A Reunião dos Heróis escrita por MaçãPêra


Capítulo 16
Não Tão Lucian Assim


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoaaaaal! Mesmo em semana de provas, consegui terminar esse cap cedo!
Agradeço pelos comentário de Misses Ghost, aninha Prior e RR Chase!
Vamos ver se Ted e Zeke vão se safar dos problemas de dois caps atrás...
Espero que gostem!



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P.O.V. Ted

Eu não sei se foi intencional, mas a frase irônica de Dolores Umbridge tinha um duplo sentido.

Somos todos Trouxas. Trouxas porque não somos bruxos. Trouxas porque caímos nessa armadilha feito ratos.

– Como... – A cabeça de Zeke já está completamente visível, ele parece aterrorizado e confuso. – Como você...?

Nesse momento, meu cérebro trabalha a mil tentando pensar em várias coisas diferentes: Por que todos esses guardas estão desmaiados no chão? Como Dolores nos encontrou? Onde estão Remo e Rachel? O que aconteceu com Percy? Como vamos recuperar a Mensagem do outro lado da sala?

Como nós vamos sair daqui, sem que alguém precise morrer durante o processo? Pergunto-me, olhando para a varinha que aponta diretamente para a cabeça de Ian. Sinto um nó se formar em meu estômago.

Primeiro penso na foto. A foto que Ana Bia tirara hoje mais cedo. Descarto essa ideia. Primeiro porque não imagino a velha cara-de-sapa nos procurando em uma Rede Social. Segundo porque se ela tivesse visto a foto, não poderia nos reconhecer, já que nunca viu nenhum de nós. Ou será que já?

Ian, Percy e Rachel. Nenhum deles veio do mundo bruxo. Como ela poderia reconhecê-los?

A mulher dá uma risadinha fina e irritante. Ela nos olha com um sorriso maléfico.

– Vocês adolescentes são tão descuidados! – riu ela. – Foi muito irresponsável mostrar a marca em frente a uma das câmeras de segurança do hotel.

A Marca! Percy possuía uma tatuagem nas costas!

Dolores devia estar vigiando as câmeras de segurança de Brasília até encontrar Percy indo para a piscina. De acordo com Remo, somente os personagens dos livros têm essa marca egípcia nas costas. Umbridge deve saber disso.

– O que você quer de nós?! – exclama Zeke, corajosamente.

– Minha tarefa para vocês dois é bem simples. – A mulher na tela ajeita algo fora do campo de vista da webcam de Ian. – Enquanto meus guardas derrotam seus amigos no meu quintal, vocês vão ficar aí, paradinhos, até meus seguranças aparecerem.

Tenho que controlar minhas emoções para não demonstrar minha surpresa. Dolores disse “seus amigos” no plural... Ela acha que Rachel está no quintal, com Percy!

Uma pontinha de esperança se acende em mim. Se a garota-oráculo permanecer escondida... Preciso dar mais firmeza a essa afirmação.

– Seus guardas nunca vão derrotar Percy e Rachel! – digo. Zeke me olha de soslaio, entendendo rapidamente o que estou fazendo.

– Eles são mais poderosos do que você imagina – afirma Zeke para Dolores, encarando-a com firmeza.

– A esperança de vocês me enjoa – diz a bruxa, com desgosto. – Sua corajem pode afastar meu Dementador, mas minha varinha continuará apontada para a nuca do seu amigo.

Tenho vontade de vomitar toda a minha esperança na cara dessa vaca.

– Você enviou vários Dementadores para nos procurar em Salvador – digo, percebendo que essa conversa pode gerar muita informação valiosa -, mas só encontramos um deles aqui.

– Como vocês acham que me envolvi em toda essa tecnologia? Como vocês acham que eu tenho todos esses guardas, sistemas de segurança e poder político? Tive que trocar muitos dos meus preciosos por conhecimento e poder. Por sorte, tenho uma amiga que tinha muito do que eu precisava, e eu tinha o que ela queria.

Uma amiga? Seria uma personagem? Se Dolores realmente depende de tecnologia para proteger a Mansão, isso significa que...

– Sua magia está fraca. – Zeke completa meu pensamento. – Você não pode matar Ian.

Fico satisfeito com a cara de irritação em Umbridge. Ela esperava que não soubéssemos desse pequeno fato. Infelizmente, para mim, ela reabre seu sorriso diabólico.

– Tem razão, eu não consigo usar muitos feitiços, muito menos os poderosos, mas posso usar muitos outros feitiços. Posso causar um grande estrago nele. Além disso, tenho Bernard – Dolores chama o homem ao seu lado. Ele esteve imóvel o tempo inteiro. Imaginei que ele seria uma espécie de guarda-costas - ele pode fazer o que for necessário.

Bernard - o guarda-costas - pega algo metálico do bolso da calça. O garoto Lucian começa a suar quando a pistola foi apontada para sua cabeça. Bernard dá um sorriso de satisfação. Ele parece bem disposto a apertar o gatilho, mas guarda a arma em seu bolso.

Fico realmente nervoso. Não posso me deixar abalar. Eu ainda tenho uma carta na manga.

– Bernard – chamo, atraindo a atenção do guarda-costas na tela – Você sabe quem essa mulher realmente é? Ela é uma bruxa. Ela se livraria de você tão facilmente quanto você pode matar meu amigo.

– Eu sei exatamente quem ela é. – A voz do homem é grave, tem um sotaque mais espanhol. – E sei, também, que minha senhora está do lado vencedor dessa guerra entre bem e mal. O que um bando de adolescentes descuidados podem fazer com uma bruxa poderosa e de alto respeito como a Presidenta Dolores Jane Umbridge. Vocês heróis nem sabem fazer um plano direito! Acham que entrar e sair seria tão fácil quanto brincadeira de criança? Heróis são estúpidos! Do outro lado dessa porta tem a preciosa Mensagem de vocês, mas vocês não podem entrar lá dentro. Sabem por quê? – O homem empurra bruscamente a cabeça de Ian para frente. – Porque seu “amigo” é tão Lucian, que não falou a senha pra vocês.

– Bernard... – alerta Dolores.

– Não se preocupe Dolores. Eles não sabem a senha. Eu conheço o clã do garoto, sei como os Lucians são. Ian é igualzinho à mãe.

Esse é um dos problemas, sem a senha, eu não posso abrir a porta para pegar a Mensagem ou qualquer outra porta para fugir. Se eu esperar demais, os guardas podem acordar ou talvez outros seguranças possam trocar a senha novamente. Mesmo se eu, milagrosamente, descobrir a senha, Dolores pode ordenar que Bernard atirasse em Ian. Não posso permitir isso, a menos que...

Observo atentamente a imagem na tela. Não no que acontece em primeiro plano, onde há Ian, Umbridge e Bernard, mas no fundo. Atrás deles tem uma cama, e atrás da cama tem um armário. Vejo esse armário se abrir levemente, fechando-se logo em seguida. Ninguém deve ter percebido isso – os três na tela estavam de costas para o armário. Rachel está dentro do armário, preparada para agir.

Agora só preciso saber a senha. Qual é a senha mais pro...

Diversos pensamentos diferentes surgem em minha cabeça, tudo ao mesmo tempo, como se tudo o que tivesse acontecido hoje fosse processado de uma vez só. Uma grande luz acendeu-se em minha mente.

Lembro-me do que Ian disse no carro voador, quando ainda estávamos em Salvador: “Espionagem é como a data do aniversário, você aprende e nunca esquece. Deve ser por isso que é tão fácil descobrir a senha do Facebook das pessoas...”.

O que o garoto me dissera no hotel passa quase ao mesmo tempo em que o pensamento anterior: “Vou mudar a senha para... Qualquer coisa com três dígitos”.

Mas, antes, ele dissera outra coisa. Foi em um momento de distração em que ele não havia percebido minha presença no quarto: “Existem coisas mais importantes que o dia do aniversário”.

Logo depois, o garoto dissera que não concordava mais em muitas das coisas que a mãe dizia.

“Sei como os Lucians são. Ian é igualzinho à mãe”, dissera Bernard. Se eu estiver certo, então o guarda-costas de Ian está muito errado. Ian pode não ser mais tão Lucian como era antigamente. Algo mudou sua cabeça.

Aproximo-me da tela ao lado da porta dupla que leva à Mensagem. Troco a imagem do quarto de hotel pela a que tem um teclado. “Digite a senha”.

– São mais de um bilhão de possibilidades diferentes – diz Bernard pelo aparelho em meu ouvido – e vocês têm somente duas chances, antes da entrada ficar bloqueada por mais trinta minutos. Se você conseguir, Ted, eu como meu chapéu.

Sinto algo estranho na voz do homem, só não sei exatamente o quê. Acho que foi algo em seu sotaque. Só sei que aquilo me encheu de determinação. Olho para todos aqueles números, letras e símbolos no teclado.

Eu não posso estar errado. Tem que ser isso.

Coloco a primeira letra.

Se minha suposição estiver errada, vou pedir um chapéu emprestado para Bernard e comê-lo eu mesmo. Será que Ian realmente mudou? Será que ele não é mais o garoto manipulador e insensível que já foi?

Digito a segunda letra.

Senti os olhos de Zeke em mim. Sou sua única esperança. Rachel precisa agir bem rápido se eu estiver correto. Por favor, tenho que estar certo. Tenho medo de imaginar o que pode acontecer se a porta não abrir.

Respiro fundo e pressiono levemente a terceira e última tecla.

Amy.

A porta dupla faz um clic. Abri-a, encontrando uma pequena sala com uma mesinha. Em cima dessa mesinha tem um pedaço de papel velho, meio amarelado. A Mensagem. Pego-a sem ver o que tem. Viro-me para a tela, que mostra uma Umbridge furiosa e um surpreso Bernard.

– Se você se mover um passo...

Dolores começa sua ameaça, mas não chega a completá-la. Rachel sai do armário de repente. Vejo-a mexendo os lábios, gritando alguma coisa, apesar de eu não poder ouvi-la. O que quer que ela tenha gritado deve ter ativado um feitiço, pois um travesseiro sai voando de algum lugar da cama e atinge Bernard em cheio. O homem perde o equilíbrio enquanto o travesseiro o ataca repetidas vezes e acaba caindo em cima de Dolores. Ian fora arremessado para frente, atingindo o notebook e perdendo a conexão conosco.

– Temos que sair daqui – alerta Zeke -, agora!

Vejo o motivo de Zeke estar preocupado: um guarda tinha acordado. Ele ainda está deitado e move-se muito devagar, mas tinha sacado uma pistola e está virando-a lentamente em nossa direção. O homem tem que fazer esforço para colocar o dedo no gatilho.

Não tenho onde me esconder. Tudo passa muito lentamente. Zeke pega seu pote de Nutella e arremessa na direção do guarda no chão. O pote voa em câmera lenta. O homem aperta o gatilho.

Levanto meu braço para proteger meu rosto, sabendo que era um gesto inútil. Por um milagre, a bala acerta o pote de Nutella no ar, desviando seu percurso. Em um segundo, estavam todos cobertos de Nutella.

A sorte deve estar ao nosso favor, pois o guarda volta a dormir. Zeke vai até ele e pega a arma de sua mão.

– Vamos.

Saímos correndo em direção a uma porta diretamente à direita de onde estávamos. Essa porta também precisa de uma senha para ser aberta. Digito “Amy” rapidamente. Atravesso-a, me deparando com uma escada vertical de metal que sobe até um alçapão.

Meu corpo está cheio de adrenalina. Nem percebi que já estava do lado de fora da Mansão. Até ver a cena.

Percy está protegido em um pequeno escudo de água, atirando jatos eventuais em três outros guardas que usam um grande escudo de material resistente para se proteger dos jatos. Eles estão lado a lado, cobrindo a distancia que há entre eles e o filho de Poseidon.

– Está carregada. – Zeke segura a pistola que roubara com as duas mãos, as pernas levemente afastadas uma da outra, uma mais a frente. Ele mira no guarda da esquerda.

– Aquele lance da Nutella foi pura sorte. Você não acha que consegue...

Zeke atira... E acerta de raspão na perna do guarda em que mirava. O homem grita e cai de joelhos. O que está ao seu lado se distrai e é atingido por um jato de água. Percy utiliza o máximo do poder que tem no último segurança, acertando-o com um grande e potente jato de água. O coitado nem tem chance e “sai voando”, caindo desmaiado em um arbusto.

Percy está tão branco que não fico surpreso quando ele cai para frente, sem forças. Corro em sua direção e ajoelho-me a seu lado.

– Cara. Se você tivesse esperado mais um pouco para atacar... – repreendo-o.

– Não... – Percy está bastante fraco. Percebo isso, pois seu braço treme quando tenta se levantar. Por fim, ele senta na grama. – Eles não me descobriram porque eu ataquei cedo.

– Você ainda estava invisível quando eles o descobriram? O que houve? – pergunta Zeke.

– Depois que bebemos a poção, se segurarmos um objeto, seria como se ele estivesse flutuando. Por isso eles sabiam que eu estava invisível. – Percy tosse, saindo água de sua boca. O semideus está tão fraco que não consegue manter-se seco.

– Droga, Percy. – Imagino um galho de arvore flutuando. – Por que você cometeu um erro tão idiota como esse?

– Por causa disso. – Percy tira algo de seu bolso traseiro. Um boné azul, com as letras “N” e “Y”, uma letra por cima da outra.

– Conheço esse brasão... – digo. As letras “N” e “Y” lembram New York, mas não é somente isso.

– Esse é... – começa Zeke.

– Um boné dos Yankees – completa Percy. Ele põe o boné na cabeça e desaparece instantaneamente – O Boné dos Yankees. – Ele tira o boné e reaparece. - Acho que Annabeth esteve aqui.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Para quem não conhece The 39 Clues. Amy seria a protagonista feminina da Saga. Ian meio que tem sentimentos coflituosos em relação a ela... Sem dar SPOILER.
Mas para quem já leu... Vou relembrar que essa fic se passa antes dos acontecimentos de Cahill Vs. Vespers (Nem li ainda...)
Onde está Annabeth?
Rachel, Ian e o travesseiro conseguem enfrentar Bernard (personagem original) e Dolores?
Quais conclusões podemos tirar pelas informações preciosas dadas por Dolores? Quem é a amiga dela?
Espero que tenham gostado!
:):):)