Once Upon a Time escrita por Lucy G Salvatore


Capítulo 15
“Amigos”


Notas iniciais do capítulo

Para me redimir pelo atraso de sábado e pelo curto capítulo de ontem, escrevi o maior que já fiz hehe Já adianto que está repleto de revelações e novidades, com o momento que todas vocês esperavam! Espero que gostem do que preparei. Agora, não posso deixar de agradecer a Keila pela linda mensagem. Muito obrigada de coração pelas palavras! Agradeço também aos comentários. Boa leitura!



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POV OLIVER

Abro os olhos com dificuldade e sinto um gosto amargo na boca. Minha visão enfim fica com foco e observo as paredes brancas a minha volta. Minha consciência volta aos poucos e me lembro que estou no hospital. Olho pelo cômodo e vejo Connor deitado na cama ao lado. Sorrio feliz pelo sucesso do procedimento. Sandra entra no quarto em silêncio, mas percebe que estou acordado e sorri.

– Como está? – Pergunta baixo para não acordar o menino.

– Estou bem. – Garanto e ela sorri. Olho para ele novamente, enquanto a mulher caminha até a poltrona ao meu lado.

– Ele pediu para ficar no mesmo quarto que você. – Explica e meu coração aquece. – Ele não parou de falar sobre você depois que partiu ontem. – Sorrio muito feliz. – Oliver. – Me chama. – Muito obrigada! – Assinto de leve. – Não agradeço apenas pela doação. – Franzo o cenho. – Connor sempre quis conhecer o pai biológico. Durante muito tempo esse foi o objetivo de vida dele, te encontrar. – Suspira. – Não podia encontrar alguém melhor. – Uma lágrima escorre por seu rosto.

– Mamãe? – Sandra olha por cima do meu ombro, enxugando o rosto e sorri. Olho para Connor e uma sensação de alivio me domina. Agora ele está bem.

– Ei, meu bebe! – Sandra sussurra e levanta caminhando até o menino.

– Mãe! Eu não sou mais bebe. – Fecha a cara e rio baixo com sua atitude. – Já tenho 9 anos.

– Você sempre vai ser meu bebe. – Sandra rebate rindo. – Como está se sentindo? – Leva a mão ao rosto do menino.

– Estou bem. – Responde simples, mas arregala os olhos. – E o Oliver? – Se vira rápido em minha direção e sorri ao me ver acordado. Meu coração dispara ao ver sua preocupação e pisco um olho para ele.

– Como está, parceiro? – Pergunto preocupado, mas evito demonstrar.

– Estou com fome. – Desabafa e rio com sua resposta.

– Vou pedir para trazerem algo para vocês comerem. – Sandra levanta e deixa o quarto.

– Oliver. – Olho para ele que me fita curioso. – Posso te fazer uma pergunta? Além dessa, é claro. – Assinto. – Você me ajudaria se não fosse seu filho? – Fico surpreso com a pergunta e não faço a mínima ideia de como responde-la.

– Até uma semana atrás, eu não sabia que era pai. Se soubesse, não precisaríamos passar por isso, pode acreditar. Não deixaria nada de ruim acontecer a você. Nunca. – Enfatizo. – Talvez não conseguiria te doar a medula se não fosse meu filho porque provavelmente não seriamos compatíveis. Mas nunca negaria ajuda a uma pessoa, ainda mais se essa pessoa fosse você. – Digo cada palavra com sinceridade e o menino sorri de leve.

– Obrigado, Oliver. – Deita a cabeça no travesseiro. – Quer assistir televisão? – Olha novamente para mim.

– Claro. – Pego o controle e mapeio pelo canais até parar no noticiário.

“Como informado mais cedo, a invasão a Câmara Municipal de Starling City, sofreu um possível atentado esta manhã, resultando no assassinato do estagiário, Joshua Devis. Os bandidos tentaram negociar com a polícia o sequestro do secretário da justiça, Theodoro Cabral. Mas a situação foi controlada e o secretário saiu ileso, assim como os outros 10 reféns que estavam no local.”

Ficamos em silêncio absorvendo a notícia. Como a equipe deixou isso acontecer? Por que não fui informado desse acontecimento? A equipe deve estar arrasada.

– Sr. Queen. – Uma enfermeira me chama e nem percebo sua presença no quarto. – Há uma mulher querendo vê-lo. – Dá última vez que me falaram isso, acabei descobrindo que sou pai. – Posso deixa-la entrar? – Assinto de leve e olho para Connor que dá os ombros. Meu coração para ao ver Felicity adentrar o quarto. Ela congela ao ver Connor na cama ao lado e divide o olhar entre eu e ele.

– Oi. – Connor diz depois de alguns segundos de silêncio. – Tudo bem? – Felicity engole seco e leva a mão até a testa.

– Está. – Quase gagueja.

– Eu sou o Connor. – Estende a mão, surpreendendo a mim e a Felicity. A loira caminha até ele e pega sua mão. – Muito prazer. – Um riso nervoso escapa de seus lábios.

– Sou a Felicity. – Enfim diz o nome e olha para mim. – Como estão? – Seus olhos prendem aos meus.

– Vamos sobreviver. – Connor diz e todos riem.

– Que bom. – Sorri e volta a me olhar. – Não precisa se preocupar. – Aponta com a cabeça para a televisão e entendo o que ela quer dizer. Connor franze o cenho. – Estamos nos virando sem você na empresa. – Inventa para o menino que relaxa a face.

– Ah. Agora eu entendi. – Connor começa. – Essa é sua “amiga”. – Faz aspas. Felicity franze o cenho e olha para mim. – Entendo o motivo de ser louco por ela. – Diz para ele mesmo, mas sou capaz de ouvir.

– Ela mesma. – Rio nervoso e lanço um olhar para Connor parar de falar. A enfermeira entra novamente no quarto com duas bandejas na mão e as coloca sobre a mesa presa na cama. Connor sorri ao ver a gelatina e parece esquecer nossa presença. – Como você está? – Enfim pergunto para Felicity que ainda fita o menino.

– Não tem como ele não ser seu filho. – Solta e leva a mão a boca. – Eu falei alto? – Assinto de leve e sorrio.

– Não respondeu minha pergunta. – Enfatizo e ela maneia a cabeça. – Vi o que aconteceu. – Senta-se na poltrona ao meu lado e apoia os cotovelos na cama.

– Não conseguimos salvar o menino. – Sussurra frustrada e apoia a cabeça nas mãos. – Ainda não me acostumei com a parte ruim do trabalho. – Seus olhos são tristes.

– Hey! – Prendo meus olhos aos seus. – Vocês fizeram o possível. – Levo a mão até sua mão e a aperto, transmitindo conforto. A loira sorri fraco e sei que não é só isso que a incomoda. – Não é só isso que está te chateando. – Digo e ela ergue a cabeça me fitando.

– Aqui não. – Diz e olha para Connor.

– Felicity. – O menino a chama. – Quer um pouco da minha gelatina? – Oferece estendendo o pote e a loira sorri com a atitude.

– Obrigada. – Leva a colher a boca. – Morango. Minha favorita. – Diz empolgada e não contenho um sorriso com a cena.

– Gosto da de cereja também. – Connor fala e ela assente também. Os dois embalam uma conversa e de vez em quando se lembram da minha presença no quarto. É incrível como se identificaram. Ele pode ser meu filho, mas semelhança entre os dois é inacreditável. Não param de falar nem para respirar. Rio algumas vezes com as tiradas de Connor para cima de Felicity. Meu coração se aperta ao pensar em como a magoei novamente e mesmo assim ela está aqui. Essa mulher não existe. Agora sei o porquê me apaixonei. Mesmo a afastando ela ainda se importa e me ama o suficiente para vir até aqui. Não deveria ter a afastado. Outras mulheres não assumiriam essa responsabilidade, me esqueci que Felicity não é como as outras. Ela tem esse dom de cativar a todos e lidar com situações completamente inusitadas. Acordo de meus devaneios quando a loira levanta da cama de Connor.

– Mas já? – Ouço a voz entristecida de Connor.

– Prometo voltar amanhã. – A loira responde e só então percebo que ela está partindo. Seu olhar vem ao meu e meu corpo todo estremece com a intensidade.

– Podem se despedir. – Ouço a voz de Connor e rapidamente o tom de pele de Felicity muda. Ela caminha até minha cama e beija minha testa com todo o carinho do mundo. Sorrio com sua delicadeza e acaricio seus braços. Se afasta rápido e deixa a sala sem olhar para trás. Suspiro ao mesmo tempo que Connor e olho para o garoto que ainda encara a porta. – Você tem muita sorte. – Franzo o cenho.

– Ela é especial. – Diz simplesmente e assinto. Só era o que me faltava, meu filho apaixonado pela minha garota.

POV FELICITY

O dia passou lentamente. Minha cabeça não está funcionando depois do que aconteceu mais cedo. Sei que já passei, ou melhor, a equipe toda já passou por situações como essa, mas é exatamente a parte do trabalho que não consigo me acostumar.

– Srta. Smoak. – Ouço a voz de Selina e ergo a cabeça. – Como está? Vi pelo noticiário o que aconteceu. – Se aproxima.

– Isso é uma droga. – Desabafo e jogo os papéis sobre a mesa. – Por que Bruce não interveio? – Pergunto curiosa.

– Ele precisou voltar para Gotham. – Franzo cenho. – Vim justamente avisa-la que também precisarei voltar.

– Como assim? O que aconteceu? - Só me faltava isso, perder minha secretária.

– Surgiu um imprevisto na cidade e o Batman precisou resolver. - Justifica. – Estou voltando porque minha vida é lá, Felicity. Estava aqui para garantir que nossa parceria desse certo. Agora, que temos seu apoio, posso voltar para minha vida. – Suspiro e maneio a cabeça.

– Mas você é tão boa. – Um sorriso surge em seus lábios.

– Você melhor do que ninguém sabe o quanto é humilhante servir café. – Ok. Agora eu entendi.

– Vou sentir sua falta. – Desabafo e sorrio. – Muito obrigada. – Ela assente e deixa a sala.

Ótimo! Mais uma coisa para resolver, preciso de uma nova secretária. Deito a cabeça sobre os braços na mesa e começo a pensar em como esse dia está sendo horrível. Imagino como o resto da equipe deve estar. Provavelmente, Thea está na boate se distraindo para não deixar a culpa a consumir. Laurel deve estar lidando com o pai dela nesse momento e Dig deve estar buscando refúgio em sua família. Nem um deles viu a cena. Em um segundo o rosto do menino, de frente para câmera estava repleto de emoções, como medo e angustia e no outro já não havia mais vida em seus olhos. Como queria que Oliver estivesse comigo. Ele saberia lidar com a situação. Nossa, ele nem deve saber o que aconteceu. Oh! O procedimento foi essa tarde e nenhum de nós estava lá! Eu não estava lá! Me levanto rapidamente, pego minhas coisas e parto em direção ao hospital. Preciso vê-lo.

[...]

– Pode subir, Srta. Smoak. – A enfermeira confirma ao desligar o telefone e indica o caminho que devo seguir até o quarto de Oliver. Caminho apressada até os elevadores. A porta abre no andar indicado, mas hesito em sair. Será que devo? E se ele não quiser me ver agora?

– Não vai sair? – Uma voz atrás de mim sobressai e acordo de meus pensamentos saindo da grande caixa metálica. Respiro fundo e começo a caminhar pelo corredor. Paro diante da porta aberta do quarto e com um impulso adentro o local. Meus olhos vagueiam pelo cômodo e antes de localizar Oliver vejo um menino com cabelos castanhos sentado na cama me fitar curioso. Oh não! Connor? Reconheço pelo olhar. Meu corpo todo trava e não sei o que falar. Ai Deus! O que eu estou fazendo aqui. Levo o olhar até Oliver que também parece chocado, provavelmente com minha reação.

– Oi. – O menino quebra o silêncio. – Tudo bem? – Engulo seco e não sei como agir. Levo a mão até a testa tentando acalmar minha mente.

– Está. – Minha voz sai falha.

– Eu sou o Connor. – Estende a mão e me surpreendo com sua educação. Me aproximo de sua cama e o cumprimento. – Muito prazer. – Um riso nervoso escapa de meus lábios. Por que estou tão nervosa? Não sei, deve ser porque estou vendo a miniatura do meu ex-namorado diante dos meus olhos.

– Sou a Felicity. – Me apresento e olho para Oliver que nos fita. – Como estão? – Meus olhos prendem em seu lindo oceano azul.

– Vamos sobreviver. – Connor diz e não consigo segurar o riso.

– Que bom. – Olho novamente para Oliver e seguro um suspiro de satisfação por vê-lo bem. Seus olhos se estreitam como se me analisasse e sei que ele está pensando no que aconteceu mais cedo. – Não precisa se preocupar. – Indico com a cabeça em direção a televisão. Connor franze o cenho. – Estamos nos virando sem você na empresa. – Invento ao perceber que minha frase não fez sentido.

– Ah. Agora eu entendi. – Connor diz. – Essa é sua “amiga”. – Faz aspas e franzo o cenho. Como assim? Oliver falou de mim para ele?

– Ela mesma. – Ri nervoso e lança um olhar mortal para Connor. A enfermeira entra no quarto com duas bandejas na mão e as coloca sobre a mesa presa na cama. Connor sorri ao pegar um dos potes e se distrai. – Como você está? – Oliver pergunta me analisando por completo.

– Não tem como ele não ser seu filho. – Levo a mão a boca. – Eu falei alto? – Tenho que parar de fazer isso.

– Não respondeu minha pergunta. – Rebate e maneio a cabeça. Já tive dias melhores. – Vi o que aconteceu. – Caminho até a poltrona ao lado de sua cama e me sento.

– Não conseguimos salvar o menino. – A imagem da cena me vem na mente e balanço a cabeça, tentando apaga-las. - Ainda não me acostumei com a parte ruim do trabalho.

– Hey! – Seus olhos encontram os meus e minha mente rapidamente esquece tudo. – Vocês fizeram o possível. – Sua mão toca a minha e o calor irradiado dela me acalma por inteiro. Suspiro ao pensar que pelo menos isso está “resolvido”. Ainda tenho que contar para Oliver sobre o Bruce e sua identidade. – Não é só isso que está te chateando. – Me surpreende. Ele me conhece tanto a esse ponto?

– Aqui não. – Olho para Connor e Oliver assente.

– Felicity. – O menino me chama. – Quer um pouco da minha gelatina? – Estende o pote para mim e sorrio com sua educação.

– Obrigada. – Pego a colher de sua mão. – Morango. Minha favorita. – Me delicio com a sobremesa e o menino ri.

– Gosto da de cereja também. – Connor fala e assinto rapidamente. – Você gosta de esportes? – Pergunta e quase fecho a cara. Sou a pessoa mais sedentária do mundo.

– Mais ou menos. – Maneio a cabeça. – Prefiro vídeo games. – Um sorriso surge em seu rosto.

– Você tem um vídeo game? – Pergunta animado e assinto sorrindo. – Qualquer dia podemos jogar. Aposto que te derroto nos de corrida. – Me faço de ofendida.

– Está marcado! – Estreito os olhos e ele ri abertamente.

– Então, qual a relação existente entre você e Oliver? – Pergunta descaradamente e quase engasgo. Olho pelo canto de olho e Oliver está distraído.

– Somos amigos. – Engulo seco. – Trabalhamos juntos. - A feição de Connor entristece e ele abaixa a cabeça. – Ei. – Ergo seu rosto. - O que foi?

– Eu quero que o Oliver seja feliz. – Desabafa e sorrio com sua preocupação.

– Ele é. – Pisco com um olho e ele sorri fraco. – Acredite. – Não sei se eu acredito, mas não posso deixar o menino se frustrar com ele também. Pelo menos não por enquanto. – Nossa. Olha a hora! Preciso ir para casa. – Me levanto da cama. Nem percebi que estava sentada.

– Mas já? – Connor lança um olhar de piedade igual ao de Oliver e meu coração amolece.

– Prometo voltar amanhã. – Sorrio e pego minha bolsa na poltrona. Enfim olho para Oliver que me fita com uma expressão indecifrável.

– Podem se despedir. – Connor quebra a intensidade da nossa troca de olhares e coro sem jeito. Caminho até a cama de Oliver e deposito um beijo em sua testa. Seu cheiro chega as minhas narinas e me seguro para não beijar sua boca. Sua mão toca meu braço e sei que é hora de me afastar. Deixo o quarto sem olhar para trás, preciso fugir do lindo oceano azul.


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Notas finais do capítulo

Gente, vou ser sincera, não era essa minha ideia original. Nem sei ao certo se tinha uma hahaha Mas acho que dessa forma os personagens ficaram mais fiéis aos da série, não é? Já adianto que no próximo capítulo Felicity irá contar para Oliver sobre o Batman! Preciso saber a opinião de vocês. Me digam o que acharam desse momento entre os três ;) Beijinhos e até breve!