Intuição escrita por TheEpic


Capítulo 16
Quando se enxerga.


Notas iniciais do capítulo

Oi! ♥

Eu demorei mais do que o comum novamente. Para compensar, aqui um capítulo bem grande. No anterior descobrimos um pouco mais sobre o passado do Deidara, e nesse focamos na Sakura e seus pensamentos sobre coisas importantes na sua vida.

Como sempre, desejo a todos uma boa leitura. ♥



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Sakura trancou a porta da enfermaria logo que Itachi passou por ela, no horário que os dois haviam combinado. Eles não precisavam de visitantes indesejados enquanto estivessem ocupados.

― Você pode decidir como ficar na cama, procure uma posição que te deixe confortável ― ela pediu enquanto esterilizava as mãos.

Itachi fez como foi pedido e não disse palavra alguma, claramente desconfortável com a situação. Sakura se aproximou dele e se sentou em um banco ao lado da cama.

― Vai ser um processo demorado e cansativo para nós dois. Eu sei que você pode se sentir nervoso durante certos momentos. Quer tomar um calmante ou sedativo antes de começarmos para te ajudar?

― Não ― ele respondeu imediatamente.

Sakura sorriu compreensiva. Ela também achava que, se fosse para acontecer algo em seu corpo, que pelo menos fosse enquanto ela estivesse sã e sem o efeito de algo para acalmá-la.

Ela explicou para ele como tudo aconteceria e alguns dos prováveis efeitos que ele sentiria na visão ao longo do procedimento, porém logo passariam. Ele poderia ficar até mesmo cego por alguns momentos e, com aqueles dizeres, ela jurou que Itachi desistiria de tudo e sairia correndo dali. No entanto, ele não o fez.

Tentando passar uma postura confiante para o maior, ela se ajeitou na cadeira e pediu para que ele deixasse os olhos fechados, enquanto levava chakra médico às mãos.

 

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Sakura estava exausta. Foram quase quatro horas até que tudo tivesse acabado e ela mal conseguia manter os olhos abertos, porém prosseguiu acordada para fazer companhia para Itachi, que estava tão cansado quanto ela.

Ele havia permanecido tenso durante todo aquele tempo e ela tinha certeza que seus músculos doíam pela contração que o estresse dele gerou; entretanto, por mais que ele tenha passado por grande estresse emocional – sua maior arma estava à mercê de Sakura, afinal –, permanecia com o rosto sem expressão alguma.

Ela não podia ver seus olhos, agora vendados para prevenir contato direto com a luz por duas horas, mas sabia que ele não dormia e não o faria tão cedo. Aproveitando a situação, preveniu de se render ao próprio sono conversando com Itachi. No início eram assuntos impessoais, porém logo ele voltou a sua curiosidade para Sasuke.

― Me diga, Sakura, você me contou que tinha uma paixonite pelo meu irmão. Como a descobriu?

― Ah, bem... ― Ela se desconsertou. Sasuke e paixão não era um assunto que ela gostava de misturar, porém ela sentia que deveria contar coisas do tipo para Itachi. Ela sabia que era a maneira dele saber mais sobre o irmãozinho, de se sentir mais próximo dele, mesmo que fosse por meio de terceiros. ― É como acontece praticamente toda quedinha de infância. Eu achava o Sasuke-kun o máximo. Ele era bonito, habilidoso, tinha todo aquele ar misterioso e todas as meninas gostavam dele. Eu acabei me deixando levar e fui junto com todas as outras. Mas as coisas mudaram depois que ele entrou no meu time. Eu fiquei nas nuvens quando descobri que seríamos colegas, pensei que finalmente conseguiria conquistar o amor dele, mas com o tempo eu vi que não era tão simples assim. Eu conheci, mesmo que brevemente, o Sasuke-kun que ia além do prodígio reservado e logo o que era uma quedinha virou uma paixão verdadeira.

“Claro que foi totalmente platônico, mas eu passei a enxergar ele com olhos diferentes e quis que ele retribuísse meus sentimentos por motivos diferentes. A questão não era mais tentar atraí-lo com beleza ou por aplaudir e concordar com tudo que ele dizia ou fazia. Era ajudá-lo com os problemas gerados pelo passado e presente, ficar mais forte para proteger o meu time quando precisassem de mim, não depender mais dele para me salvar a cada meia hora. Era ser não só uma possível namorada, mas uma boa amiga e alguém que não fosse um fardo para ser carregado por ele, pelo Kakashi-sensei e pelo Naruto.

“Em um ato de desespero, quando eu o vi saindo da vila para não voltar mais, eu me ofereci para ir com ele. Idiota, não é? Eu ainda era muito imatura e só queria que ele ficasse conosco em Konoha. Hoje eu sei que seria morta logo que desse o primeiro passo para fora dos portões da vila. Naquela noite, o Sasuke-kun me nocauteou para que eu não o seguisse ou insistisse mais, e a última coisa que eu ouvi ele dizer foi um ‘obrigado’. É a única coisa que ainda me dá esperança de que ele volte para nós. Com aquela palavra eu finalmente entendi que, mesmo que ele nos achasse irritantes, pesos mortos e obstáculos, ele ainda se importava conosco e era grato pela nossa amizade.

“Me machuca saber que, mesmo assim, a nossa amizade não foi o suficiente para impedi-lo de ir até o Orochimaru. Eu só espero que agora, depois que ele se libertou dele, o efeito de atração do selo amaldiçoado se dissipe e que os sentimentos do Time Sete voltem e sejam o suficiente para que ele retorne conosco para Konoha.

“Depois daquela noite, eu também comecei a cair na real. Pedi treinamento para a Tsunade-Shishou sabendo que eu mesma precisava ficar forte e entendi que eu merecia mais do que me lamentar por um amor perdido e que nunca teve nem sequer possibilidade de ser retribuído. Aos poucos, eu fui me libertando da minha paixão pelo Sasuke-kun e, agora, eu só consigo o ver como um amigo que eu amo muito e que quero bem. Não acho que eu possa voltar a gostar dele algum dia. Nós somos muito diferentes e agora eu não sou mais a pessoa que mascara a própria personalidade para agradar alguém. Quero coisas diferentes para a minha vida.”

Itachi ficou em silêncio por um longo momento após terminar de ouvir a história de Sakura e, finalmente, deu a sombra de um sorriso. Sakura não entendeu muito bem o motivo para tal sorriso, mas, mesmo que ele não pudesse ver, ela sorriu de volta.

― E Deidara? ― ele perguntou de repente.

― O que tem ele?

― O que você vai fazer sobre ele? Ele está na lista das coisas diferentes que quer para a sua vida, Sakura? ― Itachi perguntou.

― … não, ele não está ― ela admitiu ― o Deidara foi um alguém inesperado na minha vida. Eu sei que, se não fossem dadas tais circunstâncias, nós não teríamos a mínima chance de nem sequer chegarmos perto um do outro sem o intuito de matar. Eu gosto dele, talvez seja até um pouco mais do que só “gostar”, e sei que tudo aconteceu por causa da solidão. Eu estava desesperada e enlouquecendo pelo confinamento, obrigada a cuidar da saúde de alguém que eu acreditava que fosse o maior inimigo da minha vila. Ele apareceu no nada e nós dois sentimos uma atração mútua. Ele me alegra, me tira dos pensamentos ruins, me ajudou quando perdi o Lee-san por culpa do Madara, me faz me sentir melhor quando eu estou um lixo, sabe me fazer rir e, mesmo que a gente discuta muito, as pazes que fazemos logo depois deixa o que temos mais verdadeiro. Eu não sei o que vou sentir ou fazer em relação a ele se você e eu conseguirmos me tirar daqui...

― É uma situação complicada. Eu não me dou bem com o Deidara e você sabe disso, mas ele ficou menos insuportável desde que você chegou aqui. Acho que ele também gosta de você de verdade e não está brincando contigo. Boa sorte resolvendo essa situação.

Sakura agradeceu sem emoção e resolveu dar o assunto por encerrado. Ela evitaria pensar sobre aquele futuro cenário o máximo que conseguisse. Aquele não seria o momento certo para desenvolver mais profundamente opiniões sobre os seus sentimentos e futuro em relação a Deidara.

Talvez o momento certo não existisse, também.

Arrumou um jeito de mudar o assunto para a luta que teve contra Sasori e, com as conversas subsequentes, mal reparou que já havia se passado uma hora e meia desde que começaram a conversar sobre Sasuke e duas horas desde que a venda foi colocada. Já estava na hora de tirá-la e descobrir se ela havia conseguido curar Itachi ou se arruinaria a sua visão para sempre. Sakura estava confiante, no entanto, e não costumava duvidar se suas habilidades. Sabia que a taxa de sucesso era alta.

— Você já pode tirar a venda, Itachi-san — ela informou.

Sem responder nada, Itachi obedeceu. A lentidão com que ele levava as mãos até o pano e o retirava de seus olhos era até mesmo agoniante. Ele não parecia ter pressa alguma, talvez estivesse com receio do resultado ou consequências da longa cirurgia feita com chakra.

Finalmente a venda deixou o seu rosto e os olhos negros de Itachi pareciam desfocados. O coração de Sakura deixou de bater por um momento, mas logo se aliviou quando as pupilas recuperaram o foco e pareciam até mesmo brilhar.

Como havia feito na primeira vez em que conseguiu enxergar melhor, Itachi observou todo o ambiente com um detalhismo digno de um artista genial. Quando as orbes chegaram até a kunoichi, com um sorriso cheio de expectativa no rosto, ele retribuiu o ato.

— Eu enxergo perfeitamente, como não enxergava há anos. Sakura, eu... — Ele se perdeu em suas próprias palavras. Pela primeira vez, Itachi Uchiha não sabia o que dizer ou como agir, e os interiores de Sakura se aqueceram com tal conhecimento.

— Não precisa dizer nada. Eu fico feliz que tenha dado certo. Faça bom uso dos seus olhos e utilize o Mangekyou com mais cuidado daqui para frente, certo? Se a gente conseguir me tirar desse lugar, eu não vou poder fazer isso com tanta frequência.

Itachi deu uma risada nasal, observando o sorriso de Sakura, tão parecido com o de Deidara naquele momento. Agora ele podia observar as nuances de rosa no cabelo dela, as maçãs do rosto naturalmente avermelhadas, as rugas pequenas que apareciam em torno dos seus olhos quando ela os semicerrava.

Enxergando perfeitamente, teve a confirmação de que ela era uma garota bem bonita e de que Deidara tinha a sorte de uma vez na vida de encontrar alguém com uma beleza tão exótica, de bom coração – quem era capaz de mudar o julgamento sobre seus piores inimigos além dela? –, extremamente habilidosa e capaz de aguentar a pressão psicológica daquele lugar por tanto tempo.

O nukenin desviou o olhar para o restante da enfermaria, vendo com detalhes impressionantes para ele. A textura das paredes e aquela teia de aranha irritante no encontro de uma delas com o teto, o lençol sob si com marcas e dobras em consequência de seu peso sobre o tecido, e novamente Sakura.

Ele seria eternamente grato a ela. Tirar ela dali jamais seria o suficiente para retribuir para ela os favores que ela fazia para ele. O plano do retorno de Sakura era recheado de intenções pessoais, como aniquilar Madara e salvar Sasuke e naquela situação os dois estavam quites. Mas ao mesmo tempo, ela não tinha a mínima obrigação de curar seus olhos, confidenciar seus pensamentos e sentimentos em relação a Sasuke ou conversar e ter uma relação amigável com ele, enquanto a sua vila a induziu a tratá-lo como um vilão durante toda a sua vida.

No entanto, ela fez cada uma dessas coisas sem parecer incomodada. Sakura havia curado sua cegueira completamente por pura vontade e sem influência de terceiros. Itachi jamais pediria algo assim a ela, obviamente, mas não poderia mentir que já não havia sonhado acordado com um cenário em que ela salvasse os seus olhos da escuridão cada vez mais intensa.

Sakura Haruno era uma pessoa admirável, muito mais do que ele poderia esperar quando a capturou meses atrás no País do Fogo. Ela fazia coisas sem interesse próprio ou egoísmo algum, coisas que nunca poderiam ser retribuídas igualmente. Fosse com Sasuke, Deidara ou ele, Sakura era uma pessoa que nenhum dos três merecia em suas vidas.

― Vamos comer alguma coisa ― ele propôs ― você também está com fome, não é?

#

― Vocês fizeram um café da manhã de mocinhas e nem sequer me convidaram? ― Kisame apareceu na cozinha com a sua típica expressão de divertimento pessoal. ― Assim vocês me deixam sentido.

― Sirva-se. ― Sakura ofereceu um pouco das panquecas que ela havia feito, já que Itachi não podia forçar os olhos.

― Ah, eu bem que queria, mas comi não tem nem uma hora. E eu não tinha parado pra pensar até agora, mas tomar café da manhã juntos... Vocês dois estão bem próximos. Você vai roubar a Baixinha de mim, Itachi-san? Eu ainda preciso de um saco de pancadas para treinar.

Sakura soltou um “ei!” indignado, mas não foi respondida com mais uma das piadas sádicas de Kisame. Os olhos espertos da menina notaram que, atrás da expressão sarcástica dele, podia-se enxergar um outro sentido naquelas frases. Ela entendia perfeitamente o que o nukenin queria dizer.

“Você vai acabar matando a Sakura.”

― Pelo contrário. O Deidara já roubou ela de você. ― Itachi desviou a conversa para um rumo mais seguro.

― É verdade, não é? Então você fique de olhos bem abertos, Itachi-san. Ele pode querer te bater se souber que a Baixinha e você fazem a Festinha do Chá atualmente. ― Kisame voltou a insinuar coisas como antes, mas uma pontada de apreensão passou rapidamente pelos seus olhos ao ver como os de Itachi não pareciam muito felizes com o que ele estava fazendo. ― Enfim, eu vou na cidade apostar em jogos. Caso você queira ir mais tarde, sabe onde é.

Se retirando do lugar após despedidas curtas, Sakura percebeu que Kisame conseguia entender Itachi somente por uma troca de olhares e que sabia perfeitamente quando não deixar a situação com o parceiro desagradável. Ele também sabia que os dois não estavam passando mais tempo juntos sem motivo algum e que aquilo poderia a colocar em perigo.

Kisame não era alguém leal à Akatsuki, pelo que tudo indicava. Ele poderia correr até Pain e contar que um deles estava compactuando com o inimigo, poderia salvar a organização de algum plano que fosse prejudicá-la pelos interesses pessoais de Itachi; no entanto, ele havia escolhido manter-se quieto e apenas deixar jogados pelo ar vagos avisos das consequências dos atos do Uchiha.

Talvez ninguém daquela organização fosse de fato leal aos ideais e objetivos que ela propunha.

― Você pode deixar a louça para mim. Descanse os seus olhos com um pouco de sono, certo? ― Sakura recomendou a Itachi quando os dois acabaram de comer. ― Eu vou dormir logo em seguida, também.

Itachi não mostrou objeção alguma à sugestão de Sakura e logo foi ao seu quarto para aproveitar algumas horas de um merecido sono. Ela logo fez o mesmo e, quando deitou em sua cama, não conseguiu mais dormir.

Os pensamentos em relação a Kisame voltaram e a iryou-nin passou a observar que há poucos meses ela jamais acreditaria que pudesse estar em bons termos com certos membros da Akatsuki. Ela e Konan eram agradáveis uma com a outra, Kisame havia se tornado algo como seu amigo – talvez um tipo diferente de amigo, mas, ainda assim, era um –, Itachi era um precioso aliado e ela passava a ver um lado diferente – um lado do bem – nele, e Deidara havia se tornado seu amante, apoio e companheiro.

Os shinobis eram tão induzidos a acreditar que seus inimigos são monstros sem alma, coração ou sentimentos que ela nunca conseguiria sequer imaginar que eles, de fato, teriam algo bom dentro deles; entretanto, cada um deles tinha pelo menos uma coisa boa carregando consigo, ao menos algo para poder ensinar sobre a vida. Menos Hidan, claro. Aquele homem era doentio em cada átomo de seu corpo.

Ela estava esperançosa nos planos que elaborava com Itachi e esperava fugir daquele esconderijo o mais rápido que conseguisse; entretanto, ela sabia que sentiria um pouco de falta de Konan e de Kisame. Já sobre Deidara, ela não sabia ao certo como reagiria mas seria doloroso.

Ah, e lá estava ela entrando em uma zona de pensamentos que havia considerado proibida.

Se forçou a focar em coisas que a distraíssem e, navegando pelas lembranças de bons momentos com os amigos de Konoha, logo cedeu à exaustão e dormiu sonoramente.

 

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Pela tarde, após várias horas de um sono merecido, Sakura resolveu ler um livro comum, que não envolveria medicina, história ou qualquer coisa que envolvesse estudar. Ao chegar na biblioteca, identificou em um canto isolado uma figura de cabelos negros e pele naturalmente pálida. Ansiosa para receber novas notícias, caminhou até Itachi.

― Como estão os seus olhos? ― ela perguntou sem cerimônias. ― Tome cuidado para não forçá-los demais ou eles não se recuperarão tão bem quanto deveriam.

― Boa tarde. Não se preocupe, eu acabei de chegar aqui também. Eu queria experimentar ler um livro sem precisar me esforçar para entender as letras nas folhas ― Itachi explicou ― e posso garantir que está sendo uma boa experiência.

― Um livro de haikais? ― Sakura perguntou ao observar com mais atenção o conteúdo do livro que estava aberto sobre a mesa. ― Quais são os temas deles?

― A vida de um viajante que viva em busca do amor de uma mulher. Conta sobre a passagem dele por várias regiões e as muitas paixões que ele adquiria. A maioria era unilateral.

― É bem interessante. Poderia me entregar ele depois que terminar de lê-lo? Eu estou precisando de mais coisas para passar o tempo ― a garota pediu enquanto se afastava para escolher algum livro em uma das várias prateleiras.

Se sentiu mais atraída por um de romance, aqueles tipos de livros cheios de drama e confissões apaixonadas escritos por mulheres que sonham com a história do amor perfeito ― no caso, mulheres como ela.

Não se deixou intimidar pelo olhar engraçado que Itachi deu para ela quando retornou e sentou-se ao seu lado. Aquele era um livro conhecido (uma história sobre um youkai, uma humana e uma paixão proibida) e venerado pelas meninas mais jovens, porém sempre atraía olhares tortos da população masculina.

Itachi e Sakura ficaram em silêncio por um longo tempo, absortos em seus próprios livros. A biblioteca estava tão silenciosa que os dois foram capazes de ouvir alguém entrando no recinto e caminhando para mais perto.

A cabeça da kunoichi levantou logo quando ela reconheceu aqueles passos fortes, rápidos e ritmados. Sorriu ao ver Deidara se aproximar dela.

― Eu demorei para te encontrar. Não me lembrei de que poderia estar aqui. ― Ele sorriu para ela e, finalmente, Itachi reconheceu sua presença. Deidara fechou a cara instantaneamente.

― Quando você voltou? Chegou bem? Não está machucado? ― Sakura o bombardeou de perguntas. Ela queria pegar nas mãos fortes do loiro, porém se conteve pela terceira presença na biblioteca.

― Ei, calma! Eu acabei de voltar, estou inteiro e a missão foi um sucesso. Você precisa confiar mais em mim, Sakura. ― O sorriso orgulhoso voltou ao seu rosto.

― Um bom desempenho depois do que aconteceu é impressionante ― Itachi se manifestou.

Os olhos azuis flamejaram contra os negros. Aquilo, aos olhos e Sakura, era um elogio. De fato, Deidara havia se recuperado muito bem (modéstia a parte, ela havia feito um bom trabalho de cura); entretanto, a iryou-nin sabia de Itachi era uma pessoa provocativa. Ele já havia tentado brincar com o psicológico dela mais de uma vez.

E para Deidara, que o odiava mais do que qualquer outra pessoa, aquilo era mais ofensivo do que uma bofetada em seu rosto. Itachi sabia muito bem contra quem o outro havia lutado e o motivo da sobrevivência de seu oponente ser um chute em seu ego.

— Se quiser, eu te mostro o meu bom desempenho te incinerando inteiro.

— Deidara... — Sakura o chamou com tom gentil, na esperança de conseguir apaziguar os nervos do namorado.

— Eu adoraria que você tentasse, mas estou ocupado com a minha leitura — Itachi provocou, mantendo estoico o olhar em Deidara.

De repente, os próprios olhos de Deidara se cerraram, como se ele tivesse percebido algo de diferente. Com expressão raivosa, virou o rosto para uma Sakura surpresa.

— O que você fez com ele, Sakura?

— O quê? — ela perguntou, confusa.

— O Uchiha estava cego. Agora ele enxerga. Eu consigo ver a diferença no jeito que ele olha pras coisas. Eu não acredito que você curou os olhos dele! — acusou — você sabe o quanto eu odeio esse desgraçado e ainda foi capaz de fazer isso! Isso é traição!

— Deidara, eu...

— Eu não quero ouvir nada! Talvez esse tempo que vocês têm passado juntos não tenha sido só por “motivos médicos”, também. Quer saber? Eu quero que vocês dois vão para o inferno de mãos dadas! — O loiro esbravejou, saindo da biblioteca emanando uma aura ameaçadora.

Sakura e Itachi permaneceram sentados e, agora, Itachi a observava.

— Você não vai atrás dele? — perguntou.

— Não. Eu estou com vontade de fazer isso, mas não acho que eu deva — respondeu enquanto abaixava os ombros. — O Deidara é muito temperamental e muitas vezes já brigou comigo, mas depois que ele fica sozinho ele pensa melhor e muda o comportamento dele. Claro, sou eu quem sempre tem que pedir desculpas primeiro, mas ele é quem volta atrás mais rápido.

— Mas esse é um caso mais pessoal para ele.

— Talvez seja, mas eu não vou ficar regando a imaturidade dele. O seu líder já tinha me pedido antes para que eu curasse sua cegueira, então ninguém precisa saber que eu não fiz isso por causa das exigências do Pain. Além do mais, o problema de vocês dois não me diz respeito algum. — Suspirou. — Eu também preciso proteger o que é importante para mim e não vão ser brigas alheias que vão me impedir de fazer o possível pra salvar o Naruto do Madara. Mais tarde eu vou conversar com ele.

Itachi sorriu satisfeito com a resposta que a mais nova lhe deu, admirando-se com a maturidade que ela tinha. Sakura retribuiu o sorriso, também surpresa com seus próprios dizeres. A Sakura de alguns anos atrás teria feito o completo oposto.

Os dois shinobis voltaram a ler seus respectivos livros.

 

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— Você gosta de chá preto, Sakura-san?

Konan virou-se para a kunoichi, sentada na mesa da cozinha comendo biscoitos industrializados.

— Eu adoro. Você tem um bom gosto para chás — elogiou a mais velha.

— Igualmente. — Konan sorriu discretamente, deixando a chaleira no fogo e vindo se sentar ao lado de Sakura. — As suas habilidades médicas são impressionantes. A missão de Deidara foi um sucesso e ele voltou em perfeita forma. Para quem teve os intestinos reconstruídos, é até bizarro como ele está bem.

— Obrigada. Eu também não acreditei direito na recuperação rápida dele; mas eu fiz o possível para acelerar o processo de cicatrização durante o período de recuperação.

— Nós ficamos mais determinados a melhorar rápido quando alguém que gostamos está cuidando de nós — a maior disse, observando o mais discreto rubor nas maçãs do rosto de Sakura.

— Não acho que seja isso...

— Deixe de modéstia, Sakura-san. Acho que ninguém nunca te falou sobre como o Deidara era antes de te conhecer, não é? — Ela observou a menina negar com a cabeça. — Ele sempre foi muito instável psicologicamente. A informação que tínhamos adquirido sobre ele antes da sua entrada na organização era que ele era uma pessoa difícil de lidar, principalmente por ser muito novo. Isso se provou verdade logo no primeiro encontro dele com outros membros. O desempenho dele na Akatsuki sempre foi bom, no entanto. Ele sempre fazia o que era requisitado e raramente desapontava Pain.

— E como essa instabilidade psicológica afetava vocês, se ele tinha um desempenho favorável? — perguntou.

— Ele cumpria ordens e missões, mas certos... empecilhos... o faziam ser considerado um problema. O Deidara era imprudente, muitas vezes atraía atenção desnecessária, entrava em muitas brigas e se importava até demais com “praticar a arte dele”, se você me entende. Nós da Akatsuki não impedimos atividades individuais dos seus integrantes desde que elas não causem mal para a organização, mas os atos de Deidara eram incômodos. No entanto, depois que você chegou, ele passou a mudar. Ele não sente mais necessidade de chamar a atenção para si, o ego desenfreado dele está mais contido, ele está mais calmo e parece até mesmo mais feliz. Você tem um bom efeito sobre ele, Sakura-san. Você o faz bem e acho que ele valoriza muito isso.

Konan não esperou a resposta de Sakura e levantou-se para dar atenção à chaleira escandalosa. Ela não esperava que a iryou-nin fosse dizer algo, de qualquer forma. O rosto jovem mostrava o quão absorta em suas próprias reflexões ela estava.

Se dependesse da mulher mais velha, Sakura e Konan não trocariam mais palavras durante todo o período em que tomassem chá, então a aprendiz da Quinta se esforçou para encontrar assuntos que não envolvessem colocar mais coisas em sua cabeça e o restante do tempo que as duas passaram juntas foi agradável. Era difícil adivinhar o que Sakura estava pensando ou sentindo, mas Konan conseguiu ver, pelos ágeis olhos verdes, que ela estava feliz.

#

No caminho de volta para o quarto, mergulhada demais em seus pensamentos, Sakura quase não percebeu uma presença próxima demais para gerar um inevitável encontro.

Hidan também havia sentido o seu chakra se aproximando e, com um sorriso asqueroso, parecia esperar que ela se aproximasse mais. O seu olhar sussurrava para ela um “atreva-se”. Ele costumava ignorar a presença dela se ela não mostrasse se incomodar com a dele, mas naquele dia ele não parecia querer fingir não a ver.

Mantendo a postura e passos firmes, esperando que pudesse passar por ele sem ser incomodada, prosseguiu. Se surpreendeu quando ele interceptou-a pelo toque, segurando o seu pulso.

— É falta de educação passar por alguém sem cumprimentar ela — Hidan provocou — eu pensei que você tivesse modos melhores.

— Me solta. — Quando o homem não o fez, Sakura puxou o seu braço de volta para si com força ampliada pelo chakra.

Já andando novamente, ouviu mais um escárnio do nukenin.

— Você não quer fazer nada porque sabe que os seus dois cavaleiros não estão por perto pra te proteger, não é? Já eu adoraria continuar de onde paramos naquele dia na cozinha.

Droga, aquele desgraçado sabia sempre quais pontos acertar.

Com o orgulho e autonomia feridos, Sakura voltou a encarar Hidan, fazendo questão de manter firme o contato visual.

— Eu vou estar ao lado do Shikamaru, da Ino e do Chouji quando eles te matarem para lembrá-los de jogarem os seus restos para os abutres comerem. Não posso me esquecer de esfregar na sua cara que o seu deus imaginário vai estar ocupado demais não existindo para poder te ajudar.

Hidan praticamente voou até a kunoichi no momento em que seus lábios soltaram a última palavra, porém ela já estava preparada para um possível confronto e desviou do golpe, tentando acertá-lo na região dos rins, porém também não conseguiu.

O criminoso era rápido, mas não mais do que Sakura, que também possuía mais flexibilidade. Eles prosseguiram por alguns segundos no padrão de tentar acertar e desviar, porém logo o selo no pescoço da menina passou a agir com intensidade. Recuar era quase que impossível em um corredor fechado, então ela arriscou um chute carregado de chakra no estômago de Hidan. Se ela acertasse, ele voaria para longe e daria a ela tempo de fugir e se recuperar da dor cada vez maior.

Ele conseguiu evitar o contato e, aproveitando-se da abertura que Sakura deixou, empurrou-a pelos ombros contra a parede, o impacto forte e o gemido de dor da garota ressoando pelo ambiente. A dor que sentia por todo o corpo já a impedia de tentar se soltar do aperto forte das mãos de Hidan. Ele pegou uma kunai dentro de sua capa e, lento o suficiente para fazer Sakura perceber o que ele faria, levou a arma até seu rosto. Ela sentiu a lâmina cortar sua pele e o sangue escorrer.

Hidan levou a arma ensanguentada até a boca e ela não conseguiu assimilar mais nada quando um vulto loiro surgiu repentinamente desferindo nele um soco capaz de quebrar o seu nariz. A kunai voou para longe.

— Deidara?! — Sakura o chamou, surpresa.

— Pega aquela kunai, rápido! — ele pediu com urgência enquanto também se afastava de Hidan em posição de ataque, sabendo que ele iria atrás da menina para pegar o objeto metálico. Sakura fez como requisitado o mais rápido que conseguiu, limpando o sangue na arma, no chão e em seu rosto com a blusa. — Você tem cinco segundos pra sair daqui, Hidan. E eu arrumo um jeito, qualquer jeito, de te fazer morrer se você encostar um dedo sequer na Sakura de novo.

Não foi necessário um segundo aviso para que o homem de cabelos alvos saísse dali proferindo xingamentos ao casal. Ele sabia que, mesmo com Deidara sendo especialista em combates a longa distância, era uma luta perdida se ele tivesse o auxílio de Sakura.

Pain também não gostaria nada de saber de confrontos dentro de seu esconderijo.

— Você está bem? Eu ouvi algo batendo forte contra a parede e saí do meu quarto pra ver o que era. Ele não te fez mal, não é? — perguntou para Sakura, indo até ela.

— Está tudo bem. Obrigada por vir. — Ela encontrou os braços de Deidara e se envolveu neles. — Eu não quero nem imaginar o que teria acontecido se você não tivesse aparecido a tempo... E sobre mais cedo...

— Me desculpa — ele a interrompeu — eu estava louco pra te ver e me deixou irado te encontrar com o Uchiha. Eu sei que foi o Líder quem te mandou curar os olhos dele, eu só... não consigo aturar saber que você está aqui só por causa dele.

— Eu posso estar aqui por causa do Itachi-san, mas só consegui sobreviver nesse lugar por sua causa. — Sakura sorriu com ternura. — Agora vamos sair daqui. Tivemos muita sorte que mais ninguém apareceu.

Guiando a namorada pela mão, Deidara a levou até o seu quarto. Ele não deixaria Sakura sozinha naquela noite após o ocorrido.

Um silêncio desconfortável entre os dois dominava o cômodo enquanto Sakura desinfectava e curava o corte profundo em seu rosto. Deidara ainda estava enxergando vermelho e murmurava para si mesmo diversas ameaças e planos de atendados contra Hidan. Ela queria falar sobre Itachi, explicar para o loiro, mesmo que superficialmente, a natureza do relacionamento dos dois. Ela não se sentia na obrigação e sabia que provavelmente não deveria, mas mesmo assim queria contar para ele sobre o que acontecia na sua vida, o que se passava com ela.

— Eu e o Itachi estamos de fato mais próximos, isso eu não posso negar — começou — acho que isso aconteceu da mesma forma que foi contigo, mas de um jeito mais... “radical”. Eu fui induzida, desde a minha infância, a acreditar que ele era uma pessoa que é totalmente diferente da que eu vejo todos dias há meses. Agora que eu o conheço melhor, vejo que as coisas nunca são como parecem ser. Acredite em mim, eu o odiava mais do que tudo nesse mundo, tanto pela minha vila quanto pelo Sasuke-kun. Meu psicológico passou por momentos perturbadores aqui nesse lugar a medida que íamos conversando, a medida que eu ia descobrindo certas coisas sobre Konoha. Como você mesmo me disse uma vez, existe muita sujeira debaixo do tapete nas vilas ocultas. São muitas as versões de histórias, e é só parar para pensar e associar certos fatos para se descobrir qual é a verdadeira. — O olhar de Deidara permanecia duro, mas ele parecia entender melhor o que Sakura dizia. — Eu me sinto sozinha aqui nesse lugar, eu sinto muita falta de Konoha, dos meus pais e dos meus amigos... eu amo sua companhia e adoraria estar com você sempre, mas você tem as suas próprias obrigações fora dessa minha prisão e, nos períodos em que você está longe, eu anestesio os sentimentos ruins com a presença do Itachi-san, da Konan e do Kisame. Eu sei dos seus problemas pessoais com ele, mas eu não tenho a ver com eles e não faço nada que possa melhorar ou piorar a situação de vocês dois. Dessa forma, você não tem razão para agir do jeito que agiu hoje. Eu não te traí, estou fazendo o meu serviço, e também tenho o pleno direito de decidir com quem eu converso ou não, então não vou mudar a minha forma de agir com o Itachi-san só porque você deseja.

Deidara ficou em silêncio, absorvendo o que Sakura lhe disse. O seu orgulho estava gritando para ser libertado, mas ele tinha que admitir: ela tinha razão. Ele não tinha o mínimo direito de ser um idiota que tenta controlar os relacionamentos dela a partir de suas opiniões pessoais sobre as pessoas.

Sakura saiu da cadeira da escrivaninha e sentou-se ao seu lado na cama, pegando em uma de suas mãos. Deidara observou-a percorrer os dedos pela palma, cutucando com carinho a estranha boca que ela tinha.

— Foi isso que fez eu me interessar por você. — Ele sorriu com nostalgia.

— Oi? — ela perguntou.

— Eu nunca fui uma pessoa que recebeu carinho ou cuidados de alguém. Em Iwa eu fui treinado para ser um soldado. A família do Tsuchikage nunca se preocupou em dar afeto para os próprios filhos, e imagina para mim. — Soltou um riso nasal amargurado. — Quando eu fugi de lá, as pessoas olhavam para mim dos piores jeitos possíveis, seja pelo meu kekkei genkai, por eu ser um moleque nukenin, pela minha arte. Eu detestava as pessoas pela forma como elas agiam comigo e com a minha arte. Nos menosprezavam, nos ridicularizavam. Só mostravam interesse nos resultados que as explosões poderiam gerar e só vinham atrás de mim para certos serviços. Foi assim com a Akatsuki, também. Até outros artistas, como o Mestre Sasori, a rebaixavam.

Ele apertou a mão de Sakura com ternura, fazendo-a sorrir para ele.

— Mas você foi a primeira pessoa que fez diferente. Ninguém nunca tinha se preocupado comigo ou com a minha arte, e você fez os dois ao mesmo dia, naquele dia no campo de treinamento. A gente nem gostava da existência um do outro, mas você ainda quis curar a minha mão por vontade própria. Em todos os meus anos de vida, ninguém jamais tinha cuidado de algum ferimento meu sem ser por obrigação. Minutos depois, você e também perguntou sobre a minha arte e quis saber sobre ela sem interesse algum em usá-la para seu próprio benefício. Também foi a primeira pessoa. — Sakura entrelaçou seus dedos, estimulando-o a continuar. — E foi isso que me fez querer te conhecer mais, me aproximar de você. Você era minha inimiga e mesmo assim cuidou de um ferimento meu sem o dever de fazer isso, se interessou e apreciou o que era mais importante para mim. Você me odiava e provavelmente me mataria se tivesse a chance, mas também enxergou o que há por dentro da casca que todos veem em mim e me aceitou, com todos os defeitos e chiliques juntos. Eu aprendi coisas novas e senti coisas novas com você, coisas que eu nem sabia que eu poderia sentir algum dia... e te ver com o Uchiha me fez pensar em como ele poderia fazer algo de ruim contigo do mesmo jeito que fez comigo, que eu poderia te perder...

— Ele não faria nada de mal para mim. — Sakura levou ambas as mãos até o rosto de Deidara, tomando-o em suas palmas. — Você também me fez mudar de muitas formas... Eu já te disse isso várias vezes, mas sem você eu não sei o que eu faria aqui. E eu não sei o que vou fazer quando—

A garota interrompeu a si mesma. O futuro para os dois era incerto, mas Deidara não sabia que ela tinha um leque maior de opções para o seu futuro e o melhor a fazer seria deixá-lo alheio aos seus esquemas com Itachi.

Os olhos azuis deixaram de encarar os verdes e passaram a observar o chão, não querendo pensar em como a morte de Sakura era certa.

— Por que você tem que ser assim?! — Deidara esbravejou, assustando Sakura. — Por que você teve que se tornar tão especial pra mim a ponto que eu não gosto nem de pensar na possibilidade de te perder?! Droga, Sakura, por que você me fez me apaixonar por você de um jeito que eu nunca pensei que me apaixonaria? — Suspirou com força. — Eu estou perdidamente apaixonado por você e não sei o que fazer com esse sentimento novo.

A kunoichi não respondeu, esbanjando um sorriso calmo. Deidara não se sentia atraído ou gostava dela, ele era apaixonado por ela. E aquele fato fez o seu coração bater mais forte e com mais vida.

Ela o beijou em sinal de reciprocidade, enlaçando os braços em seu pescoço. Deidara não tardou em corresponder ao contato, o intensificando não muito depois.

Logo os carinhos deram lugar a toques de desejo e luxúria, as respirações se tornaram mais aceleradas, os corpos se aproximaram o máximo que conseguiram e em pouco tempo Deidara já estava por cima de Sakura passeando as mãos pelo corpo da garota, fazendo-a suspirar.

— Deidara... — ela o chamou, o fazendo parar de brincar com os lábios e língua no fim de seu pescoço. — Eu quero você nesta noite.

O loiro sorriu e voltou a beijar os seus lábios enquanto puxava a blusa de Sakura para cima.


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Notas finais do capítulo

Eu não revisei o capítulo na ansiedade de postar ele, então me avisem sobre os possíveis erros! ^^

Reviews? Leitores fantasmas, eu ficaria muito feliz se mandassem só um "continua" para eu saber que existem! Que tal fazer uma autora feliz, igual eu me esforço para fazer vocês felizes? ♥

Até o próximo capítulo! :)