O babaca do amigo do meu irmão 1ª temporada escrita por Lailla


Capítulo 1
Todos são babacas!


Notas iniciais do capítulo

Lindos, espero que gostem. É uma história minha mesmo s2s2s2



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Eu não sei o que deu em mim naquela hora, mas aconteceu.

...

Meu irmão Eduardo tem um amigo muito babaca que parece que mora na nossa casa, Micael. Ele é alto, cabelos pretos, olhos penetrantes que me irritam e é um completo babaca!

Eu sou um ano mais nova que eles e no colégio aquele idiota comeu quase todas as minhas amigas. Outras dementes! E ainda esperaram ele ligar de volta. Não sei se ele não tentava nada comigo porque eu era a irmã do melhor amigo dele ou porque eu tinha total aversão por ele. E eu demonstrava essa aversão! Sempre brigávamos, tanto gritando como batendo um no outro. Quase quebrei um copo de vidro na cabeça dele uma vez! E ele quase me arremessou do segundo andar!

Eu estava mexendo no notebook e minha cama cheia de livros. Estudava para as provas finais. Já estava me formando e meu irmão trabalhava na mesma empresa que o idiota do amigo dele. Só com os contatos deles mesmo para arranjarem trabalho tão rápido.

Acabara de fazer um coque meio solto no cabelo. Estava com meus óculos de leitura e uma roupa nada sexy. Alguém bateu e logo entrou, sem permissão.

- Ei, babaca. – Era ele.

O olhei, fuzilando-o.

- O que você quer?

- Du está te chamando.

- Estou ocupada.

- Não sou cego...

- Mas é retardado.

Ele ficou com raiva e se aproximou. Fechou meu computador e bagunçou minhas coisas.

- Ei! As páginas não estavam marcadas!

- Você é retardada então! Deixar um monte de livros abertos sem marcar as páginas. Anda logo! – Ele arrancou meus óculos e me puxou pelo braço.

- Argh! – Bufei.

Me soltei no corredor e bati nele.

- Você é um idiota.

Ele me olhava. Saí andando. Ele se apressou e passou a mão na minha bunda, apertando-a.

- Ai, seu doente! – Soquei a barriga dele, mas não adiantou.

- Bunda durinha. – Ele gargalhou.

Fiquei emburrada, ainda batendo nele. Ele ria, achava graça! De repente segurou minhas mãos com força e me jogou contra a parede, me segurando. Me olhava rindo e chegou perto do meu rosto.

- Babaca. Me larga seu acéfalo.

Ele riu. Desviou o olhar para meus peitos. Eu estava com um short, uma blusa fina e um casaquinho fino e sem graça. E ainda por cima sem sutiã.

- Olha, você tem peitos.

- E você acha que eu sou o que?

Ele segurou meus pulsos contra a parede com uma mão e puxou o decote da minha blusa com o dedo vendo por dentro. Exclamei e tentei chutar o saco dele, mas ele se protegeu com a perna.

- Doente! Qual o seu problema?

- Você ficou bem gostosinha.

- “Gosto...!” Nojo! Enjoou das vadiazinhas que você pega?

- Mais ou menos. – Ele me soltou – Elas não sabem fazer direito.

- Run! Até parece que você sabe! – Saí andando.

Ele deu um meio sorriso, malicioso.

- Dizem que as santinhas são as que mais imaginam, aí sabem fazer direito.

De costas levantei a mão e dei o dedo do meio pra ele.

Cheguei na cozinha. Meu irmão terminava de preparar algo. Cruzei os braços e bati o pé.

- Seu amigo é um babaca!

Ele riu.

- Não sei, mas tenho certeza que vão acabar juntos.

- Eu? Com aquele imbecil, retardado?!

- Quem me chamou? – Ele chegou passando por mim e me empurrando. Quase caí.

- Aí! – Apontei pra ele olhando para Du, indignada.

Meu irmão era um irmãozão, mas que escolha de amizade idiota!

- Cala a boca, Felícia! Vem comer logo. Você ama de cachorro-quente! – Du disse.

Fiquei emburrada, mas me sentei com eles. Gosto muito mesmo de cachorro-quente! Comi correndo e voltei para o quarto.

Já à noite, eu estava olhando para o teto para tentar diminuir a dor de cabeça que estava começando por eu forçar demais a vista. Du entrou.

- Oi, minha mãe está no telefone.

Pulei da cama com um sorriso. Meus pais estavam na segunda lua de mel e só voltariam em alguns meses. Desci as escadas correndo e atendi ao telefone na sala, quase tirando a poltrona do lugar por pular nela. Micael assistia televisão, me olhou franzindo a testa e voltou a assistir televisão.

- Oi mãe. É... Ele está. – Olhei com desgosto para Micael. Ele revirou os olhos – É, é! Minha mãe te mandou um beijo. – Ele fez um sinal positivo – Mas fala. Como está aí? Sério? Que legal! Quero ir também um dia. – Sorri largamente – Eu sei, mas não custa sonhar.

Ri deitando no braço da poltrona e balançando as pernas. Micael olhou pra mim, dei língua pra ele quando percebi. Ele revirou os olhos e balançou a cabeça.

- Não, a gente ainda não se matou. Mas eu estou quase. – Apertei os olhos – Ok. Ok, tchau. Du!

- Que!

- Minha mãe!

- Cala a boca idiota, estou ouvindo. – Micael disse.

- Está assistindo. – Passei por ele dando um tapa em sua cabeça.

Ele puxou meu calcanhar para eu cair. Acabei caindo em cima dele. Saí rápido e dei um tapa na cara dele. Meu irmão chegou na hora.

- Eu quero ver luta na TV! – Ele disse.

Levantei e corri para o quarto.

- Fala. – Du disse – Não, ela disse a verdade. – Ele riu – Pelo menos até naquela hora. Acabou de dar um tapa nele.

...

Micael dormiu em casa naquela noite, como costumava fazer. Foi quando as coisas começaram a ficar estranhas.

Eu dormia com a cabeça coberta quando senti aquele ar frio no meu rosto e alguém me cutucando.

- Hum? – Acordei gemendo – Que?

Olhei, era Micael. Resmunguei.

- O que você quer? – Olhei para o relógio – São três da manhã, imbecil! O que...

Ele me agarrou e me beijou. Não entendi nada, mas foi tão de repente e eu estava tão drogada de sono que nem deu tempo de pensar e aceitei o beijo. Quando percebi quem eu estava beijando, parei o beijo e o empurrei. Pulei para o canto da cama e me encolhi.

- Você está maluco? Bebeu por acaso?

- Não. Eu só queria ver uma coisa.

- O que?! Sua língua dentro da minha boca por acaso?!

Ele riu levantando.

- Mais ou menos. – Ele abriu a porta – “Boa madrugada”.

- Doente. – Resmunguei.

Ele saiu e eu voltei a dormir tendo certeza de que aquilo era mais uma palhaçada dele.

...

Quatro dias depois da palhaçada do Micael, ele voltou para minha casa. Atendi a porta sorrindo por minha amiga ter chegado, mas bati meu olho nele e meu sorrio sumiu.

- Foi mal, a gente chegou junto.

- Sai da frente. – Ele entrou me empurrando.

Ellie era minha amiga e que por minha sorte também odiava Micael. Ela se transferiu no nosso último ano e ele já tinha se formado. O conheceu na minha casa e o achou repugnante.

- E aí? – Ela sorriu entrando.

- Estou pirando.

- Fala sério, a gente já está passada.

Eu ri. Subimos para o meu quarto e eu contei sobre o beijo.

- Por que raios aquele imbecil te beijou?! E por que você aceitou?!

- Eu estava bêbada de sono.

- E ele estava bêbado de verdade?

- Não. – Disse lembrando.

- Ele é um idiota.

- Hum...

Olhei para o lado pensando. Mordi o lábio. Ela abriu a boca rindo.

- Você gostou... – Cantarolou.

- Que?

- Você gostou do beijo! – Ela levantou e começou a pular na cama.

- Pára de palhaçada. Ele é um idiota!

- Ah, fala sério! – Ela sentou – Aproveita. Ele é até... Gostoso. – Ela balançou a cabeça pensando se era isso mesmo.

- Eca! – Joguei um travesseiro nela rindo – Nojo!

- Ahhh! – Ela resmungou – Segue em frente!

Bufei. Tinha três anos que eu e meu ex tínhamos terminado. Dormimos uma vez juntos, eu não gostei e não quis mais. Ele esperou a gente se formar no ginásio e me deu um pé na bunda. Meu irmão quase matou ele de porrada quando me viu chorar em casa. Fiquei na merda por um mês. O lado bom foi que Micael me deu folga nesse tempo.

Apertei meu lábio e assobiei fraco. De repente Micael entrou no quarto.

- Estão fazendo sacanagens lésbicas?! – Ele riu.

- Sai daqui! – Dissemos em coro jogando as primeiras coisas que vimos.

Ele saiu correndo.

- Idiota. – Bufei.

...

Mais alguns dias se passaram e eu estava passeando, comprando doces e mais outras porcarias quando esbarrei nele. O infeliz, miserável e desgraçado que acabou comigo e que até aqueles dias eu não dizia o nome.

- Oi! – Ele abriu um sorriso.

Que falso! Ele acha que anos se passam e tudo fica bem assim do nada?!

- Oi. – Disse desanimada.

- Como você está?

- Me formando. – Disse friamente.

- Ah, é. Que ótimo! Eu também estou.

- Que bom.

Ele sorriu. Olhou para baixo e de volta pra mim.

- Você... Sabe... Quer tomar um café comigo?

- Pra que?

- Ahm...

- Pra você tentar se redimir e eu me convencer de que você mudou, e depois irmos pra sua casa transar e eu não gostar de novo. E você me dar um pé na bunda de novo? – Disse calmamente.

Ele me olhava sem saber o que dizer. Que filho de uma puta! Acabou comigo quando me largou, mal dando uma explicação. Depois começou a comer um monte de garotas – comigo sabendo, nem tentou esconder! – e agora finge que está tudo bem?!

- Desculpa. – Ele disse sem reação – Eu... Era imaturo.

- Desculpa nada seu viado! Você é um filho da puta!

Saí andando, mas virei de novo de raiva e olhei nos olhos dele.

- Você é muito imbecil mesmo de achar que com um sorriso falso desses vai me fazer esquecer de tudo! Seu filho da puta! – Gritei, dando o dedo do meio pra ele sem me importar se a rua estava movimentada.

Peguei o ônibus pensando que podia muito bem ter dado um tapa nele, ou um soco, ou um chute no saco dele! Ou tudo de uma vez! Que ódio! Desgraçado!

Cheguei em casa e bati a porta. Ellie estava com meu irmão e Micael na sala.

- Oi! – Ela sorriu.

Passei direto sem olhar para eles, largando meu casaco e bolsa no chão, perto da escada. Fui direto pra cozinha. Ellie olhou para os dois confusa e me seguiu. Peguei uma garrafa de tequila e outra de vodca. Pus as duas na mesa e peguei um copo. Ellie me assistia assustada. Bebia a vodca do gargalo enquanto pegava sal e cortava um limão. Sentei e pus o sal na beirada do copo bebendo a tequila e chupando o limão.

- Fê, o que você está fazendo? – Ela perguntou abismada com a mão no rosto.

- Bebendo, porra. – Disse bebendo a vodca da garrafa.

- Pára com isso! – Ela tentou tirar a garrafa da mesa, mas eu peguei antes.

Du e Micael correram para a cozinha depois de escutarem Ellie gritar.

- Felícia! Que porra você está fazendo? – Du exclamou, tirando a garrafa de vodca da minha mão.

Bebi um gole grande da tequila direto do gargalo andando pela cozinha.

- Por que vocês ficam perguntando isso? Estão cegos?! – Já estava um pouco bêbada. Era fraca para bebida.

Micael olhava pra mim espantado. Eu cambaleava.

- O que você está olhando idiota?! Não é assim que as filhas da puta que vocês comem ficam? – Forcei uma risada – Não é?! Porque aquele filho da puta deve achar que eu sou uma vadia também. – Encostei a garrafa na cabeça, chorando – Ele acha que pode sorrir que nem um idiota e fingir que nada aconteceu?

Já estava bêbada, quase caí pra trás. Me apoiei na bancada e deixei a garrafa cair. Ela quebrou, sujando tudo. Olhei para o chão, confusa vendo o que acabara de fazer e tentava processar. Pus a mão na testa, fiquei tonta.

- Que porra, Fê! – Du me pegou no colo – Ellie, liga o chuveiro. Anda!

Ela correu para o meu banheiro. Meu irmão foi logo depois, comigo no colo. Micael ficou parado. Encostou na parede e esfregou a mão no rosto.

Depois de um bom banho gelado e muita água, eu melhorei. Mas mesmo assim não quis sair de casa por um tempo.

...

Depois do meu desequilíbrio, Ellie passou a ir todos os dias na minha casa. Quase morava lá também, mas eu só estava ficando melhor graças a ela.

Uma noite Du e Ellie saíram, não lembro pra onde. Eu fiquei na sala vendo televisão com a garrafa de vodca do lado. Micael entrou com uma mochila, claro que iria dormir lá de novo. Viu que eu estava apenas com a luz da televisão iluminando a sala e a boca cheia de vodca. Engoli e olhei pra ele.

- Não faz isso idiota. – Ele disse com a voz meiga tirando a garrafa de perto de mim.

Eu ri fracamente, esfregando os olhos. Estava chorando e meu rosto vermelho.

- Quando começou a beber isso?

Olhei para a janela.

- Quando... Estava de dia.

Ele abaixou a cabeça.

- Vamos. Você tem que tomar um banho e comer alguma coisa.

- Por que... Vocês fazem isso? – Perguntei com a expressão perdida.

- O que?

- Se a gente não quer, é só simplesmente nos largar e ir comer qualquer garota que quer dar. – Dei de ombros pegando a garrafa e bebendo mais um pouco.

- Nem todos são assim. – Ele disse com a expressão compreensível.

Eu ri da cara dele.

- Você é o pior. Só faltou comer a Ellie pra atingir sua cota das minhas amigas.

- Não foi bem assim. Elas se atiravam em cima de mim.

- Ah, é! Nossa, coitadinho. – Balançava a garrafa – Você foi atacado! – Bebi mais um pouco.

- Tá, chega. Vamos para o chuveiro. – Ele pôs a garrafa no chão.

- Uhhh. – Cantarolei e ri como uma lunática – Quer me ver pelada?

- Que? Não!

- Então por que viu meus peitos? – Peguei a garrafa de novo e bebi um gole.

- Pára de beber! – Ele tirou a garrafa de novo.

Tirei o casaco.

- Por quê? – Perguntei rindo.

- Porque não é bom.

- Mas você bebe também. Eu já vi numa festa. – Sorri abobada – E bebe muito.

- Eu sei o que eu faço. Anda, eu te ajudo a subir as escadas.

- Mas! – Eu o segurei para ele não levantar, o soltei lentamente – Eu... Também sei o que eu faço. – Disse tirando a blusa. Estava sem sutiã.

Pus a blusa no ombro dele e me encostei no sofá. Ele engoliu em seco.

- Não quando está bêbada. Você me odeia. – Ele tentou desconversar.

Eu ri de novo tirando a calça de moletom e ficando de calcinha.

- Pára com isso. – Ele disse nervoso.

- Por quê? – Tombei a cabeça rindo – Você não me acha “gostosa”?

- Eu estava...

- Acha! – Exclamei derrubando ele no chão e ficando em cima dele.

Segurei os braços dele e o beijei. Não sei se ele gostou do beijo, mas eu não estava nem aí.

- Você está com gosto de vodca.

- Bebe um pouco e você nem vai ligar. – Eu disse mordendo seu lábio.

- Sai de cima de mim.

- Se você quisesse já teria me tirado. – Ri começando a mexer lentamente o quadril – Fala logo.

- Me solta, eu não quero te machucar te empurrando.

Comecei a gemer me esfregando nele. Pus suas mãos nos meus peitos.

- Anda. Até parece que não está gostando. – Sorri franzindo o nariz – Eu já estou sentindo uma coisa.

Ele cerrou os punhos e fechou os olhos, respirando fundo. Ri de novo e ele me jogou para o lado ficando por cima de mim, segurava meus braços. Me fitava. Eu o olhava, meu sorriso sumiu e eu respirava ofegante. Reparava naqueles olhos, naquela boca. Ele me olhava diferente.

- Você é bonito. – Eu disse gentilmente.

Quando suspirei, ele me largou bruscamente e se levantou jogando minhas roupas em mim.

- Vai tomar a porra do banho. – Ele disse indo pra cozinha.

Me cobri com as roupas e sentei vendo-o sair dali. Já estava mal e naquela hora fiquei deprimida. Nem aquele idiota me queria! Subi cambaleando e tomei um banho frio chorando na banheira abraçando as pernas. Desmaiei na cama depois de chorar mais.


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Notas finais do capítulo

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