Conspiração escrita por Lura


Capítulo 40
Erro de Cálculo


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao capítulo 40!!!
Só quem acompanha a oito anos sabe como isso demorou, kkkk.
Brincadeira. Eu sei que muitas pessoas se juntaram a nos ao longe desses anos, e sou muito grata por isso!
Agradeço por todos que leram, comentaram e favoritaram desde a última atualização!
Sobre o capítulo, vem aí, mais uma revelação (uma das últimas) e eu quero ver quem vai conseguir juntar tudo depois dessa e quem já havia previsto isso.
Espero que gostem!



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Vila do Sol — 6 de julho de X792

Natsu sentiu o queixo cair, espantado, quando parou diante da cidade completamente congelada, percebendo que, definitivamente, aquele era o local da missão para a qual haviam sido designados.

Honestamente, considerando a estranheza de todo aquele dia, ele não deveria estar surpreso.

Naquela mesma manhã, eles haviam chegado na casa do empregador, e dado quão longe era, podia-se considerar quase um milagre terem alcançado o local com apenas um dia de percurso.

Ao adentrarem a casinha pitoresca, Natsu e Mirajane descobriram que Gray e Juvia já se encontravam lá e não tinham recebido qualquer informação quanto à missão, mas aguardavam a chegada deles. O mago do gelo e a maga da chuva, de alguma maneira, pareciam no limite da paciência, e o dragon slayer entendeu o motivo tão logo conheceram o anfitrião.

O homem-árvore (árvore-homem, o que quer que fosse aquilo), era desagradavelmente inclinado a pregar pegadinhas sem graça, fazendo com que eles consumissem um tempo que julgavam não ter.

Para ser justo, Warrod (em algum momento entre as anedotas, ele se apresentou) não perdeu realmente muito tempo com isso. O problema é que eles tinham muito o que fazer e também muito o que perder, razão pela qual, julgavam cada minuto precioso.

Claro, isso fez com que eles entrassem em desespero, ao descobrirem que o local da missão não era ali, mas a dois mil quilômetros ao sul.

Natsu teve que resistir bravamente à vontade de socar o homem. Ele havia prometido para Lucy que voltaria em breve, mas se seguisse com a missão, perderiam semanas de viagem.

— Uma vez que a situação com a Signum Sectionis se tornou pública, eu imaginei que Makarov pudesse vir até mim para perguntar sobre E.N.D. — contou o anfitrião. — Eu ouvi esse nome há muito tempo, em uma certa vila, mas quando voltei lá para investigar… — interrompeu-se. — Bem, vocês verão quando chegarem lá. Foi para isso que os chamei — concluiu.

— Como sabia que o mestre procuraria o senhor em busca dessas informações? — Mirajane questionou, curiosa.

— Bem, eu sou um homem muito velho — respondeu, com simplicidade. — Pessoas velhas reúnem informações com a experiência.

— Então, isso é só sobre o E.N.D.? — Gray indagou, levemente decepcionado. — Pelo que o mestre falou, poderíamos obter informações sobre a magia Devil Slayer — comentou.

— Uma magia de gelo, pelo que Makarov me disse, certo? — indagou o velho, recebendo um aceno positivo de Gray. — De fato, eu visitei a vila apenas em busca de informações quanto ao E.N.D. — admitiu. — Só depois que Makarov me contou também sobre a magia Devil Slayer e me explicou por alto as informações que tinham sobre ela, eu pensei que o que aconteceu lá, pode estar relacionado a essa arte perdida. 

— E o que aconteceu? — Natsu estava impaciente.

— Como eu disse, descobrirão quando chegarem lá. Honestamente, vai ser cansativo explicar — o velho alegou, sem constrangimento, mal reparando que Natsu estava prestes a perder a paciência e queimar tudo a sua frente.

Se não fosse pelas patinhas de Happy agarrando as costas de seu casaco e a mão apaziguadora de Mirajane em seu ombro, talvez não tivesse conseguido manter o controle.

— Olha, eu realmente preciso de mais informações sobre E.N.D., para ajudar a tirar a Lucy dessa confusão — afirmou o mago do fogo. — Mas se essa vila é tão longe assim, isso significa que vamos levar semanas apenas para chegar lá. Não posso ficar tanto tempo longe de Lucy, quando há uma seita inteira querendo a morte do bebê que estamos esperando — justificou, pronto para recusar à missão.

— Isso significa que, se você pudesse chegar lá instantaneamente, ao menos tentaria ajudar as pessoas da vila? — Warrod perguntou, com astúcia.

— Claro — Natsu respondeu, tentando evidenciar a obviedade da situação em seu timbre.

— Bem, é uma promessa — alegou o velho.

Eles não chegaram a ver, realmente, o que ele havia feito, antes que uma árvore enorme crescesse sobre seus pés e os levassem em velocidade absurda para cima, e depois para o sul.

E então, em questão de minutos, eles se viram na entrada da vila congelada e perceberam que era fácil supor porque aquilo podia estar relacionado à magia Devil Slayer, se os ofegos de dor que Gray emitiu ao se aproximar não fossem dica o suficiente.

— Gray-sama! — Juvia exclamou preocupada, não se abstendo de se aproximar para ajudá-lo, apesar de tê-lo evitado abertamente nos últimos meses.

— Estou bem — garantiu ele, esforçando-se em uma respiração compassada, a fim de superar a dor no braço direito, o qual envolvia com o esquerdo. 

— Tem certeza? — Mirajane indagou, preocupada. — Da outra vez, você desmaiou de dor e, pelo que concluímos, o inimigo conjurou apenas uma estaca de gelo com a magia Devil Slayer. E agora tem uma cidade inteira congelada aqui — observou.

O comentário fez com que Gray ficasse pensativo. De fato, a dor que sentira na ocasião em que precisaram resgatar Macao e Romeo, era absurdamente maior do que a que lhe atingira momentos atrás, que inclusive desaparecia gradualmente.

— Talvez o momento da conjuração seja um gatilho mais intenso que a relevância do objeto conjurado — supôs o mago do gelo. — Pelo que sabemos, naquele dia o inimigo poderia estar com a magia ativa quando eu fui afetado. Hoje, no entanto, a magia já foi concluída — explicou, observando a enormidade de gelo que havia à frente.

— Faz sentido — Juvia concordou.

Ao perceberem que Gray parecia melhor, todos retomaram a caminhada.

— Olá? — Mirajane arriscou-se a perguntar, enquanto adentravam o local, com cuidado para não escorregarem sobre o gelo.

Tudo que receberam em resposta, foi o eco da voz melodiosa da take over.

— Natsu-san, consegue derreter? — Juvia indagou, embora previsse que a solução não seria tão simples.

Àquela altura, já haviam percebido que a missão era descongelar o local, encontrar  o portador da magia devil slayer que havia causado tudo aquilo em primeiro lugar, bem como perguntar a quem quer que vivesse ali se poderiam lhes informar sobre E.N.D. 

E se os habitantes locais haviam mesmo sido atacados pela magia de caça de demônios, provavelmente poderiam.

Em resposta ao questionamento de Juvia, Natsu agachou-se e espalmou uma das mãos em chamas no chão congelado, aumentando a intensidade do fogo algumas vezes.

— Nem uma gota — respondeu o dragon slayer, mal humorado.

— E você, Gray? Pode revertê-lo? — Mirajane indagou, voltando-se para o mago do gelo, que caminhou até a parede de gelo mais próxima e espalmou a mão direita contra ela.

Involuntariamente, o mago sentiu seu corpo se arrepiar ao captar as propriedades mágicas familiares daquele gelo.

— Não posso — disse, por fim, tentando apagar a imagem de Deliora que automaticamente aparecera em sua mente junto à sensação daquela magia peculiar. — Não é gelo, puramente. Está imbuído de propriedades mágicas que eu não domino — esclareceu, tentando ignorar o olhar preocupado que Juvia lhe lançara, e dominar o arrependimento por ter trazido a mulher chuva e o filho que carregava para o meio de um lugar carregado de magia negativa.

— De fato — Mirajane confirmou,  caminhando até Gray para colocar a própria mão na mesma parede de gelo, ao lado de onde a dele ainda se encontrava. — Essas propriedades mágicas parecem repelir a minha magia. Como se causasse ojeriza — revelou. 

— Então de fato estamos lidando com magia devil slayer — Happy indagou, recebendo um murmúrio coletivo de concordância.

— Bem, acho que nos resta procurar os aldeões e investigar o que aconteceu, para encontrarmos uma maneira de desfazer — Juvia concluiu.

— Certo. Happy e eu faremos uma busca aérea — Natsu avisou. — Vamos amigo — chamou.

— Aye! — o gatinho azul exclamou, de pronto içando o dragon slayer pelas costas de seu casaco negro e subindo com ele, desviando das enormes colunas de gelos que se projetavam muitos metros acima.

Foi enquanto acompanhavam a decolagem do exceed e do mago do fogo, que os outros três integrantes da equipe arregalaram seus olhos.

— Espera, Natsu! — Mirajane gritou, espantada.

— O que é? — indagou o mago do fogo, aproveitando a pausa que Happy dera para encará-la por cima do ombro.

— Nós já os encontramos — avisou a albina.

— Onde? — o mago do fogo indagou, confuso.

Em resposta, a take over apenas apontou, para cima, causando ainda mais confusão ao mago do fogo por indicar um lugar próximo ao que ele sobrevoava.

Sem entender, Natsu seguiu a direção que o indicador de Mirajane apontava, apenas para deparar-se com mais uma das enormes colinas de gelo, tão próxima que ele podia se ver refletido na superfície polida.

Até que ele percebeu que ele não encarava uma coluna, mas o rosto de alguém.

O rosto gigante de alguém.

— Waaaa!!! Enorme!!! — gritou, espantado, percebendo que encontrava-se a centímetros de um nariz, cujas narinas ele poderia explorar como túneis, se quisesse. — Enorme, enorme, enooooorme!!! — continuava berrando, enquanto Happy o carregava para baixo.

— A mente do Natsu-san entrou em curto circuito — Juvia comentou, ante a reação exagerada do colega de guilda.

— Parece a reação que ele tem quando fala dos peitos da Lucy — Happy observou, soltando o amigo, recebendo olhares incrédulos de Gray, Juvia e Mirajane. — O quê? Nem sempre eu estou dormindo quando os dois acham que eu estou. Não é minha culpa se eu ouço as coisas — defendeu-se.

Automaticamente, os três magos voltaram-se para Natsu, seus olhares contendo um misto de admiração e vergonha, mas o dragon slayer permaneceu indiferente.

— O que eu posso fazer? A Lucy é muito fogosa — mentiu na cara dura, em tom casual.

— Eu realmente sinto falta do murro que ela te daria agora por esse comentário, se pudesse ter vindo com a gente — Gray observou, recebendo murmúrios de concordância das garotas, visto que todos podiam imaginar a cena com facilidade.

Sem surpresa, Natsu começava a avançar contra Gray para tirar satisfação quanto à piadinha, quando um estampido chamou a atenção de todos.

— Isso foi um tiro? — Juvia indagou, assustada.

Natsu concentrou-se em aguçar seus sentidos por alguns segundos, antes de responder: 

— Tem mais quatro pessoas aqui. Uma delas está sendo perseguida pelas outras três — anunciou. Não, espera! São cinco pessoas. Tem uma separada do grupo — completou. 

— Vamos atrás de quem está em apuros — Mirajane decidiu — quem quer que seja, pode ter respostas sobre o que aconteceu aqui.

Os demais assentiram, e logo todos começaram a embrenhar-se no que parecia o bosque que rodeava a vila, que também se encontrava completamente congelado.

Porém, Juvia sentiu seus avanços serem contidos pelo aperto firme de Gray em seu braço direito.

— Eles têm um atirador e você já não pode desfazer o corpo em água por causa do bebê. Não é seguro. Você deveria ficar — instruiu, e a mulher de cabelos azuis sentiu seu interior se sobressaltar com a preocupação genuína que pôde visualizar na expressão dele.

— Não é seguro para nenhum de nós, em qualquer lugar — Juvia lembrou, em timbre suave. — Se Juvia ficar, ela será um alvo fácil — concluiu, desvencilhando-se com gentileza para retomar seu caminho.

Obrigando-se a admitir que ela provavelmente estava certa, Gray a seguiu, atento ao redor, para o caso de ter que intervir e protegê-la, novamente lamentando mentalmente a decisão de tê-la trazido.

Não demoraram a alcançar Natsu, Happy e Mirajane, e depois disso o grupo não chegou a correr um minuto inteiro antes que se deparassem com a figura de uma mulher ofegante e completamente desgrenhada. 

— Você! — Natsu exclamou, em seu timbre, um misto de surpresa e raiva.

Afinal, ele nunca se esqueceria de Flare Corona, a maga da Raven Tail que havia machucado e humilhado Lucy durante os Grandes  Jogos Mágicos, e ainda ameaçado a vida de Asuka.

— Fairy Tail… — a ruiva arregalou seus olhos vermelhos brevemente ao deparar-se com os membros da dita guilda, mas ao sentir que estava sendo alcançada, os contornou, em busca de proteção.

Ela mal havia se movido quando três homens estranhos adentraram a clareira em que estavam.

— Ah, droga, agora tem mais deles — um homem magro, de cabelos escuros, com o cabelo arranjado em tufos armados que se assemelhavam a chifres, reclamou. Claro que, o que mais chamou atenção a seu respeito, foi a enorme espada que empunhava.

— Dun, dun! — o outro, cuja cabeça enorme era enfeitada por barba e topete estranhos, apenas murmurou. Sua arma de combate, aparentemente, era um estranho bastão adornado com um enorme punho em sua extremidade.

— Esses caras estão perseguindo você? — Gray indagou à Flare, que assentiu de imediato.

— Eles estão… Estão atrás da chama eterna! — exclamou, com um misto de assombro e indignação.

— Chama eterna? — Mirajane questionou. 

Ante a pergunta da albina, o terceiro estranho, de cabelos longos e claros, que empunhava o que parecia ser uma arma de fogo de cano longo,  murmurou em compreensão, antes de dizer:

— Se vocês não sabem o que é, não estão atrás dela — concluiu. — Então é só não ficarem no nosso caminho. 

— Nós viemos para salvar os aldeões — Natsu contou uma meia verdade, apontando para alguns dos gigantes visíveis ao longe.

— Isso é ficar no nosso caminho! — o espadachim esbravejou.

— Então parece que temos um problema — Gray comentou, colocando-se em posição de batalha, estrategicamente se posicionando na frente de Juvia.

O atirador estalou a língua.

— Vocês não fazem ideia de quem somos, não é mesmo? — indagou.

— Essa informação não está na nossa lista de prioridades — Mirajane respondeu, em seu timbre doce habitual.

— Nós somos da guilda de caçadores de tesouro Sylph Labyrinth — ignorando o desinteresse dos demais, o espadachim avisou.

— Dun! — o caçador que empunhava o bastão exclamou, em aparente concordância.

— Nós realmente não nos importamos — Natsu retrucou, impaciente.

— Bem, deveriam — o atirador aconselhou. — Foi apenas sorte os gigantes serem congelados, mas nós vínhamos nos preparando há algum tempo para lutar contra eles e tomar a chama eterna, o fogo místico que tem queimado por séculos e é considerado um super tesouro classe S — explicou. — Então, o que quatro magos de uma guilda comum e uma mulher miserável podem fazer? — debochou. 

— Vocês não vão gostar de descobrir — Natsu avisou, socando o punho direito na mão esquerda aberta, ambos em chamas.

— É como dizem. Não são muito espertos — o espadachim observou. — Vocês só precisavam entregar a mulher e não se meterem no que não lhes diz respeito, mas preferem comprar uma briga que não lhes pertence — acrescentou.

— Não é a chama eterna que vocês querem? — Mirajane indagou.

— Por que estão atrás da Flare-san? — Juvia questionou, complementando o raciocínio da albina.

— Então vocês não sabem? — o atirador perguntou, arqueando as sobrancelhas. — A garota foi criada nesta vila e abençoada com poderes concedidos pela chama eterna — contou. — Se não podemos tê-las porque estão congeladas, então ficaremos com os cabelos dela, que são basicamente a mesma coisa — concluiu.

— Wow! Então ela é um gigante? - o dragon slayer concluiu, contra todas as evidências. Seus companheiros de guilda estapearam as próprias testas em reação ao seu raciocínio distorcido.

— Como eu disse, não são muito espertos — o espadachim reiterou.

— Meu cabelo é meu orgulho, agraciado pela divindade da nossa vila! Vocês nunca o terão! — Flare bradou, decidida.

— Está realmente tudo bem para você lutar por isso? — o atirador perguntou, abrindo um sorriso cínico. — Mesmo se você pudesse nos vencer, o que já vimos que não pode, o que fará para sobreviver, agora que seus amigos gigantes não estão aqui para protegê-la, quando há uma seita milenar à solta matando magos com poderes de fogo? — questionou, fazendo com que os olhos vermelhos da mulher se arregalassem. — Entregar seus cabelos apenas aumentaria suas chances de sobrevivência — concluiu.

Infelizmente para eles, os caçadores de tesouro não perceberam que aquela fala havia tocado na ferida dos demais magos presentes, que se colocaram ao redor de Flare de maneira protetora.

— Então está tudo bem para vocês, intimidar pessoas  que já estão sendo perseguidas e passam por problemas? — Natsu indagou, furioso, todo o seu corpo se acendendo em chamas. — Vamos ver como vocês se saem sendo intimidados da história, então  — acrescentou.

— Façam se forem capazes — o espadachim afirmou e, de imediato, um estampido ecoou.

— Inferno! — Gray praguejou, imediatamente conjurando um enorme escudo de gelo que os rodeou. 

— Droga Gray, o que você está fazendo? — Natsu reclamou, prestes a aumentar suas chamas e derreter tudo, quando a visão de todos foi preenchida por estilhaços de gelo.

Fora do escudo, o caçador que empunhava o bastão atingiu o gelo diversas vezes com o punho enorme de sua arma, estrategicamente lançando seus alvos para lugares diversos e separando o grupo.

— Natsu! — Happy exclamou, voando para seguir Natsu e Mirajane, que haviam despencado em uma pequena ribanceira.

Por sua vez, os gritos de Juvia, Gray e Flare ainda podiam ser ouvidos enquanto escorregavam por uma ladeira, que havia se convertido em um grande tobogã, com o congelamento da vila. 

— Juvia! — Gray chamou, com urgência, tentando se situar enquanto se levantava.

Olhando ao redor, percebeu que haviam parado em um local plano, porém de área limitada, o barulho de ondas quebrando com violência denunciando que se tratava de um penhasco. 

Localizou a maga da chuva quase na beira, também lutando para se orientar enquanto levantava. A preocupação de perceber que ela havia deslizado para mais longe passou por sua mente enquanto tentava chegar até ela, movendo-se com cuidado pelo gelo para não escorregar e terminar o caminho despencando no mar, em sua pressa, mal percebendo Flare caída em algum ponto entre os dois.

— Gray-sama — a maga da água murmurou atordoada, percebendo que Gray se aproximava.

Mesmo à distância, o mago de gelo notou o filete de sangue que se iniciava na testa da maga da água e riscava-lhe toda a lateral esquerda do rosto e cerrou os dentes. Juvia não podia desfazer o corpo em água por causa da criança e agora estava ferida.

A constatação fez com que ele se apressasse ainda mais, porém novos estampidos frearam seus passos. O mago do gelo percebeu novos tiros atingirem o pedaço de chão congelado que havia entre eles, constatando, com horror, que a maga da água provavelmente seria o próximo alvo.

Os olhos arregalados da mulher chuva indicavam que havia concluído a mesma coisa, no entanto, ela foi rápida em reagir, as mãos movimentando-se para invocar seus poderes e formular alguma forma de defesa. 

Infelizmente, Juvia não teve chance, pois mais rápido que qualquer um deles pudesse acompanhar, um dos magos da Sylph Labyrinth pulou entre eles e jogou a maga penhasco abaixo, com seu bastão de punhos.

— JUVIA!!! — o grito de Gray combinava em desespero com os berros que a maga da chuva emitia enquanto caia.

Jogando a cautela ao vento, o mago do gelo correu até a beira, e mal teve tempo de contemplar as inúmeras rochas que despontavam na superfície e conferir se Juvia esperançosamente havia caído na água sem atingi-las, antes de ser lançado para trás com uma força absurda.

Sua cabeça latejou, seus ouvidos zumbiram e suas costas nuas — quando ele havia tirado o casaco e a camisa? — foram esfaqueadas por centenas de agulhas congeladas do pinheiro que havia atingido.

Ele ainda teve um tempo para, ironicamente, odiar a magia do gelo e quem quer que tivesse congelado aquela vila, antes de se colocar de pé e encarar o homem cabeçudo e esquisito com o mais puro ódio.

Aparentemente, ele era mais forte do que parecia.

— Dun, dun! — como antes, foi o único som que o estranho emitiu, mas pela maneira que ele estendeu as mãos e chamou por Gray, o mago do gelo deduziu que dizia que seria seu oponente.

Gray grunhiu.

Ele não poderia perder tempo com aquilo. Ele precisava saber se Juvia estava bem.

A olhada que o homem lançou para a beira do penhasco, combinada com o sorriso maldoso abriu, demonstraram para o mago do gelo que ele havia seguido sua linha de raciocínio e não permitiria que ele passasse por ali tão fácil.

Gray estreitou os olhos.

Se era assim que ele queria, ótimo.

O homem não o havia pegado em um bom dia e o mago do gelo estava certo que nada no mundo o impediria de garantir que Juvia ficaria bem.

Nem mesmo os recém-chegados cuja magia estava começando a captar.

 

… 

 

Tão logo estacionou na clareira ao fundo da ribanceira, Natsu levantou-se, ignorando os cortes e arranhões adquiridos durante a descida violenta. Magia de gelo já não era sua preferida, e agora ele estava começando a amaldiçoar o lugar congelado.

Há poucos metros de si, viu Mirajane também se levantando, até que o estampido de disparos de arma de fogo fez com que se colocasse ainda mais em alerta, mesmo que nenhum tiro tivesse acertado as proximidades.

— Será que Gray e Juvia estão bem? — Happy indagou, imaginando que eles fossem os alvos dos disparos que ouviram. — Kya!!! — gritou logo em seguida, enquanto se desviava de uma chuva de tiros lançadas em sua direção. 

— Parece que o atirador consegue ver tanto a gente quanto os outros — Mirajane concluiu, assumindo a forma Satan Soul. — Eu vou atrás dele. Estamos em desvantagem enquanto pudermos ser atingidos a qualquer momento — anunciou, abrindo suas asas negras com esforço adicional graças a toda a magia devil slayer que os cercavam. Era como se o lugar a fatigasse, mas ela ficaria bem enquanto evitasse tocar diretamente o gelo.

A albina estava prestes a alçar voo, quando a aproximação de um poder mágico de densidade absurda chamou tanto a sua atenção quanto a de Natsu.

— Temos companhia — o mago do fogo anunciou, olhando para o ponto da clareira em que sabia que o estranho surgiria.

— Vejam só. Eu vim caçar um demônio e encontrei dois — a voz zombeteira ecoou antes que o recém-chegado aparecesse. — Isso é tão conveniente.

Mirajane colocou-se em posição de combate e Happy agarrou as costas do casaco de Natsu, estranhando quando a brisa gelada fez com que o mago do fogo enrijecesse por um momento. 

— O cheiro dele… — começou o dragon slayer, colocando-se novamente em alerta. — É familiar.

Happy e Mirajane ficaram mais apreensivos, ante a perspectiva de enfrentar um conhecido, no entanto, quando o oponente surgiu entre as árvores que contornavam a borda da clareira, perceberam que nunca o haviam visto.

O barulho de tiros direcionados aos outros pontos da vila ecoava, enquanto avaliavam o recém-chegado.

O homem, alto e pálido, tinha os cabelos negros penteados para trás. Sua feição poderia ser descrita como bela, embora a cicatriz que iniciava no meio da testa e terminava perto da orelha esquerda, junto ao sorriso frio e constante, contribuíssem para uma aura intimidadora. A armadura evidentemente pesada que trajava, era o prenúncio de sua força física, que parecia combinar com o poder mágico assustador que emanava dele em ondas. Por fim, a capa branca passava a impressão de status elevado, o que fazia sentido, se realmente estivessem enfrentando quem supunham estar.

Todavia, nenhum desses pontos chamou mais a atenção do mago que as palavras escritas no peitoral da armadura dele.

— Absolute Zero, heim? — Natsu comentou após ler. — Será que finalmente podemos dar um nome ao bastardo que planejou toda essa matança? — conjecturou, externando a suposição de que aquele homem comandava a Signum Sectionis.

— Essa ou qualquer outra informação não tem mais relevância para vocês — o homem respondeu com simplicidade, terminando de entrar na clareira. — Porque vocês vão morrer aqui. 

Contrariando todas as expectativas, Natsu soltou uma risada breve e seca, que em nada combinava com a aura assustadora que emanava, e atraiu os olhares arregalados do Demônio Mirajane e Happy.

— Bom, esses são seus planos para hoje. Os meus, são derreter todo esse gelo esfregando sua cara nele e voltar para casa — provocou.

Dessa vez, foi o oponente que soltou uma risada curta.

— Você não entendeu — começou o oponente. — Ainda  que você não morra aqui, o que eu garanto que é improvável, não haverá lugar para voltar — contou. — Não haverá casa. Não haverá Fairy Tail. Não haverá Lucy. Principalmente, não haverá bebê — narrou, pausadamente, como se saboreasse cada palavra. — Uma pena. Ela estava esperando uma menina, não é mesmo?

Um chute flamejante foi a resposta que o estranho recebeu, o qual, no entanto, defendeu com facilidade com suas manoplas prateadas. 

— Natsu… Deve ser um blefe — Mirajane avisou, alarmada, temendo que o jogo psicológico minasse completamente o raciocínio do dragon slayer. 

Ela sabia que o vilão não havia ameaçado Lucy e o bebê de forma vazia. Claro que aquilo havia plantado a dúvida neles a respeito da segurança de seus companheiros de guilda; uma tentativa deliberada de tirá-los dos eixos, que estava funcionando. 

— Cuide do atirador, Mira — o rapaz determinou, o semblante contorcido na mais pura fúria. — Eu fico com esse desgracado e não vai sobrar nem cinzas para espalhar quando eu acabar com ele — alegou.

Diante da hesitação da maga, que viera ali para garantir a segurança de Natsu, e não para deixá-lo a mercê do possível líder da Signum Sectionis, Happy incentivou:

— Vai ficar tudo bem, Mira — prometeu, com convicção. Afinal, ao contrário do que ela temia, o julgamento de Natsu apenas melhorava quando a segurança de seus amigos estava em jogo. Ele só podia imaginar o quão mais obstinado ele estaria em defesa de sua mulher e filha.

Se a maga take over ainda tinha dúvidas, os barulhos de novos tiros disparados fizeram com que se apressasse em voar na direção oposta.

Ela sabia que as coisas não estavam boas, e a sensação do poder mágico de dezenas de novos magos adentrando a vila congelada, não era um bom presságio.

O número de inimigos havia aumentado.

Ela devia acabar com eles — e acabar logo —  para poder voltar para o lado de Natsu e cumprir a promessa feita a Lucy de que o levaria de volta a salvo.

Ela só esperava que Lucy os aguardasse a salvo também.

 

 

Floresta Waas - 6 de julho de X792

Gajeel praguejou e não se conteve em arrebentar mais uma árvore com seu punho de metal. Ele sabia que se Levy estivesse ali, o repreenderia pelo gesto de violência desnecessário, mas ela não estava.

Ela não estava em nenhum maldito lugar.

Era como se a existência da maga solid script, assim como de Jet e Droy, tivesse sido completamente apagada.

Além dos rastros de cheiro que pegara no primeiro dia, o dragon slayer de ferro não obteve nenhuma outra pista. O rastro simplesmente desaparecera no exato ponto em que foram interceptados pelos inimigos. 

Apesar do sumiço ser menos desesperador do que encontrar um cadáver empalado — o que ocorria quase que obrigatoriamente nos confrontos com a Signum Sectionis —, Gajeel começava a enlouquecer pela falta de notícias. Ele já estava há mais de uma semana vagando sozinho entre a floresta e as vilas próximas, para obter sempre o mesmo nada de antes. Os demais grupos de busca formados pela Fairy Tail e magos de guildas aliadas, também não tiveram melhor sorte.

Pela primeira vez, ele sentiu o cansaço de todos os dias de busca caírem sobre ele como o peso de mil bigornas. Desolado, sentou-se no chão e acomodou as costas contra uma árvore, permitindo-se afundar no desespero de não saber o que fazer para encontrá-la.

Gajeel estava ciente que continuaria vagando até que seus pés sangrassem, mas e se isso não fosse o suficiente? E se ele estivesse deixando algo passar?

Perdido entre a angústia e a confusão, fechou os olhos e passou a imaginar como desejava tê-la ali.

Ardentemente.

Profundamente.

O exercício trouxe paz à sua mente e abrandou seus pensamentos. Era incrível como apenas imaginar estar ao lado de Levy já era suficiente para acalmá-lo.

Ela havia decorado tudo sobre ela. A temperatura de sua pele, o timbre de sua voz, o ritmo de fala, o aroma… 

Ele quase podia sentir o cheiro dela.

A constatação fez com que ele se colocasse de pé num salto. 

Aquilo não era apenas sua mente lhe pregando uma peça.

— Lily! —  Gritou, começando a correr, torcendo para que o exceed o escutasse de onde quer que estivesse procurando. 

O cheiro era fraco. Como se, de alguma forma, estivesse ressurgindo, e pudesse se perder com a brisa mais suave.

Desesperado, intensificou a corrida, mas não precisou ir muito longe, pois algo se interceptou seu trajeto, chocando-se contra ele.

Gajeel observou, atordoado, o corpo menor  de Levy voar para longe, em razão do impacto.

Bem, ao menos pareceria exatamente o corpo de Levy, se não fosse pelo fato de ser completamente translúcido.

De olhos arregalados, o mago do ferro se aproximou.

— Maldito inferno! Por que raios você está transparente? — indagou, horrorizado, enquanto passava as mãos pelos braços da jovem, a fim de conferir se não havia se machucado. — Não me diga que você…?

— Eu estou viva, idiota! — exclamou Levy, jogando-se nos braços dele. — Francamente, nunca pensei que você fosse do tipo que acredita em fantasmas — brincou ela, aninhando-se contra o peito masculino.

— E-eu não acredito! — envergonhado, o mago alegou, enquanto retribuía o abraço. — Onde diabos você esteve? — indagou, apertando-a, perturbado pelo fato de, mesmo que a segurasse com tanta força, a impressão dela contra sua pele ser tão leve, como se mal se tocassem. Só então, confirmou que o cheiro dela ainda era muito sutil, para alguém que estava literalmente entre seus braços. — Eu mal sinto seu cheiro ou a temperatura da sua pele — observou, inquieto.

Completamente enrubescida, Levy recuou.

— São os efeitos colaterais de uma magia de ocultamento que aprendi — explicou. — É um feitiço de runas que eu ainda não dominei, por isso não consegui desativar — acrescentou. — Parece que o efeito finalmente está passando.

— Você quer dizer que a única razão para você ter desaparecido no ar sem deixar nenhum sinal foi a sua própria magia? — o dragon slayer indagou, transtornado.

— Se não fosse por isso, nenhum de nós teria escapado! — defendeu-se, para arregalar os olhos em seguida! — Oh nossa, precisamos de ajuda! Droy está ferido! — contou. — Eu tentei o melhor que pude para cuidar dele durante esses dias, porque era impossível buscar ajuda já que ninguém nos via, mas não pude fazer muito — explicou e imediatamente pôs-se a correr o caminho reverso que Gajeel imaginava que ela havia feito para chegar até ali. 

— Hei, calma lá! — o dragon slayer do ferro pediu, enquanto a seguia. — E você? Não está ferida? — questionou. 

— Estou bem — afirmou. — No entanto, parece que eu zerei meu poder mágico com essa magia, e por alguma razão ele está descarregado desde então — lamentou, ofegante pela corrida. 

— Bom, é uma baita de uma magia. Sua presença ainda está retornando. É como se você fosse um espírito, ou estivesse desconectada deste mundo — observou ele. — Eu estou mesmo transparente? — indagou ela, com curiosidade.

— Eu consigo ver a floresta passar através da transparência do seu corpo. Mesmo sua voz parece um distante  — respondeu.

— Interessante. Então é assim que funciona. Para quem está dentro das runas, nada muda. Continuamos nos vendo, ouvindo e sentindo. Porém, somos indetectáveis para os de fora, que por visão, audição, tato ou magia, mesmo por meios de comunicação — comentou. — Seria um feitiço muito útil, não fosse a gravidade dos efeitos colaterais. Droy está ferido todo esse tempo e não pudemos receber ajuda, simplesmente porque deixamos de existir para o mundo — narrou. — Nem mesmo você me viu — concluiu.

Gajeel estacou.

— Está querendo dizer que você passou por mim antes? — indagou, com revolta. 

— Em determinado dia. Passei horas te seguindo e gritando no seu ouvido enquanto Jet cuidava do Droy, até que você deixou a floresta. Tentei com outros grupos de busca também — revelou.

— Essa magia é assustadora pra cacete! — o dragon slayer estremeceu. 

— Como eu disse, foi o que nos protegeu da Signum Sectionis. Eles nos pegaram de surpresa e é totalmente diferente enfrentar alguém que luta para matar — contou, retomando a corrida.

Levy praticamente podia ouvir os dentes de Gajeel rangendo.

— A garota do teletransporte, além de conseguir rastrear seus alvos pela magia, é uma lutadora excelente, e também há um garoto que usa runas que não fica atrás. Eu cheguei a acreditar que ele poderia reescrever minhas runas e me revelar, mas aparentemente não funciona se ele não souber exatamente onde está o que ele quer revelar — comentou.

Novamente, Gajeel estacou.

— Você disse que ele usa runas? — repetiu.

— Isso — Levy confirmou. — Embora sejam runas de gelo, aparentemente tem efeitos semelhantes às do Freed — concluiu.

— Droga! — Gajeel praguejou. — Precisamos achar logo o Droy e voltar para a Fairy Tail — determinou.

— O que está acontecendo, Gajeel? — questionou a garota de cabelos azuis, os olhos verde oliva transbordantes de preocupação.

— Aconteceu que o Freed está nos grupos de busca pelo seu time! — anunciou. — Isso quer dizer que ele não pode evitar que outro mago que use magia rúnica desfaça os feitiços de proteção que armou ao redor da Fairy Tail — concluiu, enquanto apanhava seu lacrima de comunicação portátil.

— Oh Mavis! — inteligente como era, Levy seguiu o raciocínio. — Eu era uma isca! Eles vão atacar a Lucy! — concluiu, enquanto Gajeel tentava uma transmissão.

 

 

Magnólia - 6 de julho de X792

Makarov havia cometido um erro de cálculo.

A partir do desaparecimento de Levy, todos sabiam que aquilo poderia ser uma isca para expor os outros alvos da Signum Sectionis. Ainda assim, era natural para os membros da Fairy Tail colocar a segurança dos companheiros de guilda acima de qualquer coisa, então ninguém hesitou em relação ao plano de dividir os magos entre a proteção da sede e dos demais alvos, e a organização de grupos de busca.

Não, não havia arrependimentos nesse ponto. 

Seu único erro, fora não prever que Freed deveria ficar e reforçar a segurança do local, em vez de integrar as equipes de resgate. Bem, não havia indícios que a Signum Sectionis trabalhava com magia rúnica, mas era uma variável que ele deveria ter considerado mesmo assim, considerando o nível de desinformação em relação à seita. 

Após a transmissão de Gajeel, o alívio de saber que seus filhos do Shadow Gear estavam bem, foi sucedido pela urgência em trazer o membro da Raijinshu mais fiel a seu neto Laxus de volta.

Infelizmente, ele não teve tempo de sequer pensar em fazer uma nova transmissão.

O arrepio na nuca que precedia tragédias veio. 

Chame de instinto ou experiência, o fato é que, antes que ele precisasse dizer qualquer coisa, Erza havia saltado para a entrada da guilda com sua armadura adamantina e Laxus arrancou uma das colunas com as mãos nuas para utilizá-la para empurrar metade dos membros presentes para fora do caminho do que quer que estivesse vindo. 

O próprio mestre precisou se agigantar para proteger a outra metade.

Sua última visão, antes do impacto, foi uma Lucy atordoada pelos movimentos repentinos e ele só pôde desejar que seu corpo velho fosse o suficiente para protegê-la do perigo iminente.

Enquanto tudo parecia queimar ao seu redor, não pode deixar de pensar que nunca poderia conviver consigo mesmo se algo acontecesse a sua filha ao ou bebê que esperava. Tampouco  poderia olhar Natsu nos olhos novamente.

Quando seu senso de localização se estabilizou, não foram os danos ao próprio corpo que Makarov avaliou primeiro, mas sim o fato de metade do prédio da guilda ter sido feita em pedaços, pelo que parecia um raio de magia, deixando-os expostos ao céu limpo e aos olhares de dezenas de cidadãos paralisados pelo choque,  que não haviam tido a urgência de correr e gritar, dentre os quais se encontrava o guarda do Conselho que acompanhava Lucy naquele dia.

Pouco a frente, Erza estava caída, a armadura adamantina completamente destruída, e mais ao canto, Laxus parecia lutar para se manter de pé.

Os demais membros aparentemente estavam perdidos entre os escombros, mas ao menos ele constatou, aliviado, que Lucy parecia segura dentro de Horologium.

Infelizmente, ele soube que essa segurança não duraria muito tempo antes mesmo que os três magos responsáveis pelo ataque pisassem na entrada destruída da sede da guilda. 

— Meu nome é Ulric, da Signum Sectionis. — As palavras foram proferidas por um homenzarrão de ao menos dois metros com o dobro da largura de um homem comum, que tinha cabelos cor de chumbo ajustados em um rabo de cavalo e costeletas contornando o rosto cheio. —  Nós não temos o menor interesse em perder tempo com magos que não façam parte do propósito da nossa fé, então, se Lucy Heartfilia e os demais magos usuários de magia de fogo se entregarem, partiremos sem mais conflitos. — Deu o ultimato.

— Por cima do nosso cadáver, desgraçado — uma Erza ofegante e trêmula declarou, enquanto se levantava e invocava uma espada solitária.

O sorriso que riscou a face do homem, assim como o brilho que percorreu seus olhos escuros, não eram nada menos que assustadores.

— Que assim seja, então.


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Notas finais do capítulo

Siiiiiim, Absolute Zero apareceu!
E sim, eu o trouxe como vilão!
Quem havia previsto? Quem havia percebido que era o Silver que eu havia descrito nas ocasiões em que o chefe da Signum Sectionis apareceu?
E quem arrisca dizer quais as motivações dele?
Eu acho que essa é a última das grandes revelações, agora, como eu disse, é só juntar tudo.
Ah não, pera, tem mais uma.
Então é isso! O que vocês acham que acontecerão em seguida?
Vocês gostaram da maneira que a saga da Vila do Sol foi adaptada? Imaginaram que eu isso aconteceria?
Gente, to cheia das perguntas hj, kkkkkk!
Se você gostou, me deixe saber.
Até a próxima!



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