I'm a mess escrita por Novaes


Capítulo 15
Why you keep torturing yourself with this?


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, eu sei, eu sei, eu não deveria demorar tanto, 16 dias depois. Mas prometo que dessa vez, eu vou ter mais tempo, estou viajando agora que saí do hospital, estou na praia e aqui me dá inspiração por isso um capítulo tão grande como esse. Eu sei que sou muito demorada, e fico enrolando muito, mas prometo que os vingadores vão aparecer logo. Só queria que eles chegassem quando Stark e Elena finalmente se entenderem – sim, lá se foi um spoiler – mas muita coisa vai acontecer e eles vão pegar os caras e entender direito o porquê de tudo isso.
Mas eu queria dizer que eu espero que as férias de vocês estejam ótimas, que vocês tenham passado na faculdade – para os que fizeram Enem – e que sei lá, vocês estejam felizes, porque a única coisa que quero de vocês é que vocês sejam felizes – e claro, nunca me abandonem – eu sou muito protetora com todos vocês, amo muito vocês! Eu estava – estou – com saudades, espero que entendam a demora, e sei lá, vocês são meu porto seguro, obrigada por me aguentar. Vamos lá ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Foi uma das notas iniciais mais breves que fiz porque vocês não precisam ler, mas eu realmente só queria dizer isso, seja feliz, hoje e sempre, qualquer coisa vocês falem comigo que eu sempre vou responder okay? Amo vocês de verdade.
Agradecimentos - Princesa Mestiça, Galadriel Lovegood, MariaClara seja bem vinda baby, Hannah Beckett ♥



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P.O.V Elena

Stark não era nenhum pouco modesto e tirou sua Ferrari para sairmos, eu disse que não tinha necessidade, que poderia mesmo andar a pé, mas Tony pretensioso como sempre insistiu no carro e ele me vence pelo cansaço. O que é incrível porque nunca achei alguém que eu apenas aceitasse porque não aguentava mais brigar, mas Tony mais uma vez chegou à minha vida provando do quanto eu estava errada em muitas coisas.

É, realmente, Tony Stark é o cara que sempre vai vencer você pelo cansaço.

Ele saiu em alta velocidade no carro.

— Você está tentando matar a gente? – Perguntei colocando o cinto com dificuldade.

— Tem medo de carro e velocidade? – Ele rebateu olhando para mim de relance e acelerando mais.

— Primeiro, não responda uma pergunta com outra, e segundo, não, eu não tenho medo, Stark. Mas dessa maneira, você vai fazer nós dois sermos presos por sei lá, excesso de velocidade e todas essas coisas – Retruquei olhando para ele enquanto finalmente consegui colocar o cinto.

— Como se você nunca tivesse sido presa antes – Ironizou Tony.

Revirei os olhos.

— Isso de você ficar puxando ficha criminal minha não foi legal, Stark. E sim, me importaria em ser presa de novo, e você não pode julgar porque não foi nada demais – Murmurei enquanto olhava pela janela a cidade de New York passar por mim.

— Claro, desacato a autoridade, você foi encontrada com posse de drogas, Lena. Isso são crimes sim! – Ele exclamou querendo ser o dono da razão.

— Desacato a autoridade, bebendo quando era menor, e nunca encontraram aquelas drogas, eu apenas estava com pessoas que estavam com drogas, não estava com as drogas – Respondi, mas mesmo assim, não tinha por que responder, aliás, ele sabia muito de mim, isso me incomodava.

— Mesmo assim – Ele murmurou dirigindo rápido e olhando pelo retrovisor.

— Eles tiveram que me liberar, aliás, nunca ninguém colocou isso na minha ficha, Tony. O que diabos você estava fazendo perguntando por ai sobre mim? – Questionei e ele deu de ombros, senti que estava tenso e resolvi olhar dessa vez pelo retrovisor, enquanto Tony fazia uns movimentos pela rua, percebi que o carro de trás fazia o mesmo. – Oh oh, estamos com problema não é?

Tony assentiu enquanto movia para o lado e para o outro no carro.

— Elena, ligue para JARVIS naquele botão ali e peça informações e que mande a armadura – Ele pediu enquanto tirou os óculos e jogou no banco traseiro do carro enquanto eu fiz o que ele pediu.

— SRTA. STARK, o que posso fazer para ajuda-la? – Perguntou Jarvis enquanto Tony ria de lado debochado. Mais uma vez fiquei incomodada por causa do apelido.

— Corte essa de “SRTA.STARK” – Resmunguei. – Precisamos de um favor seu. Tony e eu estamos sendo seguidos por um Maybach 57 S, precisamos que você mande a armadura do Tony agora – Eu pedi e JARVIS concordou desligando.

Tony me olhava surpreso. Eu virei o rosto dele delicadamente.

— Preste atenção na estrada – Murmurei enquanto tirava a mão do rosto dele.

— Você entende de carros? – Ele me olhou ainda surpreso fazendo questão de olhar para a estrada e para mim, como se precisasse saber da minha reação.

— Sou sua filha, não é? – Resmunguei de mau gosto.

Não tive coragem de encarar Tony pela primeira vez, mas o olhei de relance e ele estava sorrindo.

— Tony, olhe para isso. O carro sumiu – Apontei para o retrovisor e vi que ele checava, diminuindo finalmente a velocidade do carro.

— Acho que agora podemos almoçar – Ele falou sorridente e eu assenti enquanto o observava ligar para JARVIS e suspender a armadura.

Paramos num restaurante beira de estrada, não era ruim, só não era um restaurante chique, como pensei que Tony levaria, e sim, ele conseguiu levantar mais um ponto comigo, eu nunca daria bem com toda a atenção que eu sei que ele recebe, e ele resolveu ser discreto, e eu prefiro sim, um restaurante beira de estrada com uma boa comida do que um restaurante chique no ponto mais famoso de New York com pessoas babacas e comida ruim.

Ele estacionou o carro e vi uns garotos observando o carro de Tony enquanto entravamos no restaurante e eu sorri.

— Você gosta mesmo de chamar atenção, Stark – Disse e ele sorriu como sempre.

— O que posso fazer? Sou bom com crianças – Ele falou ajeitando o colarinho da blusa.

Eu ri irônica.

— Claro, querido pai, minha infância foi ótima, aposto que a sua também – Resmunguei irônica enquanto Tony riu abertamente.

Sentamo-nos numa mesa distante no canto enquanto Tony resolveu pedir cheeseburgers com muito refrigerante para a gente.

— Então, o que achou do lugar? – Perguntou curioso e ansioso.

— Eu sei lá, bom? Eu acho. É comida, então isso que importa, e por que diabos você está ansioso todo o tempo, Stark? – Questionei o encarando.

Ficamos um tempo sem falar nada. Não tirei os olhos deles, e ele fez o mesmo. Parecia que não sabia direito o que falar, ou como agir quando estava comigo.

— Como está sua mãe? – Ele fez de novo aquilo, respondendo com outra pergunta.

— Tony, não é válido isso... Você não pode responder uma pergunta com outra, eu já disse – Falei olhando pra o lado e voltei a fita-lo.

Ele fez um breve barulho com a boca como se estivesse confuso.

— Como está sua mãe? – Ele insistiu na pergunta.

— Isso não vale, Stark –Insisti como ele.

— Como vai sua mãe? – Ele perguntou mais uma vez.

Teimoso, pensei.

Fechei os olhos.

— Por que diabos fica se torturando com isso? –  Praticamente gritei. – Acabou Tony, siga em frente. Já foi, já era. Pare de se torturar, por favor – Pedi, e foi a coisa mais sincera que já pedi a alguém, foi algo comparado quando pedi para minha mãe deixar meu suposto “ex-pai” quando ele tinha agredido tanto que eu estava com as pernas roxas.

Meus olhos encararam os deles que estavam fechados. Pude sentir a dor de Tony pela primeira vez, eu sei muito bem o que é ser abandonada, mas também sei como é estar arrependida, e Tony está lutando muito por dentro. Sei que sua cabeça está travando uma guerra, e ele está perdendo. E se odeia por ter me deixado.

Por isso não quero ficar aqui e que ele talvez possa nutrir sentimentos por mim, acontece que não sou o tipo de pessoa que nutre sentimentos ou fica em algum lugar por muito tempo, porque no fim das contas, eu vou machucar ele, todos eles.

— Ela era boa? – Ele perguntou ainda com os olhos fechados.

Com um movimento automático e sem pensar eu segurei sua mão e ele abriu os olhos. Seus olhos tristes e cansados.

— Ela era a melhor – Respondi breve tirando as minhas mãos das deles, mas ele as puxou de volta.

— Elena, por favor... Deixe-me entrar – Ele pediu.

— Pare de ser melancólico, Stark – Pedi tentando parecer irônica.

— Por que você está me empurrando tanto? Por favor, eu...

— Eu vou machucar você, Tony. Muito! – Dei ênfase no “muito”. – E essa é a última coisa que quero fazer.

— Eu sou seu pai, eu...

— E poderia ter sido um pai incrível, Tony, mas... Não para mim, você vê? Eu não consigo nutrir sentimentos por ninguém, não consigo ficar fixo em algum lugar, não consigo ser uma pessoa boa. Você não iria gostar do que tem para ver aqui dentro – Fui sincera, tive que ser, ele precisaria entender o por quê.

— Não vou desistir de você – Retrucou Tony.

— Não tente, eu estou avisando – Avisei para ele.

Nossos pedidos chegaram e a conversa parou, como nosso clima para qualquer tipo de outra conversa, comemos em silêncio e saímos rapidamente.

— Carro legal – Gritou um garotinho que estava com uma bola na mão.

Tony apenas acenou com a cabeça, envergonhado sem saber o que fazer.

Assim que entrei no carro, ele deu partida.

O silêncio tomou conta do ambiente, e quando eu penso que o silêncio não pode ficar de um jeito pior, ele se torna ladrão de oxigênio, como se estivesse ruim para respirar. Era constrangedor, eu estava envergonhada, e pela primeira vez enquanto estive falando algo, me sentindo um lixo.

Fechei os olhos encostando minha cabeça no vidro. E foi como um piscar de olhos, acho que era um flashback, ou algo bem parecido com um.

Flashes rápidos de como minha vida costumava a ser, minha mãe, minha irmãzinha chorando e o tal do namorado dela gritando com ela, e de repente, como de costume, ele acerta um tapa na cara dela, e eu apenas com 13 anos, fui atrás dele e dei um chute nele, não teria sido a primeira vez que tinha batido em alguém, principalmente um namorado da minha mãe, ele se virou tão furioso comigo, me enforcou levantando-me na altura da parede, e foi quando eu realmente percebi, assim que eu virei para minha mãe e vi ela sentada no chão chorando, sem fazer nada, enquanto o seu suposto namorado tirava a vida tão frágil da sua garotinha e ela não fazia nada, ela só estava ali, sentada. Eu me esforcei para não apagar e olhei para o lado com dificuldade sem conseguir não encarar os olhos daquele cara, e vi na mesa uma garrafa de Vodca provavelmente cheia, então eu resolvi esticar meus braços que não eram tão longos na época e consegui pegá-la, batendo em cheio na cabeça do cara que caiu desmaiado.

Os flashes foram rápidos, lembrei-me que cai no chão enquanto minha mãe chorava e minha irmã gritava enquanto eu tentava me manter acordada, mas era difícil. Passei as mãos pelo pescoço e tudo doía.

Senti as mãos de Tony sobre as minhas, ele percebeu que eu não estava mais ali, abri os olhos e me sentei direito no banco esperando chegar logo na mansão.

— Precisamos achar quem estava seguindo a gente – Falei apressada.

— Eu acho que você precisa descansar – Ele sugeriu.

— Tony, o que eu preciso, é que isso acabe –Falei irritada.

— Você está exausta, Elena. Não discuta, apenas vá descansar quando chegarmos, até uma pessoa qualquer na rua pode ver que está exausta. Quanto tempo não consegue dormir? – Ele perguntou.

Poderia dizer algo como: isso não é da sua conta.

Mas já cansei desses joguinhos.

— Okay, Tony. Você venceu – Murmurei.

Não sei como ele aceitou essa resposta, mas não quis dizer só sobre o cansaço.

Chegamos rapidamente e eu fui logo subindo no elevador, tinha quase certeza que me perderia, mas mesmo assim, Tony veio atrás de mim em passos longos porque eu também estava andando rápido, cheguei ao andar batendo as portas.

Rapidamente achei o corredor do meu quarto rapidamente e abri logo me sentando na cama. Eu não sei o que estava acontecendo comigo, preciso... Preciso respirar, o ar parece que ficou mais pesado, está difícil respirar. Preciso de algum remédio.

Vasculhei as coisas do banheiro derrubando algumas sem querer e achei um remédio qualquer logo, tomando-o.

As memórias estavam voltando de novo.

Pisquei os olhos, numa falha tentativa de afastá-la da minha mente.

Deus, o que está acontecendo? Sempre fui tão boa nisso. Em esconder, em não ligar. Mas agora... Céus, o que diabos está acontecendo comigo?

Sentei-me no chão colocando minha cabeça entre as pernas e respirando fundo. Vamos lá, Elena. Você consegue, se esforce. Você consegue.

Escutei alguém abrir a porta e falar alguma coisa sem sentido, eu tenho certeza que é Tony, mas continuei respirando.

— Escutei alguma coisa quebrando, você está bem? Elena? Elena, você está bem? - Ele perguntava demostrando à preocupação clara em sua voz. Mas não conseguia responder.

Percebi que ele se sentou na minha frente e segurava firme em minhas mãos enquanto eu ainda respirava fundo.

— Elena, respire, você está bem. Você está a salvo – Ele falava enquanto fazia carinho em minha mão.

Apenas pare, pare Tony.

Num ato involuntário, Tony me envolveu em um abraço caloroso, mas que ainda assim demostrava muitos sentimentos envolvidos. Um deles era saudades, é, ele poderia falar de saudades através daquele abraço. O que ele queria dizer para mim de falta, de saudades, estava tudo naquele abraço.

Tony é um cara tão legal, e eu consigo ser tão idiota.

Não consegui reagir, fiquei com os braços pendurados para baixo enquanto ele me apertava mais.

Não era ruim, era desconfortável estar ali na minha posição de quem nunca é abraçada. Ou pelo menos, numa foi dessa maneira. Foi um ato tão involuntário, mas tão voluntário ao mesmo tempo. Não sei explicar.

Tony poderia não ter feito isso, mas fez. Não estou triste, ou com raiva, estou cansada.

Depois de um tempo que ele me envolveu no abraço e eu fiquei imóvel como uma estátua. Ele quebrou o abraço e se sentou ao meu lado. Ficamos em silêncio, e não aquele silêncio do carro ou da lanchonete, um silêncio bom.

É quase impossível ver Tony sem palavras, mas ele estava, e eu também.

— Obrigada, Stark – Agradeci sem olhá-lo.

Mas senti que ele estava sorrindo. Olhei de lado e estava certa.

Eu sei que a descoberta de eu ser a herdeira perdida do Stark foi uma surpresa, mas mesmo assim, percebo que eu amoleci seu coração. Mas espero que ele saiba que de nenhuma forma, ele vai fazer isso comigo.

— Eu fiz o que tive que fazer – Ele respondeu ainda sorrindo.

— Tire esse sorriso ridículo do rosto – Brinquei e ele me empurrou de lado com os ombros, levemente.

— Eu acho que você deveria descansar agora – Ele falou se levantando. – Não vai quebrar a casa, vai? – Ele voltou olhando para mim.

Fingi rir.

— Muito engraçado – Falei me levantando e deitando na cama. – Sugiro que feche a porta, Stark. Obrigada – Completei me deitando.

Não demorou muito para eu cair no sono, vai que o remédio finalmente tinha efeito ainda em mim.


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Notas finais do capítulo

Amo vocês meus amores, que saudades...