corpo estava sendo envolvido por um forte calor que eu nunca havia sentido antes e apesar de tudo isso uma grande parte de mim parecia estar gostando daquilo. Mesmo que aquele estivesse sendo o meu primeiro beijo. Eu estava beijando pela primeira vez num mundo onde os mortos passaram a caminhar e a matar os vivos.

Parecia até algo que vemos em filmes, mas estava realmente acontecendo e estava acontecendo comigo. Sem pensar direito coloquei a barra de chocolate sobre o balcão ao meu lado e então num ato que me surpreendeu completamente coloquei minha outra mão sobre seu ombro; na verdade eu fiz isso apenas para me assegurar que eu não acabaria caindo ali. E então quando eu pensei que tudo aquilo não poderia ficar mais... estranho? Carl passou sua mão por minha cintura meio que me puxando para mais perto dele deixando nossos corpos mais colados do que antes. Imediatamente senti um longo arrepio percorrer pelo meu corpo todo me deixando arrepiada e senti uma vontade muito louca de começar a rir com aquilo, mas como meus lábios estavam ocupados beijando Carl Grimes rir foi algo que eu não consegui fazer ali.

Houve um breve momento em que ele se afastou de mim, claro que ele manteve a distância entre nós ser mínima, aproveitei esses poucos segundos para recuperar meu fôlego que já se encontrava totalmente em falta naquele momento. Ainda com nossos rostos afastados voltamos a nos encarar por mais alguns minutos, imediatamente senti todo o meu rosto esquentar e eu sabia muito bem o que aquilo significava: eu provavelmente estava mais vermelha do que um pimentão e tudo isso por causa de um simples beijo.

Por algum motivo que eu ainda desconheço, soltei sua mão e então a coloquei sobre seu ombro e então me aproximei dele do mesmo jeito que ele havia feito comigo, fiz praticamente a mesma coisa que Carl só que dessa vez era eu quem o estava beijando. Ayla para com isso logo pelo amor de Deus!

Eu não sei, não contei quanto tempo aquele beijo durou, mas do jeito que ficamos quando nos separamos novamente era possível perceber que ficamos um bom tempo nos beijando. Meu Deus Ayla!

Eu recuei dois passos ficando um pouco mais distante dele, minhas pernas ainda tremiam e pareciam estarem mais moles que antes; eu ainda sentia que iria cair a qualquer momento ali na frente dele. Respirei fundo passando minhas duas mãos pelo rosto e ele ainda estava quente, provavelmente estava tão vermelho quanto o rosto de Carl e pelo jeito como ele me olhou eu parecia mais nervosa que ele naquele momento. Eu não fazia a mínima ideia do que dizer sobre aquilo que havia acontecido e apesar de ter gostado me sentia muito envergonhada; não me pergunte o motivo dessa vergonha toda.

Ouvi a porta da sala se abrir e imediatamente me afastei um pouco mais de Carl não conseguindo parar um único segundo de encará-lo, eu estava tão surpresa quanto ele e apesar de tentar ao máximo disfarçar eu não estava conseguido fazer absolutamente nada sem pensar que segundos atrás eu e o projeto de xerife estava se beijado.

— Carl? — Ouvir a voz de Rick meio que acabou me tirando completamente do meu curto momento de transe, virei meu rosto com rapidez para ele e vi que Michonne estava ao seu lado nos olhando com aquele típico olhar curioso. — Vejo que a Ayla soube fazer um corte bom no seu cabelo.

— Eu tenho um dom pra esse tipo de coisa. — Tentei dizer aquilo sem parecer nervosa com os minutos atrás e pareceu funcionar. — Teria ficado melhor se o Carl não tivesse se movido tanto, mas eu consegui dar um jeito naquela floresta!

Rick e Michonne abririam um leve sorriso ao mesmo tempo e aquilo só pareceu me deixar ainda sem nervosa com aquela situação toda, por mais que eu tivesse tentando deixar o clima que ficou entre mim e Carl menos tenso e mesmo que eu tentasse dar uma boa disfarçada eu sentia que o modo como eu fiquei naquele mesmo segundo talvez tenha me denunciado e eles podem ter percebido que eu estava um pouco estranha.

— Eu vou... — Sacudi a cabeça rapidamente. — eu vou visitar o David.

Sem que eles percebessem eu peguei a barra de chocolate do balcão e sair apressada da casa o mais rápido que eu consegui fazer isso, falei um rápido tchau para Michonne e Rick e praticamente corri até a porta finamente saindo de dentro de casa. Não sei se isso foi coisa da minha cabeça, mas assim que coloquei meu pé para fora senti o ar um pouco menos pesado do que ele estava ali dentro, eu precisava me distrair com qualquer outra coisa naquele momento que não tivesse nenhuma relação com Carl Grimes ou que me fizesse lembrar dele em algum momento. Eu beijei o projeto de xerife! Puta que pariu! Pensei ainda nervosa e sentindo minhas pernas completamente moles.

Passei novamente minha mão pelo meu rosto ainda o sentindo quente, percebi que elas estavam um pouco trêmulas e suadas e imediatamente as passei na minha calça jeans para secá-las, o que não adiantou de muita coisa porque eu continuava tensa ali.

Eu tinha acabado de beijar Carl!

Eu beijei aquele menino que sempre tirei uma com a cara dele e que a pouco tempo atrás estava cortando seu cabelo, não espera, ele me beijou primeiro e depois foi eu quem o beijou.

Respirei fundo começando a caminhar, eu tentava de qualquer maneira conseguir esquecer desse nosso momento, mas quanto mais eu tentava fazer isso parecia que a imagem de Carl se aproximando de mim e logo em seguida colocando seus lábios nos meus parecia se repetir várias e várias vezes na minha mente como se estivesse me dizendo que eu não iria conseguir esquecer disso tão cedo. Se é que eu queria mesmo esquecer.

Então era desse jeito que as pessoas se sentiam depois que eram beijadas e depois que beijavam alguém de volta? Pensei sozinha, elas se sentiam completamente idiotas e muito atrapalhadas? Não, não, não, essa não era a questão ali. Depois que eram beijadas, era normal sentir um frio intenso na barriga como uma ansiedade que não passava e o coração bater quase tão forte que parecia que ele saltaria do seu peito ali mesmo?

E se você ficasse sorrindo como uma boba? Isso era normal também?

— Ayla! — Eu literalmente dei um salto ao sentir uma mão sobre meu ombro, estava tão perdida nos meus pensamentos que não havia nem reparado que estava andando por aí e possivelmente acabei me esquecendo que estava indo para a casa de David. — Ei pirralha o que foi?

Me virei para trás e então o vi parado me olhando com o mesmo olhar curioso que Rick e Michonne lançaram para mim e Carl quando eu ainda estava dentro de casa, confesso que aquilo conseguiu me deixar ainda mais sem jeito que antes.

— Eu... — Fechei os olhos rapidamente como se eu tentasse me lembrar de alguma coisa. — cortei o cabelo do Carl.

Menti. Bom, aquilo não era bem uma mentira porque eu realmente fiz isso, mas era isso que estava sendo martelado na minha cabeça naquele momento e por mais que eu quisesse contar a ele sobre o que aconteceu minutos atrás eu sei muito bem como David iria reagir com tudo aquilo. Além é claro de me dar um longo sermão sobre o assunto.

— Você fez o que? —Ele me olhou sem entender. — Desde quando sabe cortar cabelo?

— Desde que eu tinha minhas bonecas para treinar cortes. — Dei de ombros me sentindo já menos tensa que antes. — Foi uma aposta.

David ergueu uma sobrancelha me olhando como se tentasse me analisar e então pareceu um pouco mais descontraído.

— Eu vou querer saber sobre essa aposta? —Eu balancei a cabeça em positivo, faria qualquer coisa para tentar esquecer o que havia acontecido e talvez aquilo tenha sido uma boa ideia, falar para David sobre a aposta que havia feito com Carl poderia manter minha mente distante do beijo e assim eu ficaria menos nervosa que antes. — Então pode começar a contar.

POV Carl

[...]

 

Sentado no sofá da sala eu ainda tentava querer entender o que havia acontecido minutos atrás entre mim e Ayla, meus pensamentos se encontravam muito mais confusos do que eu achei que realmente estavam e de uma forma que pareceu um tanto falha e inútil eu tentei compreender exatamente o motivo que me levou a fazer aquilo que eu fiz com ela. Eu queria saber o que me levou a beijá-la e o que a levou a fazer a mesma coisa segundos depois. Eu nunca havia feito isso antes e pelo jeito como ela agiu depois que nos separamos Ayla também parecida estar fazendo aquilo pela primeira vez, assim como eu e ela parecia ter ficado muito mais sem graça do que eu fiquei quando nos olhamos. Não vou mentir, eu sabia um pouco o que era um beijo, sempre vi Maggie e Glenn fazer isso quase todos os dias, Sasha e Bob também fizeram e até mesmo meu pai fazia isso quando minha mãe ainda estava viva. Para eles beijo era algo normal que um casal trocava de vez em quando.

Mas eu e Ayla era um casal para ter feito isso? Foi estranho pensar nisso pela primeira vez porque eu nunca olhei para ela de outra forma que não fosse aquela, confesso que Ayla é bonita e que ela fica mais bonita quando abre aquele sorriso largo que ela tem. De certa maneira Ayla consegue me deixar bem sem graça em certos momentos, como quando ela deu aquela piscada.

Será que ela sabia disso? Será que ela sabia que tinha momentos que eu ficava tão sem jeito com ela?

Credo pareço uma menininha falando isso. Sacudi minha cabeça tentando afastar aqueles pensamentos da minha mente e tentei me distrair com alguma outra coisa, não queria mais pensar no beijo e nem em Ayla. Se eu continuasse pensando nisso era bem possível que eu acabasse ficando meio louco. Mas... Seria estranho dizer que ter beijado ela foi bom? Será que ela tinha gostado daquilo?

Sacudi minha cabeça outra vez, por que eu não conseguia parar de pensar naquele beijo? Não foi nada de mais e já passou, Ayla saiu correndo sem dizer nada sobre ele e provavelmente nem estava pensando mais sobre isso e por que eu tinha que estar pensando? Isso é coisa para menina pensar e não menino!

Respirei fundo tentando afastar qualquer pensamento inoportuno da minha mente que pudesse me deixar louco, ouvia meu pai e Michonne conversarem na cozinha e sabia que eles hora e outra me olhavam querendo saber o que havia deixado Ayla daquele jeito antes dela sair, claro que eles dois perceberam que ela estava estranha quando eles entraram na casa e as perguntas logo haviam começado. Eles sabiam que havia acontecido alguma coisa e estavam preocupados com ela. Até eu ficaria se não soubesse o motivo que a fez praticamente sair correndo para fora de casa.

Meu pai percebeu que alguma coisa aconteceu e era bem provável de Michonne ter percebido isso também.

— A Ayla estava estranha quando saiu. — Eu olhei para o meu pai com o canto do olho já sabendo onde ele queria chegar com aquela conversa. — Aconteceu alguma coisa depois que ela cortou seu cabelo?

Engoli seco quando ouvi aquela pergunta.

— Acha que a Ayla estava estranha quando saiu? — Perguntei de volta fingindo não saber sobre o que ele estava falando. — Comigo ela estava normal.

Não, ela não estava seu mentiroso.

— Tem certeza disso? — Meu pai me lançou um olhar bem significativo que me deixou um pouco preocupado; ele já sabia! — Ela parecia um pouco diferente, vocês dois estavam na verdade.

Ele sabia! Claro que sabia, ficou bem óbvio isso.

— Eu me sinto um pouco estranho às vezes, — Confessei. — principalmente quando eu estou perto dela.

Fiz questão de dar um pouco de ênfase ao falar ela para que meu pai soubesse de quem eu estava falando e isso pareceu funcionar, Rick havia conseguido compreender sobre quem era e assim que percebeu sua expressão mudou. Estávamos dando início a uma conversa da qual nunca tivemos antes e eu me sentia um completo idiota naquele momento.

— Eu só fico estranho assim quando ela está por perto ou quando eu estou perto dela. — Olhei agora para o chão. — Eu não sei o que é, mas é estranho sabe.

Ao dizer aquilo eu logo me arrependi de ter feito aquilo, acho que eu nunca me senti tão idiota como eu estava me sentindo naquele momento por dizer aquilo em voz alta. Ainda mais para o meu pai. Olhei novamente para ele e me senti ainda mais envergonhado ao ver o modo como ele estava me olhando, meu pai tentava esconder um sorriso nos lábios mas isso parecia ser impossível para ele no momento e sua expressão havia mudado outra vez; ele parecia estar... feliz.

— Eu bem que reparei que você estava diferente, — Riu baixo. — Você não percebeu mas, eu vi o quanto Ayla mexeu com você. Acho que isso ficou mais visível quando ela sumiu com a Judith.

Senti um nó na minha garganta.

— Pai não é...

— Carl eu sou seu pai. — Ele me interrompeu. — E além disso eu já passei pela mesma coisa antes com a sua mãe. — Notei que ele pareceu hesitar ao falar sobre ela. — Não nasci ontem não, xerifinho. Eu vejo como vocês dois sem olham às vezes e não precisa ser tão esperto assim para perceber como você fica meio bobo quando ela está perto.

Sem perceber eu meio que dei um leve sorriso ao ouvir aquilo, o que foi algo estranho. Fingi não ter percebido o modo pouco debochado de como ele falou um dos dois apelidos que Ayla costuma me chamar.

— É por isso que ela estava estranha quando saiu? — Ele tornou a fazer a pergunta. — Você disso isso para Ayla?

Eu fiquei quieto por alguns segundos.

— Não, não falei nada pra ela ainda. — Falei um pouco sem jeito, até parece que iria contar para Ayla que eu estava gostando dela. — Não sei se vou contar isso a ela.

— E por que não? — Ele perguntou outra vez. — Tem medo dela?

Eu rapidamente neguei.

— Claro que não. — Respondi o olhando. — Eu não tenho medo dela...só tenho medo do que pode acontecer com ela.

Meu pai franziu a testa.

— Como assim Carl?

— Não quero que aconteça a mesma coisa que aconteceu a mãe, com a Beth, a Sophia... — Falei abaixando a cabeça. — todo mundo que eu gostava morreu e eu não quero gostar da Ayla e ela acabar morrendo também!

Se fez silêncio por poucos minutos ali naquela sala, mesmo eu não querendo contar sobre isso para ninguém, acho que ter contado para meu pai acabou me deixando um pouco aliviado. Sentia como se um peso tivesse saído de meus ombros naquele momento e talvez tenha realmente acontecido isso.

— Carl, — Ele fez uma breve pausa respirando fundo antes de continuar falando. — contar para a Ayla que você gosta dela não vai acabar matando ela, se é isso que você está achando. Ela é uma menina forte, estava sozinha quando a encontramos e olha só até onde ela chegou sozinha, Ayla é uma menina esperta e mesmo quando foi levada junto com a Judith por um dos moradores de terminus ela protegeu sua irmã e também se protegeu.

Ele voltou a me olhar.

— Não estou dizendo que ela não precisa de proteção, num mundo como esse todos nós precisamos ter alguém para nos proteger. — Falou. — Mas a Ayla sempre se mostrou ser uma menina durona e eu sei que você também percebeu isso, vocês dois estiveram sozinhos com a Judith quando a prisão caiu e vejam só onde chegaram!

Outra pausa.

— Não precisa ter medo de contar que gosta dela, ela não vai morrer se você contar isso. — Meu pai suspirou um pouco cansado. — O medo vai acabar te consumindo e Deus me livre acontecer isso, mas, não contando a ela talvez acabe a matando.

Eu não falei mais nada, acho que depois de tudo aquilo que meu pai havia me dito, dizer alguma coisa não é lata algo necessário. O olhei pensando ela também cada palavra dita e notei que ele mesmo também parecia pensar sobre tudo o que ele disse, talvez o conselho tenha também o ajudado além de ter me ajudado e muito.


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