E se Fosse Verdade? escrita por justbecause


Capítulo 11
Água


Notas iniciais do capítulo

Aquiiiiii estou euuuuu!!!!
Consegui, vocês deram sorte!!
Espero que gosteeem, e boa leitura!!



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Capítulo 11- Água

Não é exatamente como se eu tivesse ficado muito tempo parade naquela cama depois disso.

Depois que Percy entrou no quarto da enfermaria (no dia em que Thalia chegou, o que por acaso foi às 9 da manhã), ela ficou olhando para nós dois com as sobrancelhas erguidas e com um pequeno sorriso surgindo em seus lábios.

Joguei a cabeça para trás em um sinal de chateação e olhei para ele de uma forma que, eu esperava, dissesse bem claramente "ela sabe". Depois de alguns segundos ele pareceu entender, mas me lançou um confuso olhar de "sabe de que?". Eu fiquei encarando-o daquela forma como a gente encara as pessoas quando quer que elas entendam algo extremamente óbvio. Depois de alguns longos segundos ele pareceu entender e balançou a cabeça afirmativamente. Eu revirei os olhos em resposta à lerdeza dele.

Thalia olhava de mim para ele e depois para mim novamente. Depois de um tempo nessa, ela finalmente fez uma cara confusa e falou:

– Qual foi?

E então eu e Percy começamos a rir.

Ela ficou só nos encarando com a mesma cara.

– Nada – eu e Percy falamos em uníssono quando nos recuperamos.

Ela franziu a testa.

– Tá bom, então, né? Enfim, me contem a história! – ela pediu, subitamente empolgada, mas eu sabia que ela ainda estava incomodada com o momento anterior.

Eu e Percy trocamos alguns olhares e eu resolvi começar:

– Bem, na verdade não tem nada demais... - falei - Anh, a gente meio que começou a namorar escondido e...

– O QUÊ?! - Thalia interrompeu - COMO ASSIM?

– O que foi? – perguntei, como se não soubesse do que ela estava falando.

Ela se recompôs um pouco e se explicou:

– Eu sei-lá… Acho que como vocês dois demoraram muito para ficarem juntos, eu sempre achei que, pra isso acontecer, alguém iria ter que fazer alguma armação ou algo do tipo. – ela parou de falar e deu de ombros – Inconscientemente, claro.

Eu e Percy rimos levemente.

– É, nós já ouvimos isso. – ele disse, e eu olhei para ele rapidamente.

– Enfim, mas aí Rachel acabou meio que descobrindo, e aí a gente teve que contar pra todo mundo, porque, hum, a coisa estava ficando… muito suspeita, eu diria. – terminei a história.

Thalia sorriu e disse:

– Inesperado, mas legal. – então ela franziu a testa – Ei, Percy! Por falar na Rachel, ela tá por aqui?

Percebi que também não havia visto a minha amiga oráculo… Apesar de que eu, na verdade, não tive exatamente muitas oportunidades para isso depois que voltei ao Acampamento.

Percy balançou a cabeça negativamente:

– Não, ela meio que foi obrigada pelo pai a passar duas semanas das férias na casa de praia da família. Porque ele queria "ver os efeitos que a escola estava tendo sobre ela".

Passamos mais um tempo conversando e colocando os assuntos em dia. Eu e Percy contamos da missão, de Matt e também um pouco do ano letivo anterior, o que eu tinha passado em NY redecorando o monte Olimpo (que, por acaso, ainda precisava de muito trabalho, mas eu estava "de férias" durante o verão).

Thalia estava amando a vida de caçadora. Ela rodava o país atrás de monstros, e estava se dando muito bem com as outras meninas. Ela estava perto da Pensilvânia quando Percy enviou a mensagem, e então ela deixou qualquer uma no comando e veio para o Acampamento.

No meio da conversa, Percy lembrou de alguma coisa:

– Ah, é! Grover me pediu para chamá-lo da próxima vez que você acordasse. Ele vai gostar de te ver, Thalia.

– Bem, vamos lá buscá-lo. - sugeri, naturalmente.

Os dois automaticamente olharam para mim como se eu fosse louca:

– O que foi? - perguntei.

Eles se entreolharam antes de Percy se virar para mim com uma cara séria e falar:

– Annabeth, eu não sei se é uma boa ideia.

– O que não é uma boa ideia? - falei, começando a ficar irritada.

– Ahn, você sair andando por aí...

– Mas é claro que eu consigo andar! - reclamei, começando a me levantar, mas os dois vieram correndo até mim e me sentaram na cama de novo.

– Você não vai sair assim agora. - Thalia me repreendeu e eles se afastaram de novo.

Ela falou com tanta convicção que até eu fiquei um pouco amedrontada.

Desviei o olhar.

– Eu não vou simplesmente ficar trancada aqui. Não é saudável. Qual é, eu já tenho basicamente três dias aqui dentro. Eu consigo sair, agora. – falei, meio que implorando com os olhos – Por favor…

– Tá bem. – Thalia disse, e Percy, relutante, concordou.

Eu fiz um certo esforço para levantar da cama, mas consegui. Parei um pouco, me apoiando na mesa de cabeceira, pois não pude evitar me sentir um pouco tonta. Fechei os olhos por alguns segundos e esperei a sensação passar. Quando me senti bem o suficiente, comecei a andar em direção a Percy.

Não foi difícil chegar até ele. Para falar a verdade, foi quase normal. Claro que eu não conseguiria correr ou lutar, mas andar não me pareceu uma tarefa complicada. Passei um braço pelos ombros de Percy e ele me abraçou firmemente pela cintura com uma das mãos. Olhei para cima só para me perder na imensidão verde do olhar dele.

– Viu? – sussurrei, sorrindo levemente – Eu disse que eu conseguia.

– Vou começar a acreditar mais em você. – ele respondeu.

– Ah, parem com essa coisa melosa e vamos logo! – Thalia interrompeu e passou na nossa frente, abrindo a porta.

Nós dois rimos daquele comentário, mas a verdade é que depois, no caminho para os campos de morango, ficamos um pouco tensos.

A questão é que aquilo não tinha sido exatamente atuação. Pelo menos eu não estava fingindo, porque, sabe como é, era só Thalia quem estava ali.

E eu sei que ela meio que percebe esse tipo de coisa mais facilmente, porque ela é caçadora, então qualquer coisinha a incomoda, mas ainda assim…

Meus pensamentos foram interrompidos por um garoto-bode quase pulando em cima de mim e um grito de sua voz muito conhecida:

– Annabeth!

Antes de realmente pular em cima de mim, ele pareceu lembrar que eu não estava exatamente a coisa mais forte do mundo e parou para me abraçar com cuidado:

– Que bom que você tá bem! – ele disse assim que se afastou – Sabe, eu tava começando a ficar preocupado com você, porque…

Thalia pigarreou para interrompê-lo.

– Eu também existo, sabia, Garoto-Bode? – ela disse, provocando.

Acho que ele só percebeu a presença de Thalia naquele momento, porque, assim que se virou para ela, arregalou os olhos e literalmente pulou em cima de alguém (esse alguém sendo também conhecido como Thalia) dessa vez.

– Thalia! Quando você chegou aqui? – ele disse já se afastando.

Ele definitivamente tem comido muitas latas de metal muito doces atualmente.

– Agora. – ela disse – É bom te ver também, Garoto-Bode.

– Por que você veio? – ele perguntou.

Thalia revirou os olhos antes de contar a história toda de novo.

Depois, Grover quis saber sobre como eu estava me sentindo e como era bom que eu estivesse conseguindo andar e blá blá blá. De novo, a história toda.

Quando terminei de contar tudo, nós ficamos só conversando como nos velhos tempos. Como se nada mais tivesse acontecido depois que eles me resgataram e nós voltamos de São Francisco (o que, na verdade, tinha acontecido há mais ou menos três anos atrás, e muita coisa já havia acontecido depois disso).

Comecei a ficar cansada de ficar em pé, e sugeri que fôssemos sentar num banco que havia ali no meio dos campos de morango.

Isso pareceu lembrar Percy de alguma coisa, porque do nada ele arregalou os olhos e pareceu muito alarmado.

Coloquei a mão no ombro dele:

– Percy, o que foi?

– Eu tenho aula de arco e flecha, e Quíron disse que se eu faltar hoje mais uma vez, vou ter que limpar os estábulos esse fim de semana. Que horas são?

– Dez e quinze.

– Estou atrasado. - ele disse antes de se virar para ir para o treinamento, mas antes que ele pudesse, eu percebi algo estranho no que ele tinha falado e não o deixei ir embora, segurando-o pelo punho.

– Percy, - falei, com o tom mais severo que consegui - como assim "mais uma vez"?

Ele sorriu, meio sem graça e meio marotamente, e disse:

– Bem, digamos que tem mais ou menos três dias que eu não vou a nenhuma aula de arco e flecha. - ele tornou-se um pouco mais sério nesse ponto - E você sabe que eu não sou lá essas coisas quando se trata de arco e flecha...

Eu simplesmente o olhei com um olhar meio reprovador, mas brincalhão, e depois o deixei ir.

Ele deu uns dois passos na velocidade normal e eu o chamei, fazendo-o parar e virar:

– O que? - ele perguntou depois que eu gritei o nome dele.

– Onze e meia no lago de canoagem.

Ele sorriu, concordou com a cabeça, e depois começou a correr o mais rápido possível para a aula de arco e flecha.

Me virei já começando a rir, e quando vi que Grover e Thalia já estavam fazendo o mesmo, não pude me controlar e nós três tivemos um imenso e chamativo ataque de riso.

Vá entender. Mas eu acho que ninguém realmente entende as razões dos ataques de riso.

É, acho que não.

– Tá. - Grover falou quando começamos a recuperar o fôlego - Qual foi a da marcação repentina de encontro com o Percy?

Eu comecei a rir, mas consegui me controlar e dar apenas um riso fraco, porque eu sabia que se não fizesse isso teria outro ataque de riso, e isso não seria exatamente agradável, por que a minha barriga já estava doendo o bastante como consequência do primeiro.

– Não é um encontro. - expliquei - Vocês dois estão "convidados". - fiz o sinal de aspas com o dedos - Se é assim que vocês querem que eu diga...

– Ah - eles disseram, ao mesmo tempo.

– E por que isso, posso saber? - Thalia perguntou.

– Porque - comecei a explicar, em um tom impaciente de quem tem que esclarecer o óbvio e erguendo uma sobrancelha - não é todo dia que estamos os quatro juntos aqui no Acampamento. Só achei que seria legal passar mais um tempo com vocês. Algo contra?

Eles riram um pouco e disseram "nãos" bem discretos.

– Bem, eu acho melhor eu ajeitar as coisas na cabine de Zeus e tomar um banho. - Thalia disse e esperou que nós respondêssemos alguma coisa.

– Eu tenho que encontrar Juníper no bosque, ela disse que algumas dríades têm reclamado de perseguições de sátiros e quer que eu vá lá ajudar a resolver. Vejo vocês mais tarde. - Grover disse, e saiu galopando em direção ao bosque.

– Ah, claro. Foi bom falar com você também. - Thalia ironizou, meio emburrada, mas eu não pude evitar rir da cara dela.

O que é claro, me rendeu um olhar assassino que consegue calar qualquer um.

– Vamos logo, eu também tenho que passar no chalé de Atena pra ajeitar minhas coisas e definitivamente preciso de um banho. - falei, e nós fomos andando vagarosamente para o U de chalés (que atualmente está ficando mais parecido com um Ω, por causa da promessa que os deuses tinham feito a Percy a da consequente construção de novos chalés).

Pouco mais de uma hora depois, eu estava sentada na borda do píer, molhando os pés na água gelada do lago de canoagem, ao lado de Thalia e Grover.

A sensação de estar limpa era realmente reconfortante. Acho que eu só fui perceber que tinha muito tempo que eu não tomava banho quando parei para pensar e percebi que eu estava desacordada desde o dia em que tinha voltado da missão. Ugh. Nojo de mim mesma.

Nós três estávamos conversando traquilamente quando Percy chegou todo molhado de sour e com um sorriso no rosto.

– É, o treino foi um pouquinho puxado… - ele disse quando chegou na margem do lago, nos fazendo rir.

Ele abriu os braços e veio andando na minha direção:

– Quem quer um abraço?

Eu fui me arrastando para mais perto de Thalia e empurrando-a cada vez mais para perto de Grover.

– Ah, não, Cabeça de Alga. Nem pense nisso! – eu falei, já começando a rir. – Só depois de você ter tomado um bom banho!

Depois que eu falei isso, ele parou de andar, refletiu por uns dois segundos, deu de ombros e disse:

– Até que um mergulho não parece má ideia.

E daí ele simplesmente tirou a camisa molhada de suor e a jogou no chão antes de pular na água.

Bem, digamos apenas que o tempo que ele levou para jogar a camisa no chão foi o suficiente pra eu ficar olhando fixamente com cara de besta, porque… Uau. Literalmente… Uau.

E é claro que Grover e Thalia começaram a rir da minha cara.

Antes de começar a ficar constrangida, consegui me recompor:

– Ei, ele é meu namorado. Eu tenho o direito, tá? – falei, com uma voz meio convencida.

Obviamente, isso só fez Thalia rir ainda mais.

– Ué, eu é que não estou interessada. – ela disse – Só se Grover estiver.

Isso me fez rir.

Pelo menos até eu ser jogada dentro d'água.

"He has his father's eyes

If you asked me if I love him

I'd lie."

I'd lie- Taylor Swift


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso!!
Como já disse, desculpem mas essa semana não vai dar pra postar mesmo...
Não me matem, assim que puder posto o próximo, espero que estejam gostandooooo!!!
Beijos, e até a próxima!



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