Hell on us escrita por Sami


Capítulo 12
Coisas ruins acontecem o tempo todo


Notas iniciais do capítulo

Oie meus queridos!
Estou feliz por conseguir atualizar a fic na mesma semana e dessa vez o capítulo não está tão zzz como o outro estava.



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[...]

 

Continuei andando sem olhar para trás e ajeitei Judith no meu colo, eu não queria ter deixado o projetinho de xerife para trás num momento como aquele em que exigia que ficássemos juntos mesmo diante de situações difíceis como aquela. Mas Carl havia conseguido fazer com que eu perdesse toda a minha paciência naquela hora.

Se David estivesse vivo ele me daria um dos seus tantos sermões e diria várias e várias vezes que o que eu havia feito minutos atrás foi algo totalmente imbecil e infantil da minha parte. Eu tinha total consciência de que a minha atitude não foi a atitude mais correta a ser tomada, sabia que se Rick estivesse vendo aquilo ele iria me dizer a mesma coisa que David me diria.

Mas isso também era culpa de Carl.

Se bem que, por eu ser a mais velha eu deveria ter mostrado um pouco mais de maturidade do que acabei mostrando naquele momento.

Olhei para a irmã de Carl no meu colo e perguntei mentalmente a ela o que eu deveria fazer, se eu deveria voltar e chamar Carl de volta ou se eu deveria continuar seguindo caminho com ela deixando que ele se virasse sozinho. Eu não vou mentir, a possibilidade de continuar seguindo passava com frequência na minha mente e eu queria fazer isso –e como queria-, mas eu sabia que isso não seria o certo a ser feito. Por mais que eu tentasse ser uma pessoa ruim eu não conseguia ser assim e talvez nunca conseguisse ser.

Vamos trazer o seu irmão de volta mocinha! Falei num tom animado olhando para a menina em meu colo que me olhou de volta sem entender o que eu havia dito a ela.

Girei meus calcanhares dando a volta e suspirei baixo ao ver que teria que fazer todo o caminho de volta para poder voltar onde Carl estava, comecei a andar tentando não pensar muito no que havia acontecido minutos atrás e nem pensei na discussão que tivemos; aquilo era águas passadas e por mais que eu quisesse deixá-lo por conta própria, eu sabia que em momentos como aquele em que estávamos passando o certo era permanecer juntos até encontrar outro lugar seguro.

Quando cheguei onde o ônibus amarelo estava me surpreendi ao notar que o projeto de xerife não estava ali, dei a volta pelo veículo imaginando que talvez ele estivesse em outro lugar e nada. Ele não estava ali.

Na verdade, não havia nem sinal de que alguém havia passado por ali, o que pareceu ser ainda mais estranho naquele momento.

Carl! Eu gritei o mais alto que minha voz permita deixando os vários errantes presos dentro do ônibus mais agitados e fazendo com que Judith se assustasse.

Carl! Gritei mais uma vez olhando para todos os lados vendo se eu percebia alguma movimentação por perto.

Como na vez anterior, nada. Carl não apareceu e isso começou a me preocupar e muito; eu não tinha certeza se ele seria capaz de seguir outro caminho sabendo que eu estava com sua irmã e também não tinha certeza se ele seria capaz disso.

Muitas coisas passaram por minha cabeça me deixando confusa e preocupada, Carl não estava ali e eu não tinha a mínima ideia para onde ele poderia ter ido.

Que droga Carl! Que droga!

Ouvi uma movimentação de alguns arbustos e me senti totalmente perdida naquele momento, eu não tinha nenhuma arma comigo e se fosse um errante como eu iria conseguir matá-lo quando minhas mãos estavam ocupadas segurando Judith? O que eu faria para me defender se talvez fosse alguma pessoa ruim ou... Ai Deus o que eu vou fazer?

A movimentação continuou e lentamente eu comecei a recuar sem tirar os olhos do local onde parecia ter alguém, envolvi Judith em meus braços tentando mantê-la o mais protegida possível naquele momento e mesmo que não tenha adiantado muito ainda sim o fiz. Senti meu cotovelo bater contra o veículo e continuei até conseguir da a volta.

Hoje deve ser o nosso dia de sorte pessoal! Um cara saiu de trás do ônibus com suas duas mãos sobre sua cintura me olhando como se eu fosse um pedaço de carne a ser devorado.

Logo em seguida mais cinco homens apareceram me deixando totalmente cercada e sem nenhuma opção de fuga naquele momento.

Um sexto homem apareceu e junto dele Carl que estava com suas mãos amarradas e sua boca amordaçada. Eu não tive tempo de reagir ao vê-lo, um dos homens se aproximou de mim ficando na minha frente e antes mesmo que eu pudesse pensar em alguma coisa ele tirou Judith dos meus braços a segurando sem jeito em seu colo.

A menina deu uma chorada e logo parou quando ele deu o pingente de sua corrente de prata para que ela pudesse brincar.

Rapidamente outro homem se colocou na minha frente me segurando pelos ombros e forçando meus braços a ficarem juntos para que eles pudessem amarrá-los também. Eu tentei reagir e quando o fiz senti o cano frio de uma arma tocar a minha cabeça e em seguida o som dela sendo destravada.

Se tentar qualquer coisa, eu juro que estouro os seus miolos aqui mesmo coisa linda! A grossa voz do mesmo homem que havia me amarrado cortou todos os meus pensamentos me deixando totalmente imóvel naquela situação. Olhei rapidamente para Carl e depois para Judith que parecia estar distraída demais com a corrente daquele homem e me senti culpada por aquilo estar acontecendo.

Se talvez eu não tivesse agido como uma idiota, talvez não estivéssemos passando por essa merda que estávamos passando.

Estávamos ferrados!

Vamos sair daqui logo e levá-los com a gente!

Vi um dos homens acertarem a cabeça de Carl com o cano da arma e logo em seguida senti a mesma coisa, minha visão ficou totalmente confusa e embaçada e a última coisa que eu consegui entender antes de tudo ficar escuro foi o som alto e inconfundível do choro de Judith.

 

...

 

Quando abri meus olhos a primeira coisa que senti foi uma dor forte em minha cabeça vindo do local onde eu havia sido acertada antes, notei que eu estava dentro de um quarto de criança; um menino para ser mais exata. A janela estava aberta e o dia continuava claro, acho que não fiquei tanto tempo apagada e isso de certa forma era uma coisa boa –ou não–.

Senti alguma coisa se mover atrás de mim e quando pensei em gritar ou tentar alguma outra coisa, vi que era Carl quem se mexia parecendo estar totalmente desconfortável na posição em que estávamos no momento.

Carl! Chamei um pouco menos tensa ao saber que ele estava bem e o que era ainda mais importante vivo. Ele virou a cabeça o máximo que pôde me olhando com o canto do olho e sorriu um pouco mais aliviado também.

Cadê a Judith? Ele perguntou agora com seu tom mostrando total preocupação pela irmã, olhei para os lados procurando algum sinal dela e não a vi. Voltei a ficar preocupada.

A gente precisa sair daqui! Falei tentando moveu meus braços. Já deu pra notar que eles não são gente boa e que provavelmente vão tentar alguma coisa com a gente!

Carl se moveu também fazendo seu corpo ir para frente e conseguindo me machucar um pouco por causa do movimento que ele fez, mordi o lábio segundo um palavrão que por muito pouco não saiu da minha boca e tentei ignorar a dor que senti naquele momento continuando a me mover também.

Paramos quando percebemos que nada daquilo estava de fato tendo algum resultado, a corda que nos mantinha amarrados estava já nos machucando e quanto mais nos movíamos, mais apertada ela parecia ficar. Tirei o peso do meu corpo sentindo o chão duro do quarto já começar a me incomodar, mexi o corpo um pouco tentando tirar aquele desconforto que sentia por estar naquela mesma posição o tempo todo e tentando também tirar um pouco da dor que sentia em minhas coxas por estar tanto tempo sentada. Comecei a ficar impaciente por estar naquela mesma posição por tanto tempo, movi minhas pernas tentando me distrair com alguma outra coisa e tudo o que consegui foi ficar ainda mais impaciente. Olhei para meus pés e finalmente me toquei que eles não estavam amarrados como nossos braços estavam.

Carl, suas pernas estão amarradas? Perguntei virando meu rosto para tentar olhá-lo.

Não, por quê? Ele respondeu com outra pergunta.

Mordi o lábio novamente tentando bolar um plano para conseguir sair daquele quarto.

A gente pode conseguir sair daqui sem usar as mãos! Falei. Podemos tentar ficar de pé e procurar por alguma coisa que consiga cortar essa corda, assim vamos conseguir sair daqui!

Não era o melhor plano do mundo, mas pelo menos era alguma coisa que poderia talvez funcionar.

Mas e a Judith? Não vou deixar a minha irmã aqui com eles!

Revirei os olhos.

E não vamos Carl, mas antes de querer tirar ela daqui precisamos arrumar um jeito de conseguir nos soltar antes para poder pegar ela! O olhei com o canto do olho. Precisamos dar um jeito de sair daqui antes que eles tentam alguma coisa com a gente!

— Está bem. — Ele respondeu balançando a cabeça. — Vamos tentar fazer isso logo!

Começamos a nos moveu, primeiro de um jeito muito desengonçado e depois de um outro jeito que tornou a me machucar. Demorou alguns minutos para que pudéssemos conseguir pelo menos ficar de joelhos no chão e bufei um pouco irritada por perceber que isso não seria tão fácil assim como pareceu na minha cabeça; Movi uma perna pedindo que Carl fizesse o mesmo que eu e logo em seguida movemos a outra perna juntos

até que finalmente conseguimos ficar de pé.

— Não acredito que deu certo! — Sorri quando conseguimos finalizar a primeira parte do plano. — Carl vamos tentar...

— Vou colocar a menina junto com os outros! — Ao ouvirmos a voz de um dos homens que haviam nos levado para aquela casa, na mesma hora senti Carl se jogar no chão me levando junto com ele e fazendo com que eu batesse meu corpo com força no chão.

Xinguei o projeto de xerife mentalmente por fazer aquilo e por ter me machucado pela terceira vez.

Assim que sentamos no chão novamente ficando do mesmo jeito que estávamos antes, a porta se abriu e um homem alto e loiro entrou no quarto segurando Judith no colo. Ele puxou um cercadinho para bebês e o colocou ao nosso lado colocando Judith dentro dele logo em seguida.

— Nos divertimos muito com você... — Ele riu sozinho. — Só precisar parar de ser tão chorona assim!

Ele andou de volta para a porta do quarto e olhou para onde eu e Carl estava amarrado e deu uma piscada com um olho para mim, fiz uma careta virando meu rosto para o lado olhando para Judith e tentando ver se ele fez alguma coisa com ela.

— A gente não tocou nela menina! — Ele disse me fazendo voltar a olhar para ele. — Mas não podemos garantir o mesmo quanto a vocês dois...

Dito isso ele sorriu uma última vez saindo do quarto e fechando a porta logo em seguida batendo-a com força e nos deixando sozinhos novamente.

 


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