Lembranças - Dramione escrita por Licia


Capítulo 17
Tudo que eu quero


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas,

Eu não sei bem muito o que dizer, talvez a melhor explicação seja de que eu não gosto mais dessa história, ás vezes quando tenho que ler algo novamente para me lembrar de algum detalhe, faço isso a muito custo, porque não sei, só não gosto do que eu escrevi, mas de qualquer maneira não se preocupem, eu vou terminar a história e digo que não vai demorar muito, estamos na reta final e bem, é isso... Me desculpem, não quero ser injusta nem nada com meus leitores e sei que vocês tem algum gosto pela história, enfim aqui está, agradeço mais uma vez a minha beta Thais Gomes, ou Isis como está aqui, ela sempre me ajuda e é incrivel, enfim espero que apreciem....



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Saiu, naquele dia, tão rápido quanto podia da instituição de Villeardium, mesmo que segurasse um livro dos efeitos da Magia no corpo humano e tivesse inúmeras duvidas para com seu professor mais carrancudo e que por vezes não dava ouvidos a ela, Ethan Boleveau  e esse fosse justamente o dia em que ele estava disposto a tirá-las. Mas às duvidas e perguntas poderiam ficar para depois, pois Hermione tinha em seu coração uma sensação e angustia tão fortes que por vezes se viu divagando na aula.

Não era a primeira vez que aquilo acontecia, nas primeiras vezes que voltara a assistir aulas, depois de quase cinco meses afastada, saiu no meio delas incontáveis vezes com uma sensação de peso em seu coração. É claro que não seria diferente, sua mãe demorara semanas para convencê-la de que ela não seria uma mãe horrível se caso se ausentasse por duas ou três horas para assistir umas poucas aulas. ‘Eu cuidarei deles, Hermione. Olharei e não deixarei que nada aconteça a eles’ lembrava-se dela dizer isso e de seu pai concordar, sempre acrescentando que ela não estaria longe e qualquer coisa alguém a chamaria. Em um primeiro momento, Hermione recusou veemente dizendo que não, que jamais abandonaria seus dois bebês recém-nascidos sozinhos, mas a mãe insistira tanto e dissera tantas coisas mais que finalmente fora.

Na primeira aula Hermione não durou nem cinco minutos e já voltou para casa e assim foi, cada vez durava mais alguns minutos até a preocupação ser quase desesperadora e ela voltar para casa e em todas essas voltas percebia que de fato sua mãe sempre estava olhando Orion e Scorpius e eles de fato estavam dormindo tranquilos e calmos. Com o tempo, embora grande parte dela ainda tivesse uma preocupação descomunal, uma confiança de que estava tudo bem tomara conta dela e passara então a assistir as poucas aulas e estudar nas horas que podia, pegara duas matérias somente, das cinco ou até seis que poderia, mas aquilo não a deixava triste, os amava tanto, tanto que mesmo que soubesse que se eles tivessem  vindo mais tarde, seria medibruxa mais rápido, não poderia ter arrependimentos, seu coração estava apaixonado e cheio de amor demais para que pensamentos de arrependimento e raiva de si mesma povoassem a sua cabeça, era de fato difícil, mas os amava e era o que importava no final de tudo.

Aparatou na rua de casa, mesmo não sendo longe aquela sensação ruim fez com que quisesse chegar o mais rápido possível no seu lar. Não aparatava dentro de casa, pois colocara inúmeros feitiços para a proteção dela, era um abito que pegara com a guerra e ainda não tinha abandonado por completo, e de fato temia pela segurança de seus dois bebês.

Sua rua tinha o mesmo aspecto silencioso de sempre e nada parecia fora da normalidade, a passos rápidos subiu as escadas e parou em frente à porta, não demorou para que uma face fosse se formando na entrada de suas casa, tinha ela um formato de coruja e os olhos fechados, logo a voz enfeitiçada, branda e tranquila soou em seus ouvidos.

— Qual seu propósito?

— Sou eu. – A porta em um clique se abriu. Colocara aquilo por insistência do pai, ele achava fascinante e de certa forma podia avisar-lhes de visitas indesejadas. Entrou no hall de entrada e colocou o casaco no armário da direita, olhou em volta e viu que sua mãe descia às escadas rapidamente, ela tinha um olhar um pouco desconcertado e assustado. Aquilo a deixou apreensiva.

— Hermione. – sua mãe deu uma longa pausa e a olhou duramente.

— Mãe. – Ela engoliu em seco e a sensação ruim cresceu nela. – Aconteceu algo? As crianças estão bem?

— Há alguém te esperando. – Hermione enrugou a testa.

— Quem está ai? Mãe você está me assustando... Aconteceu algo às crianças e você chamou Raul? -Ela não esperou resposta e subiu as escadas rapidamente. – Você me prometeu que me chamaria se algo acontecesse. – atravessou o corredor rapidamente e se reteve em frente à porta fechada do quarto dos filhos um instante para olhar para trás, porém sua mãe não estava ali como achou que estaria, dando pouca importância a isso, abriu a porta tão bruscamente quanto podia e se arrependeu disso no mesmo instante, Orion e Scorpius estavam dormindo e a última coisa que queria era acorda-los, mas de certa forma abri-la tão intensamente fez com que a pessoa que antes estava debruçada sobre o berço dos seus filhos se assustasse e virasse para ela tão rapidamente quanto um ser humano poderia.

 Ela não sabia um jeito de dizer ou processar isso facilmente, mas ver Draco Malfoy em pé a encarando à fez travar de ansiedade, angustia e medo. Ele tinha um aspecto quase igual a da última fez que o vira, a pose ereta e aristocrática, as mãos no bolso da calça de brim e a face quase impassível e dura, mas os olhos estavam um pouco diferentes, quase como cheios de dor, Hermione ficou os encarando pelo que pareceram horas. Não soube o que sentir... Raiva, tristeza, curiosidade? Por que ali? Por que agora? E afinal o que deveria sentir e o que ele estava fazendo ali depois de todo aquele tempo?  E será que sua mãe era doida a ponto de deixar qualquer estranho entrar no quarto de dois bebês indefesos, porque ela não conhecia Draco, conhecia? Droga esbravejou mentalmente, Hermione mostrara à mãe a maldita lembrança de Draco e ela na batalha final e Jane provavelmente o reconhecera, mas ainda lhe parecia muito estranho  sua mãe deixar alguém  de quem ela não conhecia nada entrar ali.

Ela voltou a encara-lo fixamente, seu interior dera uma reviravolta enorme e tinha vontade fazer com que em um passe de mágica ele desaparecesse e  simplesmente não tivesse que lidar com nada disso, mas depois de piscar uma, duas, três vezes Draco continuava ali em sua frente como um fantasma, como as lembranças que a seguiam todo o tempo, quis suspirar, mas preferiu continuar com a respiração travada. Ele não ia sumir, não ia e tinha que lidar com isso, de um jeito ou de outro.

— O que está fazendo aqui? – conseguiu sussurrar depois de algum tempo, Draco a olhou cético.

— Você sabe o que estou fazendo  aqui. – Ele trocou o peso do pé direito para o esquerdo e continuou encarando-a, seus olhos muito cinzas tinham nuances de cinismo, no entanto havia cansaço e de alguma forma conseguia sentir a decepção vinda dele, o que achou cômico.

 Ela queria fugir, porém se iam continuar aquela conversa, havia algo que precisava fazer. Vinha praticando feitiços não verbais havia algum tempo, por causa da profissão e tudo, Draco não pareceu se surpreender quando ela proferiu um abaffiato para que não acordassem Orion e Scorpius. Agora ela poderia gritar ou rir dele com aquela afirmação medonha, é claro que ela sabia que ele viera pelos filhos, afinal todo o bendito mundo bruxo sabia que ela tivera filhos, mas como, quando e porque aquela hora, não sabia, não fazia ideia.

— Não, eu não sei. Depois desse tempo todo, eu não faço nem ideia. – Hermione disse em um tom normal dessa vez, sustentando o olhar e deixando-o duro e impassível, repetindo a si mesma que não deveria deixar a raiva que começara assentir tomasse conta de si. 

— Nós vamos jogar esse jogo mesmo, Hermione. – Ele olhou para o Berço e ainda o encarando disse – Você sabe muito bem o que eu estou fazendo aqui. Você os escondeu de mim. – Ele continuou encarando o berço e ela sentiu a raiva efervescer dentro dela e então depois de um tempo Malfoy a encarou de novo e dessa fez havia muita raiva em seu olhar. – Com que direito, você escondeu MEUS FILHOS de mim?!

— Como pode ter tanta certeza de que eles são seus? – Draco jogou a cabeça para trás e riu. Hermione manteve a face tão impassível quanto podia, era fato que dizer algo assim era quase inútil, mas talvez ele pudesse acreditar naquilo e só ir embora, não se importava ou talvez quisesse se convencer disso a todo custo.

— Olhe bem para eles Hermione, parecem mais meus que seus.

— São bebes Malfoy, não tem traços bem definidos, poderiam ser filhos de qualquer um.

— Você não espera que eu acredite nisso. – Ele aumentou o tom da voz e o fino tecido da calça deixou com que percebesse que suas mãos estavam travadas. Draco chegou mais perto dela, Hermione ficou estática, com os braços cruzados, tentando permanecer o mais calma possível. – Eu sei fazer contas, Hermione. – Ela arregalou os olhos em incredulidade e o olhou. Se ele estava fazendo menção a contas sabia quantos meses que seus bebes tinham, e se ele sabia de algo que pouquíssimos sabiam, já que Hermione tratava de ser o mais discreta possível, isso queria dizer que ele a vinha seguindo há muito tempo.

— Você andou me seguindo?! – Ela disse olhando-o com uma raiva descomunal. O maldito havia vindo sondar, descobrir se os bebês eram filhos dele, talvez tivesse visto a maldita matéria no Profeta diário e desde então...

— E isso importa? Você escondeu meus filhos de mim. – Hermione que antes olhava para o chão tentando vasculhar algum momento em sua memória que se sentira seguida, levantou os olhos com ódio do homem em sua frente.

— Meus filhos, eles são MEUS filhos. – Hermione gritou dessa vez. – Mestiços, filhos de uma sangue-ruim, acho que você se esquece disso quando os reivindica com tanta voracidade.- Draco teve uma ligeira mudança de posição e desviou os olhos dos dela. Seus olhos, Hermione pode perceber, pousaram no anel tão conhecido por ela e então ele voltou a encara-la com tanta ferocidade no olhar quanto chegara ali.

— Você os escondeu de mim, não tinha esse direito. Meu legado, meus filhos – Hermione agora tinha perdido totalmente a razão, ela riu e o olhou cética.

— O que aconteceu com “Eu não vou manchar meu legado por você”- Ela deixou as palavras no ar por um momento para que ele se lembrasse daquela noite e depois de perceber que novamente ele desviara o olhar envergonhado, continuou, deixando toda a frustração que sentia ser colocada naquelas palavras.

—eis ai seu legado manchado, Malfoy! – Ela apontou para berço.  – EU ia te contar naquela maldita noite, você se lembra?! – A postura de Draco, antes rígida, vacilou – eu disse que tinha algo importante para te contar, mas você simplesmente veio com todo esse preconceito doentio que vive em você. Então eu decidi que você não merecia saber, não merecia ter essa felicidade de ter duas criaturas lindas e cheias de amor olhando para alguém que preserva algo tão doentio dentro de si mesmo... –  Ofegante Hermione olhou para o rosto assustado de Draco, só então foi capaz de perceber que estava tão perto de Malfoy quanto era possível e tinha ainda  o dedo apontado para o peito do garoto e as mãos bastante trêmulas. – Decidi que você não merecia nada vindo de mim... – Falara baixo e então esperou. Draco abriu a boca uma, duas, três vezes, mas nem um som saiu dela. Hermione continuou esperando pela resposta, queria ver o que ele responderia, precisava que ele respondesse algo.

— Eu... – E então Scorpius acordou chorando, e o som foi como um balde de água fria para ambos e assim toda a dor, raiva e ódio do homem em sua frente como em um passe de mágica, sumiram e deram lugar a preocupação com seu filho. Olhou novamente para Malfoy e encarou seus olhos agora desconcertados o mais duramente possível.

— Saia. – E então se dirigiu para o berço, conversando calmamente com seu filho para que ele pudesse se acalmar e já o pegando para alimenta-lo. Draco, no entanto, permaneceu parado, observando Hermione que pelo canto do olho pode ver a figura dele estagnada no meio do quarto.

— Você não ouviu?! Saia. – Ela arrumou um Scorpius mais calmo de maneira melhor em seus braços e seguiu para a poltrona que ficava no quarto.

— Hermione, não tinha como eu saber. – ele finalmente disse.

— Saia. – Ela olhou com todo ódio que podia para ele e depois se ajeitou para alimentar seu filho, quando seus olhos subiram do novo, Draco já estava de costas quase na porta.

— Você não entende... – Ele olhou para trás e seus olhos não pousaram nela ou nos olhos dela, mas em Scorpius que sugava seu seio avidamente e então saiu tão rápido quanto havia aparecido em sua visão.

— Não Draco, quem não entende é você... -  Ela sussurrou para si mesma e passou as mãos lentamente pelos cabelos tão loirinhos que chegavam a ser brancos de seu filho, teve sorte de colocar o feitiço abaffiato, porque aquilo fizera com que Scorpius não acordasse o irmão, mesmo sendo aquela a hora que eles acordavam sempre.


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Notas finais do capítulo

Não vou prometer um dia para postar, mas espero que seja logo, vou terminar a fic, não se preocupem....