Conta a lenda que as estações sazonais reinavam sobre a terra. As divindades invisíveis aos olhos dos humanos vigiavam-nos do céu. A cada instante a curiosidade do Verão, Primavera, Outono e Inverno aumentava. Precisavam de saber como era estar na terra e fazerem as coisas que viam os humanos fazerem. Mas como é que iriam descer dos céus e tornarem-se aceitáveis aos olhos dos humanos?

Não poderiam aparecer com as suas aparências. Os cabelos da Primavera eram verdes e longos como um manto de grama. Os olhos do Verão eram completamente azuis cristalinos, a sua pele brilhava como o sol. Outono era uma mistura de cores terrosas deixando um rasto de folhas secas atrás de si. Inverno era translúcido, cabelos pontiagudos formados por flocos de neve.

As estações foram implorar para o Ser Superior conceder-lhes uma maneira para visitar a terra. O desejo das quatro crianças era profundo, o Ser Superior comovido pela súplica atendeu ao desejo. Contudo tinha um preço, para manter o equilíbrio da terra deveriam seguir algumas terras. As estações apenas poderiam ir à terra por ciclos, um de cada vez.

Inverno foi o primeiro a descer à terra, o Ser Superior transformou-o em um urso polar. A estação mais hostil vagou pelas terras de ninguém solitário, andando lentamente por toda essa terra estéril.

Primavera apareceu quando o sol começava a aquecer a terra, em forma de andorinha voava sobre todo o céu rejubilando com alegria. Todas as formas de vida regressavam à vida depois do sono do inverno.

Verão trazia calor que iluminava todos os seres vivos com a sua vivacidade. Todos os animais, flores e humanos viviam intensamente a sua chegada. A felicidade exalava-se pela atmosfera. A pequena cigarra tocava a sua música para demonstrar satisfação.

Outono chegava morno e aconchegante. O esquilo coletava as bolotas e avelãs balacando-se por entre as árvores. Brincar nos montes de folhas multicoloridas era divertido. No alto das árvores o esquilo observava todos os humanos nas suas rotinas.

Cada vez que uma estação estava na terra as outras três regressavam para o céu, esperando pela sua vez. Apesar das três estações sentirem falta de uma ficavam feliz porque sabiam que a outra estação estava divertindo-se na terra.