Pov Barry

–Oi Barry... –Jay entra no laboratório, enquanto eu limpo o meu uniforme.

–Oi... –digo, ainda estava me acostumando com a presença dele aqui.

–Então... Posso te fazer uma pergunta?

–Claro... –dou ombros.

–Você e a Cait, já tiveram ou tem alguma coisa? –ele me pergunta e paro de limpar para olhar pra ele. Desde quando ele tem intimidade o suficiente para chama-la de “Cait”?

–Não, não temos nada! Somos amigos! Por que?

–Nada... É que... –ele começa sem jeito- Nos beijamos ontem...

–Vocês o que?! –se surpreendo- Como assim?!

–Ué, nos beijamos! –o sujeito fala como se não fosse nada demais.

–Olha, a Caitlin não é qualquer garota! Ela já se magoou muitas vezes, então não brinque com ela! –digo sério.

–Eu não quero brincar com ela! –Jay cruza os braços- Eu gosto dela!

–Isso não vai dar certo! –insisto- Você vai embora, e ela vai ficar com o coração partido de novo! E eu que vou ficar aqui vendo ela chorando, e fazendo o impossível para faze-la se sentir melhor! –termino bravo, e saio da sala.

[...]

–Hey! –chamo a atenção de Caitlin que estava presa no computador.

–Oi! –ela sorri lindamente como sempre.

–Está muito ocupada?

–Não!

–O que você acha de ir tomar alguma coisa comigo? –sorrio.

–Eu adoraria! –a doutora se levanta e pega a bolsa- Vamos?

–Sim, mas do meu jeito! –falo e quando eu á pego no colo ela solta um gritinho.

–Barry! –ela me repreende, porem rindo.

–Se segura! –digo, ela passa os braços pelo meu ombro, fecha os olhos e esconde o rosto no meu peito. Olho a para aquela imagem adorável e sorrio. Começo a correr, não tão rápido, não quero que nossas roupas peguem fogo! –Abre os olhos.... –peço e ela movimenta um pouco a cabeça.

Quando ela vê que ainda estamos correndo, Cait se encolhe mais nos meus braços, mas não tira o sorriso do rosto. Para lhe passar segurança aperto-a mais contra mim.

–Isso é tão incrível! –diz.

Então chegamos no lugar, e eu coloco ela no chão.

–Gostou do que viu? –pergunto maravilhado com sua expressão.

–Sim, todas aquelas luzes e cores! Nem parece que estamos no mesmo planeta! –exclama- Espera... Onde estamos?

–Em Starling City!

–O que?! Barry, por que?

–Eu disse que se você queria tomar algo comigo, não aonde! –falo e ela ri.

Entramos no Starbuks, fazemos o nosso pedido e sentamos na mesa.

Ficamos nos encarando por um tempo, eu queria conversar com ela sobre o Jay, mas não sabia como começar.

–O que você quer me falar? –diz e dá um gole no seu chocolate quente.

–Por que você acha que eu quero falar alguma coisa? –dou risada.

–Por que outra razão você me traria aqui? –ela ergue a sobrancelha.

–Eu gosto de passar um tempo com você fora do laboratório!

–Okay...

–Mas então... –começo- Fiquei sabendo sobre você e o Jay... –falo e tomo meu cappiccino.

–Ah, então é sobre isso! –ela ri e revira os olhos.

–Não! –me defendo- É só um comentário! Estão namorando?

–Não... foi só um beijo, mas quem sabe... –ela sorri e pela primeira vez eu não gosto disso- O que foi? –como uma boa observadora, percebe meu desgosto.

–Nada, só não acho que seja uma boa ideia! –dou ombros.

–Por que? –Caitlin me encara curiosa.

–Eu não quero que você se magoe, quando ele for embora! –digo sem jeito.

–Você está certo, mas pela primeira vez, depois do Ronnie, eu vejo uma forma real de seguir em frente! -diz e eu suspiro- Você está com a Patty... Eu quero estar com alguém também! E eu sei que quando tudo acabar... Vou ter você do meu lado para me consolar! –dito isso Cait coloca sua mão sobre a minha, em cima da mesa.

–Odeio te ver triste e chorando... –sou sincero e aperto sua mão acariciando-a com meu polegar.

–Mas é uma coisa, que infelizmente, você não vai poder evitar, assim como eu não posso evitar que você saia correndo e lutando pela cidade, com grandes chances de morrer! –fala me fazendo rir- Viu? Estamos no mesmo barco!

–Tem razão! –concordo. É incrível como ela tem esse poder de mudar meu humor facilmente.

Terminamos de tomar nossas bebidas e saímos do local.

Ainda de mãos dadas, caminhamos para um local mais afastado e pego-a no colo a fazendo sorri.

–Pronta? –sorrio também.

–Sempre! –ela diz e se agarra no meu suéter.

Começo a correr, e dessa vez a doutora não fecha os olhos.

–Jay vai te levar para os encontros assim? –não consigo evitar a pergunta.

–Não se preocupe! –faz uma pausa e olha pra mim- Isso é uma exclusividade sua! –fala me fazendo sorrir.

Fasso um caminho mais longo, para que esse momento dure mais tempo. De vez em quando ela esconde o rosto no meu pescoço e ri, e um arrepio percorre meu corpo. É uma sensação incrível, ter seu corpo tão perto do meu. Eu sempre corro sozinho, é bom sentir seu calor se misturando ao meu.

Chego na porta do seu apartamento.

–Wou! –ela sorri abertamente ainda nos meus braços- Agora eu entendo por que você gosta tanto de correr! –estamos tão próximos, que eu consigo ver os detalhes de sua íris caramelada. Um dos pares de olhos mais lindos que eu já vi- Pode me colocar no chão agora... –fala sem graça, com um mini sorriso.

Mas eu não queria. Queria poder mantê-la perto de mim para sempre. É claro que eu não vou falar isso. Então faço o que pede.

–Obrigada... Por tudo! –diz e me abraça.

–De nada! –sorrio e enterro meu rosto nos seus cabelos, sentindo o aroma de morango me invadir.

Nos afastamos depois de um tempo.

–Melhor eu entrar... Já está ficando tarde...

–É... Boa noite! –concordo a contragosto.

–Boa Noite! –Cait dá um beijo rápido e tímido na minha bochecha, e some prédio a dentro.

Sorrio e continuo ali, parado feito um bobo. Aquele Jay é um sortudo mesmo!

[...]

No dia seguinte, encontro o velocista mais velho e decido falar com ele.

–Hey, me desculpa pela maneira que eu falei ontem com você! –peço.

–Tudo bem... –ele dá ombros- Eu entendo, você só quer protege-la!

–É, mas eu não posso! Porem eu posso estar aqui ao lado dela se um idiota revolver partir seu coração!

–Verdade!

–Aham! Fico aqui para consola-la, e para ir atrás do idiota e faze-lo se arrepender por isso! –falo deixando bem claro meu aviso.

Ele dá um sorriso fraco e eu saio dali.

É bom que ele tenha entendido o recado.